Durão Barroso, o actual presidente da comissão europeia e antigo maoísta, volta a defender os principios da chamada "coexistência pacífica", a propósito dos jogos olimpicos a realizar no seu antigo farol terreno, a China!
A "coexistência pacífica" revelou-se nos tempos da chamada guerra fria como uma espécie de invenção estalinista para criar uma espécie de "equilíbrio" entre os países de orientação estalinista e as democracia liberais ocidentais. Um equilibrio do tipo "eu não te incomodo, mas tu também não me incomodas", para assim o dito "socialismo num só país" vigorar para sempre, nunca incomodando as democracias liberais capitalistas ... ou seja nada mudando!
Durão Barroso, agora a propósito dos direitos humanos na China, defende "que a Europa deve ser "firme" no diálogo com a China sobre os direitos humanos, mas alertou que esta não pode ser isolada". Ou seja, firmeza no palavreado para os media, mas diplomacia para não melindrar os ditadores neo-estalinistas da China. Como, quase sempre acontece nos jogos diplomáticos, as mudanças provocam-se a passo de caracol, para que o tempo se encarregue de as fazer esquecer!
A posição de Durão Barroso é também uma provocação a todas as chinesas e chineses que lutam na China por uma abertura democrática e por liberdades democráticas, já que esta luta tende sempre a ser ignorada ou desprezada pela chamada diplomacia internacional que não quer perturbar os ditadores neo-estalinistas do monstro económico que é a China.
Nem Durão Barroso, nem qualquer governo no plano internacional, conseguem negociar com a China condições de liberdade durante a realização dos jogos olimpicos. O máximo que conseguirão será uma espécie de liberdade relativa e provisória a que se seguirá, após o encerramento dos jogos, ao retomar da mesma repressão e das mesmas perseguições que acontecem diáriamente na China.
As manifestações de protesto que acontecem agora por onde passa a chamada chama ou tocha olímpica, são uma forma de demonstração de verdadeira solidariedade com os que são perseguidos e oprimidos no interior da China. E, quase sempre, a resposta dos governos dos países por onde passa é a repressão e a declaração governamental de desejo de "boas relações" com o governo chinês.
Pela nossa parte, o dito espírito olímpico (será que ainda existe? será que a globalização liberal ou qualquer totalitarismo o conseguem aplicar ou preservar?) é incompatível com um país onde as liberdades democráticas são abafadas e reprimidas, onde não há pluralismo político (da esquerda à direita), onde o governo pretende produzir automatos em vez de cidadãos ...
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