tribuna socialista

segunda-feira, maio 31, 2010

GOLPE CONTRA O GOVERNO E DESAFIO À VELHA BUROCRACIA SINDICAL (*)

TEXTO EXTRAÍDO DE NOVA ESQUERDA MOVIMENTO PARA NOVA SOCIEDADE:

A manifestação de ontem, que levou a Lisboa e à Avenida da Liberdade dezenas de milhar de pessoas, revela, desde logo, duas circunstâncias novas sobre as quais importa reflectir.

Ao contrário de outras, que apenas mobilizaram activistas e quadros sindicais, esta trouxe para a rua muitos sectores que, até então, não haviam sido mobilizados para o protesto, nomeadamente, muita gente de origem rural e trabalhadores de sectores não estratégicos.

Por outro lado, em várias zonas da manifestação, as pessoas aderiam com combatividade à palavra de ordem pela Greve Geral.

Uma e outra circunstância – num momento em que dentro do próprio movimento sindical, se manifestam posições “moderadas” que, tendo como argumento a “crise”, incitam os trabalhadores ao “bom senso” – revelam que a contestação ao governo, às suas políticas e ao PEC de miséria, alargaram o seu campo e que são cada vez mais os sectores [mesmo os menos esclarecidos] da sociedade portuguesa que radicalizam posições e manifestam disponibilidade para novas formas de luta.

Nesse sentido, a manifestação de ontem constitui um golpe de força e combatividade contra o governo de direita, mas também um desafio à velha burocracia sindical que se viu impotente para conter palavras de ordem mais “ousadas” e se esfalfou por colocar na cauda do desfile a semente mais insubmissa dos manifestantes – não fora o a coisa pegar-se e deitar por terra os planos do costume e a táctica previamente definida nos gabinetes dos controleiros…

Uma “esquerda bem comportada”

Em vários momentos, de forma repugnante e inqualificável, agentes do serviço de ordem da central sindical forçavam grupos de manifestantes para a cauda do desfile, de que foram exemplos mais caricatos a tentativa de afastar Garcia Pereira e seus camaradas, bem como o cordão “policial/sindical” que impediu jovens anarquistas de se integrarem na manifestação.

E até o Bloco de Esquerda colocou, entre o sector mais oficial do partido e o grupo Ruptura/FER [seu integrante], um carro de som para que o incitamento à Greve Geral não fosse entendido como posição oficial…

Estas esquerdas bem comportadas, alapadas na comodidade das tribunas parlamentares [percebe-se], reproduzem os mesmos tiques, a mesma arrogância e as mesmas práticas autoritárias que já provaram só levar à derrota e abrir caminha à direita e aos seus governos. E de que é exemplo a “aprovação” de uma proposta de moção que não foi votada por o burocrata de serviço achar “não ser necessário”, por estar à partida aprovada por unanimidade…

Por António Alte Pinho
(editor e membro da Comissão Directiva da Nova Esquerda)

O PROTESTO SOCIAL E AS CANDIDATURAS PRESIDENCIAIS ...

150 mil ou mais de 200 mil que se manifestam numa tarde de sol em Lisboa, não é um acontecimento qualquer. Manifestações já aconteceram em que os que se manifestavam, parecia que não sabiam ao que tinham ido. Na de Sábado, os entrevistados aleatóriamente pelas diversas televisões, sabiam o que queriam e mostravam convicção no seu protesto.

As "soluções" que os governos da União Europeia, com conselhos/pressões das agências de rating e do FMI, impõem, levam muita gente a concluir que insistir sempre no mesmo, não pode levar à resolução de uma crise que, embora mais grave que outras, é um sucedâneo de outras que já aconteceram.

Sócrates repete "soluções" semelhantes às aplicadas por Zapatero, por Berlusconni, por Papandreou, por Sarkozy, por Merkl ... primeiro-ministros de governos que já o eram antes desta crise. Governos que também já o eram quando injectaram milhões e milhões para estancar a bolha especulativa do sistema financeiro e que, não obstante isso, voltam agora a advogar cortes e mais cortes afectando prestações sociais e sistemas de protecção social.

