É claro para mim que, em todos os processos revolucionários, a existência de uma direcção revolucionária ou de um pólo revolucionário consciente é indispensável para que a contra-revolução não triunfe!
E aqui surgem, desde logo, mil e uma questões, mais objecções do que outra qualquer coisa!
Mas, desde que a contra-revolução estalinista venceu na Rússia, desde que a contra-revolução estalinista assassinou a revolução espanhola, desde que o totalitarismo também passou a nascer das acções e dos actos de quem se dizia "socialista", "marxista" e "de esquerda" que passei a ter para mim que não basta dizer, é também preciso saber fazer!
Entretanto, os exemplos da barbarie capitalista também se foram multiplicando ... para além da besta nazi-fascista, do Pinochet no Chile, somam-se também outros exemplos mais moderados (!) que acabam também por redondar em desastre para as maiorias sociais que continuam a ser massacradas pelas consequências do neo-liberalismo.
Em todos estes exemplos que a História vai anotando, há sempre algo que nunca funciona, que não existe, que é anulado ... são os exemplos da auto-iniciativa das pessoas, dos trabalhadores, dos jovens! Tem, continuamente, existido e persistido a mania de abafar a auto-iniciativa enquadrando-a (como os líderes gostam de afirmar!...) nas agendas políticas parlamentares e/ou na normalização que os Estados gostam!
O 25 de Novembro de 1975 acabou por representar este desastre: não mais foi possível a auto-iniciativa das pessoas, dos trabalhadores, dos jovens para realizarem/concretizarem coisas e vivências novas!
É um facto que se interrompeu o curso à afirmação de um certo tipo de totalitarismo, mas o que nasceu foi outro. Um outro que todas e todos sabem o que ele é nos nossos dias: por entre corrupção evidente e crise financeira a dar lugar a crise económica e social, parece que só os "políticos" e os senhores endinheirados é que podem decidir!
É este monstro totalitário neo-liberal que tem vindo a crescer desde 25 de Novembro de 1975! Cresce nas ruínas do outro, destruindo qualquer vestígio de auto-iniciativa, já que só se aceita a construção do possível (o normal, o domesticável, o enquadrável, ...) em vez da capacidade de se construirem novas utopias!
Essas novas utopias precisam das pessoas, das muitas minorias que fazem a maioria transformadora, mas precisam também de um pólo revolucionário (que não tem de ser vanguarda, coisissima nenhuma!) que saiba manter sempre a vela acesa!
João Pedro Freire
2 comentários:
Gostaria de lhe dizer o seguinte meu caro, afinaó que é o socialismo ?? as ditaduras de esquerda comunistas que quase arazaram o mundo e mataram milhões; ou a politica chavista praticada por o PS portugues, a supressão dos direitos de cidadania, atropelos a democracia, etc...
É isso que você chama de socialismo, ponha os pés na terra meu caro isso não passa de mera utopia.
Ora aqui está o relato de quem deve preferir o totalitarismo neo-liberal ao totalitarismo estalinista ...
O socialismo não é nem uma coisa nem outra!
E não vale a pena explicar o que é de facto, perante tão obtusa opinião!
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