tribuna socialista

segunda-feira, outubro 30, 2006

61% DE BRASILEIROS REELEGERAM LULA ...

61% de brasileiros votaram Lula porque provavelmente não queriam o outro candidato. A reeleição de Lula não é um momento de esperança. O primeiro mandato de Lula e a actuação do PT (Partido dos Trabalhadores) não concretizaram a esperança de milhões de brasileiras e brasileiros, mas antes mostrou um presidente muito submisso às a tudo o que tinha contestado enquanto dirigente operário e sindical. O Partido dos Trabalhadores comportou-se como um vulgar partido social-liberal muito subordinado a lógicas parlamentaristas e aos consequentes casos de corrupção entre os seus dirigentes e membros do governo.

Decerto que para milhões de brasileiros trabalhadores, Lula não é o mesmo que o candidato do PSDB. Mas do Lula lutador anti-capitalista já só temos a memória, porque ele, de certeza, já nem isso tem!

Na Europa como nas Américas, os sistemas parlamentares dos jogos à margem das pessoas, já não oferecem soluções nem qualquer estabilidade. A alternativa reside na capacidade de auto-mobilização e auto-organização de todos aqueles que continuam e continuarão a sofrer as consequências das crises políticas e económicas que se sucedem a um ritmo crescentemente vertiginoso!

José Couso: um crime de guerra.A ocupação do Iraque

José Couso: um crime de guerra.
A ocupação do Iraque

Conferências com
JAVIER COUSO

Porto Lisboa Aljustrel


Dia 2 de Novembro 21:00 h
Porto
na Casa Viva 167 (Pç. Marquês de Pombal, 167)
com o apoio: Espaço Musas; CasaViva167, Tribunal Internacional do Iraque –Porto.

Dia 3 de Novembro (21.30)
Lisboa
na BOESG (Rua das Janelas Verdes 13 1º Esq)
com o apoio do Centro de Cultura Libertária e da BOESG

Dia 4 de Novembro (17.30)
Aljustrel
no Clube Aljustrelense
com o apoio do Centro de Cultura Anarquista Gonçalves Correia

Conferência acerca do assassinato pelo exército norte-americano do repórter de imagem José Couso em 2003 e da ocupação do Iraque. O caso judicial encontra-se presentemente no Tribunal Supremo Espanhol após a queixa-crime que dera origem a um mandato de “Busca e Captura Internacional por Crimes de Guerra” contra os autores materiais do assassinato (a primeira na história contra militares norte-americanos), ter sido arquivada num claro aviso da Audiência Nacional Espanhola à navegação para que se calem os jornalistas que são os nossos ouvidos e os nossos olhos…


Acerca de JAVIER COUSO PERMUY, nascido em Ferrol (Corunha) a 8-11-1968.

Irmão de José Couso, repórter de imagem da Tele5 assassinado pelo Exército dos Estados Unidos de América, em Bagdad a 8 de Abril de 2003.

A partir da morte de José e com outras pessoas cria a associação Hermanos, Amigos y Compañeros de José Couso (HAC-José Couso), que desenvolve uma incessante actividade com vista a exigir uma investigação e justiça, tanto para o assassinato de José como dos outros três companheiros mortos no mesmo dia, ao serem atacadas todas as sedes informativas independentes estacionadas em Bagdad.

Viajou duas vezes ao Iraque ocupado, a primeira com o objectivo de denunciar e homenagear José no mesmo lugar do seu assassinato e agradecer o trabalho dos serviços de saúde pública daquele pais no esforço generoso em salvar a sua vida. A segunda como integrante da Delegação Espanhola que no âmbito da Campanha de Emergência Sanitária pôs em marcha a CEOSI (Campanha Estatal contra a Ocupação e pela Soberania do Iraque). Uma semana na qual se estabeleceram contactos com um amplo espectro de organizações, civis e políticas do campo anti ocupação. Esta delegação, foi a primeira que consegui entrar em Faluja depois da devastação causada pelo ataque criminoso de Novembro de 2004 por parte das forças militares norte-americanas, constatando tanto os crimes de guerra cometidos como o uso de armamento proibido por as diversas Convenções Internacionais que conformam o Direito Internacional Humanitário.

Tem participado deste modo em dezenas de conferencias no seu país e em diversos eventos internacionais (Argentina, Cuba, Bélgica, Estados Unidos, Palestina, Venezuela, Parlamento Europeu…) tornando público a análise dos factos sucedidos no dia 8 de Abril em Bagdad, inseridos dentro do controlo informativo da ocupação do Iraque, país no qual se tem conseguido bloquear e controlar praticamente todas as fontes informativas independentes.

