tribuna socialista

segunda-feira, janeiro 31, 2011

Concentração de solidariedade com a luta do povo egípcio !

Concentração de solidariedade
com a luta do povo egípcio


MUBARAK, DEMISSÃO!

Amanhã, 3ª feira, 18h

no Largo Camões, Lisboa

domingo, janeiro 30, 2011

sábado, janeiro 29, 2011

REFLEXÕES SOCIALISTAS LIBERTÁRIAS À VOLTA DA REVOLUÇÃO DE JASMIM ...

No Facebook estão registadas algumas reflexões socialistas libertárias sobre a revolução de Jasmim que percorre países árabes, como a Tunísia, o Egipto, a Jordânia ... acontecimentos bem perto da Europa onde os trabalhadores e os jovens também têm dado mostras de crescente oposição e constestação às políticas neo-liberais de austeridade impostas pela Comissão Europeia e pelos governos europeus do arco neo-liberal.
A auto-iniciativa popular é real, não é virtual ... mas as redes sociais têm-se assumido como instrumento de apelo à mobilização. Lá como cá !


A iniciativa popular nos países arábes é/deveria ser um bom exemplo para os trabalhadores europeus que estão a ser fustigados por políticas miseráveis de austeridade, de cortes salariais e cortes nas prestações sociais. Tudo enquanto os tubarões ultra-ricos continuam a enriquecer e a pavoniarem-se ...

(28 de Janeiro de 2011)

QUANDO É QUE SERÁ QUE, POR CÁ, OS TRABALHADORES E OS JOVENS TAMBÉM TOMAM CONTA DA SUA PRÓPRIA VIDA ?
FAÇAMOS NÓS AS POLITICAS QUE QUEREMOS ... NÃO DEIXEMOS QUE DECIDAM POR NÓS!
ISTO SERIA DEMOCRACIA! EXIGÊNCIA DE MAIS DEMOCRACIA COM MUITO MAIS JUSTIÇA!
Vejam o que está a acontecer aqui ao nosso lado, nos países árabes ....

(28 de Janeiro de 2011)



Sim!!!! .... eu falo em ocuparmos as ruas que percorremos diáriamente pelo nosso próprio pé!
As ruas pertencem-nos ... são nossas!
São o nosso parlamento ... é lá que podemos dizer o que queremos, o que pensamos o que desejamos como A NOSSA VIDA!
Da Grécia, da Galiza, do País Basco, do Egipto, da Jordânia, da Tunísia, de França, da Rom...énia .... há um enorme corredor humano EM LUTA POR UMA DEMOCRACIA QUE FUNCIONE COM A NOSSA VONTADE E O NOSSO QUERER!

(28 de Janeiro de 2011)



Enquanto corre uma brisa renovadora de jasmim, há um cheiro pestilento da hipocrisia das relações entre os Estados que também vai crescendo ...
Os governos tunisino, egipcio, jordano ... são aliados de longa data da Comissão Europeia, dos governos europeus e dos EUA ...
Agora os governos europeus e norte-americano pedem "reformas", mas... antes nunca pediram democracia a sério contra as democracias de fachada que financiaram e apoiam militarmente!
Lembram-se quando a seguir ao 25 de Abril de 1974, todos os partidos falavam em "socialismo" ? Todos ... mesmo o CDS ("socialismo humanista") e o PPD (PSD) (o orgão central da JSD chamava-se "Pelo Socialismo") ...
QUANDO AS MASSAS DESPERTAM, QUANDO EXIGEM DEMOCRACIA A SÉRIO, TODA A TRALHA DOMINANTE EXALA HIPOCRISIA !!!!!

