tribuna socialista

quarta-feira, outubro 06, 2010

GREVE GERAL: TODAS E TODOS SOMOS IMPRESCINDÍVEIS !

As direcções da CGTP e da UGT vão estar reunidas (ou já estiveram?) para ver se chegam a acordo quanto à sua convergência na organização da Greve Geral marcada para 24 de Novembro.

A possibilidade de unidade de todas e todos os trabalhadores, seja qual for o seu sindicato, a sua simpatia política, a sua nacionalidade, ... , é mobilizadora e deveria ser um objectivo para o qual se deveria, desde já, estar a trabalhar. O êxito de uma Greve Geral depende dessa possibilidade de convergência social e laboral.

Uma reunião entre as direcções da CGTP e da UGT, para "negociarem" uma convergência, parece ser já, muito pouco mobilizador ... os trabalhadores não entendem muito bem, como é que, perante tanto desemprego, tanta precariedade, tanto atentado às prestações sociais, tanta austeridade, ainda é preciso as direcções da CGTP e da UGT calcularem, negociarem, decidirem se podem ou não fazer a Greve Geral em conjunto.

É certo que qualquer sindicato, qualquer Central Sindical, têm hoje, perante o pensamernto único neo-liberal existente, muitos obstáculos a vencer. A sua acção não é fácil! Mas essa dificuldade, por parte dos sindicatos, parece ser sempre agravada por culpa das suas direcções, as quais, nos momentos decisivos, ficam sempre muito dependentes das suas ligações partidárias e do que as suas direcções partidárias determinam.

Não há problema nenhum que as direcções sindicais possam ter determinadas simpatias partidárias. O problema é que os partidos a que pertencem, parecem preocupar-se muito mais com o jogo parlamentar e esquecem-se do papel decisivo, determinante, estratégico que deveria ter a participação activa no processo de luta de classes, em todas as lutas sociais.

Uma Greve Geral não é só um momento de reinvindicação pontual. É um momento estratégico de exigência política, a partir do movimento social. Em 24 de Novembro, quando se exigirem outras políticas, o fim das actuais politicas de austeridade, estaremos, todas e todos os que participarem nessa Greve Geral, a lutar por uma alternativa política, social e económica ao governo que temos e uma outra Europa, na qual, a participação democrática e universal dos seus cidadãos seja uma realidade!

Trabalhadores de todo e qualquer sector de actividade, CGTP e UGT, sindicatos não filiados em qualquer central, comissões de trabalhadores, associações populares, partidos políticos que queiram aderir, ... , todas e todos somos IMPRESCINDIVEIS !

2 comentários:

Anónimo disse...

Para lá da mobilização dos trabalhadores - que é sempre importante em si mesma - seria preciso que a greve geral fosse um momento de reivindicação concreta, e não apenas de apelos contra os planos de austeridade. A exigência de impostos alternativos sobre as mais valias financeiras e sobre os dividendos; a imposição de uma poupança forçada sobre esses mesmos dividendos, sob forma de distribuição de 50% desses dividendos em títulos do tesouro, que ajudassem a financiar a dívida pública em Portugal, e não no estrangeiro; a declaração da actividade bancária como uma actividade sem fins lucrativos, com devolução aos clientes da banca desses lucros bancários; nacionalização ou mutualização de toda a banca e seguros; direito dos trabalhadores a exercerem uma opção de controlo sobre as empresas declaradas em falência ou em vias de deslocalização para fora do espaço da União Europeia; reduções fiscais para cooperativas e empresas em auto-gestão, etc., são apenas alguns pontos de um caderno reivindicativo que deveria ser apresentado na altura da greve geral. Ficarmo-nos pelo simples protesto não leva a lado nenhum.

Nuno Cardoso da Silva

Paco Fernández disse...

He divulgado este texto en http://luxemburgism.forumr.net/news-noticias-actualites-f13/greve-geral-todas-e-todos-somos-imprescindiveis-t765.htm#3169
Espero que esa jornada suponga otro paso importante en la lucha contra la crisis desde una perspectiva proletaria, y contra quienes pretenden hacernos pagar a los proletarios esa crisis.
SALUD