Que sirva como exemplo que nestes três anos e meio de ocupação foram assassinados mais de 100 jornalistas independentes.

Toda a informação em:
http://www.josecouso.info/

http://www.goncalvescorreia.blogspot.com/

domingo, outubro 29, 2006

System of A Down-Boom

Movimentos contra as guerras ...
RPM - Radio Pirata

SÓCRATES : REELEIÇÃO DO TIPO NORTE-COREANA E SINTOMAS DE AUTISMO POLÍTICO CRESCENTE..

De acordo com a agência LUSA:

"José Sócrates foi reeleito secretário-geral do PS com cerca de 97,2 por cento dos votos e elegerá 99 por cento dos delegados para o próximo congresso, disse hoje à agência Lusa fonte oficial do partido. Segundo o presidente da Comissão Organizadora do Congresso (COC) do PS, Capoulas Santos, até ao início da madrugada de hoje foram apurados dos votos de 649 das 718 secções do partido, correspondentes a 90 por cento do total. "

"Na eleição de delegados, as listas afectas à moção de José Sócrates elegeram já 1.384 delegados, cerca de 99 por cento, contra nove da moção encabeçada por Helena Roseta (0,6 por cento) e seis de Fonseca Ferreira (0,4 por cento", disse o eurodeputado socialista."

Será que a realidade interna do PS é comparável ao que se passa da Coreia do Norte ou na China? Será que não há pluralidade de opiniões ou os que divergem também começarão a ser apontados como "dissidentes"? Ou estão aqueles que acusaram a direcção e o governo do PS de serem uma espécie de "comissão liquidatária do PS"? Será que a direcção do PS já copiou o "centralismo burocrático" de outras realidades partidárias?

Depois deste resultado na eleição (ou plebicisto?!) para secretário-geral do PS, o que se pode esperar do Congresso quanto a discussão e à afirmação do partido como espaço plural de esquerda e socialista?

Comentando os resultados internos no PS, José Sócrates afirmou que eles representavam um apoio claro dos socialistas às políticas do governo, ao mesmo tempo que considerava que as manifestações populares de contestação às políticas governamentais são um mero resultado das "acções de sindicalistas da CGTP" ... Deveras elucidativo quanto ao grau de crescente autismo político do primeiro-ministro-secretário-geral do PS!

Poder-se-ia perguntar também se as eleições para secretário-geral são um referendo às políticas governamentais ... então para que serve um Congresso? Para que é que se elegem delegados?

Outra constatação e mais uma interrogação. A edição de hoje do Público citava um estudo do dirigente socialista Augusto Santos Silva, segundo o qual, o PS teria cerca de 90.000 (noventa mil) militantes. Nas eleições internas de ontem, terão votado 26.000 militantes. Que é feito dos restantes 64.000 (sessenta e quatro mil) militantes e - mais importante! - onde está(ão) a(s) sua(s) opinião(ões) ? E dos 26.000 votantes, quantos não são dirigentes nacionais ou distritais ou de secção ou de núcleo ou autarcas ou gestores instalados pelo governo ou ... ?

José Sócrates festeja, afinal, o quê?

terça-feira, outubro 24, 2006

THE CLASH

Um pouco de música para temperar estes dias de luta crescente ...

CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE EMÍDIO SANTANA

Emidio Santana, militante anarco-sindicalista vai ser homenageado pelo jornal A BATALHA e pelo Centro de Estudos Libertários por ocasião do centenário do seu nascimento.

O programa é o seguinte:

1ª Sessão - Uma educação para a liberdade e a cidadania

28 de Outubro (sábado) às 15 horas, no Espaço Josefa de Óbidos (Junta de Freguesia da Graça), Rua Josefa de Óbidos, nr.5, Lisboa. Intervêm João Soares, António Candeias, Rui Canário, Isabel Rufino e Pascal Paulus.

2ª Sessão - Lutar pela emancipação

11 de Novembro (sábado) às 15 horas, na Biblioteca Museu da República e Resistência, Estrada de Benfica, 419, Lisboa. Intervenções de Paulo Guimarães, Luis Garcia e Silva, Fernando J.Almeida e João Freire (nota: não é o editor do Tribuna Socialista).