Estas contradições começam a ser percebidas por muita gente. É um facto! Mas também é verdade que essa crescente percepção, não tem modificado politicamente um sistema que continua, nesta Europa, a priveligiar a alternância entre "soluções" politicas "genéticamente" muito semelhantes e com resultados muito parecidos.

Por cá, dizem as sondagens, que o PSD estará com um resultado próximo de uma "maioria absoluta", e, logo todos os chamados "fazedores de opinião" vieram a terreiro acrescentar que o somatório BE e PCP descia ligeiramente e a direita voltava a ter 52% no seu conjunto! No fim-de-semana da grande manifestação promovida pela CGTP, onde se falou da possibilidade de uma greve geral!...

Façam os desenhos que fizerem, inventem o que já está inventado, a realidade é que o movimento social das esquerdas só se tem baseado no protesto e muito pouco na capacidade de afirmação de uma nova alternativa.

Até as presidenciais, revelam a pouca capacidade de afirmação unitária das esquerdas. No fim-de-semana da grande manifestação da CGTP, a direcção do PS deu o seu apoio à candidatura de Manuel Alegre, mas nada se ouviu do candidato do PS, do BE e do PDA sobre os 200 mil que protestaram contra os diversos PECs.

Era suposto que Alegre fosse o candidato da "grande unidade das esquerdas". Por razões diferentes, as direcções do PS e do BE, falavam nisso. Mas o certo é que, perante a realidade, essa "grande unidade" não acontece e até divide os principais apoios partidários do candidato.

À esquerda não há transparência no debate, não há capacidade unitária de afirmação. Por isto, o protesto acaba por ser inconsequente!

Como é possível construir unidade quando perante questões que merecem protesto social não há consenso possível? A construção de uma maioria social ganhadora não é uma conta de somar!

Como não é possível construir projectos mobilizadores na base de abstracções de "apelo à cidadania", não se discutindo também nada de concreto. Fica, neste caso, uma "unidade" construída (!) com um populismo primário!

Manuel Alegre não acrescenta nada a Fernando Nobre, tal como Fernando Nobre não acrescenta nada a Manuel Alegre. Abstração e populismo até convivem muito bem!

Entre os 200 mil que se manifestaram no Sábado, haveria pessoas de todo o espectro partidário. A crise, nas suas consequências, não escolhe cores partidárias. Como haveria também apoiantes de todos os actuais e futuros candidatos presidenciais. Mas a unidade só durou enquanto durou a manifestação!

A crise precisa de uma solução política, nos planos europeu e nacional, que não repita fórmulas gastas nem alternâncias dos mesmos. Essa solução precisa de partir do movimento social que consegue unidades nos protestos, para uma nova relação entre todas as correntes e pessoas que se consideram de esquerda e que conseguem estar de acordo relativamente às causas da actual crise económica e financeira.

Enquanto isso não acontecer, ganharão as alternâncias dos mesmos e as "soluções" reutilizadas! À esquerda é urgente que o social e o político voltem a dar as mãos ...

sexta-feira, maio 28, 2010

quinta-feira, maio 27, 2010

Vias para Criar Empregos em Portugal

Este debate promovido pela Corrente de Opinião Esquerda Socialista, do PS, é oportuno e deveria ser multiplicado.
Não estou, com isto, a promover os intervenientes, nem a dar a minha opinião sobre os mesmos. O meu aplauso é mesmo para o debate "VIAS PARA CRIAR EMPREGOS EM PORTUGAL" !
Mas explicar, debater, esclarecer, promover todas as formas possíveis de criação de emprego, nomeadamente através de todas as formas de ECONOMIA SOCIAL, é uma ajuda importantissima que se pode dar a desempregados e a precários. Uma ajuda tão ou mais importante que, por exemplo, o subsídio de desemprego!
Este exemplo da Corrente Esquerda Socialista, do PS, deveria ser copiado (qual é o problema?) por todos os partidos das esquerdas e por todo o movimento sindical.


