tribuna socialista

segunda-feira, abril 30, 2007

"ESQUERDAS" ! ...

Oficialmente José Sócrates oferece rosas
a Segolene Royal.
No entanto, quem elogia a governação de Sócrates não é Segolene Royal, a candidata socialista. Quem elogia é Sarkozy, o candidato da direita (mais conservadora) francesa.
E não é um elogio qualquer. É o elogio à "reforma" da Função Pública. O elogio tem sobretudo a ver com os cortes nos postos de trabalho na Função Pública. Sócrates já afirmou sentir-se agradado com tal elogio. Mas, por cá, vai dizendo que não haverá despedimentos na Função Pública ...
Afinal ... já deu para perceber o sentido das "reformas" de Sócrates!...

Por lá, em França, a candidata Segolene Royal, que não elogia Sócrates, pelo menos públicamente, resolveu mostrar o lado politiqueiro comum aos dirigentes dos partidos socialistas e sociais-democractas europeus. Terá afirmado que se for eleita Presidente, não descarta a possibilidade de nomear primeiro-ministro o candidato centrista que ficou em terceiro lugar na primeira volta.
Será que Royal está convicta de que esse ex-candidato centrista será o garante para a implementação das medidas sociais que tem prometido? Ou terá afinal o mesmo significado que tiveram as promessas eleitorais de Sócrates desmentidas, dia-a-dia, pelo sentido das políticas governamentais que vai impondo?
Com este tipo de "esquerda" para que é que é precisa a direita?

domingo, abril 29, 2007

FESTA MAYDAY CONTRA A PRECARIEDADE



O primeiro de maio começa às zero horas.
A partir das 22H, na Karnart
Rua da escola de veterinária,
junto ao Liceu Camões (Metro Picoas)
DJs, VJs, Personal Trainers para a Manif, etc
Entrada - 3 euros
[Viva o Euro-MayDay, também em Lisboa!]

1º MAIO: TRABALHADORES SOMOS TODOS ... NO PÚBLICO E NO PRIVADO, EFECTIVOS OU PRECÁRIOS!

As "reformas" do Governo Sócrates têm feito retroceder os direitos dos trabalhadores para níveis inimagináveis, tendo em conta que a iniciativa é de um governo que formalmente é composto por dirigentes de um partido dito socialista.

Na Função Pública, a reforma é elogiada pelo candidato presidencial francês, Sarkozy, pertencente a uma direita completamente retrógrada e xenófoba. O elogia da direita francesa é correspondido por Sócrates que vê nisso um sinal de "prestigio"! Não consta que a candidata socialista, Segolene Royal, tenha partilhado os mesmos elogios ...

Neste exemplo, é vísível aquele que tem sido o vector principal das reformas do governo Sócrates para p mundo do trabalho e do emprego: equiparar tudo à realidade do sector privado!

Avaliações individuais (como se as que existem no sector privado medissem alguma coisa de forma isenta ...), contratos individuais, precariedade a aumentar, flexibilidade de horários, evolução para um regime próximo da liberalização do despedimento ...

Por iniciativa de um governo da direcção do PS, os trabalhadores são hoje dominados por uma realidade onde o medo (por represálias das entidades patronais ou de direcções no sector público) inibe o uso de qualquer direito laboral, por mais elementar que seja!

É cada vez mais dificil distinguir o que se passa em empresas públicas e em empresas privadas. As empresas públicas são dominadas por quem sempre quis estar no privado e as empresas privadas, por força da crescente dominação do económico-financeiro sobre o poder político, desenvolveram, ainda mais, a realidade que parece que as dominou, continuam a manter as leis da Republica à porta das empresas! Em ambos os casos o liberalismo através da sua chamada economia de mercado, vai criando formas de dominação que levam sempre o factor Trabalho à mais completa desvalorização, por contraposição com os jogos financeiros especulativos ...

O 1º Maio de 2007 deve ser comemorado mas pensando como agir sobre a realidade que descrevemos!

Os sindicatos devem ser de classe, mas, para enfrentar eficazmente a realidade, deveriam ser crescentemente inter-profissionais. A defesa dos trabalhadores tem de passar pela inter-ligação de todas e de todos os que estão no privado e no público, sejam efectivos ou precários!