3ª Sessão - Entre-ajuda e cooperação na base da sociedade

25 de Novembro (sábado), às 15 horas na Casa António Sérgio, Travessa Moínho de Vento, à Lapa, nr.4, Lisboa. Intervenções de José Hipólito dos Santos e Eugénio Mota. Posted by Picasa

segunda-feira, outubro 23, 2006

HUNGRIA 1956: SOCIALISMO SEM LIBERDADE É CARICATURA!

O que comemoravam hoje os Chefes de Estado europeus a propósito da Revolução hungara de 1956?

Não foi, de certeza, a capacidade de auto-organização de comités populares e de trabalhadores contra o Estado totalitário húngaro de 1956. Os Chefes de Estado europeus apoderaram-se de uma data para enaltecerem o triunfo dos seus conceitos de Estado e de democracia, nos quais a vontade das pessoas continua a ser delegada para segundo plano, depois das "prioridades" securitárias e restritivas que impõem.

Os Chefes de Estado europeus, com Cavaco Silva presente, procuram "normalizar". Uma espécie de nova forma de totalitarismo das democracias liberais ocidentais.

Do sentido da revolução hungara de 1956 fica a imensa mensagem de que o socialismo não é possível sem liberdade. Nos nossos dias, temos também a mensagem de que as liberdades não se concretizam sem socialismo.

Importante é também reter a capacidade de auto-organização, de mobilização, de auto-iniciativa para além de esquemas estatalistas e/ou de vanguarda-partidária. Para os nos nossos dias fica também, como importante, um sentido de alternativa aos esquemas crescentemente restritivos e limitativos do parlamentarismo tal como o conhecemos nos modelos democráticos liberais.

O sentido da Revolução hungara de 1956 não é o cenário da Hungria de 2006: um misto de democracia liberal, com resquícios de Estado totalitário e um parlamentarismo que tudo abafa.

Na Hungria de 2006, os orgãos da democracia liberal representam, cada vez menos, à semelhança da Europa moldada ao liberalismo, as pessoas e as suas vontades. Nessa não representatividade, não se diferenciam ou igualam-se, cada vez mais, ao estalinismo de 1956.

Liberalismo e estalinismo acabam por ser gémeos de uma mesma realidade totalitária. E no combate a esta realidade, a alternativa está, cada vez mais, na capacidade de mobilização autonóma das pessoas e na sua auto-organização num sentido de liberdade e de socialismo!

domingo, outubro 22, 2006

MANUEL ALEGRE NO PROGRAMA "PALAVRA D'HONRA"

No sábado, 21 do corrente, Manuel Alegre foi entrevistado no programa "Palavra D'Honra", na TSF.

Fez novamente muitas críticas à direcção do PS, ao governo e às sua políticas. Afirmou mesmo que os partidos socialistas europeus capitularam perante o modelo neo-liberal ...

Críticas correctas e oportunas. Mas que acção propõe Manuel Alegre para combater o que critica? Vai intervir no Congresso do PS com posições próprias e com listas alternativas às que serão apresentadas pela direcção de José Socrates? Que quer do Movimento de Intervenção e Cidadania?

Mais uma vez Manuel Alegre não dá respostas claras ... fica-se pela critica! É preciso mais para quem se define como socialista como "opção de vida"!

UMA ENTREVISTA PARA LER COM ATENÇÃO E ESPIRITO CRITICO

Na edição de hoje da "Pública" (a revista que acompanha a edição de Domingo do Público), António Chora, coordenador da Comissão de Trabalhadores da Auto Europa, é entrevistado. É uma entrevista que deve ser lida com atenção e espírito critico. Quem fala é o coordenador da Comissão de Trabalhadores da CT da maior fábrica instalada em Portugal.

É visível uma experiência concreta de um trabalhador perante desafios concretos numa empresa que é parte de uma multinacional - a Volkswagen - na era da globalização. Há respostas concretas com uma perspectiva clara de defesa dos interesses dos trabalhadores.