João Pedro Freire (colocado também no Facebook)

Debate “Vias para Criar Empregos em Portugal” (Leiria, 8 Junho)

A realizar no dia 8 de Junho pelas 21,00 horas no Anfiteatro 1 da Escola Superior de Educação de Leiria

Com a Participação:

Eng. António Fonseca Ferreira – Membro da coordenação da Esquerda Socialista, que fará as perguntas a debater e para as quais se procura uma resposta.

Eng.. João Proença – Secretario Geral da UGT- União Geral de Trabalhadores

Dr. Francisco Madelino – Presidente IEFP- Instituto de Emprego e Formação Profissional

Eng. José Epifâneo Da Franca – Empresário

Henrique Neto – Empresário

Notas: perante uma situação grave de crescimento do desemprego, que afecta muitos milhares de famílias portuguesas, todos temos o dever de procurar novas vias para o crescimento da economia e de criação de empregos. Para isso pede-se um esforço do conciliação de ideias e de objectivos, olhar de frente a realidade da economia portuguesa e deixar de lado as considerações filosóficas, ideológicas e de política partidária. É esse o objectivo que propomos e que esperamos possa contribuir para a unificação de um pensamento inovador sobre as questões da economia e do emprego em Portugal.

O modelo do debate será de um período de perguntas a que cada participante responderá em 3 minutos e de um período aberto às questões postas por todos os presentes.

quarta-feira, maio 26, 2010

PRESIDENCIAIS: O ESTADO A QUE ISTO CHEGOU ...

Manuel Alegre não é consensual no seu partido. Como não é consensual no Bloco de Esquerda.

Fernando Nobre, que faz questão de se afirmar como candidato "fora dos partidos", também já deixou de ser consensual entre os seus apoiantes iniciais.

Provavelmente, consensual, entre os seus, será o candidato do PCP, qualquer que ele seja.

Mais uma vez, as esquerdas - todas: as mais do centro, as mesmo de esquerda e as que são mais esquerda que a própria esquerda! - todas elas, falharam!

Falharam na capacidade para dialogarem, esgrimirem argumentos, beberem inspiração e acção no movimento social, e, para além dos partidos, feitos, às vezes, prisioneiros do pensamento e da acção, conseguirem apresentar soluções, alternativas, algo que mobilize e que não seja só alternância ... para o mesmo!
As esquerdas correm o risco de deixar à direita o Palácio de Belém. Mais uma vez!

Logo dirão, alguns que as "presidenciais" não são importantes. Cá dentro vigora o semipresidencialismo. Tretas e mais tretas, que lembram muito aquela que se contava sobre as uvas ... são verdes!!!!.....

Sejam presidenciais, seja governo, seja até junta de freguesia, as esquerdas perdem-se em questiunculas e purismos que já remontam ao secúlo XIX ...

Não se pretende que as esquerdas passem a conviver em vez de discutir frontalmente as diferenças. E uma discussão não é como ir tomar um copo! É claro que não ... Mas, pelo menos, que se consigam sentar à mesma mesa para ver até onde se consegue ir ...

As esquerdas ... se ainda significar que ser de esquerda é lutar por novas realidades, novas sociedades, lutar contra as injustiças e as explorações, incorporar os direitos do Homem, querer irradicar a miséria, querer justiça, levar a democracia e as liberdades a todo o lado, a todos os cantos, ... se isto ainda é ser de esquerda, então é URGENTE aproveitar todas as oportunidades políticas e sociais, para se tentar a construção de uma alternativa que resulte da convergência dessas esquerdas!

Como teria sido, a propósito das Presidenciais de ... 2011!!!!

terça-feira, maio 25, 2010

AFRICA: UM PROBLEMA QUE É PARTE DO PROBLEMA GLOBAL!

Muitas vezes, se não fosse a acção das ONGs, como a AMI, a situação humanitária em África estaria muitíssimo pior do que está.