(29 de Janeiro de 2011)

Há quem do alto de um parlamentarismo afunilante grite que o poder "não pode cair nas ruas" nos países do mundo árabe percorridos pela revolução de jasmim ...
São gritos e temores de quem não quer mudar absolutamente nada!
Perante poderes corruptos, sem legitimidade democrática, que impõe politicas que nunca foram sufragadas, .... , o ...poder tem mesmo de ser derrotado na ruas!
Tem de ser derrotado pelos que só podem votar (quando podem!) de "X" em "X" anos.
Há momentos em que a democracia tem de ser exercida directamente ... porque o excesso de representativismo, afunila, restringe, exclui!
É isto que se passa na Tunísia, no Egipto, na Jordânia ... mas é isto que também começa a ser preciso por esta Europa, onde a democracia só chega à tralha dominante!

(29 de Janeiro de 2011)



Um dos factos mais significativos dos levantamentos populares nos países arabes é a contestação aos partidos comprometidos com os regimes contestados e com todo o período anti-democrático e policial.
Muito justamente a iniciativa popular EXIGE a dissolução desses partidos e a irradicação dos "políticos" comprometidos com esses partido...s. Muito justamente, porque a exigência de mais democracia é incompatível com quem violou a democracia e restringiu as liberdades democráticas e os direitos sociais.
O partido de Ben Ali que dominou a Tunísia pertencia à dita Internacional Socialista.
O partido de Mubarak no Egipto era unha com carne com as Administrações norte-americanas, Obama incluído.
Exemplos de partidos que exibem a distância entre o que dizem e o que fazem ...
Estes exemplos não se ficam só pelo Mundo Árabe. Embora só sejam denunciados quando a iniciativa popular acorda e se inicia um processo de transformação social... A Europa está CHEINHA de casos semelhantes! Partidos "socialistas" no nome, mas liberais (i.e.capitalistas) nas práticas. Ou partidos liberais no nome e de extrema-direita nas práticas.
Mas esses exemplos podem também ser apontados a países como a Coreia do Norte, a China e até Cuba ... quais as práticas dos partidos dominantes nestes países têm alguma coisa a ver com o "comunista" ou "socialista" ou "dos trabalhadores" que ostentam na sigla ?
A auto-iniciativa popular para o inicio de transformações revolucionárias tem esta particularidade inovadora e também revolucionária: se é para mudar, então nada do passado pode passar por inovador!Ver mais



(29 de Janeiro de 2011)

terça-feira, janeiro 25, 2011

PARA UM DEBATE QUE CONTRIBUA PARA UMA ALTERNATIVA!

O debate sobre as esquerdas. O debate entre as esquerdas. O debate sobre qualquer parte, organizada ou não, das esquerdas. Todo este debate tem de ser transparente, público, intenso. Não pode ficar preso entre as paredes de qualquer partido ou grupo de esquerda.

Como militante do Bloco de Esquerda, gostaria que o debate sobre o meu par...tido-movimento pudesse ser intenso, primeiro no seu seio, depois que ultrapassasse os seus limites oraganizativos.

Em nome de uma outra cultura de diálogo entre as esquerdas, em nome também de uma democracia que não fosse só retórica, mas prática visivel e sentida.

Debater não é hostilizar, nem insultar. Mas debater impõe frontalidade!

E os tempos de crise, tempos em que é urgente uma alternativa de esquerda de poder, impõem muito debate!

segunda-feira, janeiro 24, 2011

PRESIDENCIAIS: ABSTENÇÃO, DIREITA UNIDA E ESQUERDAS, como de costume, A OLHAREM PARA O UMBIGO!

Cavaco Silva e a direita triunfaram nas Presidenciais.
As esquerdas e as restantes candidaturas saíram derrotadas.
A abstenção continuou a crescer, embora os resultados práticos desse crescimento estejam mais próximos de desânimo do que de protesto social.
Não obstante, sente-se um descontentamento social perante as consequências de uma crise financeira e económica.