Salientamos alguns pontos dessa entrevista:

"O fundamental é ter boa formação técnica e comportamental, com trabalhadores abertos à discussão para encontrar soluções para os problemas. Da parte do Governo, são essenciais as plataformas logísticas"

" A Europa, no seu conjunto, pode unir-se para travar as deslocalizações?
Pode, proibindo que uma empresa que se deslocalize volte a receber subsídios ou criando um contrato colectivo europeu com mínimos de direitos, regalias e horários de trabalho, para evitar que as empresas coloquem trablhadores uns contra os outros"

" O acordo laboral alcançado em 2003, na Autoeuropa, que evitou cerca de 800 despedimentos perante um quadro de quebra de produção, serviu de exemplo para outras empresas?
Fomos criativos e por isso fomos muito elogiados, mas à excepção de duas ou três empresas do parque industrial, o acordo não foi seguido. Continuamos a assistir aos despedimentos e ao recurso a empresas de trabalho temporário quando há picos de produção"

"O tal contrato europeu de trabalho pode criar um padrão que contrarie essa tendência?
Para lá chegarmos é necessário que os sindicatos respondam à globalização globalizando-se. Caso contrário, se continuarem a trabalhar cada um no seu cantinho, não vamos a lado nenhum. Não é pelos salários que as empresas vão embora. Os salários são mais baixos na Hungria ou na Roménia temporáriamente. Quando se fala em direitos adquiridos eu costumo dizer que o único direito adquirido que tenho está na Constituição: é o direito ao trabalho. O resto são extras que eu tenho de saber negociar de maneira a conseguir o maior lucro possível. E essa tem sido a matriz das negociações na Autoeuropa. Em primeiro lugar está a manutenção e a conquista de mais postos de trabalho, mesmo que tenhamos de sacrificar outras opções. "

"No último comité europeu da VW já nos foi transmitido que esse principio não é eterno (nota: manter aberta a Autoeuropa) tal é a situação da indústria automóvel e a investida que a Toyota está a fazer sobre a Europa. Nesse sentido, as comissões de trabalhadores não podem assumir uma atitude de resistência pura, porque já sabemos quais são as consequências. O melhor é partirmos para as negociações de uma forma positiva, cedendo aqui e ganhamdo ali. Dói-me quando vejo alguns sindicalistas a dizer "não" sem apresentar uma alternativa. Não conheço nenhum dirigente sindical a tempo inteiro que esteja desempregado, e assim é fácil fazer sindicalismo e dizer não a tudo. Têm de dar o salto, caso contrário, as empresas continuam a fechar e os patrões continuam a atirar o ónus para cima dos sindicatos." Posted by Picasa

quinta-feira, outubro 19, 2006

RIVOLI: A POLICIA FAZ PARTE DA POLÍTICA CULTURAL (!) DE RUI RIO


Primeiro, foi desligando a luz, a água ...

Depois, avançou com uma "queixa-crime" e mandou avançar a Polícia ...

E que Polícia ... quem não soubesse o que estava a acontecer, até parecia que o Rivoli teria sido tomado por "terroristas" ...

O que se passou no Rivoli, confirmou o que já se sabia: para Rui Rio, tudo o que é ligado ao investimento em cultura é um custo desnecessário e superfluo... Rui Rio e o actual executivo da Camara Municipal do Porto nunca tiveram uma política de dinamização cultural para a cidade do Porto e agora tentam descartar as suas responsabilidades municipais, entregando a gestão de espaços, equipamentos e iniciativa culturais a privados. Ora a cultura não é uma empresa, nem deve ser gerida enquanto tal!

A acção de 40 cidadãos ao ocuparem simbólicamente o Rivoli em protesto contra a privatização daquela sala, foi um acto de cidadania que não pode ser criminalizado. A tentativa de criminalização da acção dos 40 cidadãos exibe o lado totalitário e repressivo das políticas liberais, tenham elas origem no governo central ou no governo municipal. O liberalismo gosta da de "normalizar" (como está escrito no comunicado da Camara na sequência da acção policial), ou seja, não admite diferenças...

A aridez das políticas da Câmara Municipal do Porto (CMP) devem ser combatidas no dia-a-dia da cidade com acções directas de cidadania. Como aquela que partiu da iniciativa de 40 pessoas! São estas acções cidadãs que podem contribuir para a mudança na CMP e não o ter de esperar por outras eleições e pelos (ineficazes e desastrados) acordos inter-partidários.

sábado, outubro 14, 2006

O NOBEL DA PAZ E A AJUDA AOS POBRES...

Muhammad Yunus é o criador do chamado "microcrédito" e o vencedor do Prémio Nobel da Paz deste ano.

O microcrédito é a concessão de pequenos empréstimos a pessoas sem recursos, no sentido de permitir que essas pessoas possam sair de condições de pobreza iniciando a sua própria actividade.