Mas o problema em África, na minha opinião, é também um problema social e político. Se repararem, são muito reduzidos os países africanos em que os seus povos podem ter voto na matéria. São muito poucos os países africanos em que o colonialismo tenha sido mesmo vencido e substituído por novas sociedades geridas e controladas pelas pessoas que lá vivem. A grande maioria continua a viver situações (muitas veses com guerra) do mais primário tribalismo, etnicismo e também autoritarismo e prepotência cometidos por antigos dirigentes de "movimentos de libertação nacional" ... a corrupção surge como um tempero para perpetuar cliques no poder!

Neste contexto, a meritória e às vezes heróica acção das ONGs, actua, infelizmente, como o efeito de uma aspirina perante uma doença muito grave ... baixa a febre, mas a doença mantém-se!

A actual crise económica global busca muitas das suas "soluções" (!!) nas deslocalizações à procura de mão-de-obra o mais barata possível e com o menor número de direitos possível ... Essas "soluções" estão muito directamente ligadas à capacidade de afirmação social e política dos povos dos países mais carenciados e explorados.

Este Mundo, no estado em que está, precisa urgentemente de uma solução global alternativa, na qual a vontade das pessoas (e não só de uns quantos iluminados) seja determinante!

terça-feira, maio 18, 2010

RESPEITAR A VONTADE POPULAR! A FAVOR DA MOÇÃO DE CENSURA DO PCP!

A posição da direcção nacional do Bloco de Esquerda sobre a Moção de Censura anunciada pelo PCP, é correcta, sensata e fomentadora de uma necessária e urgente convergência social e política contra esta crise, contra as suas consequências, muitas delas, agravadas com as "soluções" apresentadas pelo PEC/PEC2 da autoria dos partidos da "alternância", com o governo Sócrates a liderar .

É preciso que se diga, que se divulgue, que se anuncie, que se explique que esta crise do sistema capitalista, na sua fase neo-liberal, não tem que ter só soluções (!) que estão dentro desse sistema. Tal como as soluções políticas não têm de ser encontradas nas várias formulas possíveis entre o PS, o PSD e o CDS ...

É possível uma outra solução económica, é possível uma outra solução política!

Mas essas SOLUÇÕES precisam da respiração, do ânimo, das vontades, dos quereres, do movimento social que também pode e, de certeza, sabe encontrar soluções políticas. Mesmo com uma Assembleia da Republica que é agora dominada, contra a vontade popular expressa, por uma espécie de maioria absoluta do absoluto "centrão", o PS e o PSD!

O PCP tomou uma importante iniciativa política, contra os jogos e joguetes parlamentares, o Bloco de Esquerda respondeu favorávelmente com uma postura de convergência construtiva!

Agora cabe ao movimento social tomar a iniciativa, mostrar a iniciativa, com mobilização! Se preciso for usando a "bomba atómica" social que é a GREVE GERAL!

Sim ... porque a VONTADE POPULAR tem de ser RESPEITADA e CUMPRIDA!

EM 29 DE MAIO É PRECISO DIZERMOS "BASTA" !

Não há paciência que resista!!!!!

Prometem o que lhes apetece nas eleições. Depois fazem os arranjinhos parlamentares que nada têm a ver com os resultados eleitorais. Em relação às promessas eleitorais, quase sempre apresentadas com o pomposo nome de "programa eleitoral", reduzem-nas a algo que parece que nunca foi escrito ou prometido.

Quem são afinal os irresponsáveis? Quem são os mentirosos?

Será que perante tamanha hipocrisia do governo e dos partidos da "alternância", não TEMOS o direito de dizer BASTA ?

Que a manif Nacional, de 29 de Maio, da CGTP seja um começo, a Moção de Censura do PCP um passo de convergência, e que um grande movimento social e popular, com os trabalhadores, com todas e todos os que levam na cabeça com os efeitos desta crise e das políticas governamentais, com todos os sindicatos, com todas as organizações populares e dos trabalhadores, com todos os partidos das esquerdas, imponham uma GREVE GERAL que marque uma viragem em nome de nós todos e por causa de todos nós!
É POSSÍVEL MUDAR!

sábado, maio 15, 2010

SALDANHA SANCHES: A MINHA HOMENAGEM!

O que conheci e o que conheço de José Luís Saldanha Sanches sempre foi pelo que lia, pelo que ouvia. Nunca o conheci pessoalmente.

