afinal o que vale uma maioria social de esquerda se essa maioria nunca tem expressão política ?
Nas autarquias, as esquerdas continuam em maioria em relação à direita! Mas porque as direcções partidárias continuam com os seus problemazinhos subjectivos, a maioria dos eleitores de esquerda têm de recorrer ao chamado "voto útil" para evitar que a direita e/ou o populismo triunfe.
Continuou a ser assim, nos principais centros urbanos do País. Por isto, o Bloco de Esquerda e a CDU foram fortemente penalizados!
Quem vota à esquerda - e aqui considera-se esquerda, o PS, o BE, a CDU e o PCTP, por exemplo! - tem sempre um sentido político muito mais apurado e muito mais prático que os meandros dos raciocinios dos dirigentes dos principais partidos de esquerda!
A gente das esquerdas sabe o que tem de fazer quando está em causa a sua própria vida: no dia-a-dia unem-se nas lutas sociais, na altura de votar, não esperam que as direcções partidárias resolvam ou não unir-se, unem-se eles mesmo, concentrando o voto na esquerda que mais depressa garante que a direita não chega ao poder!
Este sentido prático (que nem sempre resulta, infelizmente!) deveria estar presente em todas as estruturas partidárias das esquerdas, para que algo mudasse! E mudasse com a criação de condições para dar expressão política à maioria social de esquerda!
É completamente absurdo, como algumas mentes sectárias teimam em repetir à esquerda, que a unidade das esquerdas não se concretize porque uns entendem que só pertence a outros o monopólio das "cedências à direita" ou das políticas que "não são verdadeiramente de esquerda"!
Não há nenhuma corrente de esquerda que esteja, em pleno século XXI, "pura" ou "limpa" quanto a erros, maiores ou menores, cometidos. Este também seria um bom ponto de partida para se mudar a cultura de diálogo à esquerda!
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