Yunus fundou o Grameen Bank (no Bangladesh) em 1976. Desde esse momento até hoje, terão já sido emprestados 4500 milhões de euros a mais de 6,6 milhões de pobres ...

O ano de 2005 foi considerado pela ONU como o ano internacional do microcrédito. Segundo se lê na edição de hoje do Público, um estudo do Banco Mundial revela que 500 milhões de pessoas em todo o Mundo beneficiaram directa ou indirectamente deste tipo de linha de crédito.

Em Portugal também existe o microcrédito. Terão já sido concedidos 615 empréstimos que criaram 711 empregos, sendo que 5 mil euros é o montante máximo por empréstimo.

A ideia do Sr.Yunus é uma boa ideia. Mais vale fazer-se alguma coisa para acabar com a miséria no Mundo que não se fazer nada. É também uma boa ideia, já que não se fica pela caridadezinha ...

Mas a ideia do Sr.Yunus corre o risco de não alterar nada daquilo que contribui para o perpetuar da miséria e do crescente número de pobres existentes em todo o Mundo. Diriamos que o microcrédito insere pobres na vida activa sem alterar os fundamentos da sociedade. Talvez por isso, os principais banqueiros e dirigentes políticos mundiais saudam o Sr.Yunus. Sabem que o seu poder, os alicerces desta sociedade globalizada e liberal, nunca serão ameaçados perlo tipo de integração dos pobres que o microcrédito possibilita.

O microcrédito tem tido mais aplicação em países asiáticos, como o Bangladesh e a India. Em trinta anos da sua existência, o que mudou nesses países quanto à miséria e quanto à pobreza? E o que terá mudado do lado dos que mais têm?

O Sr.Yunus não quer dar os peixes aos pobres. Dá-lhes as canas ... só que parece que nem todo o peixe que os pobres pescam é por eles gerido e controlado. Essa gestão e esse controlo estarão sempre do lado onde estiveram! O grande desafio continua a ser: alterar os mecanismos de controlo e de gestão pondo-os do lado da imensa maioria que é marginalizada e remetida para passivos papéis de consumidores e contribuintes. Posted by Picasa

sexta-feira, outubro 13, 2006

70.000 A 100.000 NAS RUAS CONTRA AS POLÍTICAS NEO-LIBERAIS DE SÓCRATES!

Entre 70.000 a 100.000 trabalhadores manifestaram-se ontem contra as políticas neo-liberais do governo da direcção do PS.

Hoje, numa atitude que até parece provocatória, o Ministro da Economia, que habitualmente nunca diz nada, resolver anunciar que a crise económica "tinha terminado" (!?)...

Ontem, José Sócrates já tinha também manifestado, mais uma vez, a sua convicção quanto à continuação da política que tem executado, numa declaração para agradar à base social que não o elegeu, os patrões e os lobbies financeiros.

A dimensão da jornada de protesto organizada pela CGTP, não pode ser ignorada: nem pelo governo, nem pelos partidos parlamentares, nem pelos sindicatos! Foi uma mega-manifestação depois de uma operação de propaganda do governo a propósito do Acordo governo/patões/UGT sobre a Segurança Social. Este é um facto que não pode ser ignorado!

As manifestações não podem ser medidas quanto à sua representatividade da mesma forma que uma contagem de votos. É óbvio! As manifestações exprimem sintomas. E a manifestação de ontem mostrou claramente que há um evidente descontentamento popular com a orientação política do governo Sócrates! Uma das palavras mais usadas quando se fala em José Sócrates é "mentiroso" ... Entre a eleição do governo PS e a realidade das políticas de Sócrates existe uma diferença que a palavra "mentira" define bem ... E é contra esta mentira que os trabalhadores se manifestam e protestam pedindo novas políticas ...

Depois do protesto de ontem virão as lutas dos professores e novamente a greve nacional da Função Pública ... mas os protestos deverão dar lugar a alternativas claras com políticas socialistas! As manifestações e as lutas, em si mesmas, não são alternativas. Tanto podem abrir caminhos para alterantivas como caminhos para coisissima nenhuma ... Infelizmente, o que tem acontecido é a incapacidade para se criarem alternativas que apontem para caminhos de transformação democrática e socialista!

