A direita vai às eleições unida ou separada? A questão deverá ser antes: como é que o governo de direita (versão Barroso ou Santana com denominador Portas!) vai ser julgado nas eleições de 20 de Fevereiro de 2005, só PSD, só CDS ou PSD/CDS? É indiferente! Tanto faz ...
Mais importante é saber que alternativa aos partidos da direita governamental têm os portugueses , em especial aqueles que sofreram e souberam opor-se ás políticas do governo de direita?
Em matéria de oposição ao governo de direita houve uma resposta popular que não olhou a partidos. A oposição foi sempre unitária. Espontaneamente unitária!
Quando se passa às eleições, mesmo aqui, há respostas que continuam a ser unitárias, conscientemente unitárias!
Explicamos: no plano nacional, a resposta alternativa aos partidos de direita faz-se com a concentração de votos no partido à esquerda que mais fácilmente pode atingir o governo. Esse partido é o Partido Socialista! Mas o voto no PS não significa, no plano nacional, o voto só de socialistas ou de simpatizantes do PS. É um voto unitário que agrupa todos aqueles que querem desalojar a direita do governo. Esta realidade (que é uma realidade!) tem de ser compreendida pela direcção do Partido Socialista.
A mais que possível e desejável maioria absoluta do Partido Socialista representa a convergência diversa de votos não só socialistas! Essa maioria social que rejeitará políticamente o governo e as políticas de direita deveria ter tradução política num novo governo liderado pelo Partido Socialista. Ou seja, uma maioria absoluta do PS deveria traduzir-se num governo socialista com ministros que traduzissem a diversidade convergente dos votos no PS, como forma também de assegurar um quadro político favorável à concretização de profundas reformas democráticas, sociais e económicos num sentido que corte com a lógica liberal que dominou os últimos anos.
O Partido Socialista tem objectivamente uma grande responsabilidade: é nele que estão concentradas as esperanças da maioria social que quer afirmar um clamoroso BASTA às políticas de direita e da direita. Mas é também no Partido Socialista que estão concentradas gigantescas expectactivas quanto às políticas que um seu governo implementará: ninguém esquece as alianças do PS com o CDS, do PS com o PSD e de Guterres com alguns lobbies económico-financeiros! Experiências desastrosas mesmo que pintadas com justificações patrioteiras ... Todos queremos que agora o PS no governo reedite, pelo menos, a coragem e a vontade de políticas como a implementação do Rendimento Mínimo Garantido.

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