O que parece uma evidência, é a incapacidade de uma democracia hiper-parlamentarizada para materializar pelo voto o descontentamento social que é transversal a todo o espectro político-partidário. Como que o ritmo dos ciclos eleitorais desta democracia, encaixam muito mais nas chamadas agendas dos órgãos de soberania e dos partidos parlamentares e passam à margem das expressões colectivas do descontentamento popular.
O aumento da abstenção pode ter a ver com isso …
Os resultados das eleições presidenciais mostram uma direita crescentemente unida e eleitoralmente com ritmo de vitória e esquerdas desfocadas do sentir social e, mais uma vez e sempre, desunidas e clubisticamente olhando só para o seu umbigo.
A candidatura de Manuel Alegre é a imagem do que dizemos. Se há cinco atrás, Manuel Alegre conseguiu, através de uma iniciativa independente mas claramente localizada à esquerda e na crítica ao liberalismo, atravessar transversalmente o espectro partidário, agora tornou-se numa candidatura excessivamente conotada com o PS enquanto partido governamental e, por isto, em permanente contradição com o outro partido apoiante, o Bloco de Esquerda.

Manuel Alegre desenvolveu uma campanha muito baseada em abstracções e em ataques fulanizados. Se tivesse sido uma candidatura unitária das esquerdas, Manuel Alegre teria sido muito mais sensível à incorporação no seu discurso do descontentamento social e da necessidade de uma nova iniciativa política alternativa. Há cinco anos conseguiu, agora foi uma espécie de clone do Mário Soares da última eleição presidencial …
Repetiu, vezes sem conta, o que quase todos repetem (como o próprio Cavaco Silva), embora de uma forma muito branqueada, como a defesa do público (saúde, segurança social, escola…). Mas nunca foi claro nem objectivo quando se tratava de criticar as políticas governamentais, a começar pelo seu apoio ao OGE, cozinhado pelo PS e PSD. A própria crítica ao processo BPN/SLN só foi mais contundente quando se tratava de criticar Cavaco. Como se Cavaco e o PS, nesse processo, tivessem, alguma vez, actuado separadamente …
No plano dos apoios partidários a Manuel Alegre, funcionaram sempre como contrários que se anulam e nunca como possível nova convergência social entre partidos politicamente contraditórios. As direcções dos dois partidos nunca se misturaram em público, apesar de conviverem na estrutura da candidatura. O Bloco de Esquerda fez lembrar, nos conteúdos de apoio a Alegre, a célebre imagem da Revolução Russa onde Trotsky era censurado pelos estalinistas para não aparecer ao lado de Lenine. No caso da campanha presidencial, por exemplo, o esquerda.net, resolveu só propagandear as partes que lhe convinham da campanha de Alegre, omitindo as partes pró-governamentais e pró-Sócrates. Qualquer um que se desse ao trabalho de tentar acompanhar a campanha alegrista pelo esquerda.net, ficaria com a sensação de que existiam dois Alegres …

O apoio do Bloco de Esquerda a Manuel Alegre esteve politicamente mal desde o seu inicio. Não foi um processo de decisão democrática no seio do BE. Foi um processo que se iniciou com uma declaração pessoal de Francisco Louçã à TVI em Dezembro de 2009, bem antes de Manuel Alegre se declarar como candidato. É um processo que mostrou as graves carências práticas de democracia interna que existem num Bloco de Esquerda que é tutelado por uma maioria, somatório de três correntes (que não se assumem enquanto tal, estatutariamente), dominadas pela aparentemente mais forte, UDP.
Todo o processo relativo ao apoio do BE a Manuel Alegre, decorreu à margem dos seus militantes. Só as estruturas de direcção foram chamadas a pronunciar-se. E, nestas estruturas, a tal maioria tem um domínio avassalador.
O resultado de um processo destes, só pode ser uma divisão no Bloco de Esquerda com consequências futuras previsivelmente muito negativas. E a responsabilidade política pertence por inteiro a Francisco Louçã, coordenador da Comissão Política, e a toda a direcção política do BE.
A divisão dos votos tradicionalmente BE, resultou também em votos que foram parar, principalmente, às candidaturas de Fernando Nobre e de Francisco Lopes.

