Ao todo serão 900 trabalhadores atirados para o desemprego ou para "soluções" (?) onde a precariedade e a insegurança estarão sempre presentes. O fecho da Yazalki Saltano e da Delphi não é algo inesperado, mas um sinal claro de que o actual modelo sócio-económico nada tem a ver com referenciais de estabilidade no emprego e/ou de preocupação social. A diminuição dos lucros empresariais continua a ser a variável que determina o fecho e/ou a deslocalização de empresas. De notar que as direcções das referidas empresas, falam na necessidade, não de evitar prejuízos, mas antes de evitar mais perdas de lucros!
O modelo neo-liberal impede, nas empresas, qualquer participação dos trabalhadores na sua gestão. Tal como, no plano político, impede que haja maior participação cidadã na discussão das políticas. Trabalhadores e cidadãos só podem arcar com as consequências de um modelo que impede qualquer discussão de assuntos que são considerados como sendo "área exclusiva" de técnicos, de gestores e de políticos...
A reacção da direcção do PSD e a reacção do governo Sócrates são a resposta, em ritmos diferentes, de quem acaba por defender "soluções" (?) dentro de um modelo sócio-económico que demonstra ciclicamente (com ciclos mais frequentes!) a sua falência social e até económica.
A discussão entre o PSD e o PS representa mais uma cena dos debates parlamentares que ilustram uma democracia crescentemente formal. Nada resolvem e limitam-se a reapresentar soluções que já falharam.
As falências e as deslocalizações impõem uma discussão séria sobre o modelo de sociedade alternativo ao actual neo-liberalismo, nas suas versões social, económica e política. É claro que é sempre urgente arranjarem-se soluções para quem fica no desemprego. Mas, é também urgente que as correntes sociais e políticas que falam em nova sociedade, expliquem que modelo alternativo conseguem propor. Através de acções que despertem consciência social e política de mudança!
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