tribuna socialista

sexta-feira, abril 03, 2009

G20: UMA CIMEIRA HISTÓRICA OU MAIS UM BALÃO DE OXIGÉNIO PARA O CAPITALISMO GLOBALIZADO ...

Promessa de injecção de fundos no FMI e no Banco Mundial, apelos à retoma do crédito, criação de sanções para os off-shores que escondam informação (qual informação? quem a exige? qual o critério?) ... estas terão sido as principais decisões da cimeira do chamado "G20", os tais países grandes ou a caminho disso que, no seu histórico já contam com outras cimeiras, já deram para o torto, não obstante os optimismos registados no final de cada uma!

Muita promessa, muitas intenções, ..., no entanto, nenhuma medida ou até promessa para restituir a confiança dos consumidores/contribuintes. As preocupações dos governantes do "G20" continuam a estar focadas na mis-en-scene das bolsas e nada, mesmo nada, na capacidade de opinião, de participação e vontade das pessoas anónimas, de quem faz viver as economias, seja na sua condição de trabalhadores, contribuintes ou consumidores ou em simultâneo.

A reacção do Ministro português das Finanças, Teixeira dos Santos, quanto à decisão do "G20" sobre os off-shores é elucidativa do formalismo da posição tomada na cimeira. Teixeira dos Santos, que parece ser contra políticas proteccionistas, tomou uma posição proteccionista e pouco a favor do fim dos paraísos fiscais, quando pediu que os off-shores, como a Madeira, que fossem colaborantes na prestação de informação (!?), pudessem gozar de alguma tolerância ... É uma posição que ilustra muito bem a pouca profundidade das medidas prometidas pelo "G20"!

Um número significativo de caras que estiveram nesta cimeira do "G20" já vieram de outras cimeiras com finais "optimistas" e essas mesmas caras já são conhecidas nos seus países de origem pela implementação de medidas que, parecendo ser formalmente contra a crise, não se traduzem em nenhuns resultados concretos!

Esta crise não precisa de "messias" ou de "eleitos em estado de graça" como Barack Obama. Esta crise, para ser vencida, precisaria das pessoas, dos trabalhadores, dos consumidores, com capacidade de intervenção, de decisão, de mudança! Está visto que, para isso, estes dirigentes não estão nada interessados ...

O que é que se pode esperar de um FMI e de um Banco Mundial, mesmo com mais dinheiro? será que isso mudaria o seu modo de funcionamento e de acção, desde sempre, contestadíssimos socialmente em inúmeros países e com resultados práticos e concretos muito duvidosos?

Será que maior e mais fiscalização dos off-shores significa FIM dos paraísos fiscais em TODO o Planeta?

Será que a retoma do crédito se faz com apelos OU antes com a alteração radical dos principios reinantes da gestão dos Bancos em todo o Mundo?

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