tribuna socialista

segunda-feira, novembro 24, 2008

O PRESIDENTE E O BPN

O Presidente da Republica, Prof.Cavaco Silva, emitiu um comunicado para esclarecer a sua posição pessoal face ao processo que decorre sobre o BPN.

O Sr.Presidente da Republica, nesta qualidade, quis esclarecer, perante a opinião pública, a sua posição pessoal quanto a possíveis ligações com o BPN.

Ora, o Prof.Cavaco Silva antes de ser Presidente da Republica já foi líder partidário e já foi primeiro-ministro.

Na qualidade de primeiro-ministro foi o responsável por governos que definiram políticas e que nomearam pessoas para lugares e posições de responsabilidade. Tal como, enquanto Presidente da Republica, também já nomeou pessoas de sua confiança para lugares de responsabilidade.

Estas nomeações terão sempre subjacente, perante o parlamento e perante as pessoas, uma avaliação política. É inevitável e até lógico, desde um ponto de vista democrático!

Cavaco Silva não deveria, como Presidente da Republica, explicar assuntos pessoais. Da mesma forma que, como cidadão, Cavaco Silva pode ter poupanças onde muito bem lhe apetece (cumprida, claro está, toda a legalidade!). Na nossa opinião, não pode é misturar o que é pessoal com as responsabilidades que lhe advêm do cargo para que foi eleito.

No caso BPN, surgem dúvidas que passam a especulações, se as primeias não forem devidamente esclarecidas. As dúvidas surgem porque Cavaco Silva nomeou para o Conselho de Estado, alguém que foi seu ministro, seu companheiro de direcção do PSD, alguém com notórias altas responsabilidades num grupo bancário (o BPN) onde agora se descobrem confusões, danos, fugas, desvios ... E sobre isto, o Sr.Presidente da Republica não disse uma palavra!

O que se procura esclarecer não é a amizade pessoal do Sr.Cavaco Silva com o Sr.Dias Loureiro. O que se procura esclarecer são os critérios que levaram o Sr.Presidente a nomear o Sr.Dias Loureiro para o Conselho de Estado e se esses critérios passam ao lado do que agora está a acontecer no BPN, onde o conselheiro de Estado foi alto responsável e, ainda por cima, agora está enredado numa série de desmentidos quanto a afirmações que produziu!

O que, mais uma vez, dá para perceber é a opacidade que parece dominar alguns dos chamados assuntos de Estado, perante os quais as cidadãs e os cidadãos nada mais podem saber e/ou esclarecer!

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