tribuna socialista

sexta-feira, setembro 11, 2009

SONDAGEM : HÁ OU NÃO UMA MAIORIA SOCIAL DE ESQUERDA? O QUE FAZER, ENTÃO?
























Mais uma sondagem, mais uma
demonstração de dois factos evidentes:

Ninguém consegue a maioria absoluta;

Há uma clara maioria social de esquerda.

A não existência de condições para uma qualquer maioria absoluta de um só partido, é um dado importante, dado que qualquer solução tem de passar pelo diálogo inter-partidário. Diálogo à esquerda, como à direita, os partidos mais votados, já declararam que estão dispostos a dialogar.

À esquerda, não obstante a aparente posição intransigente de cada partido para estabelecerem qualquer diálogo pós-eleitoral, entre si, o certo é que as direcções desses partidos terão que explicar porque
é que uma maioria social de esquerda, que existe, não pode ter uma expressão política para uma alternativa de governo.

Uma alternativa de governo à esquerda não tem de reeditar as mesmas políticas do actual governo sócrates. Políticas que vão ser penalizadas nas eleições, retirando o eleitorado a maioria absoluta ao PS. À esquerda o enorme desafio seria a possibilidade dos principais partidos - PS, Bloco e PCP - discutirem séria e humildemente entre um programa de novas políticas - democráticas e socialistas - para um governo de esquerda!

Quem vota PS, quem vota Bloco de Esquerda, quem vota PCP ou quem vota noutros partidos de esquerda mais pequenos tem decerto, motivações diferentes. Mas haverá em todos esses eleitores, uma vontade comum: impedir que a direita volte ao poder, impedir que a direita volta a impor as suas políticas! Esta não é uma vontade pequena ... é um bom ponto de partida para que o diálogo à esquerda se possa iniciar de uma forma consequente e objectiva!

(a imagem foi retirada do portal do Jornal de Notícias)

3 comentários:

Anónimo disse...

Já apontei, creio que em resposta a uma mensagem tua, o caminho que me parece mais sensato: é sermos nós, na base, a fazer sem tardar essa undidade, com princípios, unindo-nos em torno de plataformas que reunam o maior consenso para resolver os intrincados problemas do quotidiano! Se não formos nós a resolver, ninguém o fará!
Se estamos sempre a apelar para as «direcções» dos partidos, estamos a assinar um atestado de menoridade cívica a nós próprios!
As pessoas têm de perceber que eles próprias é que criam parte das condições o que tu lamentas: para a tristeza dessa clara maioria de esquerda, sem expressão de governo.

Frente única, portanto, o que significa que todos/as estamos convocados/as para erguer essas plataformas de trabalho sério baseadas nos princípios comuns e destinadas a solucionar os problemas que se nos deparam.


Solidariedade,
manuel baptista

João Pedro Freire disse...

Caro Manuel Baptista,

Não estou a apelar às "direcções" dos partidos. Estou, isso sim, a mostrar às "direcções" o que elas, a maior parte das vezes, não querem ver: há uma maioria social de esquerda que por culpa das direcções partidárias, nunca teve expressão política!
Como expressão do voto de cada um à esquerda, vezes já sem conta, os partidos de esquerda representados no Parlamento, têm tido maiorias significativas em relação aos da direita. Mas, as direcções das esquerdas, ficam por aí!
Na base, na luta social, na luta de classes, essa maioria social tem tido expressão concreta nas lutas que se organizam! É um facto, é uma verdade!
Mas a um desempregado, a um précário,a um qualquer trabalhador a quem só pedem deveres, precisam URGENTEMENTE de um governo que seja a espressão de uma maioria social das esquerdas e que implemente NOVAS politicas que interrompam a destruição neo-liberal e apontem num sentido de democracia e de socialismo!
Isto é muito mais urgente e importante que eternos anos de alternancia entre os mesmos com muitas oposições de protesto e ... pouco mais!
Abraço,
Joâo Pedro Freire

Anónimo disse...

Estou de acordo contigo.
Mas deverías ir mais longe e perceber que afinal essas direcções não são completamente idiotas... caso em que se teria de dar o desconto por não terem ainda implementado a tal maioria orgânica, operacional, com ambição e hipótese real de ser governo!
Eu acuso todas as direcções de traição à classe trabalhadora, aos seus próprios militantes, pelo modo como têm mantido a base social de apoio separada, compartimentada. Acuso-os de criminosos, pois eu não tenho problema nenhum em trabalhar ombro a ombro com pessoas de esquerda de outras sensibilidades, que não a minha. O mesmo se poderá dizer em inúmeros casos de gente de esquerda com sentido de classe.
Quem cultiva o sectarismo, por detrás de discursos muito bem sonantes? Todas as direcções partidárias! Todas são culpadas pelo estado a que isto chegou!

Abraço,
Manuel Baptista