Manuel Alegre não é um Largo Caballero nem um Oskar Lafontaine. Manuel Alegre é sómente um sintoma - importante! - de uma critica socialista de esquerda à direcção sócratica e às políticas neo-liberais do actual governo.
Não obstante existir um movimento alegrista, o MIC, não obstante existir uma corrente alegrista organizada no interior do PS, a OPS!, o certo é que essas duas realidades não foram iniciativa do próprio Manuel Alegre, mas iniciativa de alguns dos seus apoiantes mais impacientes. Como agora, antes da reunião de hoje, outros três alegristas do MIC, publicaram um documento onde se defendia a criação de um novo partido à esquerda ...
Mas tome-se nota do seguinte: Alegre pode apadrinhar, pode apoiar, mas ... não se lhe conhece iniciativa! Parece que a sua iniciativa só surge depois de alguns dos seus apoiantes a tomarem ...
Largo Caballero nos tempos do PSOE durante a Revolução Espanhola dos anos 30 do século passado soube acompanhar esses tempos de radicalização e de afirmação politico-ideológica. Oskar Lafontaine saiu do SPD, formou o seu próprio grupo e partiu para a criação do Die Linke. Um, no século XX, e outro no século XXI, tiveram a coragem de TER INICIATIVA, mesmo que essa iniciativa surja no meio de muitas contradições.
Manuel Alegre parece que não tem iniciativa. Critica, é certo; protesta, é certo; gesticula, também; ... mas depois, como que fica paralisado ... Sócrates já agradeceu!
É pena que se dê mais atenção a Alegre e quase nenhuma atenção a outros militantes do PS, os quais, com muito menos alarido, continuam a afirmar a sua vontade de continuarem a ser "esquerda socialista", organizando-se internamente no PS com um sentido mais objectivo que um mero "OPS" ....
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