Seria talvez mais próprio de socialistas libertários evitar imagens ofensivas para os fieis de uma qualquer religião. O humor que é deliberadamente ofensivo, deixa de ser humor para ser agressão.
É sempre muito discutível quando é que se entra no domínio das "imagens ofensivas para os fieis de uma qualquer religião". Defendo dois direitos que devem existir e saber conviver lado a lado: o direito a professar-se uma religião (qualquer que ela seja) e o direito a não se professar qualquer religião (propositadamente não falo em ateísmo ou agnocidade). Hoje em dia, e nos países onde se confunde religião maioritária com religião do próprio Estado, torna-se muito importante lembrar o direito de não se seguir qualquer religião! O humor, meu caro camarada, só é ofensivo para quem não estiver disposto a enfrentá-lo com fair-play ... Os socialistas libertários foram históricamente muito maltratados, por exemplo, na revolução espanhola pelo clericalismo castelhano ... Abraço, João Pedro Freire
O direito a não se professar qualquer religião não se transforma automaticamente no direito de ofender os sentimentos religiosos de quem os professar. E quanto a fair-play, terias tu o fair-play de rir perante uma montagem fotográfica que mostrasse um dos teus familiares mais próximos a ser, por exemplo, sodomizado? O exemplo pode ser extremo, mas a minha intenção é a de chamar a atenção para actos ofensivos que nunca, mas nunca, poderão ser admissíveis, por muito fair-play que se tenha. Se a nossa argumentação precisa desse tipo de "humor" é porque há qualquer coisa de frágil nas nossas convicções.
Não estou nada de acordo contigo e o teu exemplo é, no mínimo, descontextualizado !
Tenta descobrir em muitas revoluções como foi usado o humor. Depois gostaria de te lembrar que no processo de luta de classes, o humor é também usado, às vezes, de forma que se pode considerar "violenta"! ... mas a luta de classes é também uma guerra e em qualquer guerra os processos são sempre dramáticos! Meu caro Nuno, a religião, qualquer que ela seja, continua a ser um ópio para o povo (qualquer que ele seja!) ... Abraço, João Pedro Freire
Há uma diferença entre violência - ou força - e bestialidade. Se tivéssemos de recorrer a esta para fazer a revolução, talvez ela estivesse condenada à partida. Mas enfim, nestas coisas ou se sente ou não se sente... E não basta condenar o estalinismo para se estar livre das suas taras...
Caro Nuno, Decididamente não estamos mesmo de acordo. Tenho o máximo respeito, como já disse, pela liberdade religiosa. Tal como tenho pela liberdade de se criticar as diversas Igrejas. O que,muitas vezes, é só reconhecido formalmente pelas hierarquias religiosas (de todas as religiões). O humor, neste caso, tem por objectivo denunciar e criticar a hipocrisia das Igrejas, que se arvora, quase sempre, em "guardiões" dos "bons costumes" e da "moral", quando não defendem mesmo serem os "únicos" detentores dessas qualidades. Passando das hierarquias religiosas aos políticos que usam e abusam as ligações às Igrejas (habitualmente à direita), então o cenário é ainda mais nojento e a critica e o humor devem ser, na minha opinião, mais mordazes e incisivos. Volto a dizer que não vejo, no clip que acompanha o tema do José Mário Branco qualquer aspecto de "bestialidade" ou outra coisa qualquer do género. Não percebo em que parte desta questão é que entra a questão do "estalinismo"!!!! Por falar em socialistas libertários, convido-te a veres com atenção o filme "Terra e Liberdade", de Ken Loach. Podes utilizar o link que está na coluna do lado esquerdo do Tribuna Socialista. Abraço, João P Freire
6 comentários:
Seria talvez mais próprio de socialistas libertários evitar imagens ofensivas para os fieis de uma qualquer religião. O humor que é deliberadamente ofensivo, deixa de ser humor para ser agressão.
(P.S. - Não sou católico)
Caro Nuno,
É sempre muito discutível quando é que se entra no domínio das "imagens ofensivas para os fieis de uma qualquer religião".
Defendo dois direitos que devem existir e saber conviver lado a lado: o direito a professar-se uma religião (qualquer que ela seja) e o direito a não se professar qualquer religião (propositadamente não falo em ateísmo ou agnocidade). Hoje em dia, e nos países onde se confunde religião maioritária com religião do próprio Estado, torna-se muito importante lembrar o direito de não se seguir qualquer religião!
O humor, meu caro camarada, só é ofensivo para quem não estiver disposto a enfrentá-lo com fair-play ...
Os socialistas libertários foram históricamente muito maltratados, por exemplo, na revolução espanhola pelo clericalismo castelhano ...
Abraço,
João Pedro Freire
O direito a não se professar qualquer religião não se transforma automaticamente no direito de ofender os sentimentos religiosos de quem os professar. E quanto a fair-play, terias tu o fair-play de rir perante uma montagem fotográfica que mostrasse um dos teus familiares mais próximos a ser, por exemplo, sodomizado? O exemplo pode ser extremo, mas a minha intenção é a de chamar a atenção para actos ofensivos que nunca, mas nunca, poderão ser admissíveis, por muito fair-play que se tenha. Se a nossa argumentação precisa desse tipo de "humor" é porque há qualquer coisa de frágil nas nossas convicções.
Caro Nuno,
Não estou nada de acordo contigo e o teu exemplo é, no mínimo, descontextualizado !
Tenta descobrir em muitas revoluções como foi usado o humor. Depois gostaria de te lembrar que no processo de luta de classes, o humor é também usado, às vezes, de forma que se pode considerar "violenta"! ... mas a luta de classes é também uma guerra e em qualquer guerra os processos são sempre dramáticos!
Meu caro Nuno, a religião, qualquer que ela seja, continua a ser um ópio para o povo (qualquer que ele seja!) ...
Abraço,
João Pedro Freire
Há uma diferença entre violência - ou força - e bestialidade. Se tivéssemos de recorrer a esta para fazer a revolução, talvez ela estivesse condenada à partida. Mas enfim, nestas coisas ou se sente ou não se sente... E não basta condenar o estalinismo para se estar livre das suas taras...
Um abraço
Nuno
Caro Nuno,
Decididamente não estamos mesmo de acordo.
Tenho o máximo respeito, como já disse, pela liberdade religiosa. Tal como tenho pela liberdade de se criticar as diversas Igrejas. O que,muitas vezes, é só reconhecido formalmente pelas hierarquias religiosas (de todas as religiões).
O humor, neste caso, tem por objectivo denunciar e criticar a hipocrisia das Igrejas, que se arvora, quase sempre, em "guardiões" dos "bons costumes" e da "moral", quando não defendem mesmo serem os "únicos" detentores dessas qualidades.
Passando das hierarquias religiosas aos políticos que usam e abusam as ligações às Igrejas (habitualmente à direita), então o cenário é ainda mais nojento e a critica e o humor devem ser, na minha opinião, mais mordazes e incisivos.
Volto a dizer que não vejo, no clip que acompanha o tema do José Mário Branco qualquer aspecto de "bestialidade" ou outra coisa qualquer do género.
Não percebo em que parte desta questão é que entra a questão do "estalinismo"!!!!
Por falar em socialistas libertários, convido-te a veres com atenção o filme "Terra e Liberdade", de Ken Loach. Podes utilizar o link que está na coluna do lado esquerdo do Tribuna Socialista.
Abraço,
João P Freire
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