As tão necessárias como urgentes campanhas de sindicalização têm de aproveitar as novas formas de comunicação/informação chegando a todos os trabalhadores de uma forma individual e/ou colectiva. A adesão de cada trabalhador pode ter de ser feita, no momento do acto da sua sindicalização, de uma forma reservada. Tão reservada quanto a pressão que a entidade patronal ou direcção de empresa pública faz em cada local de trabalho para desmotivar, desmobilizar ou até penalizar a sindicalização ou qualquer acção sindical.

A denúncia de situações gravosas para qualquer trabalhador deve ser denunciada através de todos os canais que não ponham em causa a dignidade e o posto de trabalho do/a trabalhador(a).

A generalização da denúncia através de redes sindicais pode desencadear novas formas de organização e de solidariedade de classe e social, capazes de relançar a eficácia dos sindicatos na luta pelo emprego, pela justiça social e pela dignidade!

quinta-feira, abril 26, 2007

25 DE ABRIL SEMPRE!

Lembrar Abril de 1974 é relembrar os tempos da INICIATIVA POPULAR, os tempos da transformação social, os tempos em que o poder estava nas pessoas, nos cidadãos, nos trabalhadores! Lembrar Abril de 1974 é lembrar que Abril está NOVAMENTE POR CONSTRUIR!

ACONTECEU EM 25 DE ABRIL DE 2007!...


Podia ter acontecido noutro dia qualquer ... a gravidade teria sido a mesma! Mas por ter acontecido precisamente no dia 25 de Abril, passados 33 anos de 1974, o significado é ainda mais notado!


Primeiro foi o ridiculo, da Polícia ter mobilizado homens para protecção do cartaz que o grupo de extrema-direita chamado de "PNR" tem no Marquês de Pombal, em Lisboa. Um cartaz racista ali diante de uma manifestação que comemorava o fim do regime que esse grupo defende e gostaria de voltar a impor. Qual o espanto de se terem arremassado tomates podres ao cartaz? O que defendia a Polícia e, principalmente, quem ordenou que a Polícia li estivesse?


Depois no fim da manifestação a investida da Polícia perante pessoas afectas ao movimento "Não Apaguem a Memória" que quereriam dirigir-se para a sede do tal "PNR"... A Polícia parece que só viu "provocadores"que "terão agredido" agentes seus. O que é contestado pelos jovens que foram detidos (e hoje libertados com a medida de Termo de Identidade e Residência) e que têm uma versão contrária.


É claro que a versão da Polícia é a versão da Polícia. Não tem de ser mais verdadeira que a versão daqueles que foram detidos.


O que fica é que em pleno dia de comemoração dos 33 anos de Abril de 1974, a Polícia foi acometida, nesse mesmo dia, de um muito estranho excesso de zelo na defesa de um grupo de extrema-direita racista e fascista e da sua propaganda! ...

