tribuna socialista

quinta-feira, outubro 28, 2010

GREVES EM FRANÇA ... O TESTEMUNHO DE UM TRABALHADOR FRANCÊS.

2010-10 Greves na França: Entrevista
Jornal Causa Operária, 24 de outubro de 2010

Causa Operária – Você pode se apresentar? (idade, profissão, organização que faz parte)

Nicolas Dessaux – Tenho 38 anos, sou arqueólogo e trabalhei durante dez anos na prefeitura de Lille. É um lugar muito simbólico, pois a prefeita é Martine Aubry, secretária-geral do Partido Socialista, o principal partido da esquerda. Provavelmente será candidata nas próximas eleições presidenciais em 2012, contra Nicolas Sarkozy. Eu sou um dos gerentes do departamento de SUD as autoridades locais, que faz parte do sindicato Solidariedade, uma união radical.

Também sou um membro da “l’Initiative communiste-ouvrière”, uma organização formada recentemente por militantes franceses e belgas próximos dos Partidos comunistas-operários do Irã e do Iraque. Sou conhecido, sobretudo, como um militante internacionalista, por ter criado a Associação ”Solitarité Irak” em apoio ao movimento operário e organizações de mulheres no Iraque.

Causa Operária – Como foi organizada a última greve, na terça-feira?

Nicolas Dessaux – Terça-feira, 12 de outubro, foi um marco para o movimento em defesa das aposentadorias. O governo esperava mobilizar mais fraca, mas foi forçado a admitir que havia 20% a mais de manifestantes. De acordo com os sindicatos, havia 3,5 milhões de pessoas nas manifestações. O governo contesta esses números, mas um sindicato da polícia foi obrigada a denunciar as mentiras do governo, que falsifica os números fornecidos por seus próprios funcionários!

O que estava em jogo no 12 de outubro era conseguir passar das jornadas de ação a uma greve por tempo indeterminado. Por dez anos, houve manifestações todos os meses e, depois, em um ritmo mais acelerado a partir de setembro, mas não uma greve contínua. A maioria dos sindicatos se opôs. Hoje, em um número crescente de empresas a base quer entrar em greve e, de agora em diante,é um movimento real. A próxima jornada de ação, no dia 16 de outubro, terá lugar em um clima de grevesprorrogáveis efetivas.

Causa Operára – Em quais setores há uma maior mobilização?

Nicolas Dessaux – Geograficamente, a região de Marselha, o maior porto do sul da França, é a mais ativa. Há particularmente o porto industrial de Fos-sur-Mer, onde mais de 50 navios petroleiros não puderam desembarcar. Além disso, onze das doze refinarias francesas estão em greve, por isso o governo teme a paralisação do país por falta de estoques de gasolina. A RATP, ou seja, o metrô parisiense, que faz circular todos os dias milhões de trabalhadores, também está em greve por tempo indeterminado. O efeito é imediato, uma vez que as pessoas não podem mais ir ao trabalho. Na SNCF, ou seja, os trens, o movimento é irregular, mas muitos trens e estações ferroviárias estão bloqueados. Estes são três setores estratégicos.

Em segundo lugar, há as várias greves em outros setores, na indústria, na educação, nas prefeituras, e o movimento está apenas começando a se expandir. Alguns setores adotam modos flexíveis de greve, por exemplo, uma ou duas horas por dia, ou tempo de greves para a ação. Isso permite que os empregados evitem perder muito no salário, mantendo a pressão e impondo prejuízos aos patrões.

Finalmente, nos últimos dias, os secundaristas aderiram ao movimento, e algumas universidades também. Este é um fenômeno novo: antes os estudantes entravam em greve contra as reformas na educação. Hoje, estão se mobilizando, como partido da classe operária, sobre questões trabalhistas. Eles sabem que eles terão um futuro precário e que quanto mais os velhos trabalhares, mais haverá desemprego. Seus slogans dizem claramente. Nós vimos esta tendência se iniciar em 2007, no movimento muito duro contra o “Contrato do Primeiro Emprego”, que havia forçado o governo a recuar. (...)

LER TODA A ENTREVISTA AQUI.

domingo, outubro 24, 2010

GREVE GERAL 24 DE NOVEMBRO: MOBILIZAÇÃO GERAL PELA JUSTIÇA SOCIAL !!!