A manifestação de 12 de Outubro prova que os trabalhadores, os cidadãos, as pessoas em geral, estão dispostas a lutar por objectivos concretos ... será que os sindicatos, em geral, os partidos situados à esquerda, também sabem o que querem? Será que têm vontade de convergir?

quarta-feira, outubro 11, 2006

12 DE OUTUBRO: SÃO MESMO PRECISAS OUTRAS POLÍTICAS ... POLÍTICAS DE SENTIDO SOCIAL!


Um governo de um partido de esquerda eleito com maioria absoluta a executar políticas neo-liberais é o cenário que temos e é uma realidade INTOLERÁVEL!

É precido MUDAR! São precisas políticas com sentido social, políticas de sentido socialista, políticas que anulem o neo-liberalismo que massacra as pessoas, a sua vontade e as suas aspirações.

A jornada de protesto é convocada pela CGTP, mas será uma jornada de todos os trabalhadores, de todos os que rejeitam a mentira de um governo que procura mais consensos junto de patrões do que junto da base social que o elegeu...

O protesto é também necessário para se mostrar que cada trabalhador, cada cidadão, sabe encontrar nas respostas colectivas a força que o liberalismo impõe com o excesso de individualismo ... É preciso voltar a confiar na capacidade de TODAS e TODOS mudarem políticas, a partir da sua força unitária e colectiva!

segunda-feira, outubro 09, 2006

UM PLANETA SEM ARMAS NUCLEARES: CHEGA DE HIPOCRISIAS!


O regime norte-coreano é execrável! É identificado (como convém!...) pelos Estados Unidos de George Bush como sendo "socialista" e/ou "comunista" ... para nós, é uma ditadura unipessoal, unipartidária, policial, ... , execrável!

O povo da Coreia do Norte vive na miséria, enquanto a classe dirigente e o dirigente-mais-dirigente vivem luxuosamente. Podem viajar, podem prender e podem "investir" no nuclear, militarmente ou para seu uso ... pessoal!

É moda nalguns países onde também abunda a miséria ... fala-se na India, no Paquistão, no Irão, ...

No entanto, o nuclear é tão mau num país com miséria, como num país com riqueza!

Não se percebe como é que Bush fala numa pensínsula coreana sem armas nucleares e não fala num continente americano também sem armas nucleares ... ou num planeta sem armas nucleares!



Bush, tal como outros ditadores que enchem a boca com menos retórica democrática, possuem, nesta como noutras matérias, algo que é tão ou mais perigoso que o nuclear: a hipocrisia! E a hipocrisia nuclearizada é então uma ameaça mortal para todo o Planeta!

Bush não conseguiria viver num Planeta que não lhe alimentasse fantasmas e estratégias de tensão, sempre que convém ... tal como outros ditadores não conseguiriam viver sem um Bush ou um Blair ...

sábado, outubro 07, 2006

20.000 PROFs DISSERAM NÃO ÀS POLÍTICAS DE SÓCRATES!

Boa imagem da manifestação de Professores, em Lisboa, em 05 do corrente.

Segundo a imprensa (a foto do lado foi retirada da edição de ontem do Público), 20 mil professores disseram NÃO às políticas da ministra Maria de Lurdes Rodrigues e do governo Sócrates.

Foi a maior manifestação de sempre de Professores, consequência também da unidade verificada entre várias organizações sindicais na sua convocação que souberam interpretar o descontentamento generalizado da classe.

Dias 17 e 18 deste mês a maior manifestação de sempre tem de dar lugar à maior paralização de sempre dos professores! Posted by Picasa

sexta-feira, outubro 06, 2006

CASAQUISTÃO: SOLIDARIEDADE COM OS MINEIROS EM LUTA

25.000 mineiros em greve por salários decentes e condições de vida.

Junto renvio apelo que recebi.

Desculpem mas com a preparação do Protesto Geral de 12 de Outubro (quero-vos lá encontrar) não tenho tempo de traduzir.

Um abraço solidário
Alternativa Socialista
Francisco d'Oliveira Raposo

Kazakhstan

25,000 coal miners strike over atrocious pay and conditions

Urgent international support needed!

Socialist Resistance (CWI Kazakhstan) reporters

Miners from the 'Coal Department' of the 'Mittal Steel Temirtau' company in Kazakhstan (a branch of the international corporation 'Arcelor Mittal') went on strike on 25 September. The workers' demand wage rises (currently there are only paid 250-300 US dollars a month), the lowering of the retirement age (with pay by the hour), and other requirements. The strike began after the death of 41 miners due to their mining equipment wearing out and because of the absence of decent work conditions. (For more information on miners' pay and conditions, visit: http://kazakhstan.socialism.ru/solidarity/2006/shahtersky_bunt.html (with electronic English language translation))

Every day, a mass meeting of miners from all 8 'Mittal Steel' mines take place at the Shakhtinsk city administration building (45 kilometers from Karaganda city). The miners are determined to go to the end to win their demands.