A candidatura de Fernando Nobre acaba por ter um resultado importante, mas aquém do resultado, esse sim histórico, de Manuel Alegre há cinco anos. Fernando Nobre, ao contrário de Alegre, apresentou a sua “iniciativa cidadã” como algo apolítico, evitando afirmar-se à esquerda ou em qualquer outro quadrante. Socorreu-se de muito discurso de auto-elogio, de propostas algo populistas, reunindo à volta de si, vontades muito contraditórias e incapazes, por isso, de representarem o inicio de qualquer novidade enquanto movimento social ou político.
Não basta criticar os partidos políticos, para não se incorporarem os piores vícios dos partidos hiper-parlamentarizados. E isso foi visível na candidatura de Nobre, através da permanente saída de pessoas que tinham estado no lançamento da candidatura. Esta será uma candidatura que aconteceu e que, provavelmente, não se voltará a ouvir falar nos dias de ebulição social que a presente crise irá registar.
É visível que Fernando Nobre, mandatário do BE nas últimas eleições europeias, conquistou o apoio de muitos bloquistas. Apoio que acaba por ser consequência do processo que decorreu no BE sobre as Presidências. Seria muito importante, que esses bloquistas apoiantes de Nobre, não se dissolvessem nas abstracções e nas contradições de uma candidatura presidencial, quando for necessário juntar forças contra a hegemonia política da direita!
A candidatura de Francisco Lopes voltou a representar um esforço de consolidação do espaço político do PCP. A capacidade interventiva de Francisco Lopes foi, de facto, uma novidade, um bom exemplo desta campanha. Mas esse discurso foi quase sempre diminuído no seu impacto social pelo excessivo sectarismo de militantes comunistas. Esse sectarismo continuou a ser traduzido pela sistemática estratégia de confronto com outras correntes de esquerda, pela apresentação do PCP como o único partido “coerente”, pela desvalorização de qualquer outra candidatura presidencial, etc., etc.

O decorrer das acções de candidatura de Francisco Lopes mostraram, de facto, bastante capacidade de iniciativa e de organização. No entanto, os resultados finais voltaram a evidenciar a incapacidade do PCP para alargar a sua base social de apoio, mesmo entre sectores das esquerdas.
A candidatura de José Manuel Coelho é uma das novidades destas Presidenciais, pelo resultado nacional, pelo resultado na Madeira e pelo que isso significa. Juntamente com o nível crescente das abstenções, esta candidatura é claramente um sinal de protesto no plano nacional e um sintoma de inicio de rejeição de Alberto João Jardim, na Madeira. José Manuel Coelho posicionou-se como o candidato mais votado no Funchal e no Machico. E este é um dado muito importante!

Com os candidatos que se posicionaram nestas Presidenciais, elas muito dificilmente poderiam contribuir para um novo ciclo político de afirmação social contra as políticas neo-liberais e contra as consequências da crise financeira e económica do capitalismo. Os resultados eleitorais confirmam, perante a inexistência de uma resposta social e política à esquerda, a manutenção das políticas com iniciativa no chamado arco neo-liberal do governo, i.e. o PS, o PSD e o CDS.

Uma das consequências destas eleições pode ser uma espécie de refinar da resposta política à direita, com a hegemonização da direita mais caceteira (Cavaco Silva, PSD e CDS) no aparelho de Estado, i.e. Presidência da República, Governo e Assembleia da República.
É previsível a dissolução da Assembleia da República pelo reeleito Cavaco Silva, logo que os seus poderes para tal, sejam reactivados no âmbito da Constituição da República.
Os partidos do arco neo-liberal jogam, como já afirmámos no inicio desta análise, na não coincidência dos ritmos eleitorais com o ritmo da resposta social e popular à crise. Para os seus projectos, é bom que uns não coincidam com os outros …

Por isto, é importante que a iniciativa social e popular de resposta à crise seja desenvolvida e aprofundada. Esta iniciativa corta transversalmente o espectro partidário e será importante, até por isso, para a definição de uma alternativa democrática, socialista e anti-capitalista de poder.
As esquerdas, parlamentares e extra-parlamentares, deveriam vencer todos os seus actuais tiques clubisticos e sectários. Porque razão nunca é possível uma resposta política unitária das esquerdas? Para isso, terá de ser o movimento social, o resultado da luta de classes perante o actual cenário de crise, a forçar a essa resposta política unitária!

