Sócrates na ESAG: a mais execrável manipulação de crianças a que assisti desde o tempo do fascismo (*)
O meu filho saiu de casa com má cara. Isto das férias serem adiadas para hoje não o convencem de maneira nenhuma.
A explicação absurda foi recorrente durante todo o fim-de-semana: "Por causa do Sócrates (retirei o adjectivo) temos que ir à escola na segunda-feira, isto não cabe na cabeça de ninguém!"
Lembro-me de outro tempo. Nas salas de aula as figuras sinistras de Salazar e Cerejeira relembravam uma autoridade cinzenta, provinciana, fascista. Nesse tempo qualquer visita, mesmo a do pároco local, era antecedida de grandes limpezas, ensaios de recepção sempre com o hino nacional a transformar os demónios em deuses. A pobreza, essa, era camuflada pelas batas que tinham que vir imaculadas e engomadas a preceito.
A distância de 40 anos não apagou a essência dos actos do poder. Este poder do Partido Socialista, protagonizado por José Sócrates, reencontra muitos elementos em comum com aquele que eu conheci quando tinha a idade do meu filho, num tempo marcado pela guerra colonial, a censura, as perseguições e prisões por delitos de opinião.
O telefone toca, apenas um toque. Devolvo a chamada e de lá ele dispara: "Pai a ministra acabou de ser recebida com um monte de assobios. Nunca tinha visto as televisões na escola, isto está tudo encerado, estão montes de emproadinhos e tias, o Zé Ernesto está ali à porta. Isto não parece a nossa Escola!
Os professores estão ali em filinha, uns com cara de enjoados, outros com sorrisos amarelos. Quando o homem chegou houve mais assobios do que com a ministra. É que não estás bem a ver eram tantos assobios que os 3 ou 4 gatos pingados que começaram a bater palmas acabaram porque só se ouvia os assobios. Os assobios vinham dos que estavam atrás das grades mas também de quase todos os alunos. Depois começou a chover bué, bué, até parecia de propósito, os jornalistas fugiram para dentro do bloco C. O Sócrates com um sorrisinho cínico distribuiu apertos de mão, eu recusei!"Perguntei-lhe o que é que faziam na escola, se alguém os mandava para algum sítio.
Disse-me que não, tentaram sentar-se no auditório e uma "emproadinha" mandou-os levantar dizendo que os lugares eram para os convidados.Pergunto ao senhor presidente do conselho executivo da Escola André de Gouveia, ao Senhor Director Regional de Educação, à Senhora Ministra da Educação, o que fazem hoje os alunos na escola, quem controla as suas entradas e saídas? Serão apenas recorte humano para a imagem televisiva de José Sócrates?
ESTA É A MAIS EXECRÁVEL MANIPULAÇÃO DE CRIANÇAS A QUE ASSISTI DESDE O TEMPO DO FASCISMO!
(*)recebido por e-mail
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