A declaração formal de candidatura presidencial de Manuel Alegre não alterou o que me leva a não o apoiar, desta vez!
O seu discurso de ontem foi politica e ideológicamente mais fraco e mais frouxo que o que pronunciou no lançamento da sua primeira candidatura. Nessa altura, Manuel Alegre era um candidato independente claramente apostado na conquista, antes de mais, do apoio do povo de esquerda. Ontem, Manuel Alegre, apesar do formal "suprapartidarismo" a que apela, esteve muito condicionado para não ferir as susceptibilidades da direcção do partido a que pertence.
Um candidato presidencial pode pertencer a um partido e pode ter uma posição de clara independência face a esse partido e aos partidos em geral. Pode inclusivamente ter uma postura independente e receber, aceitando, o apoio dos partidos que o quiserem apoiar. Os partidos são uma realidade. Os partidos são constituidos por pessoas que votam. Os partidos representam posições políticas que os definem.
É isto que parece não perceber o Dr. Fernando Nobre. O discurso da "iniciativa cidadã" em Fernando Nobre, soa, cada vez mais, a populismo do mais primário. Porque aponta sistemáticamente o dedo a Manuel Alegre (e provavelmente a outros que venham a surgir!) por já ter o apoio de um partido, o BE, e estar agora a piscar o olho a outro. O que o Dr. Nobre faz é apelar a um sentimento populista existente na sociedade portuguesa que aponta tudo o que de mau existe ao comportamento dos partidos. Como se os partidos fossem todos iguais, e, todos, por igual, tivessem a mesma responsabilidade na governação deste País.
A iniciativa cidadã é benvinda e é urgente que ganhe protagonismo para que a nossa democracia saia mais fortalecida e qualificada. Mas essa iniciativa cidadã também tem de passar pelo interior dos partidos, nomeadamente com o aprofundamento de todas as condições de liberdade e de democracia internas. Isto, parece que o Dr. Fernando Nobre não entende ou então anda muito mal aconselhado.
Manuel Alegre limitou-se a cumprir uma espécie de "requisitos mínimos" para que a sua apresentação pudesse ser considerada de esquerda, mas mantendo sempre um piscar de olho ao que o parece estar a condicionar desta vez: conseguir o apoio da direcção do PS.
O seu discurso de ontem foi politica e ideológicamente mais fraco e mais frouxo que o que pronunciou no lançamento da sua primeira candidatura. Nessa altura, Manuel Alegre era um candidato independente claramente apostado na conquista, antes de mais, do apoio do povo de esquerda. Ontem, Manuel Alegre, apesar do formal "suprapartidarismo" a que apela, esteve muito condicionado para não ferir as susceptibilidades da direcção do partido a que pertence.
Um candidato presidencial pode pertencer a um partido e pode ter uma posição de clara independência face a esse partido e aos partidos em geral. Pode inclusivamente ter uma postura independente e receber, aceitando, o apoio dos partidos que o quiserem apoiar. Os partidos são uma realidade. Os partidos são constituidos por pessoas que votam. Os partidos representam posições políticas que os definem.
É isto que parece não perceber o Dr. Fernando Nobre. O discurso da "iniciativa cidadã" em Fernando Nobre, soa, cada vez mais, a populismo do mais primário. Porque aponta sistemáticamente o dedo a Manuel Alegre (e provavelmente a outros que venham a surgir!) por já ter o apoio de um partido, o BE, e estar agora a piscar o olho a outro. O que o Dr. Nobre faz é apelar a um sentimento populista existente na sociedade portuguesa que aponta tudo o que de mau existe ao comportamento dos partidos. Como se os partidos fossem todos iguais, e, todos, por igual, tivessem a mesma responsabilidade na governação deste País.
