tribuna socialista

sexta-feira, junho 13, 2008

A IRLANDA DIZ "NÃO" AO TRATADO DE LISBOA

Num referendo pautado por uma fraca participação (inferior a 50%), o "NÃO" ao chamado Tratado de Lisboa parece ter vencido na Irlanda.

As razões para a vitória do "Não" são difusas, contraditórias e pouco claras. Mas o que está em causa é a continuação de um modelo de construção europeia, onde a vontade dos povos europeus é desprezada e/ou relegada para segundo plano.

Na Irlanda ainda se cumpriu com a realização de um referendo. Mas em Portugal, tudo serviu para José Sócrates não cumprir com a promessa eleitoral de realização de um referendo sobre o dito Tratado Constitucional Europeu. Um dos "argumentos" mais rídiculos e cínicos usados pelos governos europeus e pelos comentadores (!) anti-referendo, é que não se podia estragar o "esforço" feito pelos governos europeus para se conseguir a assinatura do Tratado de Lisboa. Esta posição exibe muito bem, qual o conceito de "democracia" que tem imperado na dita construção europeia ...

Os governos europeus, sejam eles o de José Sócrates, o de Berlusconni, o de Sarkozy ou o de Merkl, vão agora iniciar, uma vez mais, um processo de "fuga para a frente" evitando, uma vez mais, qualquer processo democrático que envolva a consulta dos povos europeus sobre a Europa que querem.

Se os governos europeus tudo farão para manter o que existe, seria urgente que as esquerdas europeias pudessem iniciar uma campanha conjunta, convergente e europeia pela mobilização das vontades populares para a eleição por sufrágio directo, universal e europeu de uma Assembleia Constituinte Europeia que defina democráticamente a Europa que todos os europeus querem!

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