Seria muito importante, que a resposta social em Portugal tivesse convergências com o movimento social noutros países europeus. Afinal é fundamental que as esquerdas olhem para a Europa com determinação e empenhadas na alteração do quadro político europeu. Hoje as políticas nacionais estão muito dependentes desse quadro europeu. E na Europa é também urgente que o neo-liberalismo e as políticas dos PECs sejam derrotadas com uma alternativa de esquerda com dimensão europeia!

domingo, janeiro 23, 2011

EM LUTA ! PARA ALÉM DO VOTO ...

Já votei ...



Votei convencido de que amanhã esta vida continuará a exigir dias de muita luta!


Serão, como têm sido, dias de luta pela nossa dignidade ... contra as mentiras, os arranjos e as hipocrisias do poder e dos poderes.


Não estamos nem estaremos sózinhos ... foi na Tunísia, tem sido na Albânia, como tem sido também na Grécia, em França, na Roménia, em Itália ...


O voto é um momento de democracia. Como momentos de democracia são os dias e as vezes em que as lutas enchem de vontades colectivas as ruas!
 
João Pedro Freire

quarta-feira, janeiro 19, 2011

PRESIDENCIAIS: DIA 23 É PRECISO VOTAR ... CONTRA CAVACO SILVA!

Sim ... é preciso votar no Domingo, 23 de Janeiro! Votar contra Cavaco Silva! Votar para que seja possível a realização de uma 2ª Volta!

Não vai ser fácil ... e não é fácil quando as esquerdas não se entendem e quando o descontentamento social fica disperso, à mercê de populismos e de demagogias institucionais.

Quem são as esquerdas a que nos referimos? É uma maioria social e eleitoral que nunca tem tido expressão política. São jovens, são trabalhadores, são cidadãs e cidadãos, em geral, que votam PS (e muitos estão descontentissimos com as politicas governamentais de Sócrates), que votam Bloco de Esquerda, que votam PCP, que votam nos partidos mais pequenos das esquerdas, que se abstenhem, que já votaram à direita mas que aceitariam uma nova alternativa ...

Não é novidade as esquerdas não se entenderem ... e num País onde a maioria social até está do lado das esquerdas. Mas o que se passou com as Presidenciais foi do mais abjecto que podia ter acontecido.

Esteve muito mal a direcção política do Bloco de Esquerda e o seu coordenador, Francisco Louçã, quando apoiaram Manuel Alegre, mesmo antes de ele ser oficialmente candidato, e, mesmo assim, sabendo perfeitamente que seria também o candidato do PS governamental responsável por uma série de políticas que criaram, muito justamente, um enorme descontentamento social. O que é que poderia representar um candidato presidencial apoiado por um partido identificado com as politicas governamentais e apoiado por outro que é oposição a essas politicas governamentais? Esse candidato acabou por ser uma espécie de candidato do "nim", visível em muitas declarações que fez durante a campanha eleitoral, caracterizadas por muita abstração, muita retórica e muito pouco concreto e objectivo quando o interrogavam sobre as consequências sociais das políticas do governo do partido a que pertence. Muito mal, mesmo muito mal, ficará a direcção política do Bloco de Esquerda com a situação - desânimo, divisão, ... - em que colocou todo o BE !

A candidatura de Fernando Nobre não foi a candidatura da "iniciativa cidadã" que proclamou. Caindo várias vezes no populismo, Fernando Nobre juntou à sua volta, no seu "núcleo duro", um cocktail de personalidades que, caso ganhasse, rápidamente se anulariam, deixando Nobre sózinho com os seus discursos de apologia do seu "eu" ... A candidatura de Nobre mostrou que não chega não ter o apoio dos partidos para não importar os piores tiques partidários. Dos que começaram junto a Fernando Nobre, muitos o deixaram, desiludidos com o que viram ... Não basta um homem para se construir uma candidatura !

