Sobre a candidatura de Manuel Alegre, Jerónimo de Sousa afirmou, a certa altura, que o PCP tinha sido "marginalizado" ... bem, o passo que a direcção do PCP deu com a escolha de Francisco Lopes para seu candidato, revela que ninguém marginalizou o PCP, foi a direcção comunista que, mais uma vez, se quis marginalizar ...
Francisco Lopes é um sintoma muito preocupante sobre o caminho que o PCP continua a querer seguir nas esquerdas portuguesas: continua a imaginar-se uma "vanguarda" que esquece, sistemáticamente, que existem outras esquerdas e que a unidade se faz na diversidade e no reconhecimento das diferenças.
A proliferação de candidaturas das esquerdas "oficiais" e "parlamentares", mostra também que continua a existir um longo caminho para se desbravar, até se conseguirem espaços de diálogo, de partilha de experiências, de abordagem comum às lutas sociais, entre essas esquerdas. Essas esquerdas "oficiais" até falam em lutas sociais, mas no momento em que deveria surgir unidade na acção, parece que valem outros valores (!) parlamentares ...
Já que as esquerdas parlamentares escolheram este caminho para as presidenciais, porque razão as esquerdas sem dono, sem chefes, sem vanguardas, não tentam mostrar como deveria ter sido?
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