The strike began despite the "advice" of the official trade union (called 'Korgau') to the coal miners to not take militant action. Now the miners are trying to create structures from below. Socialist Resistance (CWI Kazakhstan) fully supports the miners and calls for fighting, democratic trade unions, and for the nationalisation of the mines and metallurgical industry in Kazakhstan.

This is the first miners' strike, on such a scale, since the Kazakhstan miners' disputes in 1989. Currently, 25,000 miners are on strike. The strike is also supported by workers in the Karaganda metallurgical industry, who have their own battles to fight. These workers held a mass meeting on 30 September, in Temirtau city, and demanded a 40% wage rise.

Moral and political support needed

The striking miners are taking courageous action and flexing their industrial power, but they need international moral and political support quickly. The official trade union leaders, and the local city and regional uthorities, try to divide the workers. Permanent surveillance of striking miners takes place. The government-run mass media constantly puts out misinformation and negative reports about the strikers.

We appeal for telegrams and letters of solidarity to be sent to the striking miners' 'unofficial' leader, Pavel Shumkin, who was well-known as a miners' leader during the 1989 strikes.
Contact Pavel Shumkin at: Loboda St., 13, Apt. 49, 100000, Karaganda, Republic of Kazakhstan. Phone ++7 3212 41 36 04, mobile ++7 705 574 75 91.
Or email letters of support to: pshumkin@yandex.ru.
Please send copies to 'Socialist Resistance (Kazakhstan), email: kri-ainur@mail.ru and ainur1917@yandex.ru.
A solidarity fund for the striking miners is established. More information about the fund will be published on www.kazakhstan.socialism.ru.
We also ask you to contact trade unions in other 'Arcelor Mittal' plants in 16 countries across the world. These include plants in the Czech Republic, Canada, and the USA. Arcelor Mittal's policy of brutal labour conditions and low pay is also practised at the 'Krivorozhstal' company, in the Ukraine, and in Romania.
An explosive situation is developing in the Kazakhstan mines. A wave of strikes, and the appearance of new fighting trade unions, can sweep the country, especially if the present miners' dispute is won. Socialists, trade unions and activists everywhere must support the miners in Kazakhstan. Only through solidarity and by common struggle can we defend our rights and win real victories!

PS: um partido de governo com militantes adormecidos ou silenciados?

O PS (Partido Socialista para os militantes, mas só PS para a direcção...) vai ter mais um Congresso Nacional.

Dois anos de governo Sócrates (o secretário-geral e primeiro-ministro) dão para o próximo Congresso, um candidato à (re)eleição de secretário-geral e três moções globais: uma que é do secretário-geral, outra afecta a Manuel Alegre (mas que não aparece!) e Helena Roseta e outra afecta a um grupo chamado "Margem Esquerda".

A moção apresentada por Helena Roseta tem estado a contestar a falta de debate existente no PS e os obstáculos administrativos para impedirem a sua discussão no Congressso. Mas, se é assim, porque razão não vão mais além, apresentando candidato alternativo a secretário-geral e listas alternativas para os orgãos dirigentes?

O que ressalta para quem vê a preparação deste Congresso de fora, é o aparente adormecimento dos militantes socialistas. Será que não há socialistas que se opõem ao que se passa na Educação, ou na Saúde? Será que a acção do governo não merece nenhum reparo da parte dos socialistas? Será que (já) não há espaço para uma discussão ideológica, bastando a posição dos sócraticos de que tudo está bem nessa matéria?

O PS parece um partido normalizado, burocratizado e feito à imagem do seu actual líder. Parece mais um partido de apoio ao governo (ou uma correia de transmissão do governo, como se caricaturizavam outras forças noutros tempos ...) do que um partido de militantes criticos e conscientes do seu posicionamento democrático e socialista. Diriamos que também no PS a orientação totalitária do liberalismo está a colher os seus frutos ... o que é muito mau para a definição de uma alternativa socialista!

quinta-feira, outubro 05, 2006

PROFESSORES: AFIRMAÇÃO PELA DIGNIDADE PROFISSIONAL!

Os professores manifestaram-se em Lisboa contra as políticas populistas e neo-liberais do governo Sócrates. Sendo ou não a maior manifestação de sempre de professores, foi uma afirmação clara de uma parte dos trabalhadores da função pública contra políticas que reduzem tudo a números, estatísticas e argumentação populista ...