O Pré aviso da Greve Geral de 24 de Novembro:
QUE NINGUÉM FALTE!
QUE TODOS SE MOBILIZEM POR MAIS JUSTIÇA SOCIAL, MAIS JUSTIÇA FISCAL, MAIS JUSTIÇA NA ECONOMIA ! ! !

Ao Primeiro-Ministro
Ao Ministério do Trabalho e da Solidariedade
A todos os restantes Ministérios
Aos Governos Regionais
Às Autarquias Locais
A todos os Órgãos, serviços da Administração Pública Central, Local e Regional
A todas as Pessoas Colectivas Públicas e Instituições de Segurança Social e Previdência
A todas as Entidades Empregadoras, independentemente do sector e da natureza jurídica
A todas as Confederações Patronais e Associações Empresariais
A todos os Trabalhadores e Trabalhadoras que trabalham em Portugal

PRÉ-AVISO DE GREVE GERAL
Os trabalhadores e trabalhadoras do nosso país enfrentam um insustentável nível de desemprego, de insegurança e precariedade, de redução da protecção social e um agravamento das desigualdades sociais, com maior pobreza e exclusão.
Depois das medidas gravosas do Programa de Estabilidade e Crescimento – PEC 2 – o PEC 3, apresentado pelo Governo, é extremamente grave, aprofunda a ofensiva contra os trabalhadores dos sectores público e privado e a população em geral, e condiciona ainda mais o desenvolvimento económico e social do país.
É inaceitável a redução dos salários, o congelamento geral das pensões, a redução do RSI e do abono de família e de outras medidas que pouco têm a ver com a redução do défice e põem em causa o direito e a efectividade da negociação colectiva, que vêm contribuir para maiores desigualdades sociais e fazem sempre dos que vivem do seu trabalho e dos mais pobres, os sacrificados pela crise.
Por isso, combatemos e combateremos políticas subordinadas aos grandes interesses económicos e à especulação financeira, que visam agravar sempre mais e mais os sacrifícios exigidos aos trabalhadores no activo ou na reforma e aos desempregados.
Não aceitamos que se pretenda retirar da Constituição a proibição do despedimento individual sem justa causa ou se faça da desregulação laboral uma pseudo arma de produção do emprego, que não deu resultados positivos em nenhum país europeu e muito menos deu ou dará em Portugal.
Rejeitamos completamente o discurso patronal que exige mais sacrifícios a quem trabalha, para aumentar os lucros aos detentores do capital, sem preocupação com o investimento criador de empregos e a modernização das empresas.
Exigimos que sejam tomadas medidas eficazes de ataque aos privilégios, aos capitais financeiros especulativos, à fuga para os paraísos fiscais e que garantam a eliminação dos benefícios fiscais de que gozam as grandes empresas e particularmente os bancos.
O nosso País, junto com a Grécia, Espanha e Irlanda está sujeito a um forte ataque dos mercados financeiros, que exige uma resposta adequada, que não passe apenas pela redução do défice, nem pela submissão aos especuladores que procuram lucro fácil.
A União Europeia, e a generalidade dos governos dos países que a integram, são responsáveis pelas políticas económicas que não asseguram o Crescimento e o Emprego e põem em causa os fundamentos da Europa Social.
É chegada a hora de unir esforços e vontades para lutar por uma mudança de políticas que respondam às necessidades e justos anseios dos trabalhadores e das populações em geral.
A CGTP-IN e a UGT assumem claramente:
• O combate ao desemprego e à precariedade, como prioridade das prioridades;
• A necessidade de crescimento e emprego com direitos, por via do investimento público, particularmente em áreas sociais ou modernizadoras da economia e do investimento privado, praticamente paralisado;
• O combate à pobreza e à exclusão e, em geral, às desigualdades sociais, o que exige o aumento do salário mínimo para 500€ em Janeiro de 2011, e do rendimento mínimo e dos apoios sociais, em especial aos desempregados, pensionistas e idosos;
• A defesa do direito à negociação e dinamização da contratação colectiva, como instrumento de progresso social, o que passa pelo aumento real dos salários, como imperativo nacional para a melhoria das condições de vida e o desenvolvimento do país;
• O combate a todas as ilegalidades e a exigência de uma actuação firme das inspecções, em particular da Inspecção Geral do Trabalho pela efectivação das normas legais e contratuais, contra a precariedade e os vínculos ilegais, pelo respeito pelos acordos e pelos horários de trabalho e no combate às violações das condições de higiene, saúde e segurança no trabalho;
• A apresentação de um Orçamento de Estado para 2011 que seja de Crescimento e Emprego para dar resposta aos problemas dos trabalhadores, das famílias e do País e não apenas de combate ao défice e aos desequilíbrios estruturais com que nos confrontamos.
A CGTP-IN e a UGT manifestam a sua determinação na luta:
• Contra a revisão da Constituição ou da Legislação do Trabalho, que ponha em causa os direitos dos trabalhadores;
• Contra quaisquer medidas que permitam a redução de vencimentos dos trabalhadores no sector empresarial do Estado, público e privado;
• Na defesa de uma Administração Pública de qualidade e bem gerida, o que exige o respeito pelos direitos dos trabalhadores;
• Na defesa do trabalho digno;
• Contra medidas que ponham em causa o Estado Social, garante da igualdade de oportunidades para todos;
• Pela exigência do combate efectivo à fraude e à evasão fiscal e à economia clandestina.

