tribuna socialista

segunda-feira, dezembro 05, 2016

Bloco de Esquerda: más notícias ...

Más notícias chegam do interior do Bloco de Esquerda.

Parece que a Direcção nacional do Bloco iniciou um processo tendente à exclusão de militantes bloquistas sob a acusação de pertencerem a uma organização que se está a "infiltrar" ...




Aqui há uns bons anos atrás, quando era militante da JS e do PS também fui alvo da mesma acusação ... o resultado sabe-se sempre qual é: calar militantes incómodos satisfazendo a normalização política (!) que a pressão mediática impõe tendo em vista a melhor imagem para satisfação de agendas parlamentares!


O Bloco de Esquerda que é, pelos seus estatutos, um partido-movimento com direito de tendências organizadas, parece querer adoptar as mesmas medidas disciplinadoras (!) próprias de um qualquer partido parlamentarista sem preocupações com a luta e os movimentos sociais. 


Quer parecer "responsável" perante quem?
Que se saiba, o Bloco de Esquerda foi construído com a convergência de vários partidos, a UDP, o PSR e a Política XXI ... qual foi o mal? Parece, pelos resultados, que até correu muito bem, afirmando-se como um bom exemplo de construção de um partido novo!
Os referidos partidos fundadores do Bloco, entretanto deixaram de ser partidos, mas mantêm actividade como correntes organizadas dentro do Bloco. Qual é o mal? 




Se esses partidos podem, porque razão outros não podem também?
O "Socialismo Revolucionário" é uma corrente que faz parte de uma organização socialista internacional, o CIT (Comité por uma Internacional dos Trabalhadores), tem orientação marxista/trotsquita ... pelo menos, teoricamente parecido com o PSR ... porquê tanta animosidade?




Deixo-vos com esta parte dos estatutos bloquistas:
"Artigo 4º
Direitos dos Aderentes
1 - São direitos dos aderentes do Bloco de Esquerda:
(...)
d) Exercer, querendo, o direito de tendência no âmbito do Movimento.
(...)"
Porquê a minha preocupação com a situação do Bloco de Esquerda? 

Porque já fui militante bloquista e mesmo não sendo, neste momento, tenho votado Bloco de Esquerda!

05.12.2016
João Pedro Freire 

UM GOVERNO DE ESQUERDA, O QUE DEVE FAZER?


A FALTA QUE FAZ UMA ALTERNATIVA SOCIALISTA ...


sexta-feira, julho 15, 2016

NÃO AO TERROR !

Horrendo, mortandade de inocentes ... é isto o que se passou ontem em Nice.
Intolerável! Como são intoleráveis atentados semelhantes que se repetem com um frequência ainda maior no Iraque ...
O que se passou em Nice, aconteceu não obstante o estado de emergência que tem vigorado em França. Um estado de emergência que tem colocado na cadeia "suspeitos", afinal inocentes, e nada tem conseguido de substancial em relação aos verdadeiros terroristas.
Hollande prorrogou o estado de emergência por mais 3 meses ...
Mas enquanto isto acontece e acontece com a assinatura dos facínoras do gangue apelidado de "Estado Islâmico", é estranho, muito estranho, que potências armadas até ao tutano, continuem a mostrar a sua incapacidade para derrotar aquele gangue.
Um gangue que nasceu com a benção das armas ocidentais e que foi crescendo com o comércio do petróleo que as potenciais ocidentais também sustentam ...
As vítimas inocentes do terrorismo, são também vítimas da hipocrisia das potencias ocidentais, Rússia incluída.
O relatório Chilcot que responsabilizou Tony Blair pela guerra do Iraque deveria ter uma redacção portuguesa em torno do lacaio das Lages, de nome Durão Barroso. Antes lacaio dos senhores da guerra e agora também lacaio das sujeiras da finança. 


A possível audição de Durão Barroso no Assembleia da República é um passo positivo ...
A guerra do Iraque, depois do Afeganistão, são episódios de um processo longo, engendrado pelas potências ditas civilizadas, que abriram caminho para o desenvolvimento de teias de terror, já com um incontável número de vítimas inocentes. 
Neste momento, lembro-me daquelas e daqueles que, de armas na mão, lutam abnegadamente, sem desistir, contra os facínoras do "Daesh". Mulheres e homens curdos que ainda têm de vencer o terror do Estado turco, outro aliado das tais potências ditas civilizadas ...
Por último: a culpa para a existência do terrorismo não está nas liberdades! Está, isso sim, nas hipocrisias dos Estados no autêntico circo de opacidades que são as suas relações internacionais ...


João Pedro Freire, 15-07-2016

segunda-feira, fevereiro 08, 2016

É A DEMOCRACIA QUE TEM DE DECIDIR!

Quatro anos de austeridade à bruta, antecedidos de aperitivo austeritário com o nome de "PECs", conseguiram moldar muitas cabeças que se consideram de esquerda. Não dão um espirro que não seja seguido de "quanto se gastou" ...

O austeritarismo, uma espécie de instrumento de execução económico-financeira do capitalismo neo-liberal, incrustou-se na acção política de alguma esquerda que se recusa a admitir que qualquer programa de justiça social, por mínimo que seja, esbarra e esbarrará sempre com o obstáculo chamado "Comissão Europeia". A Comissão Europeia é, de facto, o braço de execução política europeia do austeritarismo.

O OGE para 2016, considerado uma "vitória" por parte do PS e uma "vitóriazinha" por parte do BE e do PCP, mantém, no essencial, as marcas definidoras do austeritarismo. Porque não se conseguiu livrar das chantagem e pressão dos executores austeritários europeus.

O OGE para 2016 é diferente dos OGEs preparados anteriormente pelo governo PSD/CDS. Mas, à semelhança dos anteriores, o OGE para este ano mantém-se ensanduichado no torniquete do Tratado Orçamental Europeu e cada medida do actual governo será policiada pela Comissão Europeia, independentemente da vontade democrática popular expressa em Portugal.

Comentadores de serviço, partidos políticos em geral, que não colocam como urgente a discussão do actual modelo europeu, são os responsáveis pelo estado calamitoso em que está a Europa e serão os responsáveis pelo renascer de correntes populistas e nacionalistas.

O exercício de qualquer vontade democrática nacional ou até europeia está e estará em causa, enquanto persistir o actual modelo europeu caracterizado pelo domínio de entidades não eleitas e sujeitas ao controlo efectivo dos interesses financeiros.


domingo, fevereiro 07, 2016

É CARNAVAL: AUSTERIDADE ESTÁ MASCARADA ! ...

Porque não há austeridade melhor ou pior que a outra ... a austeridade é a realidade visível de uma matriz de políticas condicionadas a défices construídos para se evitar políticas sociais e, em última instância, o exercício da própria democracia. 

É por isso que não há austeridades "boas" ou austeridades "más" ... reduzir a austeridade sem ter a coragem de a eliminar totalmente, como faz o OGE para 2016, é persistir num modelo anti-social.

O caminho anti-austeridade só pode ser um: cortar com a actual orientação da União Europeia, construir uma corrente europeia de esquerda e socialista capaz e com força popular para construir uma Europa onde a democracia elimine fronteiras, seja a única soberania efectiva e prevaleça a afirmação social de direitos!

O OGE para 2016 não podia ter escolhido melhor época para aparecer: o carnaval, mascarando a austeridade que continua a ser austeridade!