Francisco Lopes, o candidato assumidamente do PCP, mostrou, novamente, até onde pode ir o Partido Comunista em matéria de movimentos de convergência, como é o caso de uma candidatura presidencial. O discurso do candidato esbarra com o posicionamento sectário, fechado e até algo clubistico dos seus apoiantes militantes do PCP.

Manuel Alegre, Fernando Nobre e Francisco Lopes são candidaturas que disputam o apoio eleitoral do povo das esquerdas. Mas nenhuma delas consegue, só por si, reunir o apoio maioritário desse povo das esquerdas. No entanto, o voto válidamente expresso nestas candidaturas pode contribuir decisivamente para a realização de uma 2ª volta ...


Mais uma vez, as esquerdas, mais própriamente as suas direcções políticas, falharam na concretização de um esforço sério para a apresentação de uma candidatura mobilizadora de sentido democrático, socialista e anti-capitalista.

Mas é com a realidade que temos que teremos de nos mobilizar para a derrota de Cavaco Silva numa 2ª volta. Para isso, de acordo com o que está legislado para as Presidenciais, só contam votos válidamente expressos, não contam votos nulos, não contam votos em branco, não contam as abstenções!

Numa 2ª volta, o povo das esquerdas saberá, mais uma vez, demonstrar um sentido mais prático, mais objectivo e mais unitário que as direcções partidárias dessas esquerdas, para se derrotar Cavaco Silva.

sexta-feira, janeiro 14, 2011

CABO VERDE: LIBERDADE DE IMPRENSA EM PERIGO (*)

A luta pela liberdade de imprensa não tem fronteiras. A solidariedade do TRIBUNA SOCIALISTA aos que em Cabo Verde lutam contra a censura e pela defesa da liberdade de imprensa!

Por António Alte Pinho (*)

O partido do poder em Cabo Verde, durante cerca de uma década porta-bandeira de uma ditadura férrea que oprimiu os cabo-verdianos, cultor de uma polícia política e instigador de “milícias populares” que perseguiram discricionariamente milhares de cidadãos, e que desde há dez anos regressou ao poder em eleições democráticas, não perdeu os tiques autoritários e a sanha persecutória.



Intentando uma “chapelada” eleitoral, como aconteceu vai para 10 anos nas eleições presidenciais, o PAICV procura ganhar as legislativas de 6 de Fevereiro utilizando a burla, o embuste e a vigarice como arma política.



Deputados e ministros do PAICV – partido integrante da “Internacional Socialista” (cujo líder, José Maria Neves, e primeiro-ministro, é amigo de José Sócrates), têm vindo a comprar votos à custa do erário público, violam o Código Eleitoral sob a camuflagem de inaugurações do governo e lançamento de primeiras pedras e, através dos seus apaniguados na Comissão Nacional de Eleições (CNE), procuram calar duas das vozes da imprensa livre cabo-verdiana: o semanário Já (http://www.scribd.com/doc/46834030/Ja26) e o jornal online Liberal.

A CNE, que durante semanas fechou os olhos à violação da lei por parte do governo e de José Maria Neves (curiosamente, um caloteiro que deve mais de um milhão de escudos ao Fisco – inadmissível até pela circunstância de se tratar do primeiro-ministro), resolveu atirar as garras para dois dos únicos órgãos de comunicação social que têm vindo a denunciar as manigâncias e vigarices da associação de malfeitores que domina o aparelho de Estado para seu benefício.

Permito-me transcrever parte de um comunicado da Direcção do semanário Já (o jornal cabo-verdiano de maior tiragem – 20 mil exemplares), para melhor se perceber a decisão da CNE e a natureza ilegítima do seu ataque ao jornal:

“A CNE, bem sabendo o endereço da Administração e Redação do nosso jornal, resolveu, num gesto que só podemos definir como provocatório, endereçar a notificação, supostamente a nós dirigida, para a sede nacional do Movimento para a Democracia (MpD), partido político que não figura como proprietário do jornal nem consta da sua ficha técnica. Hipoteticamente, questionamos: qual seria a reação da CNE se o Já endereçasse correspondência a ela dirigida para a sede do PAICV? Da carta da CNE, entregue na sede do MpD, à qual só agora tivemos acesso, podemos desde já declarar, sem qualquer dúvida, que ela enferma de ilegitimidade e revela desconhecimento e/ou má fé, porquanto:

1 – A acusação ao Já omite qualquer matéria de facto. Ou seja, alegando genericamente ter havido violação da lei, não faz qualquer referência a peças jornalísticas e edições específicas em que essa violação tenha ocorrido, privando este jornal de um princípio fundamental em Direito: informar o arguido dos factos de que é acusado.