A UGT e a CGTP-IN reafirmam a sua disponibilidade para o diálogo social e a negociação colectiva, na procura de compromissos mobilizadores para a promoção de melhores condições de vida e de trabalho, de melhoria do sector produtivo, nomeadamente, com uma política industrial, agro-alimentar e energética, capaz de gerar riqueza e de promover a sua justa distribuição, aumentar as exportações, reduzir a dependência em importações e de procurar garantir o auto-abastecimento nacional.
Pelas razões e objectivos expostos a CGTP-IN e a UGT decidem convocar uma GREVE GERAL, para o próximo dia 24 de Novembro de 2010 apelando a todos os trabalhadores, permanentes ou precários, do sector público ou privado, sindicalizados e não sindicalizados, e a todos os sindicatos para que se juntem pela mudança de políticas, pelo trabalho digno, contra o desemprego e a precariedade, pelo aumento dos salários e das pensões, num Portugal de progresso económico e social e de justiça e de solidariedade.
A adesão à greve por parte dos trabalhadores que laborem em regime de turnos far-se-á do seguinte modo: os trabalhadores, cujo horário de trabalho se inicie antes das 00h00 ou termine depois das 24h00 do dia 24 de Novembro, se a maior parte do seu período de trabalho coincidir com o período de tempo coberto por este pré-aviso, o mesmo começará a produzir efeitos a partir da hora em que deveriam entrar ao serviço, ou prolongará os seus efeitos até à hora em que deveriam terminar o trabalho, consoante os casos.
Nos termos da lei, as associações sindicais e os trabalhadores assegurarão a prestação dos serviços necessários à segurança e manutenção do equipamento e instalações e dos serviços mínimos indispensáveis para acorrer à satisfação de necessidades sociais impreteríveis, nas empresas, estabelecimentos ou serviços que se destinem à satisfação dessas necessidades, nos termos dos acórdãos, acordos ou despachos que regulem esta matéria.
A representação dos trabalhadores em greve é delegada, aos diversos níveis, nas associações sindicais, nas comissões sindicais e intersindicais, nos delegados sindicais e nos piquetes de greve.

Lisboa, 19 de Outubro de 2010

Pela CGTP-IN
Manuel Carvalho da Silva
Secretário-Geral

Pela UGT
João Proença
Secretário-Geral

domingo, outubro 17, 2010

E SE ACONTECESSE UM SOBRESSALTO REVOLUCIONÁRIO ?...

As democracias europeias ocidentais não funcionam! Não funcionam no plano nacional, e ainda menos no plano europeu ...

Os resultados eleitorais são expressos pelo voto de cada vez menos cidadãos. Aumentam as abstenções. E entre os votantes, começa a ser significativo o número dos que, por protesto, anulam o boletim de voto.

Independentemente das afluências às urnas, também é uma evidência crescente, que os Parlamentos, após cada acto eleitoral, agem como se o voto nunca tivesse existido e como se não representassem ninguém em função do voto. Ou seja, Parlamentos e governos agem, sistemáticamente, à margem dos resultados eleitorais que os legitimaram.

