tribuna socialista

sábado, setembro 25, 2010

O "BLOCO CENTRAL" ... PORQUE BRUXELAS ASSIM DETERMINA!

Parece que o Orçamento Geral do Estado (OGE) só pode ser discutido pelo PS e pelo PSD, com o CDS à espreita. Diáriamente, na imprensa, através desses cromos chamados "opinion-makers", através de debates televisivos entre economistas e técnicos, quase todos alinhados pelas soluções enquadradas na "economia de mercado", cria-se essa "realidade" para a chamada "opinião pública" onde os partidos capazes de "produzir" um OGE, são os do "bloco central" ou "arco da governação", e os restantes só estão "vocacionados" para protestar e pouco mais.

Esta é a "realidade" imposta por Bruxelas, mas não é a realidade. Esta é também a realidade da outra peça que completa o "bloco central" interno, o Presidente Cavaco Silva. Assume-se como uma espécie de figura arbitral do tal "bloco central" ...

De tanto se repetir uma mentira, até parece que não é mentira, mas verdade! É o que se passa com toda a novela à volta do próximo OGE. O OGE que o centrão quer, com a nuance PS ou com a nuance PSD, é afinal aquilo que Bruxelas tem imposto a todos os países da União Europeia. E a mentira reside precisamente na repetição de que o OGE tem de ser "assim", na repetição de que só o PS e o PSD podem produzi-li e aprová-lo, na repetição de que "não existem" soluções fora do figurino que Bruxelas impõe! Logo rematam que, se assim não for, vem aí novamente o FMI ...

A Europa não tem de ser como tem sido, o modelo económico não tem de ser a escolha entre o liberalismo e a reedição de um qualquer totalitarismo, o modelo político também não é a escolha entre a dita "democracia liberal" e um falso cenário de "ingovernabilidade" ... isto é o que nos passam a vida a impingir!

Os ideologos desta Europa e das diversas variantes internas de "bloco central" são muito lestos a cortar nas prestações sociais, a privatizar, a despedir, ... , mas esquecem rápidamente os milhões e milhões que o modelo liberal desperdiçou com a crise financeira que provocou e, a nível interno, com os milhões que atirou ao mar com a compra de um submarino desnecessário e ridiculo, mas também com o buraco criado financeiramente com o BPN e o BPP.

Com o actual modelo liberal - político e económico - a palavra só pertence às empresas e aos chamados "políticos responsáveis" e "opinion-makers" do sistema. As eleições periódicas acabam por ser um pormenor no tempo!...

O exercício da democracia, a vivência das liberdades, a construção de um sistema de Justiça Social, de Justiça ambientar, de Justiça Fiscal diz respeito a todas e a todos que o actual sistema só olha quando abre o circo das campanhas eleitorais. Se não nos mobilizarmos, apesar das "verdades" dominantes, apesar de todas as chantagens, estaremos sempre condenados a ter de comer o que nos impõem!

A Jornada Europeia de 29 de Setembro contra as medidas de austeridade, contra os cortes sociais, é uma oportunidade para, todas e todos, dizermos que A DEMOCRACIA SOMOS NÓS, NÃO É O QUE BRUXELAS IMPÕE!

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