Fica uma posição de Francisco Raposo, membro do movimento "Não Apaguem a Memória":
"Liberdade de Expressão" etc e tal
A "liberdade de expressão" reivindicada pelo PNR é a da intolerância, ódio e violência, como as "performances" dos seus apaniguados têm vindo a realizar - nas claques de futebol, como nas "caças" ao imigrante, ao gay ou ao anti-fascista.
Mas, garante da "Liberdade Expressão", lá substituiu a PSP os "pobres" dos skin-nazis que, - diz quem viu , com cães de combate - ostensivamente vinham a guardar o cartaz do Sr Pinto colocado no Marquês de Pombal, de ovos e outros actos de expressão gráfica do descontentamento por tanta "expressiva" liberdade de violentar quem não pensa como o PNR, os Skin-nazis e grupos afins.
Indignada com os "expressivos" tomates lançados ao cartaz por alguns jovens que não se conformam que os "expressivos entertainers" promovam o ódio racial e a xenofobia, a "Autoridade" fez uso da violência legal para repor "a lei e a ordem" no Marquês.
Claro que não só de tomates se expressa a indignação – aliás, seguindo os conselhos do Sr. Silva, o Mais Alto Magistrado da Nação, na sua oratória no Parlamento na comemoração do 25 de Abril, um jovem, usou gotas de água para expressar-se no "debate de ideias" que o PNR promove diariamente no Marquês. Logo de imediato dois briosos homens da nossa corporação de Segurança, avançaram para interceptar o "criminoso" que maculou a propriedade privada.
Apenas a pressão de jovens e menos jovens, entre os quais o signatário, impediu que um dos agentes passa-se à prática a sua "liberdade de expressão" e não fizesse a prometida performance, sibilada, como não quer a coisa, ao "meliante": "parto-te o focinho todo". A coisa ficou por aí…mas guardado estava o bocado…Dando forma à letra do discurso já referido do nosso Mais que Tudo, Sr. Cavaco, cerca de 500 cidadãos, após o cortejo das Comemorações Populares do 25 de Abril, decidiram – vá-se lá saber porquê?, neste Dia da Liberdade - expressar livremente a sua opinião num acto colectivo que consistiu em marchar da Praça da Figueira ao Camões, dando a sua parte no debate de ideias que o Capo do PNR pretende levar a cabo.
Tudo bem, liberdade e tal, a coisa lá marchou sem incidentes de cabo a pavio, isto é no percurso escolhido.Como é natural tudo que começa, tem um meio e um fim, e no fim, bem no fim é que a PSP, "expressivamente" adereçada tipo RoboCop, decidiu dar o seu contributo às comemorações do 25 de Abril numa performance dinâmica e pujante.
Esperou pacientemente que um grupo dos que marcharam para o Camões desce-se a Rua do Carmo, e toca de fazer cair o "Carmo e a Trindade" de forma a "Não Apagar a Memória" da actuação da polícia no 25 de Abril de …73.
Diz quem viu, e eu já não estava lá, que uns Skin-nazis vieram expressar as suas ideias por detrás dos "críticos literários" da PSP. Os que vinham do Camões encetaram a réplica e iniciaram o debate – neste caso, e todos os que ouvi, concordam, a metodologia era apenas verbal. Mas parece que o debate foi súbita e dinamicamente interrompida pela chegada, simultânea de um lado e do outro do grupo vindo do Camões, dos RoboCops, na característica manobra "performativa" conhecida como cerco, com "argumentos" de gestão de debates de ideias conhecidos como bastões, botas cardadas, - utilizadas para expressarem o prazer de serem balanceadas contra os corpos do cercados, - e outros adereços cénicos. Diz quem viu, que já com skin-nazis a recolherem aos bastidores, a "critica literária" continuou com variantes por toda a Rua do Carmo, Rossio, Praça da Figueira.Resultado. Doze cidadãos levados a conhecer, em "visita cultural", as instalações da PSP e com "visita de estudo" marcada às celas do Governo Civil e ao Tribunal de Instrução Criminal, dezenas de cidadãos "autografados" nas costas, braços, pernas, cabeças, pelos "garantes "da "Liberdade de Expressão" da Calçada da Ajuda. Como nota final, a jornalista da SIC que visitou as referidas instalações, ali para os lados da Gomes Freire não foi autorizada, pelo oficial de serviço, a usar a Liberdade de Informar visualmente do ajuntamento de "mais de 3 cidadãos" que pretendiam saber se a "liberdade estava a passar por ali". Pelos visto, não estava.
Estou com franca curiosidade de saber o que é que o Sr. Magalhães, Encenador Máximo dos "performers" da "Lei" vai expressar-se sobre este acto de "debate de ideias".Suspeito, mas é só suspeição, que será qualquer coisa como "Estado de Direito etc e tal". A ver vamos.
Um espectador parcial.
Francisco d'Oliveira Raposo - Dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa e membro do Movimento "Não Apaguem a Memória" (a título pessoal)

quarta-feira, abril 25, 2007

CAVACO SILVA: mais uma posição oca e de direita!

Não se pode exigir de Cavaco Silva o que ele não é !

O actual Presidente da República não esteve com a iniciativa popular que caracterizou a Revolução de Abril. Deve ser dos que defendem evolução em revolução, quando falam de Abril ...

