tribuna socialista

quarta-feira, março 02, 2011

JORNADAS ANTI-CAPITALISTAS: HÁ ECONOMIA PARA ALÉM DA DITA "ECONOMIA DE MERCADO" ...

"A crise que atravessa o mundo não é um desastre natural nem um acidente de percurso. Faz parte, como outras que a precederam, dos próprios mecanismos do sistema capitalista em que vivemos. Quando os negócios perdem rentabilidade e os investimentos deixam de gerar os lucros necessários, a crise torna-se um pretexto para baixar salários, privatizar bens ou serviços essenciais (água, energia, saúde, educação), reduzir direitos e conceder mais privilégios aos privilegiados.

Depois de vários governos terem injectado fundos públicos (pagos pelo contribuinte) no sistema financeiro – para cobrir os prejuízos provocados pela especulação no sector imobiliário – o problema da dívida pública ganhou uma importância decisiva. Esse mesmo sistema financeiro cobra agora juros cada vez mais elevados aos Estados, pelos empréstimos de que estes necessitam para relançar as respectivas economias e assegurar o seu funcionamento. Os «mercados» procuram compensar as suas perdas através da dívida pública e os governos agem por sua conta, impondo políticas de austeridade e fazendo os trabalhadores pagar a crise.
A luta contra o pagamento da dívida é um dos elementos essenciais da resistência às imposições da alta finança mundial. Recusamos-nos a pagar para manter o capitalismo agarrado à máquina. Por todo o lado se formam grupos, movimentos e organizações para juntar esforços nesse sentido, superando o isolamento nacional e colocando a questão no plano internacional.

É tempo de começar a fazê-lo, também aqui."

(in, http://jornadasanticapitalistas.wordpress.com/)

2 comentários:

Anónimo disse...

De: Zé T. - 4.3.2011 em http://luminaria.blogs.sapo.pt


Dos ''mercados/BANGSTERs'' gananciosos ao ''PÃO-e-CIRCO'' desmobilizador da UNIÃO dos Cidadãos, Governos e U.E.

Com ou sem FMI+FundoEuropeu, há alguns aspectos a fixar:

- É/são o/s Governo/s (+ a A.R. que o valida) quem assina os empréstimos/dívidas, os ''acordo''s, os ''PEC'', i.e. são os Nossos representantes políticos que tomam as decisões/medidas ...

- As medidas serão sempre e cada vez mais custosas, ... e a ''doer'' mais para uns do que para outros
(sendo claro que os que nada têm, nada perdem;
os que têm muito têm formas de o esconder sob esquemas ''legais'' de fuga ao fisco ou em empresas/contas offshores;
restam os pagantes, aqueles que têm alguma coisa - classe média e suas subclasses, principalmente os trabalhadores por conta de outrém, os a ''recibo verde'', os reformados, os pequenos empresários, naquela parte do negócio em que não puderem fugir ao fisco...).

- Os ''mercados'' i.e. os especuladores, os ''BANGSTERS'' (gangsters e piratas financeiros), vão continuar a querer ganhar mais dinheiro e vão continuar a especular, comprar e vender, a jogar /alimentar o seu ganancioso vício sanguinário,
seja com títulos de ('tesouro' de) estados ''soberanos'', seja com 'bonds'/obrigações, seguros, moedas ( € £ $ ...), metais, petróleo, alimentos, medicamentos, guerras ... não tendo em consideração éticas, políticas, povos, estados, ... - o dinheiro não tem côr nem Pátria nem Lei !

- Os ''mercados/bangsters'' são piores que vampiros e sangessugas ... e fazem sangue, sangue, sangue, dor, dor, dor, ... enquanto ninguém se LHES OPÔR com força suficiente.

- E é aqui (com uma oposição concertada e global aos ''mercados'') que verdadeiramente se deve atacar (pois os ''remendos''/pensos'' dos PEC, austeridades e empréstimos, não curam a ferida e levam-na à gangrena !!), ...
mas para isso é necessário muita força/vontade política, é necessária Diplomacia e UNIÃO, especialmente daqueles que mais são atingidos pela ''crise'' dos ''Bangsters/mercados'' e pela Injustiça.

E para se obter a UNIÃO dos grandes para actuar com LEIS e POLIÍTICAS determinadas é necessário UNIR (sob uma causa ou um mínimo denominador comum), toda um conjunto de grupos e cidadãos, e que se MANIFESTEM activamente.
É necessária:

- União no Mundo (ONU, CS, OCM, ...) e/ou nos grandes blocos regionais OCDE, União Europeia, G20, G8, ...

- União nos países/estados da UE, principalmente os mais atingidos da 'Eurolândia' e os que o irão ser a seguir: GIPS + Itália, Bélgica,...+ Bálticos, Leste, ...

- União dentro de cada país (em torno de partidos/ movimentos/ sindicatos/ associações cívicas, independentes, eleitores...) que exijam políticas e medidas que favoreçam o Emprego e a Comunidade, que combatam os ''mercados/Bangsters'', os ''offshores'' e a fugas ao Fisco, a Fraude, a Corrupção, o Nepotismo e a falta de Transparência, ... e a Injustiça.

- União dos cidadãos em torno das grandes questões político-económicas, rejeitando quem os quer comprar com ''migalhas-e-promessas'', rejeitar quem os quer DIVIDIR e ANESTESIAR ... com ''pão-e-circo'', com tricas, com técnicas esquemas particularismos/ preciosismos desmobilizadores e de desunião.

Anónimo disse...

Ser contra os mercados é um pouco como ser contra a gravidade... Os mercados não foram inventados por ninguém, o mercado existe desde que o primeiro troglodita trocou uma pele de urso por três arcos e flechas...

O problema nunca foram os mercados, enquanto mecanismos económicos, mas sim a posse privada dos meios de produção e a manipulação dos mercados por quem detiver meios financeiros suficientes.

A resposta a essa manipulação é a socialização dos meios de produção pela entrega aos trabalhadores da posse e do controlo das empresas onde trabalham, e pela socialização da banca. Uma vez isso feito, não há nenhuma razão para querer acabar com os mercados.

Quando a esquerda se propõe acabar com os mercados está a liquidar toda a credibilidade que poderia ter.

Nuno Cardoso da Silva