A iniciativa cidadã é benvinda e é urgente que ganhe protagonismo para que a nossa democracia saia mais fortalecida e qualificada. Mas essa iniciativa cidadã também tem de passar pelo interior dos partidos, nomeadamente com o aprofundamento de todas as condições de liberdade e de democracia internas. Isto, parece que o Dr. Fernando Nobre não entende ou então anda muito mal aconselhado.
O Dr. Fernando Nobre também já tem apoio de um partido e o apoio de um movimento que, não sendo formalmente partido, até tem tiques de partido e dos mais tradicionais. Só que nunca fala disso ...
Fica muito mal a um candidato a Presidente da República que a primeira critica que faz a outro candidato, tenha a ver com a questão dos apoios partidários. Não há uma critica politica, não há uma diferenciação quanto ao projecto. E pior fica, quando insinua (e, às vezes, até o afirma!) que ele, Fernando Nobre, por estado em trabalho humanitário, fora do País, tem o "direito" de acusar tudo e todos sobre a governação ao longo dos últimos 30 anos ... não fica mesmo nada bem, nem sequer é pedagógico, se quisermos ficar só por aqui!
João Pedro Freire
4 comentários:
Surpreende-me que um socialista libertário se mostre tão agarrado aos partidos como intermediários no exercício do poder pelo povo soberano. A experiência de quase duzentos anos é a de partidos que nada mais são do que facções e agentes do poder oligárquico. Robert Michels tem algumas ideias interessantes sobre esta questão. Que Fernando Nobre se manifeste crítico dos partidos como são - não como alguns gostariam que eles fossem - parece-me uma manifestação de lucidez e de sintonia com o sentimento muito generalizado do povo português, farto de servir de escadote para as ambições de poder dos dirigentes partidários.
- Alegre diz-se supra-partidário, e não é verdade, mente. Um militante de um partido nunca pode ser supra - partidário.
- Votei Sampaio,votei num militante do PS
- Votei Louça, votei num militante do BE
- Votei Pintassilgo, votei numa candidata supra -partidária
- Votei Soares, votei num militante do PS
- Nobre é supra-partidário
Supra-partidário quer dizer ideia acima dos partidos podendo captar transversalmente todos ou nenhum partido.
Nobre não tem partido. Nobre tem razão.
José Faria,
Não estou de acordo contigo.
Um militante partidário pode, como candidato presidencial, assumir uma posição independente, "suprapartidário", se gostares mais, em relação aos partidos em geral.
Sou de opinião que Manuel Alegre, na sua primeira candidatura, soube assumir essa independência.
Fernando Nobre, agora acaba por assumir uma posição populista anti-partidos, só - parece! - para ir ao encontro da opinião pública que alimenta posições anti-partidos.
Fernando Nobre, se virmos bem as coisas, também é apoiado formalmente por um partido, o PPM, e por um movimento que não sendo partido tem tiques de partido, o chamado "MIL".
Em matéria de apoio transversal, qualquer candidato que já tenha sido eleito presidente, só conseguiu ser eleito por via do apoio eleitoral transversal, a quase todos os partidos, que entretanto recebeu.
Nuno Cardoso,
Em Fernando Nobre não se critica a sua critica aos partidos. Critico, isso sim, a sua obsessão em criticar um candidato ou os candidatos que recebem apoios dos partidos. Isso começa a ser populismo, só para agradar ao senso comum que alimenta uma posição anti-partidos. Como se os partidos fosse os culpados de tudo e mais alguma coisa.
Eu sou militante partidário, mas isso não me impede de ser independente nas criticas que tenho feito no BE à questão da democracia interna.
Por outro lado, não há, na minha opinião, nenhuma contradição entre ser-se socialista libertário e ser-se militante partidário. Um dos bons exemplos que a História regista quanto a um partido marxista libertário, foi o POUM.
E eu tenho-o a esse partido e ao seu dirigente mais conhecido, Andreu Ninn, como uma das minhas referências. Não esquecendo Rosa Luxemburgo. Por cá, o nosso Antero Quental.
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