
Sobre isso, já aqui se falou ...
Agora retenham mais estes dois exemplos: os voos da CIA e a luta contra a corrupção.
No caso dos voos da CIA, a direcção sócratica (que se confunde também com o próprio governo) revela tiques de cumplicidade com as politicas da Administação norte-americana e não tem qualquer problema em crucificar na praça pública uma prestigiada militante socialista, Ana Gomes.
No caso da definição de políticas contra a corrupção, a direcção parlamentar sócratica (que se confunde com a direcção nacional partidária e com o governo) não tem qualquer problema em sacrificar mais outro prestigiado militante socialista, João Cravinho.
É, de facto, dramático o que se passa para muitos socialistas que o PS ainda tem: a existência de uma direcção nacional que se confunde com o governo e que resolve ter um efeito de eucalipto no interior do partido no que diz respeito ao debate e ao direito de opinião dos militantes e, como não chegando, vai sacrificando militantes que permanencem fiéis a principios e a causas!
2 comentários:
Independentemente de este artigo ter ou não razão, estamos a falar de temas menores.
O principal problema que se coloca actualmente ao país é a estagnação económica e esta estagnação não tem nada a ver, por exemplo, com os voos da CIA.
Os problemas citados merecem toda a nossa atenção mas, muito mais que os problemas citados o facto de nós estarmos na cauda da zona Euro que por sua vez está na cauda da União Europeia e que por sua vez está na cauda do Mundo com um crescimento médio da economia muito inferior à média mundial tem de atrair e a nossa atenção.
É um facto de que todas as promessas feitas nos últimos vinte e cinco anos, adesão à CEE, Mercado Único e Moeda Única falharam e falharam redondamente.
Temos de reconhecer este facto e temos de o analisar e tentar descobrir as causas que nos podem conduzir aos remédios.
A estagnação económica de Portugal neste momento é obviamente um problema europeu pois é a nível europeu que são definidas as grandes linhas da política macro-económica e financeira.
Assim o nosso Governo devia aproveitar a presidência portuguesa para lançar um debate deste tipo, debate esse que analisaria não só porque é que as promessas europeias falharam em Portugal mas também porque é que falharam noutras regiões ou países da União.
Mas não, Sócrates agachou-se totalmente perante a Alemanha e, na prática, desistiu da presidência portuguesa (tal como o vai fazer a Eslovénia no tocante à sua presidência) e Portugal vai gastar tempo e recursos a promover os objectivos da Presidência Alemã (que se vai prolongar por ano e meio).
Assim vamos ter a responsabilidade de tentar que a UE adopte a Constituição Europeia, tratado que de nenhuma forma nos interessa neste momento pois, se as coisas estão a correr mal com a nossa integração na UE o que há a fazer, para já, é travar a integração e não continua-la.
A estagnação económica portuguesa tem muito a ver com o modelo sócio-económico que tem sido "escolhido" (diria: imposto!) pelos sucessivos governos.
Trata-se de um modelo que, no público ou no privado, não apela à participação dos trabalhadores que ficam reduzidos à mera função de executantes/cumnpridores de objectivos para os quais nunca foram ouvidos.
Este modelo sócio-económico acaba por ter uma correspondência política num conceito de democracia meramente formal e hiper-parlamentarizada.
Este modelo domina na União Europeia e teve também a sua expressão mais requintada na chamada "Constituição Europeia" que querem agora ressuscitar ... precisamente aqueles que foram derrotados em França e na Holanda. Parece que não aprenderam!
A União Europeia precisaria de ser refundada em caminhos completamente diferentes das concepções neo-liberais ou meramente estatistas.
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