Quis acreditar! Quis mesmo! Porque pelo seu trajecto de vida, pelos livros que escreveu, pela obra que criou, Fernando Nobre é uma referência na sociedade portuguesa.
Quis acreditar no seu apelo cidadão, quis acreditar que estava a criar um movimento popular e cidadão de exigência por Justiça Social, por Justiça na Economia, por Justiça Ambiental.
Só que a História não é construída somente pelo esforço de cada indivíduo. Essa construção depende muito das dinâmicas colectivas que se criam. E a candidatura de Fernando Nobre está a desenvolver uma dinâmica que acabará por ter muito pouco a ver com o trajecto de vida, os livros escritos e a obra de Fernando Nobre.
A candidatura parece tomada por indivíduos que se escondem numa cortina de abstracção, de fuga ao debate, de ocultação de diferenças salutares em movimentos plurais. Parece que pretendem impor um falso unanimismo que, às vezes, é muito comparável a um clima de claque de futebol.
Sabe-se o que defende Fernando Nobre. Mas é muito difícil saber o que defendem e quais as intenções de quem dirige a estrutura da candidatura.
A Presidência da Republica actuante de que fala e bem Fernando Nobre, precisaria de um movimento popular muito claro quanto às linhas sociais e políticas que defende, muito vivo porque sabe debater e não foge ao debate.
A estrutura da candidatura de Fernando Nobre é tudo, menos isso!
Pela minha parte, retiro-me definitivamente do apoio a esta candidatura. Continuo, muito sinceramente, a ter em Fernando Nobre uma das minhas referências.
Como cidadão, tudo farei para que as eleições presidenciais possam vir a ter uma 2ª volta, onde o candidato da direita, Cavaco Silva ou outro(a), seja derrotado.
Quero mudar o Presidente, mas também quero que com a eleição do Presidente da Republica possa contribuir para mudar o meu País!
João Pedro Freire
2 comentários:
Votar Fernando Nobre significa votar nele e não naqueles que eventualmente o acompanham. Por isso, se se acredita em Fernando Nobre como pessoa, não faz sentido não votar nele por causa dos seus acompanhantes. Por mim, que acredito no carácter de Fernando Nobre, continuo firmemente decidido a votar nele nas próximas eleições presidenciais. Porque é ele, e mais ninguém, que se sentará em Belém se for eleito.
Alguns já encontraram um rótulo para Fernando Nobre – monárquico, acho fantástico, daqui em diante irão suceder frases do género, “é muito boa pessoa, tirando aquele defeito que todos sabemos…”, e novamente um conjunto de homens pressupostamente livres irão entrincheirar-se nos bunkers dos partidos e fazer fogo sobre o dito senhor… é o meu prognostico.
Dito isto, apetece-me acrescentar algumas frases do tipo provocatórias e da minha autoria, “se existe uma idade para se começar a votar, porque não haver uma idade limite para alguns deixarem de o fazer?”, ou então, introduzir uma PGE (Prova Geral de Eleitor), pois custa-me a aceitar que cidadãos livres se deixem tratar como cordeiros, como números… pelos grandes timoneiros da Pátria. Na ausência dum António Barreto na corrida à Presidência, obviamente votarei contra qualquer recomendação partidária da esquerda ou com rótulo de esquerda… e por um motivo muito simples, Alegre não introduz nada de novo… fala, fala (até pode declamar) mas pouco ou nada diz às novas gerações, talvez fosse bom explicar o que o seu Portugal de Abril lhes vai legar… porque falar-lhes daquele Portugal amordaçado durante quarenta anos, já foi… como diz o Povo “para traz mija a burra”… e essa sabedoria popular vale muito mais que tudo que o Keynes ou qualquer outro burguês escreveu…
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