Cavaco Silva pediu/exigiu no seu discurso de hoje na Assembleia Republica que os políticos dessem mais qualidade à democracia. Isto define a concepção de democracia de Cavaco e de todos os políticos do que podemos chamar espaço liberal (actual direcção do PS, incluída, para a sua direita): representativismo, parlamentarismo, hierarquização de tudo e mais alguma coisa, i.e. abafamento de qualquer vestigio de iniciativa popular e de democracia directa.

A qualidade da democracia de Cavaco Silva é visível no seu empenhamento em impedir que haja um referendo sobre o chamado tratado constitucional europeu!

A qualidade que a democracia portuguesa precisa não está nas mãos dos políticos, está nas pessoas, nos cidadãos, nos trabalhadores! E o que parece é que terão de ser elas a encontrar formas activas de subtrairem aos políticos o poder que hoje detêm e que impede que haja mais qualidade para a nossa democracia. A qualidade que se vai perdendo, há medida que nos vamos distanciando, no tempo, do 25 de Abril de 1974.

33 ANOS DEPOIS DE ABRIL ...


33 anos depois de Abril ... lembram-se quando os jogos partidários e parlamentares substituiram a iniciativa popular?


Lembram-se quando os partidos à esquerda resolveram substituir os apelos à luta pelo socialismo por jogos de poder no interior do Parlamento ou então canalizaram todas as suas energias para as lutas parlamentares ?

Lembram-se quando os partidos à esquerda foram ficando, cada vez mais, parecidos com os outros partidos adeptos dos tiques da democracia liberal ou burguesa?

33 anos depois de Abril de 1974 ... já repararam no que é preciso fazer para trazer de novo Abril ao poder?




sábado, abril 21, 2007

SE ESTÁS GRÁVIDA ESTÁS DESPEDIDA! (*)

Trinta e três anos depois do 25 de Abril conseguimos acabar com muitas leis indignas, mas ainda não nos livramos das velhas práticas sociais humilhantes e violentas que penalizam as mulheres porque são mães. A igualdade de oportunidades e de direitos está garantida na Constituição e nas leis portuguesas há cerca de um quarto de século. No entanto, há práticas discriminatórias que persistem, ao mesmo tempo que as desigualdades sociais têm vindo a agravar-se.

Recentemente o «Jornal de Notícias”, divulgava que Inspecção-Geral do Trabalho (IGT efectuou 1690 intervenções no âmbito da protecção de trabalhadoras grávidas, puérperas ou lactantes ,no ano de 2006, e que teriam sido instaurados 9 processos de contra-ordenação (mais 4 que em 2005). A IGT também aplicou 76 autos de advertência (mais 40 do que em 2005), com o objectivo de forçarem os empregadores a corrigir as infracções detectadas.
De acordo com o «JN», desde que o novo Código do Trabalho entrou em vigor, a IGT já instaurou 46 processos de contra-ordenação a entidades empregadoras, por incumprimento da legislação que regula a contratação a termo.
Também todos os anos aumentam as queixas na Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), de trabalhadoras grávidas que afirmam ser discriminadas pelos patrões. De acordo com a presidente do organismo, Fátima Duarte, a situação «ocorre em todos os sectores da vida económica» e sempre «durante o período fértil da mulher». A responsável garante ainda que «não se nos afigura que este número esteja a diminuir, uma vez que os pedidos de parecer prévio solicitados à CITE tem vindo a aumentar».
Por que valores se rege ainda uma sociedade que se mantém indiferente a comportamentos por parte de empresas que geram o risco particularmente grave de incitar a trabalhadora grávida a interromper voluntariamente a gravidez ?

Que sociedade é esta que não se indigna sempre que as mulheres são prejudicadas na sua vida profissional pela razão simples de garantirem a continuação da própria sociedade ?

(*)Por João Botelho

sexta-feira, abril 20, 2007

CEGOS NÃO SÃO OS QUE NÃO VEEM ...

Este cartaz do Bloco de Esquerda tem originado um coro de protestos por parte dos que vivem ofuscados com a propaganda sócratica ... não conseguem ver a realidade de milhares de jovens de acabam cursos superiores e têm como saídas profissionais ser operadora/es de caixas , recepcionistas, empregada/os de mesa, ... , ou então serem explorados em grandes empresas (ex.: sector financeiro!) que pagam salários que mal ultrapassam o salário mínimo ou então recorrem a empresas de trabalho temporário

Para se observar a realidade nem são precisas estatísticas do INE ... basta observar !

