tribuna socialista

quinta-feira, abril 15, 2010

PRESIDENCIAIS: muitos "fans", pouco debate!

A ABSTRACÇÃO DOMINA ...

























Já não há paciência para tantas declarações de "supra-partidarismo" por parte dos candidatos presidenciais!

O importante não é essa condição, mas a objectividade e a clareza dos principios e dos programas que propõem para Belém.

Ser "supra-partidário" não quer dizer nada ... afinal qualquer que seja o Presidente eleito,... ele vai ter de se relacionar com os partidos existentes.

O que conta é a dependência da afirmação de uma candidatura presidencial a este ou aqueles partidos!

Um Presidente da República não governa, mas pode e deve INFLUENCIAR!

Por isso é que esta eleição é importante. Por isso é que não basta apelar a "Portugal". Todos apelam!

Não basta também declarar que, uma vez eleito, será Presidente "de todos os portugueses". Todos o declaram!

Por isto é que é importante saber que MUDANÇA pode um Presidente influenciar! Que MUDANÇA é que tem VONTADE de influenciar!

Por isto é que é importante saber se um candidato a Presidente está disposto a contemporizar com a actual crise económica e social. Se está disposto a apoiar e promulgar todas as políticas que não resolvem coisissima nenhuma. Se está disposto a falar pelos que passam a vida a sofrer os efeitos da crise capitalista, para que assim possa mesmo ser "de todos os Portugueses".
NÃO SE TRATA DE MUDAR UM PRESIDENTE ... TRATA-SE DE MUDAR UM PAÍS!

MUITOS "FANS", POUCO OU NENHUM DEBATE ...

Existem, formalmente à esquerda, dois candidatos, para já: Manuel Alegre e Fernando Nobre.

Já afirmei que apoio Fernando Nobre. O que não me impede de exprimir criticas ao que não concordo na candidatura de Nobre. Numa eleição presidencial o meu apoio a um candidato não é incondicional. É sempre critico, atento e exigente. É assim que também exerço a minha cidadania.

Fernando Nobre, Manuel Alegre, Cavaco Silva, o candidato do PCP (quando aparecer!), qualquer outro mais, todos dirão que são "suprapartidários", "Por Portugal", "serão Presidente de todos os portugueses", blá, blá, blá ...

E com isso logo aparecerão "exércitos de fans", ao bom estilo hooligan, prontos a atirarem-se para o precipicio se o "seu" candidato fizer o mesmo!...

Isto não resolve nada, não contribui para nada. Ou antes, só alimenta o que de pior tem a actual democracia parlamentar: pouca abertura ao contraditório, pouca abertura ao esclarecimento, pouco debate, pouca abertura a formas de participação directa!...

Para que isto não aconteça, não chega o "testemunho de vida" do candidato. E no caso do Dr. Fernando Nobre é visível que o seu testemunho de vida, sendo imenso, sendo referencial, sendo inquestionável, não chega para que a sua candidatura não esteja invadida por pessoas que nada têm a ver com esse seu testemunho de vida.

Porque é que os candidatos se têm de afirmar (!) pelo lado da abstracção e não se definem como socialistas (não tem nada de partidário), de esquerda, anti-capitalistas ? Nenhum destes termos significa subordinação ao partido A ou B, mas claramente define e localiza o que um candidato é e o que quer de facto!

Os candidatos não o fazem , porque eles também estão subordinados à cultura da partidarite parlamentarizada ...

João Pedro Freire

1 comentário:

Anónimo disse...

Parece que o suprapartidarismo é umas condições para uma pessoa se candidatar. Ser cidadão português, ter mais de 35 anos e ser suprapartidário... Claro que isto não quer dizer nada, aliás nenhum candidato poderá ser eleito apenas com os votantes de um partido e precisam destas lenga-lengas para pescar fora das suas águas territoriais