Mas mesmo os ditos "senadores" (!!!) da República, como Mário Soares, fazem da chamada "estabilidade" uma espécie de justificação para tudo e mais alguma coisa, politicamente falando!
O mais anedótico - porque parece uma anedota! ... - é que as declarações de "diferenciação" política aparecem como uma espécie de excepção que confirma a regra ... e a regra é "marca branca", abstracção política ... Essa dita diferenciação é feita durante a campanha eleitoral, para depois adormecer completamente no exercício do mandato presidencial ...
A abstracção dos candidatos presidenciais começa, desde logo, por ser um atentado à própria Constituição da República que não é nenhum texto abstracto.
A estabilidade política não significa "trabalhar" com todos ... apesar da Constituição da República. A estabilidade política que cabe a um Presidente da República preservar e assegurar tem sempre que ter por referência a Constituição que temos e não outra revista de acordo com os desejos de uma maioria conjuntural que acontecer na Assembleia da República.
Percebe-se que a direita queira sistemáticamente a revisão DESTA Constituição da República. Não se percebe que as esquerdas se fiquem sómente pela defensiva e, ainda por cima, falem de estabilidade e de Constituição como se falassem não do que existe, mas de algo que só acontece no abstracto.
Um Presidente da República que jura esta Constituição não pode ficar impávido e sereno perante políticas governamentais que atropelam sistemáticamente objectivos constitucionais. Nem pode lavar as mãos com o papel arbitral do Tribunal Constitucional.
Por cá, o Presidente da República é eleito directamente por sufrágio universal. Os seus poderes de fiscalização, de influência política, devem ser visto, sentidos e exercidos.
Esta é mais uma razão para que as esquerdas possam ainda ter um candidato que afirme claramente o que quer dizer jurar o cumprimento DESTA Constituição da República !
Sem comentários:
Enviar um comentário