Só não vê quem prefere abdicar da capacidade de observação ... independente!

Sugestão: leiam com atenção o texto incluído no cartaz!

domingo, abril 15, 2007

POR DETRÁS DOS LUCROS DA BANCA ...

Com a devida vénia, transcrevemos do EXPRESSO (14.Abril.07) parte da notícia a que se refere a imagem:

"A rotina de Jorge, director do Departamento de Análise de Risco do Banco Popular (BP), foi quebrada na manhã do dia 6 de Fevereiro de 2006. Segundo relatou no Tribunal do Trabalho de Lisboa (TTL), dois homens, (...) irromperam pelo seu gabinete, propondo que apresentasse a sua demissão, evitando um processo disciplinar e o consequente despedimento. O dia de Jorge terminou num notário, onde a sua assinatura numa de demissão foi reconhecida.
(...) Jorge assinou o documento, e terá sido, de imediato, conduzido a um notário para o reconhecimento da assinatura. Esta diligência (segundo artigo 449 do Código de Trabalho) fez com que o pedido de demissão tivesse efeitos imediatos. Caso contrário, Jorge dispunha de sete dias para revogar a carta
."


A mesma notícia do EXPRESSO, relata outro caso no mesmo Banco: "O mesmo método terá sido utilizado com o ex-director Paulo. No mesmo dia, a reunião começou pelo confronto com informação recolhida no e-mail. Um pedido de demissão foi também a porta de saída para evitar um processo disciplinar e o consequente despedimento. Porém este bancário recusou-se a assinar a folha. O processo disciplinar avançou. Na nota de culpa, foi-lhe imputada a infracção de "excesso e abuso de chamadas telefónicas. Contactado pelo Expresso, (...), advogado de ambos os queixosos declarou: "Nestas ciucunstâncias a prova em tribunal é quase impossível. O sistema judicial tem de ter uma certa abertura para perceber estes fenómenos de coacção. Porque, se não percebe, fica a porta aberta para os despedimentos sob coacção impossíveis de provar".

De acordo com um dirigente do Sindicato dos Quadros Técnicos Bancários, citado pelo Expresso, "não é a primeira vez que casos destes acontecem".

Estes exemplos exibem uma das realidades do sector bancário: muitas vezes, as leis do País ficam à porta da empresa; dentro da empresa a lei é a ditada pelas Administrações. O exemplo do sector bancário é só um exemplo, onde se têm vindo a cometer uma série de atropelos aos direitos de quem trabalha: desrespeito pelos horários laborais, reestruturações ao nível dos chamados recursos humanos, nas quais os trabalhadores são tratados como peças e nada mais, tudo tendo como pano de fundo garantir lucros e mais lucros!

Estas situações são também possíveis porque os sindicatos do sector estão divididos e não têm força, porque os contratos individuais de trabalho têm aberto caminho para as Administrações fazerem o que querem!

Um caminho para se tentar inverter estas situações seria a inventariação e denúncia pública e judicial, pelos sindicatos do sector, de todos exemplos que configuram desrespeito pelos direitos dos trabalhadores, nomeadamente as situações de coacção, que correm sempre o risco de nunca serem provadas, até pelo medo que reina entre trabalhadores atingidos. Medo que se acentua pela inexistência de qualquer clima de solidariedade activa entre os trabalhadores ligados a contratos individuais de trabalho.

Por detrás da imagem de "êxito" e "sucesso" do sector bancário, existem realidades de graves atropelos aos dirietos dos trabalhadores e até à sua dignidade pessoal e cidadã!

O QUE É QUE ELES TÊM A VER COM POLÍTICAS SOCIAIS?

O que têm os dois figurantes da fotografia anexa (retirada do Público de hoje) a ver com as políticas sociais?

Ou serão antes parte daqueles que têm vindo a contribuir para que Portugal tenha hoje indices de desigualdade sem paralelo na União Europeia? precisamente porque as "políticas sociais" que dizem defender "reduzem pouco a pobreza", de acordo com dados divulgados numa conferência promovida pela Presidência da República.

