SE há algo que as sucessivas burlas bancárias têm mostrado sem filtros, esse algo é a vida dupla dos administradores dos bancos ... gostam de se afirmar como exemplos para o comum das pessoas, mas fora dos holofotes dos media, nos meandros dos bastidores das gestões empresariais, fazem trinta por uma linha, não olham a meios, adoptam o principio de que o cumprimento da lei é para os outros ... Algo comparável a vicios privados e públicas virtudes!
Mas essa vida dupla, não é exclusiva dos gestores bancários ... as notícias que se sucedem, mostram também que não há fronteiras entre os negócios empresariais e os políticos que só se lembram das pessoas quando essas pessoas se reduzem a eleitores!
Lucros a qualquer preço, gestões danosas e habilidosas, promiscuidade entre políticos, futebol, empresas e o que mais se imagine, é algo que só acontece porque esta democracia é formal, reduz-se à letra e cultiva a distancia (grande, quanto maior melhor ...) entre quem "só" decide e quem é relegado ao plano de "só" executar o que foi decidido.
No aparelho de Estado que este formalismo democrático vive, surgem orgãos que só servem para consolidar esse mesmo formalismo democrático. É o caso do Conselho de Estado! Existe à margem da vontade democrática, existir ou não existir ninguém sentiria coisíssima nenhuma.
Dirão alguns dos partidários da sua existência, que é um orgão de "aconselhamento" (estamos todos muito sensibilizados com os doutos conselhos que, anos após anos, têm dado aos sucessivos Presidentes, isto para não falarmos nos resultados desses conselhos ...) do Presidente da Republica. Atente-se no exemplo desse conselhereiro de Estado que dá pelo nome de Dias Loureiro. Foi nomeado pelo Presidente Cavaco, está metido até ao pescoço no caso BPN, pelos vistos terá sido disléxico (!) na versão que contou ao Parlamento sobre os tempos em que foi administrador do BPN ... não se demite do "Conselho de Estado", o seu amigo Cavaco Silva não o afasta do dito "Conselho" e, nós os que andamos cá por baixo a apanhar com a crise, o que é que podemos fazer? Como sempre, esperar que Suas Excelências cozinhem as suas "verdades" e as suas relações pessoais nessas "verdades" ...
O Conselho de Estado não serve para NADA! Para já afaste-se Dias Loureiro, mas aproveite-se para acabar com esse furunculo que é o Conselho de Estado ...
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