tribuna socialista

segunda-feira, fevereiro 08, 2016

É A DEMOCRACIA QUE TEM DE DECIDIR!

Quatro anos de austeridade à bruta, antecedidos de aperitivo austeritário com o nome de "PECs", conseguiram moldar muitas cabeças que se consideram de esquerda. Não dão um espirro que não seja seguido de "quanto se gastou" ...

O austeritarismo, uma espécie de instrumento de execução económico-financeira do capitalismo neo-liberal, incrustou-se na acção política de alguma esquerda que se recusa a admitir que qualquer programa de justiça social, por mínimo que seja, esbarra e esbarrará sempre com o obstáculo chamado "Comissão Europeia". A Comissão Europeia é, de facto, o braço de execução política europeia do austeritarismo.

O OGE para 2016, considerado uma "vitória" por parte do PS e uma "vitóriazinha" por parte do BE e do PCP, mantém, no essencial, as marcas definidoras do austeritarismo. Porque não se conseguiu livrar das chantagem e pressão dos executores austeritários europeus.

O OGE para 2016 é diferente dos OGEs preparados anteriormente pelo governo PSD/CDS. Mas, à semelhança dos anteriores, o OGE para este ano mantém-se ensanduichado no torniquete do Tratado Orçamental Europeu e cada medida do actual governo será policiada pela Comissão Europeia, independentemente da vontade democrática popular expressa em Portugal.

Comentadores de serviço, partidos políticos em geral, que não colocam como urgente a discussão do actual modelo europeu, são os responsáveis pelo estado calamitoso em que está a Europa e serão os responsáveis pelo renascer de correntes populistas e nacionalistas.

O exercício de qualquer vontade democrática nacional ou até europeia está e estará em causa, enquanto persistir o actual modelo europeu caracterizado pelo domínio de entidades não eleitas e sujeitas ao controlo efectivo dos interesses financeiros.


domingo, fevereiro 07, 2016

É CARNAVAL: AUSTERIDADE ESTÁ MASCARADA ! ...

Porque não há austeridade melhor ou pior que a outra ... a austeridade é a realidade visível de uma matriz de políticas condicionadas a défices construídos para se evitar políticas sociais e, em última instância, o exercício da própria democracia. 

É por isso que não há austeridades "boas" ou austeridades "más" ... reduzir a austeridade sem ter a coragem de a eliminar totalmente, como faz o OGE para 2016, é persistir num modelo anti-social.

O caminho anti-austeridade só pode ser um: cortar com a actual orientação da União Europeia, construir uma corrente europeia de esquerda e socialista capaz e com força popular para construir uma Europa onde a democracia elimine fronteiras, seja a única soberania efectiva e prevaleça a afirmação social de direitos!

O OGE para 2016 não podia ter escolhido melhor época para aparecer: o carnaval, mascarando a austeridade que continua a ser austeridade!