No governo nacional ou na Europa qual foi e tem sido o contributo de Durão Barroso e Cavaco Silva (e também José Sócrates) para a redução da pobreza a não ser o agravamento da própria pobreza.

Citando uma notícia saída no Público de hoje, "Números do Eurostat realtivos a 2005 permitem constatar que Portugal tem o índice mais elevado de toda a Europa. E a distância que separa o rendimento dos 20 por cento mais pobres do rendimento médio dos 20 por cento mais ricos está bastante acima da média comunitária".

No conferência da Presidência da Republica, foi considerado que as acções a desenvolver "não dispensam o papel decisivo da família" ... mas então que papel cabem áquelas famílias em que o casal é lançado, ao mesmo tempo, no desemprego porque a empresa fechou ? Que medidas são implementadas para se socializar a iniciativa das pessoas para a criação de emprego?

Numa economia dominada e paralizada pelas decisões dos grandes grupos económicos e financeiros, como pode o emprego ser criado a partir da iniciativa de grupos de pessoas? Que poderiam muito bem ser o grupo de trabalhadores de uma qualquer empresa que perante a ameaça de deslocalização decidiam tomar em mãos a gestão e a continuidade dessa empresa!

Em regra o que tem acontecido no caso da deslocalização das empresas, é o lançamento de centenas de trabalhadoras e trabalhadores no desemprego e o aparecimento de inicitivas inviduais (abertura de pequenos cafés, lojas de pão quente, venda especulativa de automóveis ...) sem qualquer possibilidade de êxito quanto à continuidade futura.

Há também uma clara demissão da iniciativa do Estado. Uma demissão que resulta da onda liberal que tudo pretende privatizado ou privatizável (i.e. na iniciativa do aparelho empresarial!) e da obsessão pela redução do chamado déficit público!

A iniciativa estatal/pública é também afectada pelo facto do aparelho de Estado estar dominado por pessoas, elas mesmas, simpatizantes das soluções liberais e adeptas da transposição dos modelos de gestão empresarial para o domínio do que deveria ser público!

Por isso, preferimos falar na socialização da iniciativa das pessoas para a criação de emprego. Para a questão da mudança de atitude e de acção por parte do Estado, somos de opinião que isso caberia à iniciativa das esquerdas e dos movimentos sociais e sindicais para criarem uma alternativa de mudança de sentido democrático e socialista!
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sábado, abril 14, 2007

EM FLORENÇA (Itália): 1º DE MAIO DE COMUNHÃO HUMANA!

O periódico SOCIALISMO LIBERTARIO editou um número especial inteiramente dedicado à organização de um meeting internacional e internacionalista sobre um 1º de MAIO diferente, de comunhão humana, que terá lugar na cidade italiana de Florença.

Pretende-se um 1º de Maio distinto, de encontro, de reflexão e discussão, sobre como é possível ser-se melhor e melhorar em comum.

Um 1º de Maio de comunhão humana, das relações de amizade, de solidariedade, de apoio mútuo e reciprocidade que podem surgir e criar-se como vasos comunicantes na busca por uma humanidade melhor, perante a realidade cinzenta dos poderes opressivos.

COMUNHÃO REVOLUCIONÁRIA CONTRA A PREPOTÊNCIA DOS ESTADOS E DAS IDEOLOGIAS TOTALITÁRIAS.

quinta-feira, abril 12, 2007

ANDAM A DISCUTIR ... O QUÊ???

No centro do "debate político" surge a questão das habilitações do primeiro-ministro ... é isto o que o hiper-parlamentarismo produz: joguinhos de política, fulanização, intrigas ...

Em que é que as habilitações do primeiro-ministro contribuem para a resolução dos problemas concretos das pessoas? Em que é que a polémica (!?) sobre se José Sócrates é "engenheiro" ou "engenheiro técnico" contribui para uma maior participação das pessoas para a resolução dos seus próprios problemas?

Nada vezes nada igual a nada! ... Tudo isto é, isso sim, uma exibição do chamado jogo político ... jogo, com todas as letras! E que é afinal para isso e só para isso que os políticos defensores da dita democracia parlamentar têm jeito e inclinação ...