2 - Ao não ouvir o legal representante do Já (que não foi convocado para a reunião onde porventura terá havido deliberação de punir), a CNE violou outro princípio essencial de um Estado de Direito democrático: dar ao arguido a capacidade de defesa e o direito ao exercício do contraditório.

3 - A decisão da CNE, resultante de queixa formulada pelo PAICV, foi construída numa base parcial, ainda para mais prenhe de inverdades e imprecisões, na medida em que na referida queixa o Já é indicado como sendo um “jornal online” (!) e o proprietário apontado pelo partido de Neves é uma tal “Liberal Media Plus”, empresa inexistente – logo vazando de legitimidade qualquer instrução processual.

A atitude da CNE vem ferir de morte a confiança que tal órgão fiscalizador deveria merecer por parte dos cidadãos e, em particular, da comunicação social que, para ser livre – como em qualquer Estado democrático -, não pode estar sujeita a atitudes e constrangimentos, preconceitos e posições discricionárias. E esta atitude confirmou-se, aliás, quando a CNE convocou conferência de imprensa - para anunciar a multa - sem que para tal tenha convocado o jornal visado. É esclarecedor!”



Ora, como se dizia num editorial do Liberal, “perante um cenário escandaloso de violações reiteradas do Código Eleitoral, por parte de José Maria Neves, dos seus ministros e do seu governo, materializado nas inaugurações, nos lançamentos de primeiras pedras e todo o mais que se sabe – e o que ainda se não sabe mas, seguramente, se saberá -, levanta-se à consciência de qualquer jornalista sério a necessidade de erguer um bem maior: o sagrado dever de informar, consubstanciando coisa tão rara por estas terras, que é o primado da utilidade pública de uma notícia, independentemente dos códigos e das leis.”
Num cenário destes, o bem maior a preservar é continuar, mesmo correndo o risco de novas investidas, informando os leitores – razão principal da nossa vida profissional – e furando o cerco instigado pelo partido “socialista” (e fascista nos actos) PAICV. Até porque, como disse em tempos num outro texto e em outro lugar, na Redacção habita o pulsar da vida que se afirma fora das paredes. O Jornalismo não é um produto, é um acto consciente de intervenção, de informação, de esclarecimento e de cumplicidade com as pessoas comuns.
No Jornalismo não há "monstros sagrados" ou "iluminados", há homens e mulheres que põem a sua escrita ao serviço do avanço social, da liberdade e de um mundo sem déspotas!
Apelo a todos os democratas, a todas as mulheres e homens livres para que sejam solidários com a imprensa livre de Cabo Verde e, pelos meios que considerem eficazes, denunciem o ataque perverso à liberdade de informação.

*Jornalista

ROSA LUXEMBURGO: FAZ HOJE 92 ANOS QUE FOI ASSASSINADA

Hoje passam 92 anos sobre o assassinato de ROSA LUXEMBURGO pelos verdugos dos "Frei Korps", futuros SA do partido nazi alemão, sob as ordens do governo social-democrata de Ebert e Noske.

Fica esta passagem do seu último escrito "A ordem reina em Berlim":

"Porque a nossa crise tem com efeito um duplo rosto, o da contradição entre uma e...norme decisão ofensiva por parte das massas e a falta de convicção por parte dos chefes berlineses. Falhou a direção. Mas este é o defeito menor, porque a direção pode e deve ser criada pelas massas. As massas som com efeito o fator decisivo, porque som a rocha sobre a que será edificada a vitória final da revolução. As massas cumpriram com a sua missão, porque fizeram desta nova "derrota" o elo que nos une legitimamente à cadeia histórica de "derrotas" que constituem o orgulho e a força do socialismo internacional. Podemos ter a certeza de que desta "derrota" também há de florescer a vitória definitiva.

