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quarta-feira, dezembro 02, 2009
TRATADO DE LISBOA: A TEIMOSIA DOS GOVERNOS!
Com toda a pompa, os governos europeus, com o de José Sócrates a fazer de mestre das cerimónias, lançaram os foguetes, apanharam as canas e fizeram uma festa que passou ao lado de todos os europeus: a entrada em vigor do chamado "Tratado de Lisboa".
Este Tratado não altera o caracter profundamente anti-democrático da construção europeia dinamizada pelos governos e só pelos governos europeus.
Dando mais uns poderzitos ao desvalorizado Parlamento Europeu, o Tratado de Lisboa mantém os que vivem e trabalham no espaço europeu, à margem da construção europeia. Este Tratado fica com esse exemplo de abandalhamento da consulta popular que foi o caso Irlandês, com a repetição de um referendo que tinha dado vitória ao "não" ao Tratado de Lisboa. Os governos europeus, numa atitude de força pelo facto de serem governo, obrigaram (é o termo, entre ameaças de um futuro "negro" se o voto desse novamente "não") o povo irlandês a votarem segunda vez para um mesmo fim! Será que não haveria terceiro referendo se o resultado tivesse dado novamente "não" ?...
Sócrates, Durão Barroso, Zapatero, Sarkozy, Berlusconni ... não se livram de ficarem para a História como os responsáveis por mais um adiamento de uma construção democrática de uma Europa que não pode desprezar a opinião e a vontade dos que nela vivem e trabalham, e, que querem ver os seus direitos sociais, democráticos e culturais reconhecidos e praticados!
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2 comentários:
Eu também sou crítico da forma como a UE se está a construir. Mas...
1º - Qualquer melhoria é bem-vinda. Se o Tratado de Lisboa é melhor do que o Tratado de Nice (quanto mais não seja por causa do aumento de poderes do Parlamento Europeu) então é bom que ele tenha sido ratificado. Não obstante se desejar que um futuro Tratado seja muito melhor do que este. Trabalhe-se para isso.
2º - Um país não pode travar um processo desejado (pelo menos pelos governos) pelos outros 26 países. Se os irlandeses voltassem a rejeitar o Tratado de Lisboa, o lógico seria que a Irlanda abandonasse a UE. O segundo referendo foi uma oportunidade para os irlandeses decidirem se sair da UE era preferível a aceitar o tratado, ou o contrário. Aparentemente os irlandeses acharam que, mesmo não sendo grande coisa, aceitar o tratado era melhor do que sair.
3º - Todos os que não estão satisfeitos - e eu não estou - devem organizar-se, divulgar as suas ideias, e votar nas eleições nacionais e europeias de forma a conseguir as alterações na UE que achamos que devem ser feitas. Se não formos capazes de o fazer é porque a nossa opinião será minoritária. Mas basta de choraminguices.
Caro Nuno,
A questão fundamental é: os cidadãos europeus continuam a não ser sujeito na construção europeia. Os governos fazem tudo e mais alguma coisa, para conseguirem os seus objectivos, estando-se nas tintas (é o termo!) para a vontade democrática dos que vivem e trabalham no espaço Europeu.
Qualquer melhoria é benvinda. É sim senhor! Mas tenho a impressão que algumas "melhorias" servem, tão-só, para evitar que a solução politica mais correcta seja encontrada. E neste caso, os governos lá deram os poderzitos mais ao PE ... fica por atingir a possibilidade de um Parlamento Europeu eleito universalmente e com poderes constituintes.
Estou também convencido que é tempo das esquerdas europeias - principalmente aquelas que se definem como socialistas e anti-capitalistas! - começarem a olhar para as eleições europeias com mais ambição e com mais determinação políticas!
Não chega o voto nas eleições nacionais.
João Pedro Freire
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