Sócrates tirou o seu curso no comércio que parecem ser as "universidades privadas" ... Disse que teve como objectivo a sua "valorização pessoal" ... Mas quantos deputados também não terão recorrido ao comércio do ensino privado para poderem ostentar um título qualquer, porque é sabido, e, esses políticos sabem-no muito bem, que nesta sociedade o "Dr" e o "Eng" compra influências e mete muita gente em sentido à custa de um miserabilismo cultural que muitos desejam manter, apesar de dizerem o contrário!

Na nossa opinião, Sócrates não tem de ser investigado. Já chegou a entrevista patética de ontem no canal público de Televisão !

O que deve ser debatido e analisado com forte participação directa e popular são as suas políticas neo-liberais e as suas consequências nos planos político e social.

A avaliar pela intervenção de muitos trabalhadores no encerramento das fábricas onde tinham os seus postos de trabalho, demonstrando capacidade de resistência e determinação, provavelmente estaríamos mais bem servidos se o primeiro-ministro fosse um deles em vez de alguém que ostenta um título qualquer ...

terça-feira, abril 10, 2007

COMUNICAÇÃO E UNIÃO NO MOVIMENTO LIBERTÁRIO



Aljustrel - 14 de Abril 2007 - 17 horas



O Centro de Cultura Libertária vai organizar um encontro-debate que tem como objectivo reflectir sobre “Comunicação e união no movimento libertário”.





O local da discussão será o Centro de Cultura Anarquista Gonçalves Correia em Aljustrel, no dia 14 de Abril, pelas 17 horas.





Com esta iniciativa pretendemos discutir problemas que pensamos afectarem o “movimento” libertário, nomeadamente a falta de informação e colaboração entre grupos. Temos algumas propostas a fazer, na tentativa de criar possibilidades de comunicação e união na acção, esperando que outras se venham juntar às nossas.





Para além do debate, contem com jantar e outras actividades criativas: sessão de poesia, finalmente, concerto de Disastro Sapiens.





Apareçam que é importante, contamos com a vossa presença.





Saudações libertárias!





Centro de Cultura Libertária


E-mail: ateneu2000@yahoo.com


Site: http://ccl.yoll.net


Endereço postal: Apartado 40 / 2800-801 Almada (Portugal)


Sede: Rua Cândido do Reis, 121, 1º Dto - Cacilhas - Almada

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Fica um comentário:

TRIBUNA SOCIALISTA reinvidica-se do socialismo libertário. Temos um percurso marxista e no marxismo priveligiamos a visão anti-estatista que há em Marx. Uma visão que foi sendo perdida, esquecida e espezinhada pelos ideólogos estalinistas e pelos escribas oficiais do marxismo para todos os gostos e desgostos ...

Somos dos que pensam que é preciso sentar à mesma mesa Marx e Bakunine e pô-los a olhar e a discutir os desafios por alternativas neste século XXI.

A iniciativa do Centro de Cultura Libertária de Almada é uma iniciativa que deveria ser mantida e levada ao todo nacional deste espaço português. Sábado é em Aljustrel. Porque não depois no Porto, depois na Marinha Grande, depois sempre e sempre mais um depois ...

Contem com este espaço socialista libertário para a divulgação destas e doutras boas iniciativas!

João Pedro Freire

quinta-feira, abril 05, 2007

HUMOR EFICAZ!

O humor dos GATO FEDORENTO revela-se mais EFICAZ no combate à extrema-direita que o blá-blá-blá político ...

O outdoor dos Gato Fedorento colocado ao lado do da autoria do chamado "PNR" é, de facto, imaginativo e objectivo!

O nacionalismo é mesmo uma parvoíce ...
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domingo, abril 01, 2007

NOVAS TAXAS MODERADORAS NA SÁUDE ... CONTINUA A DESTRUIÇÃO DO SNS PARA TODOS!

Aqui podem ver o que ver ao pormenor o que é que o governo Sócrates está a fazer ao direito à saúde, de modo a torná-lo uma mera formalidade e o Serviço Nacional de Saúde mesmo que "tendencialmente gratuito" uma autêntica miragem ...

José Sócrates e o seu governo comportam-se como meros apendices de uma qualquer ofensiva neo-liberal ... os direitos sociais são uma formalidade e a sua aplicação fica sempre sujeita a questões orçamentais!