tribuna socialista

quarta-feira, agosto 30, 2006

PRIORIDADE AO MILITAR ... O SOCIAL QUE ESPERE!...

O Ministro da Defesa anunciou que um contingente de militares portugueses integrará a força com mandato das Nações Unidas no Líbano.

Os "porques" do Ministro falaram em "responsabilidades" do Estado português no quadro da ONU e da União Europeia ...

Como sempre, os nossos políticos com grande sentido de Estado mostram-nos quais as prioridades que têm no contexto internacional: o militar, tal como o economês, é sempre mais prioritário que o social! ...

A PAZ, é de facto, uma URGÊNCIA no Médio Oriente! Uma URGÊNCIA que NUNCA foi assegurada por mil e uma directivas da ONU ou por mil e uma missões estrangeiras destacadas para aquelas paragens.

Os povos do Médio Oriente (TODOS sem excepção ...) continuam a não ser ouvidos e a sua vontade (até a que é expressa em eleições internacionalmente reconhecidas, como na Palestina) não é respeitada!

O governo de Sócrates prepara-se para mais uma palhaçada ... e a PAZ continuará a ser uma miragem!

sexta-feira, agosto 04, 2006

A MENTIRA E A VERDADE, do Director do Público

O Editorial de hoje do Público, assinado pelo director do diário da Sonae, é mais uma peça igual a tantas outras escrita por quem só vê dois lados no que se passa no Líbano, e, perante eles tem de optar "inevitávelmente" por um.

O director do Público apoiou a intervenção dos EUA no Iraque e agora apoia todas as acções do Líbano ... sempre pelas mesmas "razões": lutar contra o terrorismo, lutar contra os "extremistas" que parecem ser todos os que não estão ao lado dos EUA ou de Israel.

José Manuel Fernandes (JMF) quando fala em massacre cometido pelo governo israelita, coloca sempre a palavra - massacre - entre aspas ... Porque afinal, segundo JMF, as intervenções militares israelitas não têm provocado tantas mortes, como a imprensa divulga ...

E nesta "mentira na verdade" pintada por JMF, nem a ONU escapa ... porque os soldados das Nações Unidas mortos na sequência de um ataque israelita, até "sabiam" que estavam a ser utilizados como "escudos humanos" pelo Hezbolahh ... Provavelmente a vontade de JMF era escrever que os capacetes azuis que morreram, morreram ... porque quiseram ...

Já quando escreve sobre o Hezbolahh, a escrita sai certeira contra uma organização que não tem uma mílicia, mas um grupo de soldados bem treinados e com armamento sofisticado, escondido entre a população civil ... aqui talvez quisesse escrever que os civis libaneses que morrem, morrem pelas mesmas razões que morreram os capacetes azuis ...

O que escreve JMF não acrescenta nada de novo à argumentação dos que apoiaram e continuam a apoiar o argumento belicista para a "normalização" das relações que pretendem impor no plano internacional.

De um ponto de vista socialista, há comentários a fazer:
  • Desde a segunda guerra mundial, o planeta não tem conhecido um único momento sem guerras. Guerras regionais ou locais. Para evitar essas guerras - como a do Médio Oriente - as diplomacias do tempo da "guerra fria" e as dos tempos actuais do único gendarme EUA, falharam em toda a linha. A ONU acaba por parecer um sucedaneo da inoperante Sociedade das Nações ... A sua inoperância é o espelho dos jogos e das relações de força que existem no seu Conselho de Segurança...
  • No Iraque e no Médio Oriente, o argumento belicista usado pelas partes em confronto nada resolve. Antes adia qualquer solução durável e acentua o sofrimento de populações inteiras.
  • A alternativa às políticas dos governos israelitas e dos EUA para o Médio Oriente não está em grupos fundamentalistas islâmicos ou de outro qualquer credo religioso. A alternativa tem de ser encontrada na capacidade de mobilização e de resistência pela Paz que todos os povos do Médio Oriente têm demonstrado.
  • A alternativa às políticas internacionais do liberalismo não está na consolidação das posições islâmicas ... a solução para a guerra não está no aumento de "bombas-humanas" ... a solução está mesmo na capacidade de se construir a Paz!
  • A luta por uma solução de Paz, pressupõe a capacidade de organização de uma rede plurinacional, plurireligiosa, pluriétnica que consiga fazer a ruptura com o actual cenário dominado por uma espécie de gémeos que se guerream, mas que, na prática, têm o mesmo corpo ...
  • A luta por uma solução de Paz passa também pela capacidade de ruptura com uma realidade internacional onde a capacidade de invadir e de desenvolver e manter cenários de guerra, está muito ligada à posição dominante que existe em todas as organizações mundiais que determinam o comércio e a finança.