Aos cidadãos é reservado sómente o direito de votarem, passados "x" anos, para tudo se voltar a repetir...

Em tempos de crise económica e financeira, o cenário é ainda mais aterrador. Os governos parece que se esquecem completamente dos cidadãos que votam e os elegem, para só darem ouvidos a entidades não eleitas mas possuidoras de um poder absoluto e totalitário: os chamados "mercados" e todos os seus orgãos de qualquer dimensão!

Isto não é democracia! Isto é um enorme embuste!

Se os governos fazem só o que os mercados lhes impõem, se os mercados não são eleitos nem controlados por ninguém ... o que resta às pessoas, aos cidadãos, aos trabalhadores ?

Encolherem os ombros? Deprimirem-se ? Votarem para a sua vontade ser sistemática e periódicamente esquecida e desprezada ?

Há momentos, em que é urgente, vital, inadiável que a História sofra um sobressalto revolucionário que recoloque a democracia nas mãos cidadãs, nas mãos populares, nas mãos de quem trabalha. Afinal, fazer com que a maioria social assuma novamente o acto diário de fazer e acontecer democracia!

E se, para essa reapropriação democrática do acto de decidir, de criar, de construir, fosse necessário colectivamente a maioria social tomar o poder ?

terça-feira, outubro 12, 2010

PCP: POSIÇÃO RIDICULA A PROPÓSITO DO NOBEL DA PAZ!


Os "perigosos" Nobel da Paz 2010 e esposa, entretanto já colocada em prisão domiciliária pelo governo chinês
 "Num curto comunicado enviado hoje às redacções, e divulgado “face a solicitações de vários órgãos de comunicação social”, o gabinete de imprensa do PCP defende que a atribuição do Nobel a Liu Xiaobo é “inseparável das pressões económicas e políticas dos EUA à República Popular da China”.

De acordo com os comunistas portugueses, a escolha do dissidente chinês “é, na linha da atribuição do Prémio Nobel da Paz de 2009 ao Presidente dos EUA, Barack Obama, mais um golpe na credibilidade de um galardão que deveria contribuir para a afirmação dos valores da paz, da solidariedade e da amizade entre os povos”." (in, Público on-line)

Atado a posições nacionalistas e politicamente vesgas, a direcção do PCP, a propósito da escolha de um dissidente chinês, Liu Xiaobo, para Nobel da Paz, tomou uma posição absolutamente miserável e que a torna cúmplice com um regime que de "socialista" e/ou "comunista" só tem o nome.

A posição da direcção do PCP sobre a China, vem no seguimento de outras posições individuais de dirigentes comunistas sobre o regime totalitário e anti-socialista da Coreia do Norte.

A direcção do PCP parece que continua a avaliar a situação internacional, tendo por referência as posições dos EUA. Ou seja, o que o EUA apoiar é, para o PCP, suspeito e, desde logo, merece a sua oposição. É uma posição que decorre da sua visão patrioteira e estalinista sobre a construção do socialismo num só país, uma espécie de construção de "aldeias do Astérix", onde poderem surgir ...

A situação na China, não se resume óbviamente, à escolha de determinada pessoa para Nobel da Paz. Na China assiste-se ao acordar dos trabalhadores que se têm movimentado, um pouco por todo o lado, contra salários de miséria, contra jornadas de trabalho inumanas e escravizantes, contra uma vida sem quaisquer direitos. Desde um ponto de vista socialista, esta é a referência para a avaliação do que se passa na China. E, com base nisso, a China não é mais do que um país com um regime totalitário à procura de entrar para o clube dos grandes países capitalistas.

O Partido "Comunista" Chinês e a sua correia-de-transmissão sindical, comportam-se como entidades que só se preocupam em controlar os trabalhadores e os cidadãos, tornando-os uma espécie de massa amorfa a quem só é permitido reagir a impulsos nacionalistas e de adaptação ao mais miserável modo de vida capitalista e neo-liberal.

O socialismo precisa de liberdade como o corpo humano precisa de oxigénio, mas isto os estalinistas e neo-estalinistas dos nossos dias, a nível nacional e internacional, teimam em não perceber !

sábado, outubro 09, 2010

AFEGANISTÃO: 9 ANOS DE GUERRA ... UM MINUTO JÁ SERIA DEMAIS! (*)

Já dura há 9 anos a guerra que o Pentágono e a Nato programaram para o
Afeganistão, ainda antes do 11 de Setembro de 2001.

