tribuna socialista

sexta-feira, agosto 20, 2010

PRESIDENCIAIS: nas esquerdas socialistas e anti-capitalistas pululam posições ... SERÁ POSSÍVEL UNI-LAS ?

As presidenciais não são O momento, mas UM momento politicamente importante para se ver quem leva o SER DE ESQUERDA até ao fim, não se perdendo nem em calculismos nem em jogos entre direcções partidárias.

Numa perspectiva socialista, o importante é o desenvolvimento das lutas sociais, é a intervenção permanente no processo da luta de classes. As eleições, sejam elas quais forem, são momentos importantes para a intervenção social e política, desde que se consiga ligá-las às lutas sociais.

As eleições presidenciais de 2011 são importantes, porque surgem num momento de crise capitalista, com a multiplicação de acções de protesto no plano nacional e no plano europeu. Por exemplo, em 29 de Setembro, está convocado um protesto europeu contra as medidas de austeridade. Será importante saber como é que os candidatos formalmente à esquerda se posicionam perante esse protesto europeu ...

Manuel Alegre, Fernando Nobre e o candidato do PCP representam candidaturas politicamente limitadas. Estão presas ou a compromissos entre direcções partidárias ou a programas políticos que repetem o que já se conhece do jogo parlamentar de mais de 30 anos.

Mas, para além das esquerdas parlamentares, não foi possível, até ao momento, o aparecimento de nenhuma candidatura alternativa que vincasse principios de esquerda, da democracia e do socialismo, claramente anti-capitalistas. As esquerdas à esquerda continuam muito enredadas em jogos de seita que têm levado a pouco e que são também muito pouco percebidos pela imensa maioria dos trabalhadores e dos cidadãos em geral.

Por exemplo, estas duas posições

Tomar a iniciativa por um novo olhar de esquerda

e

Presidenciais: estas escolhas não são escolha

será que não podem iniciar um processo de discussão unitária para se caminhar para uma posição concreta sobre as presidenciais? Ou será que alguma vírgula, algum ponto final, alguma desavença pessoal é motivo para nada se fazer e continuar-se em acções grupusculares?

3 comentários:

COMBATE SOCIAL disse...

É um comentário vulgar, mas poderá dizer-se: "mais vale tarde do que nunca".
Alguns dos companheiros que, em Junho, consideravam "já ser tarde" para avançar" vêm agora propôr união de esforços com vista às presidenciais. Ainda bem que emendaram a mão e reconheceram o erro. Mas, mais agora que antes, subsiste uma dúvida: "já não é tarde?" É que, entretanto, perdeu-se muito tempo e dispersaram-se muitas energias.
Mesmo assim, pela parte que me toca, estou disponível a não questionar uma vírgula ou um ponto final se isso for útil. Mas, obviamente - não estando ligado a fenómenos grupusculares -, não estou disponível para apoiar projectos e candidatos de seita, ou emparceirar em processos de intenção de última hora.

António Alte Pinho

João Pedro Freire disse...

Caro António Pinho,

Seria importante que existisse uma candidatura que vincasse os principios da esquerda, da democracia e do socialismo, da vontade das lutas e dos movimentos sociais. É óbvio que seria importante! Mas essa importância não significa que essa candidatura tenha de surgir a qualquer preço e para além da realidade que existe nesse espaço entendido como "à esquerda das esquerdas parlamentares".
E a realidade que continua a existir é caracterizada por um certo sentir de grupos e mais grupos que, infelizmente, não passam disso. Às vezes nem sequer se falam ...
Um primeiro passo importante para se acabar com o grupismo, seria a possibilidade de os dois grupos (ou mais outros que existam!) que se identificam com os textos que citei, se sentarem à mesma mesa para tentarem produzir uma posição comum que pudesse ser divulgada e difundida. Mas será que isso é mesmo possível?
Caro António Pinho, sabes que da minha parte continuo disponível para isso! Se essa posição comum fosse possível, então talvez fosse também possível avançar-se para a escolha de um nome que personificasse uma candidatura de esquerda, democrática, socialista e anti-capitalista. E teria muito significado que a tal posição comum pudesse conhecer a luz do dia, no dia 29 de Setembro, em plena JORNADA EUROPEIA DE PROTESTO CONTRA AS MEDIDAS DE AUSTERIDADE!
Um abraço,
João Pedro Freire

COMBATE SOCIAL disse...

Eu não sei se há um grupo que se identifica com o texto "Tomar a iniciativa por um novo olhar de esquerda". Se há é uma grande surpresa para mim, mas significa que, mesmo sem previamente o discutir com alguém, de algum modo ele corporisa um certo sentir colectivo - e revela a necessidade de as esquerdas não parlamentares fazerem caminho caminhando.
"Presidenciais: estas escolhas não são escolha", por outro lado, assume-se claramente como a posição de um grupo - e, como o primeiro, releva a necessidade
de tomar a iniciativa.
Estou disponível - como sempre estive - para esse combate. Mas não represento ninguém a não ser a mim próprio.