Sócrates falou simultâneamente como actual primeiro-ministro que gostava de continuar a ser, e, como secretário-geral de um Partido que quer justificar a marca (!) "socialista" com um acordo com a sua chamada "ala esquerda".
As promessas que fez, fazem-nos lembrar as que já tinha feito e nunca cumpriu ao longo desta legislatura: o referendo sobre a Europa, a revisão do Código Laboral num sentido mais social e pró-trabalhadores, ... Ou seja, mais umas quantas promessas que serão isso mesmo, promessas!
Pelo meio, lá vai falando (com a maior lata deste mundo!) contra o neo-liberalismo ... mas depois compreendemos melhor a que neo-liberalismo se opõe. Refere-se, no abstracto, a um neo-liberalismo baseado no mercado e na especulação - lá ficamos nós a lembrarmo-nos das privatizações da responsabilidade do governo Sócrates - e receita contra esse neo-liberalismo mais regulação pelo Estado do mesmo neo-liberalismo! Não nos esqueçamos que este Estado que temos é uma espécie de braço político do neo-liberalismo, que tem por missão desregular e liberalizar e nunca regular (como se chegasse regular ou estatizar...)
Sócrates e os seus amigos do governo e da direcção do PS pertencem, pelas políticas que executam e pela prática política que se lhes conhece, à grande família dos guardiões do actual neo-liberalismo globalizado. E é por isto que será curioso ver, em breve, como se comportará Manuel Alegre ...
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