São 9 anos de destruição. Anos em que a área abrangida não tem parado de
se alargar, do Afeganistão para o Paquistão e, mais recentemente, com
réplicas no Quirguizistão e no Tadjiquistão.

São 9 anos com deslocações em massa de populações pobres, de vítimas
colaterais dos bombardeamentos da NATO, com aviões tripulados e outros
“inteligentes” dirigidos a partir de consolas instaladas nos EUA.

São 9 anos de engrandecimento do negócio do ópio, a favor dos senhores da
guerra e do alastramento da toxicodependência a 800000 afegãos.

São 9 anos de esforços de controlo pelos EUA das vias de transporte de
petróleo e gás e que se revelam como um fracasso militar e estratégico.

São 9 anos de gastos brutais com a guerra, com os contratos para a
produção de armamentos e com empresas de serviços militares. Gastos tanto
mais condenáveis quando se oneram os povos com desemprego, cortes
salariais, degradação dos cuidados de saúde.

Portugal participa nessa guerra e, a despeito do empobrecimento colectivo
a que se assiste, o governo desencadeou uma verdadeira orgia de compras de
armamento (submarinos, carros de combate e anti-motim, aviões); sem olhar
ao deficit público ou ao crescimento da dívida.

Retirada imediata de tropas estrangeiras do Afeganistão!


Extinção da NATO!


Cancelamento por Portugal de todas as compras de equipamentos militares!

(*) PLATAFORMA ANTI-GUERRA ANTI-NATO

http://antinatoportugal.wordpress.com/

quarta-feira, outubro 06, 2010

GREVE GERAL: TODAS E TODOS SOMOS IMPRESCINDÍVEIS !

As direcções da CGTP e da UGT vão estar reunidas (ou já estiveram?) para ver se chegam a acordo quanto à sua convergência na organização da Greve Geral marcada para 24 de Novembro.

A possibilidade de unidade de todas e todos os trabalhadores, seja qual for o seu sindicato, a sua simpatia política, a sua nacionalidade, ... , é mobilizadora e deveria ser um objectivo para o qual se deveria, desde já, estar a trabalhar. O êxito de uma Greve Geral depende dessa possibilidade de convergência social e laboral.

Uma reunião entre as direcções da CGTP e da UGT, para "negociarem" uma convergência, parece ser já, muito pouco mobilizador ... os trabalhadores não entendem muito bem, como é que, perante tanto desemprego, tanta precariedade, tanto atentado às prestações sociais, tanta austeridade, ainda é preciso as direcções da CGTP e da UGT calcularem, negociarem, decidirem se podem ou não fazer a Greve Geral em conjunto.

É certo que qualquer sindicato, qualquer Central Sindical, têm hoje, perante o pensamernto único neo-liberal existente, muitos obstáculos a vencer. A sua acção não é fácil! Mas essa dificuldade, por parte dos sindicatos, parece ser sempre agravada por culpa das suas direcções, as quais, nos momentos decisivos, ficam sempre muito dependentes das suas ligações partidárias e do que as suas direcções partidárias determinam.

Não há problema nenhum que as direcções sindicais possam ter determinadas simpatias partidárias. O problema é que os partidos a que pertencem, parecem preocupar-se muito mais com o jogo parlamentar e esquecem-se do papel decisivo, determinante, estratégico que deveria ter a participação activa no processo de luta de classes, em todas as lutas sociais.

Uma Greve Geral não é só um momento de reinvindicação pontual. É um momento estratégico de exigência política, a partir do movimento social. Em 24 de Novembro, quando se exigirem outras políticas, o fim das actuais politicas de austeridade, estaremos, todas e todos os que participarem nessa Greve Geral, a lutar por uma alternativa política, social e económica ao governo que temos e uma outra Europa, na qual, a participação democrática e universal dos seus cidadãos seja uma realidade!

Trabalhadores de todo e qualquer sector de actividade, CGTP e UGT, sindicatos não filiados em qualquer central, comissões de trabalhadores, associações populares, partidos políticos que queiram aderir, ... , todas e todos somos IMPRESCINDIVEIS !