Por estes dias de Janeiro - 15 de Janeiro de 1919 e 18 de Janeiro de 1934 - em anos e locais diferentes, dois acontecimentos trágicos marcaram actos de repressão a que os Estados recorrem para por fim à capacidade de auto-organização, de auto-iniciativa e de mobilização operária e popular.
O assassinato de Rosa Luxemburgo com a conivência do governo social-democrata da altura , em pleno momento de levantamento popular em Berlim, foi um duro golpe para o movimento socialista internacional e para a própria Revolução socialista mundial. Ficou a obra de Rosa Luxemburgo que deve ser lida como o resultado de alguém de vivendo intensamente as lutas operárias e populares do seu tempo soube concluir que a libertação e a conquista da autonomia dos trabalhadores tem de ser o resultado da sua própria luta e da sua própria iniciativa!
Escreveu Bertolt Brecht:
Epitáfio de Rosa Luxemburgo
Aqui jaz
Rosa Luxemburgo,
judia da Polônia,
vanguarda dos operários alemães,
morta por ordem dos opressores.
Oprimidos,
enterrai vossas desavenças!
Em 1934, em Portugal, na Marinha Grande, o levantamento dos operários vidreiros é o culminar de um período de lutas operárias por melhores condições de trabalho e de vida, mas também contra as medidas que visavam destruir sindicatos livres, agrupados maioritáriamente em torno da CGT (Confederação Geral do Trabalho, de orientação anarco-sindicalista). Tal como na Alemanha, com a morte de Rosa Luxemburgo e a derrota dos Espartaquistas, também a derrota do levantamento operário da Marinha Grande, constituiu um golpe trágico para o movimento operário e sindical em Portugal.
Dois acontecimentos, em momentos e locais diferentes, que devem ser estudados e lembrados como motivação para que, na era da globalização neo-liberal, o socialismo possa surgir como o resultado das lutas sociais e operárias, livre e conscientemente inter-ligadas, para que uma nova realidade mundial seja possível!
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