Saldanha Sanches pertence a um grupo de pessoas que, de alguma forma, andou contra a corrente e sempre soube ser coerentemente independente na forma de pensar e no modo como analisava a realidade.

Como militante político, como fiscalista, como cidadão, Saldanha Sanches fica como uma referência de coerência e de cidadania.

Nunca me preocupei em saber, eu, na minha caminhada, se concordava ou discordava de Saldanha Sanches. Desde os tempos da "linha negra" do MRPP até aos dias de hoje em que era reconhecido por fiscalista de referência, nunca abdicando da sua posição cidadã.

Fiquei triste com a sua morte. Mas gostei de ler os testemunhos que os seus Amigos e ex-camaradas de caminhada política fizeram da sua vida! Fiquei com a certeza de que a sua referência continuará!

"BLOCO CENTRAL" ... UM ENTENDIMENTO QUE JÁ VEM (FAZENDO ESTRAGOS SOCIAIS!!) HÁ MUITOS ANOS ...



PS e PSD, Governo e o chamado "maior partido da oposição", agora José Sócrates e Passos Coelho, chegaram a "acordo" quanto às medidas de austeridade, dizem eles, para "equilibrarem" as contas públicas e (esta é a parte que mais gostam de referir ...) "acalmarem os mercados" ...
Este "acordo" tem estado a ser apresentado como algo que é "muito responsável", já que leva a "unir esforços" o partido do governo e o "maior" da oposição!

PS e PSD, sempre com o CDS à espreita, a participar activamente ou então em bicos de pés, foram afinal, sempre e sempre, estes partidos que alternaram entre si as responsabilidades governativas, isto é, são de suas autorias as políticas que , com ou sem crise económico-financeira, nacional e internacional, atiraram a economia para o estado em que está e, mais uma vez, obrigam quem não tem culpa nenhuma no eclodir destas crises, a suportar as piores consequências sociais e económicas das políticas que, mais uma vez, impõem, à revelia da vontade popular expressa em eleições !


As políticas que agora anunciam, com União Europeia e/ou com FMI, são as mesmíssimas que nunca deram resultados ... a não ser a repetição, cada vez mais frequente, de crises e mais crises!
Os partidos do arco neo-liberal do poder - PS, PSD e CDS -, também chamados "partidos da alternância" no governo, anos após anos, ocupam, a seu belo prazer, não só o aparelho de Estado, como fazem desfilar por grupos e empresas privadas, os seus dirigentes e aderentes mais mediáticos. As políticas que emanam dos seus governos, acabam por justificar e permitir esta espécie de "turismo de saque" pelo que é público
e também pelo que é privado!

Tudo isto só prova que entre o actual
aparelho do Estado, o dito sector
público da economia e o sector privado, acaba por não existir diferença nenhuma: todos esses sectores estão hoje ocupados ou então colonizados pela alta finança, pela alta burguesia e pela sua autentica tropa-de-choque política que faz estágio nos sucessivos governos antes de ter acesso às douradíssimas reformas e/ou aos também douradíssimos cargos de administradores nas empresas ditas públicas ou então nas mais realmente privadas.
O "bloco central" político e de interesses só olha para as eleições democráticas como algo meramente formal. O valor e a importância que dão à vontade popular democrática é circunstâncial e oportunista ... está visto, como agora mais uma vez se vê e sente!
A vontade popular tem de ser respeitada! Mas também tem de ser acordada para poder vencer o clima de medo e de intimidação que permite que a alternância dos partidos do dito "bloco central" continue a respeitar mais os ditos "mercados" e nada a vontade dos trabalhadores e das pessoas concretas.
O protesto social, intenso, massivo, incisivo, sem medo, é agora muito mais importante que o que se passa e passará nos ditos corredores do poder e nas negociatas da Assembleia da Republica, tornada pela maioria absoluta (não sufragada!) do "bloco central", como uma caricatura do que seria a verdadeira expressão da vontade popular democráticamente expressa.

