Será que Manuel Alegre quer, a todo o custo, passar à 2ª volta? Nem que, para isso, tenha de piscar o olho à direita?
No portal da candidatura de Manuel Alegre, intitulado frase do dia, o candidato presidencial admite, caso fosse eleito, que pediria conselhos sobre finanças a Cavaco Silva!... Como se as crises nas finanças públicas tivessem um único remédio. Como se, da direita à esquerda, dos liberais aos socialistas, a receita fosse sempre a mesma!
Manuel Alegre parece que só tem discurso socialista e de esquerda, quando faz declarações do cimo de uma tribuna. Quando está em confronto directo com os seus adversários políticos, parece que fica mais preocupado em descobrir consensos em vez de afirmar a sua diferença política e afirmar-se como alternativa.
Outro aspecto preocupante é afirmar que, caso não seja eleito, quando voltar ao estatuto de militante do PS e de deputado, não será oposição ou não desenvolverá nenhuma acção que o diferencie da direcção do seu partido. Sendo assim, parece que a intervenção nas presidenciais se resume a uma espécie de participação num jogo sem quaisquer consequências políticas.
É mau que assim seja! Até porque os militantes do PS não esquecem que Manuel Alegre, a seguir ao último Congresso socialista e depois de ter prometido organização interna dos que o apoiaram, nada fez! Nada organizou, e, inclusivamente, assistiu-se ao espectáculo de ver os seus mais mediáticos apoiantes a aceitarem lugares governamentais ou outros políticamente demonstrativos que, afinal, não havia qualquer corrente no PS, alternativa à direcção liberal de Sócrates.
A candidatura de Manuel Alegre afirmou-se como uma candidatura transversal à esquerda. Sem aparelhos partidários, essa transversalidade seria um trampolim importante para a afirmação de um projecto unitário à esquerda saído da vontade de cidadãs e cidadãos, de militantes e de eleitores que querem aprofundar a democracia numa perspectiva claramente diferenciadora do liberalismo e da direita.
Mas a realidade da acção concreta do candidato Manuel Alegre, demonstra que a transversalidade tem estado a ser aproveitada no sentido oposto, ou seja, da abstracção, da não afirmação de uma alternativa!
Manuel Alegre: assim não!
1 comentário:
Subscrevo na íntegra!
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