Afirma-se também como um movimento transversal à esquerda. Há sobretudo cidadãs e cidadãos provenientes dos diversos partidos à esquerda. Há socialistas (em maioria), há comunistas, há bloquistas, há muitos independentes. Esta é a força, isto é o que dá ânimo e capacidade de afirmação política à candidatura de Manuel Alegre!
Os partidos políticos são importantes à democracia. Mas a democracia não se esgota nos partidos políticos. E não se pode esgotar em partidos políticos excessivamente presos aos jogos parlamentares, distantes da vontade e da opinião permanentes das cidadãs e dos cidadãos.
Para além dos partidos, também há democracia! Também há vontades individuais e colectivas que têm o direito de se manifestar, que têm o direito de intervir, que têm o direito de participar activamente no aprofundamento da democracia. Este pode ser também um dos vectores de afirmação da candidatura de Manuel Alegre!
Em Évora, Manuel Alegre falou disto!

1 comentário:
Metadiálogos da Lareira (IV)
-- Ó, avô, o que é um funcionário público?...
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-- Querido, um funcionário público é uma pessoa amiga do vovê e da vovó, e que trabalha num gabinete o dia todo, para criar uma economia de excelência.
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-- Ó, vô, e todos os funcionários públicos são amigos do vovô e da vovó?...
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-- Claro que não, meu amor, há umas pessoas horrorosas, que vivem numa economia medíocre, e que, mal chegam, ligam o o candeeiro da secretária, penduram o casaco, põem o rádio baixinho na Antena 2, e "estandem-se" bem. Depois, vão tomar o pequeno-almoço e ler as últimas no Martinho da Arcada, porque já sabem que até às 10 e um quarto ninguém as vai maçar. Depois, voltam à repartição, passam pelo gabinete do chefe, deitam umas bocas sobre o jogo da véspera, à noite, do clube deles. São todos os anos promovidos com com diuturnidades, sentam-se finalmente à secretária às 11 e um quarto e começam imediatamente a fazer chamadas, até ao meio-dia, em que acompanham a descida do chefe para o almoço na cantina.
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-- Ó, vô, e depois...
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-- Depois, querido, os amigos do vovô... não almoçam na cantina, amor, os amigos do vovô vão a um restaurante caro que fica na Avenida da Liberdade, pagam com o cartão de crédito do gabinete, e não fazem como os outros, que já têm de lá estar às duas e meia...
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-- Então, fazem o quê?...
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-- Filhote, os amigos do vovô trabalham todos para muitas empresas privadas. Vão ao Estado de manhã, e depois... é assim, eu explico: Os amigos do avô, muitas vezes já trabalharam tudo, de manhã, e não precisam de voltar lá à tarde... Assinam a saída da manhã, e a entrada da tarde, às vezes, é imitada por um gatafunho que outra colega do gabinete faz...
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-- Ó, vô, o que é um gatafunfo?...
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-- Um gatafunho é uma coisa assim (pega numa folha de papel, e rabisca "Aníbal Cacilva Vácuo").
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-- Isso é que é um gatafunho?
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-- Sim, foi com este gatafunho que o vovô fez, durante os 10 anos em que governou Portugal, com que Portugal se tornasse no país da linha da frente das economilas excelentes que hoje é. E quem diz o vovô, diz o vovô e os amigos dele, funcionários públicos.
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-- E os que não são amigos do vovô?...
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-- Ah, esses apresentam-se da parte da tarde, já com a meia hora de tolerância da praxe, para fingirem que vão trabalhar. Para esses, já são quase três horas e vão comer um lanchito e tomar outro café, com o ponto já assinado. Isto de poder comer com o ponto assinado é um descanso. O pior é que quando chegarem à secretária, depois das três e meia, vão ter de inventar qualquer coisa para trabalhar. Só que, entretanto, já vão ser mas é quatro e meia, e eles vão ter de distrair o chefe com mais umas bocas para se pirarem. E ninguém os vai ver mais, como vê nas montras iluminadas os escravos do Millenium-BCP, a trabalharem até às nove da noite, sem qualquer remuneração extraordinária, porque naquelas cabeças porcas já está mas é a tilintar o feriado e mais a ponte, e mais o atestado que vão lá colar, para poderem ir de férias, na boa, para um sítio onde ninguém os possa encontrar a passear de baixa.
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-- Ó, vô, e que é que o avô vai fazer a esses homens maus?...
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-- Quando eu for eleito, como espero, Primeir..., perdão, Presidente da República, eu e o Engenheiro Sócrates vamos pôr aqueles que não são meus amigos numa coisa que se chama Quadro de Excedentes, onde ficam a ganhar uma miséria, e muitos deles, como o vovô sempre esperou, irão então morrer à fome e de miséria, e vão deixar de criar peso nos orçamentos do Estado e da Segurança Social!... Ora, toma lá!...
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-- Mas são só os amigos do vovô, ou também são os amigos do Engenheiro Sócrates...
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-- Querido, os amigos do Engenheiro Sócrates não contam para nada: quando o vovô lá chegar, só vai passar a haver amigos do vovô.
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(Cai o pano)
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