O mais estranho é que este termo "Estado Social" é usado, sem preocupações de correctas ou incorrectas definições, da direita à esquerda.
José Sócrates, um dos que mais atentou contra o tal "Estado Social", tornou-se súbitamente um "paladino" da sua defesa ...
Mas o próprio PSD, já justifica a sua proposta de revisão da Constituição, como uma proposta para "defender" o "Estado Social" ...
Na nossa perspectiva, o Estado só será social se assentar, quanto à sua organização, numa profunda democracia directa e participativa, única forma de garantir alguma transparência para um aparelho que, no século XX, é, muitas vezes, algo que fica acima de qualquer realidade social, sendo dominado por burocratas sem cara.
Só uma organização democrática que permita a livre participação, pode garantir o desenvolvimento de medidas e de políticas sociais caracterizadas também pelo principio da auto-iniciativa, da cooperação e da solidariedade.
Um Estado social fomenta também, de uma forma crescente, formas de economia social e solidária e fomenta a auto-gestão social como forma de diminuir e extinguir um aparelho estatal burocrático, opaco e imune a qualquer transformação política e social.
O "Estado Social" falado indistintamente pelas direita e esquerdas parlamentares é uma abstracção, é um aparelho dominado por burocratas sem cara.
Numa perspectiva socialista libertária, quanto mais social é Estado, menos aparelho burocrático é. Quanto mais social é o Estado, mais iniciativa social, mais auto-gestão, mais cidadãos participantes e conscientes existem.
Estatizar não é caminho. Socializar é o caminho!
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