quinta-feira, agosto 03, 2006

CUBA : CASTRO SUCEDE A CASTRO ... POR ESCOLHA DE QUEM?


Não vamos comemorar a doença de Fidel de Castro, como fazem parte dos exilados cubanos em Miami ou como deverá fazer Bush na Casa Branca.

Também não desejamos "felicidades" ou "bom desempenho" ao irmão Raul de Fidel. Porque, de certeza, ou fará o mesmo ou mais do mesmo!

Também somos de opinião que a "democracia" que a União Europeia quer para Cuba, significaria a repetição política dos exemplos do Leste Europeu, depois da queda do Muro de Berlim e da União Soviética. O liberalismo não é aplicável em Cuba, sob pena de Cuba se tornar num sucedâneo, no século XXI, da ditadura de Baptista derrubada por Fidel.

O acesso dos cubanos a um sistema de saúde e à educação, os progressos económicos até ao momento do bloqueio norte-americano, só foram possíveis porque Cuba conseguiu, durante algum tempo, a introdução de medidas socialistas. O liberalismo teria, de certeza, agravado as carências de toda a ordem do povo cubano.

O problema de Cuba é sobretudo um problema político: os cubanos estão afastados de uma vida política democrática. E uma vida política democrática não tem de ser a cópia das democracias ocidentais. Porque estas democracias também mantêm as pessoas afastadas de uma participação activa e não são exemplo de vida mais digna!

O exemplo da sucessão de Castro por Castro é elucidativo da inexistência de uma participação democrática dos trabalhadores, dos jovens e dos cubanos em geral. A democracia em Cuba - falamos de uma democracia socialista que conciliasse formas directas activas com a representação plural no Parlamento - não pode ficar refém do controlo desse polvo policial formado pelas chamadas "forças de defesa cubanas".

Porque razão a substituição de Fidel não pôde ser préviamente (ou à posteriori!) discutidas nas fábricas, nos bairros, nas escolas, nas forças armadas, em toda a sociedade cubana, com a possíbilidade de se apresentarem candidaturas alternativas?

Será que uma participação política e cidadã mais activa dos cubanos, não contribuiria também para a consolidação de Cuba como país?

A substituição de Castro por Castro, de uma forma que nada tem a ver com uma verdadeira democracia socialista, pode contribuir para um ainda maior abafamento de todos os sectores da sociedade cubana e pode por em perigo o próprio futuro de Cuba como nação independente.Posted by Picasa

terça-feira, agosto 01, 2006

HUGO CHAVEZ: UM POPULISTA COM MIRAGENS INTERNACIONAIS ...

Hugo Chavez, Presidente da Venezuela, continua a sua visita a uma série de países. Já visitou o Irão, a Rússia e o Vietname. Em quase todos os países que visita, recebe uma alta condecoração de Estado. A seguir fala de petróleo, de cooperação, a qual inclui, quase sempre, armamento. E tem duas pretensões: liderar uma frente internacional contra o imperialismo americano e fazer parte do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A amizade que recolhe de governos tão diferentes como o iraquiano, o russo e o vietnamita, coloca a questão de saber se o petróleo é o suficiente para angariar membros para uma dita "frente anti-imperialista".

Hugo Chavez exibe nas opções internacionais que faz, um perfil que só tem um nome ... populista!

Falar de contra o imperialismo, não faz de quem o faz, um socialista ou um homem de esquerda. Como parece fazerem crer alguns sectores de esquerda a nível internacional. E Hugo Chavez nunca foi e não é uma referência internacional de esquerda ou socialista.

É só mais um populista! E mais um populista que gosta de fazer o jogo hipocrita da diplomacia internacional ...