Fernando Nobre, o fundador da Assistência Médica Interncional, vai ser candidato à Presidência da Republica.
Não se conhecendo ainda o seu programa de candidatura nem os apoios que esse programa originará, Fernando Nobre aparece, para já, com algumas mensagens politica e socialmente interessantes de apelo à cidadania e a "correr por fora" em relação ao politiquês português.
Nas primeiras declarações de Fernando Nobre, há muita semelhança com a última candidatura presidencial de Manuel Alegre. Alegre também apelou à cidadania, também se apresentou para além dos partidos, e, isso, como é sabido, motivou a tal adesão de um milhão de votos.
A sociedade portuguesa precisa, de facto, de muitas lufadas de ar fresco que tragam mais participação popular e cidadã e que questionem o afunilamento, a opacidade, o culto do "chefe", a transformação em agências de emprego para amigos, em que os partidos têm caído, contribuindo para uma democracia crescentemente formal e hiper-parlamentarizada.
Mas a sociedade portuguesa precisa de muito mais. Precisa também de uma nova dinâmica social e politica que ponha em causa um período longo de politicas neo-liberais, de ataque aos serviços públicos , de resregulamentação de tudo, de desvalorização permanente do factor Trabalho.
Um Presidente da Republica não é eleito para governar. Mas pode influenciar e muito uma governação. E, neste momento, um Presidente com aquelas preocupações poderia ter um outro tipo de intervenção, de influência, sobre um governo de um partido formalmente de esquerda, mas que vive sistemáticamente alinhado/aninhado à direita, tendo um Parlamento com espaço para se situar à esquerda!
Para isto, os apoios que uma candidatura presidencial consegue reunir, também são um sinal sobre o que poderá fazer no futuro próximo se vier a ser vitoriosa. Esta é a expectativa relativamente a qualquer candidatura que critique os mecanismos económicos, sociais e politicos do neo-liberalismo dominante!
2 comentários:
Ana Gomes denunciava há dias um jovem seu correligionário, aparentemente sem um distinto “curriculum”, ao qual lhe foi oferecido um “lugar” no qual auferia duns 2,5 milhões de euros anuais, grosso modo o equivalente a 360 vencimentos mínimos anuais… ou “mais que o marido havia ganho em 40 anos como alto quadro do Estado”… Se é este tipo de imoral que Fernando Nobre pretende combater, então tem um delicado trabalho pela frente, pois os interesses instalados precisam de uma grande vassourada… mas face ao limitado poder dum Presidente da Republica, torna-se difícil entender como é que pretende “levar a carta a Garcia”…
Quaisquer que sejam as dúvidas, uma candidatura fora do espectro partidário, de alguém que já deu sobejas provas de que sabe o que é ser-se solidário e que combaterá a exclusão social, é, para mim, mais do que suficiente. Vou dar o meu apoio total à candidatura do Dr. Fernando Nobre.
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