A ordem reina em Berlim!... Ah! Estúpidos e insensatos carrascos! Não reparastes em que a vossa "ordem" está a alçar-se sobre a areia. A revolução alçará-se amanhã com a sua vitória e o terror pintará-se nos vossos rostos ao ouvir-lhe anunciar com todas as suas trombetas: ERA, SOU E SEREI!"

sábado, janeiro 01, 2011

2011 : BOM ANO PARA NÓS ... QUE SEJA UM MAU ANO PARA OS VAMPIROS !

2011 vem anunciado como uma espécie de ano de síntese de todos os PECs, de todos os cortes, da ameaça da entrada do FMI ... uma convergência de todas as políticas engendradas pelos que criaram a actual crise e que agora aparecem como pretensos "solucionadores" da crise ... como já tentaram, sem o conseguir, noutras ocasiões!

A imprensa - toda ela propriedade de grandes grupos económicos e financeiros - tem-se encarregado de transformar os espaços noticiosos em vacinas ideológicas para anestesiarem, pelo medo, quem vai sofrer cortes nos salários, cortes nas prestações sociais, cortes, cortes e mais cortes.

Desejam "bom ano" e, se possível, que quem se prepara para não saber como é que há-de viver com tantos cortes, que se mantenham passivamente incomodados, continuando as rotinas diárias...

“Bom Ano” para os vampiros responsáveis por esta crise, continuará a ser a fluidez nos seus lucros especulativos, a destreza nas habilidades das fugas ao fisco, as lágrimas de crocodilo para não aumentarem o salário mínimo uns miseráveis euros , ... , e depois continuarem descansados porque qualquer nova bolha especulativa será sempre curada com a fórmula descoberta pelos Estados e pela comissão europeia: a nacionalização dos prejuízos para que os lucros possam ser sempre privados!

2011 pode ser um BOM ANO, i.e. um ano de viragem, um ano em que a redescoberta da acção colectiva e a redescoberta dos valores da solidariedade, pode fazer arrepiar caminho os monstruosos vampiros que nos passam a vida a impor a mesma vida, as mesmas conclusões, o mesmo pensamento!

2011 tem de ser um BOM ANO para a grande maioria social que está farta que tudo tenha sempre um sentido que nunca é o escolhido por nós!

Não basta que nos revoltemos! Não basta que nos deprimamos! O caminho não é culparmos o nosso amigo, o nosso companheiros de trabalho!

Os culpados são os que têm tornado esta Europa e cada um dos países que a formam, uma espécie de cadinho de experiências dos especuladores, autênticos vampiros das nossas vidas e dos nossos dias. Esses vampiros são os governos, são os Estados, são as agências de rating, são as instâncias não eleitas da U.E. (por acaso aquelas que mais poder têm), são os partidos e sucedâneos que se limitam a fazerem o papel de paus-mandados do capitalismo internacional , das suas políticas e dos dia-a-dias que nos impõem ...

Esses culpados precisam de um grande pontapé no cú!

Precisamos de ocupar o lugar que ocupam, para que possa acontecer mais democracia, mais liberdades, mais justiça, mais esperança numa vida que resulte do que nós queremos.

Não há, não pode haver outro caminho que não seja a de uma imensa REVOLUÇÃO criada, mantida e liderada por todos NÓS !

Para que 2011 seja um BOM ANO para a maioria social, é urgente, é imperioso, que a resistência já demonstrada por gregos, por franceses, por espanhóis, por romenos, por ingleses … seja estendida a todos os europeus, numa Greve Geral europeia que possa marcar o inicio de um movimento europeu, sem fronteiras, sem Estados, sem nacionalismos bacocos, que imponha democracia, liberdades, justiça na construção de uma Europa que nada tenha a ver com a actual que já não suportamos mais!