O protesto social também é a melhor forma de mostrar aos tais "mercados" onde estão, onde estamos, os que produzem a riqueza (real e não a virtual!...) que tem sido sistemáticamente apropriada pelos abutres da especulação.

quarta-feira, maio 12, 2010

DUAS NOTAS SOBRE A VISITA DE UM REPRESENTE DE UM PODER PLANETÁRIO ... O "PAPA" !

1ª NOTA

Em que é que a matéria consumida pelo Papa - luxuosa estadia, luxuosos meios para viajar, ... - pode "casar" com a miséria daqueles que percorrem, DE JOELHOS, caminhos de uma crença que só pode ser mesmo classificada como ÓPIO que não deixa ver e que torna a vida opaca ?????

Os sacrificios que os PODERES pedem - não! ...... não pedem, EXIGEM! - aos que, cada vez mais, só têm deveres, são compreendidos por quem, como o Papa, anda de braço dado com tudo o que é Poder ????

Os tempos não são - não podem ser! - de resignação, de subjugação, de encolher ombros, de vassalagem perante a ostentação da riqueza, venha ela de onde vier, mesmo que seja esse poder opaco que é o Vaticano e todos os seus tentáculos no Planeta!

O tempos são de REVOLTA, de força para se dizer BASTA! E, de certeza, que nesta revolta e neste basta, muitos católicos e muitos crentes noutras confissões, adeririam a este imenso desafio que é construir uma vida onde a exibição, a luxuria e o poder pelo poder sejam banidos ... DE VEZ!!!!


2ª NOTA

Reparem bem nisto:

quando há uma manifestação de iniciativa sindical e laboral o calculo do número de manifestantes é sempre díspare: o governo, o patronato e a polícia apontam sempre números que são mais de metade daqueles que são apresentados pelos promotores sindicais e laborais da referida manif.
Agora que temos o Papa entre nós, a situação parece muito diferente: as estimativas avançadas por polícia e governo são sempre muito optimistas, muito simpáticas, muito ficcionistas!!!!
Por aqui, dá para perceber e compreender muita coisa!

Para mim, fica uma sensação de ... vómito! A HIPOCRISIA e a MENTIRA dos PODERES diversos é IMENSA!!!!!!

sábado, maio 08, 2010

SOCIALISMO OU BARBARIE !

Há quem veja nesta imagem, uma manifestação "violenta" ... eu vejo a revolta de pessoas de todos os dias, trabalhadores, jovens, desempregados, precários, ... , uma imensidão de pessoas a quem o poder concede o direito de voto, mas priva-os de tudo o resto!

E tudo o resto, é também o direito que teriam de ver a sua vontade como parte para a resolução de uma crise que não provocaram, mas que agora são os primeiros a sofrê-la me pele!
A imagem é da Grécia, mas poderá vir a ser de qualquer país europeu ... "pigs" ou não!


Nesta imagem vejo vontade de uma ALTERNATIVA à barbarie em que nos querem meter!

quarta-feira, maio 05, 2010

MANUEL ALEGRE: DESILUSÃO ! (*)

Sem duvida que o discurso de Manuel Alegre ficou aquém das expectativas de muitos eleitores de esquerda e pior ainda, não revelou uma vez uma clara demarcação do Partido Socialista.

Há vários dias atrás, o candidato Manuel Alegre, em vez de afirmar que a sua área ideológica é o Socialismo, pelo contrário afirmou qualquer coisa do género “a minha família politica é o Partido Socialista”. Com esta afirmação sou levado a concluir o seguinte:

  • A identificação clara com o PS (e não com o Socialismo) serve apenas e só para captar votos do PS, e sendo assim demonstra uma falta de lealdade e transparência para com esse eleitorado (o que é grave para um candidato presidencial).

Ou, em alternativa

  • De facto o candidato identifica-se claramente com o PS e então a situação é ainda mais grave do que a anterior. Passo a explicar - foi precisamente a governação do PS que ao longo destes últimos 20 anos colocou o nosso país na situação económica e financeira em que este se encontra. Situação esta que evidentemente coloca o nosso país à mercê dos especuladores internacionais. Situação esta que vai originar com toda a certeza a perda de todas as conquistas do povo português, conseguidas depois do 25 de Abril 1974.

