tribuna socialista

sábado, maio 01, 2010

1º DE MAIO : TODOS AS RAZÕES PARA NÃO BAIXARMOS OS BRAÇOS, PARA LUTARMOS!

Dá conta a edição de hoje do Público que a crise está a provocar um retorno dos trabalhadores aos sindicatos! No meio de todas as desgraças sociais impostas por uma crise financeira capitalista, esta é uma boa notícia: quer dizer que os trabalhadores redescobrem as vantagens da sua força colectiva, devidamente organizada, para lutarem pelos seus direitos, para lutarem por melhores condições de vida e de respeito!

Os jogos mais ou menos obscuros que faziam dourar o capitalismo financeiro internacional, estão agora, aí, às escancaras, mostrando que não correspondiam a nenhuma criação de riqueza, e, muito menos, asseguravam qualquer realidade de melhores condições de vida. Afinal era tudo virtual, tudo falso, tudo uma grande especulação!

Dizem-nos que "não há dinheiro", querem-nos fazer crer que há uma "guerra" entre países rícos da União Europeia contra os países pobres, os do Sul ... O que há, de facto, é a falência de um modelo económico, a dita "economia de mercado" e, a norte e a sul, os afectados por essa falência são sempre os mesmos, os trabalhadores e os jovens, com emprego, sem emprego, dos sectores público e privado, precários, ...

Dizem-nos também que "é preciso dar mais supervisão e regulação à economia" ... pois, muito bem, então que abram essa supervisão e essa regulação aos trabalhadores. Certamente que quem atirou a economia para o charco, não estará agora em condições de supervisionar ou regular o desastre que provocaram!

O século XXI ainda está no ínicio. Mas neste ínicio de século, é impressionante como, cada ano que passa, atira a realidade das condições de vida e de trabalho dos trabalhadores, para um cenário cada vez mais parecido com o que existia em 1886, quando, pela primeira vez, os trabalhadores norte-americanos saíram às ruas para exigirem jornadas de trabalho de 8 horas diárias. Pegando nessa reinvidicação, será que ela não está mais actual que nunca?

Os trabalhadores e os jovens de Portugal, de Itália, da Grécia e de Espanha, os que são mais atingidos pela crise económica e financeira internacional deveriam coordenar as suas acções contra as políticas que a União Europeia neo-liberal e o FMI querem impor !

Já que chamam "PIGS" a esses países, então os trabalhadores e os jovens que organizem uma "PIGS REVOLT" (revolta dos porcos) verdadeiramente exemplar e com capacidade de mudança social e política!

2 comentários:

Nuno Cardoso da Silva disse...

O problema não é nem nunca foi do "mercado", mas do capitalismo. O mercado é um mecanismo que, por si só, não é nem bom nem mau. Depende de como é utilizado. Os mecanismos de mercado, em socialismo, poderiam ajudar a afectar recursos de uma forma muito mais eficaz do que qualquer forma de planeamento. Como costumo dizer aos meus alunos, o capitalismo precisa do mercado mas o mercado não precisa do capitalismo. Insistir na condenação do mercado per se é apostar na ineficácia quando o que se quer é combater a exploração capitalista.

João Pedro Freire disse...

Nunca referi o "mercado", mas a "economia de mercado" que, mais não é, que uma forma de designar o capitalismo. Mesmo quando alguns referem a fórmula (!) "economia social de mercado", a qual de "social" só tem o nome ...