As reformas na educação são reclamadas, desde há muito, por professores, estudantes, encarregados de educação e trabalhadores ligados áquela área. Não foi a actual ministra que descobriu (!?) a necessidade dessas reformas. A actual ministra repete formúlas antigas para resolver (?) o que nunca foi resolvido sem a participação activa e paciente de todas as partes envolvidas.

A ministra da educação só tem um caminho a seguir: sair pelas traseiras do ministério (repetindo o que já fez!!) ... para não ter de enfrentar a oposição dos que querem ter intervenção activa nas reformas urgentes para a educação e a escola portuguesa!

A bem da Escola Pública ...

5 DE OUTUBRO: QUE REPUBLICA QUEREMOS?

5 de Outubro é dia de comemoração da implantação da Republica em Portugal. Implantação da Republica contra uma Monarquia caduca, caceteira, corrupta e, como sempre, não representativa.

A implantação da Republica teve muito de levantamento popular. No entanto, as comemorações nos nossos dias não têm nada a ver com isso. A Republica em 2006 diferencia-se muito pouco das monarquias.

A Republica em 2006 é também pouco representativa, é muito formal e a "casa real" parece que foi substituida pelas diversas"casas partidárias". Nas comemorações republicanas, todas essas "casas" se juntam parecendo que todos comungam do mesmo ideário republicano!

Tal como esta democracia é formal, não representativa, afunilada e burguesa, também a republica o é. Com esta democracia tanto dava a republica como a monarquia!!

O levantamento popular e republicano de 1910 e a revolução de Abril de 1974 precisariam de ser repetidas para que REPUBLICA e DEMOCRACIA pudessem ser REFUNDADAS com a participação e a vontade daqueles que têm ficado à margem do formalismo imposto pela democracia parlamentar e liberal!

As comemorações oficiais do 5 de Outubro são anti-republicanas e têm cheiro monarquico!

segunda-feira, outubro 02, 2006

BRASIL: O PT deixou de ser alternativa ... mas não tem alternativa!

Não ter sido reeleito logo à 1ª volta nas eleições brasileiras, prova que o PT (quanto tempo mais durará esta sigla?...) deixou de ser uma alternativa popular embora não exista nenhuma alternativa!

Lula, tal como tantos outros dirigentes de partidos de esquerda na oposição e liberais no governo, por este Mundo fora, foi claramente penalizado por um mandato no qual ele e o seu partido se viram no meio de escandalos e mais escandalos.

O PT é hoje um partido que só se diferencia da direita, porque ainda possui uma imensa base social popular que continua a querer uma outra sociedade. Nas políticas económicas (que acabam por condicionar tudo o resto), o PT resvalou para o liberalismo embora pintado, aqui e ali, por algumas pinceladas com preocupação social (exemplo: o programa contra a fome).

Lula foi eleito, no seu primeiro mandato, contra Fernando Henrique Cardoso e as suas políticas. No entanto, hoje em dia, Lula é apologista de políticas que seriam subscritas por FHC...

Lula faz o que faz habitualmente a social-democracia (como a de Sócrates em Portugal): discurso de esquerda na oposição, políticas de direita no governo com algum populismo inconsequente ...

Geraldo Alckmin (candidato do PSDB, mas tão social-democrata como Marques Mendes...), à direita, e, Heloísa Helena (candidata da Frente de Esquerda e militante do Partido Socialismo e Liberdade), à esquerda, não conseguem ser vistos como alternativas. Alckmin seria o acentuar do pior do que de mau já vão tendo as políticas de Lula. Heloísa é muito, ainda e sómente, uma espécie de anti-Lula, sem conseguir afirmar quais as políticas de esquerda e socialistas que implementaria.

As eleições brasileiras exibem também (tal como outras eleições noutros pontos do planeta) a incapacidade da democracia liberal para dar respostas a partir da mobilização e do empenhamento populares e cidadão: as crises e os escandalos são sempre resolvidos (!?) à margem e fora do alcance das pessoas ...

Na nossa opinião as eleições brasileiras pouco mudarão a vida das pessoas ... Mas numa 2ª volta não será indiferente, apesar de tudo, o voto em Lula ou em Alckmin. Se fossemos brasileiros, votaríamos em Lula, ficando atentos às suas futuras acções, políticas e ... escandalos!