    Se o candidato se identifica com o PS, se é esta a sua família politica, então só posso concluir que não é com toda a certeza um verdadeiro candidato de esquerda. Se a sua família politica não soube ou não quis defender os verdadeiros interesses do povo português, e o candidato se identifica com ela, então está tudo dito. Uma vez que o candidato se identifica com o PS, então identifica-se com o modelo corporativista (injusto e desigual) que está neste momento está instalado na nossa sociedade.

    Se este candidato for eleito, terá ele a coragem para exigir ao seu próprio partido as mudanças necessárias para salvar a nossa independência e garantir o necessário bem estar ao nosso povo? O que fará ele para aliviar o sofrimento que o povo português irá passar dentro em breve? Vai recitar a sua poesia aos serões, na tentativa de encher a barriga vazia dos nossos filhos? Vai discursar sobre a necessidade de todos fazerem mais sacrifícios? Sabendo nós que “todos” se traduz em serem sempre os mesmos (os mais desfavorecidos).

Para concluir faço um apelo, por favor não chamem a Manuel Alegre um candidato de esquerda. È sim um candidato, que se identifica e pertence a um partido (PS) que se diz de esquerda. Apenas isso.


(*)Manuel Monteiro
(militante do B.E.)

ACÇÃO e REVOLTA, PRECISAM-SE !!!!

2º DIA DE GREVE GERAL NA GRÉCIA!!!

A adesão está a paralisar aquele país ... o protesto contra as medidas de austeridade e as receitas de sempre dos mandantes neo-liberais deveria merecer a SOLIDARIEDADE de todos os trabalhadores europeus.

É inadmissível que as ajudas sejam sempre céleres para o sector financeiro e sempre lentas ou nenhumas para a preservação do emprego, para o apoio social ...

Cada conferência de imprensa dos governos, cada declaração de qualquer membro da comissão europeia é um mero exercício de cinismo e de hipocrisia!

A resposta está e tem de partir do lado dos que passam a vida a levar pancada em cada dia desta crise que não provocámos!

ACÇÃO e REVOLTA, PRECISAM-SE!

TEREMOS CAPACIDADE PARA SERMOS GOVERNO CONTRA ESTA CRISE!

O DISCURSO CONDICIONADO E O DISCURSO POPULISTA: Manuel Alegre e Fernando Nobre.


A declaração formal de candidatura presidencial de Manuel Alegre não alterou o que me leva a não o apoiar, desta vez!

Manuel Alegre limitou-se a cumprir uma espécie de "requisitos mínimos" para que a sua apresentação pudesse ser considerada de esquerda, mas mantendo sempre um piscar de olho ao que o parece estar a condicionar desta vez: conseguir o apoio da direcção do PS.

O seu discurso de ontem foi politica e ideológicamente mais fraco e mais frouxo que o que pronunciou no lançamento da sua primeira candidatura. Nessa altura, Manuel Alegre era um candidato independente claramente apostado na conquista, antes de mais, do apoio do povo de esquerda. Ontem, Manuel Alegre, apesar do formal "suprapartidarismo" a que apela, esteve muito condicionado para não ferir as susceptibilidades da direcção do partido a que pertence.
Um candidato presidencial pode pertencer a um partido e pode ter uma posição de clara independência face a esse partido e aos partidos em geral. Pode inclusivamente ter uma postura independente e receber, aceitando, o apoio dos partidos que o quiserem apoiar. Os partidos são uma realidade. Os partidos são constituidos por pessoas que votam. Os partidos representam posições políticas que os definem.

É isto que parece não perceber o Dr. Fernando Nobre. O discurso da "iniciativa cidadã" em Fernando Nobre, soa, cada vez mais, a populismo do mais primário. Porque aponta sistemáticamente o dedo a Manuel Alegre (e provavelmente a outros que venham a surgir!) por já ter o apoio de um partido, o BE, e estar agora a piscar o olho a outro. O que o Dr. Nobre faz é apelar a um sentimento populista existente na sociedade portuguesa que aponta tudo o que de mau existe ao comportamento dos partidos. Como se os partidos fossem todos iguais, e, todos, por igual, tivessem a mesma responsabilidade na governação deste País.

A iniciativa cidadã é benvinda e é urgente que ganhe protagonismo para que a nossa democracia saia mais fortalecida e qualificada. Mas essa iniciativa cidadã também tem de passar pelo interior dos partidos, nomeadamente com o aprofundamento de todas as condições de liberdade e de democracia internas. Isto, parece que o Dr. Fernando Nobre não entende ou então anda muito mal aconselhado.

O Dr. Fernando Nobre também já tem apoio de um partido e o apoio de um movimento que, não sendo formalmente partido, até tem tiques de partido e dos mais tradicionais. Só que nunca fala disso ...

Fica muito mal a um candidato a Presidente da República que a primeira critica que faz a outro candidato, tenha a ver com a questão dos apoios partidários. Não há uma critica politica, não há uma diferenciação quanto ao projecto. E pior fica, quando insinua (e, às vezes, até o afirma!) que ele, Fernando Nobre, por estado em trabalho humanitário, fora do País, tem o "direito" de acusar tudo e todos sobre a governação ao longo dos últimos 30 anos ... não fica mesmo nada bem, nem sequer é pedagógico, se quisermos ficar só por aqui!

João Pedro Freire

sábado, maio 01, 2010

1º DE MAIO : TODOS AS RAZÕES PARA NÃO BAIXARMOS OS BRAÇOS, PARA LUTARMOS!

Dá conta a edição de hoje do Público que a crise está a provocar um retorno dos trabalhadores aos sindicatos! No meio de todas as desgraças sociais impostas por uma crise financeira capitalista, esta é uma boa notícia: quer dizer que os trabalhadores redescobrem as vantagens da sua força colectiva, devidamente organizada, para lutarem pelos seus direitos, para lutarem por melhores condições de vida e de respeito!

Os jogos mais ou menos obscuros que faziam dourar o capitalismo financeiro internacional, estão agora, aí, às escancaras, mostrando que não correspondiam a nenhuma criação de riqueza, e, muito menos, asseguravam qualquer realidade de melhores condições de vida. Afinal era tudo virtual, tudo falso, tudo uma grande especulação!

Dizem-nos que "não há dinheiro", querem-nos fazer crer que há uma "guerra" entre países rícos da União Europeia contra os países pobres, os do Sul ... O que há, de facto, é a falência de um modelo económico, a dita "economia de mercado" e, a norte e a sul, os afectados por essa falência são sempre os mesmos, os trabalhadores e os jovens, com emprego, sem emprego, dos sectores público e privado, precários, ...

Dizem-nos também que "é preciso dar mais supervisão e regulação à economia" ... pois, muito bem, então que abram essa supervisão e essa regulação aos trabalhadores. Certamente que quem atirou a economia para o charco, não estará agora em condições de supervisionar ou regular o desastre que provocaram!

O século XXI ainda está no ínicio. Mas neste ínicio de século, é impressionante como, cada ano que passa, atira a realidade das condições de vida e de trabalho dos trabalhadores, para um cenário cada vez mais parecido com o que existia em 1886, quando, pela primeira vez, os trabalhadores norte-americanos saíram às ruas para exigirem jornadas de trabalho de 8 horas diárias. Pegando nessa reinvidicação, será que ela não está mais actual que nunca?

Os trabalhadores e os jovens de Portugal, de Itália, da Grécia e de Espanha, os que são mais atingidos pela crise económica e financeira internacional deveriam coordenar as suas acções contra as políticas que a União Europeia neo-liberal e o FMI querem impor !

Já que chamam "PIGS" a esses países, então os trabalhadores e os jovens que organizem uma "PIGS REVOLT" (revolta dos porcos) verdadeiramente exemplar e com capacidade de mudança social e política!

A ECONOMIA NACIONAL ...

(enviado por Grazia Tanta)
Imagens que dizem mais que mil e um discursos ...