tribuna socialista

sábado, abril 25, 2009

25 DE ABRIL COMO SOLUÇÃO PARA A CRISE DO NEO-LIBERALISMO! (*)

Há 35 anos, em 1974 também se falava em crise. Numa crise considerada do petróleo, mas que, tal como a actual, tinha a ver com o próprio sistema capitalista internacional. A inflação, a estagnação, as ameaças de desemprego, …, aí estavam todos os ingredientes de uma crise financeira para se transformar numa profunda crise social …

Seis anos antes de 1974, o lado ocidental de um sistema considerado próspero saído da 2ª guerra mundial (a França, a Alemanha, os Estados Unidos da América, …) , tinha também dado sinais de que a crise pode também aparecer por onde menos se pode esperar. Pode aparecer do lado da profunda insatisfação por um dia-a-dia transformado em autentica prisão ditada por tradições, modos de vida, leis bafientas, por tudo um pouco que pode tornar a liberdade, as liberdades, como algo somente formal, como algo que não se respira, não se sente e nem força anímica nos dá, a todos e a cada um, para tentarmos mudar. E mudar para algo que mude mesmo!

Há 35 anos, por cá, a crise económica e financeira dita do petróleo, também se sentiu. Mas foi enfrentada com um outro ânimo, com uma outra vontade. Cada um e todos, sentíamos que, aquela liberdade e aquela democracia, dava para assumirmos a nossa força colectiva e, nessa força, encontravamo-nos também individualmente.

Enquanto as elites de então, não encontravam o fim da crise, até porque também nunca, como agora, tinham percebido o seu inicio, eu, tu, nós, nós todos pegávamos na nossa imaginação e na nossa capacidade para começarmos a mudar um País.

Demonstrámos que liberdades e democracia devem e podem ser motores para mudar e não só para exibir sem nada acontecer. E para mudar, tentou mudar-se mesmo, começando por mudar, mandando embora os que só fizeram asneira na economia, na finança, na política … afinal foi por nunca antes ter havido liberdades e democracia que tudo estava como estava: marasmo, analfabetismo, caciquismo, tudo muito na linha daquele que dizia que o vinho dava de comer a um milhão de portugueses!

O mesmo que por estes dias e aproveitando o feriado do 25 de Abril, vai continuar a ter direito a nome numa praça que será (re)inaugurada na sua terra natal. Um acontecimento que é um acto de revisão da História, um atentado miserável à própria democracia e um insulto a todas e todos os que lutaram antes e depois do 25 de Abril de 1974 por uma sociedade de mulheres e homens livres.

Este povo que, os políticos dominantes da altura, consideravam não preparado para a democracia, conseguiu mostrar e demonstrar a sua imensa sabedoria para pegar na suas mãos o destino que só a ele pertence e que só ele sabe construir.

Há os que hoje, 35 anos depois, perante nova crise de um mesmo sistema, teimam em reduzir o que aconteceu em 25 de Abril de 1974, a excessos. São afinal os mesmos que entretanto nunca quiseram ver e nada fizeram para que o saque, a corrupção, as gestões tipo gansgster voltassem a dominar os mesmos sectores da sociedade – como o sector financeiro – que controlavam o poder político e parece que o voltaram a controlar.

35 anos depois, podemos constatar que afinal os ditos excessos cometidos no pós-25 de Abril, eram afinal a resposta popular para se construir um País novo apesar da crise económica e financeira que também existia no Mundo desses dias.

É também usual alguns falarem em “estatização” quando se fala na Revolução de Abril. Algumas mentes que até comemoram o feriado do 25 de Abril, mas só o feriado, entenda-se, associam sempre os tais “excessos” à esquerda que só pensaria no Estado. Esta é mais uma falsidade, porque, a seguir ao 25 de Abril de 1974, o que aconteceu foram inúmeras acções que representavam auto-iniciativa social, auto-iniciativa dos trabalhadores e dos cidadãos, nas empresas, nos locais de residência … porque quem afinal acabou por recorrer ao Estado foram os que especularam no sector financeiro enquanto puderam … E enquanto especulavam foram também ocupando o Estado, tornando o Estado uma autêntica coutada de uma só classe social!
Hoje, em 25 de Abril de 2009, é urgente que o povo, a energia colectiva dos trabalhadores, dos jovens, das mulheres, de todas e todos os que sofrem os efeitos da crise neo-liberal , volte a tomar em mãos a capacidade de decidir como se combate a crise, num ambiente de retorno às liberdades e à democracia que a Revolução criou.

Quando ouvimos diariamente as notícias que anunciam fechos de empresas, que multiplicam o número de desempregados, quando tomamos conhecimento dos relatos dramáticos do que é ser precário, quando ouvimos os dramas do dia-a-dia e os comparamos com as outras notícias dos bancos e das grandes empresas onde as administrações autenticamente saquearam milhões e milhões, só podemos concluir que o 25 de Abril que hoje se relembra só pode ser comemorado por todas e todos, aquelas e aqueles, que continuam a lutar para que a democracia seja efectivamente o poder exercido e controlado pelo povo e não uma espécie de circo de vaidades onde o povo só é convidado a assistir à distância.

VIVA O 25 DE ABRIL DE 1974!

QUE REVIVAM AS COMISSÕES DE TRABALHADORES, AS COMISSÕES DE MORADORES, AS ASSSOCIAÇÕES DE ESTUDANTES E TODAS AS EXPRESSÕES PRÁTICAS E CONCRETAS DE UMA AUTÊNTICA DEMOCRACIA!

VIVAM AS LIBERDADES DEMOCRÁTICAS!

(*) JOÃO PEDRO FREIRE ; intervenção como representante do Bloco de Esquerda na Assembleia de Freguesia da Senhora da Hora, Matosinhos, em 24 de Abril de 2009)



quarta-feira, abril 22, 2009

Zeca Afonso - Vampiros

Novamente ... muito a propósito!

MAIS UM ANO DEPOIS DE ABRIL ...

Foi há 35 anos ... e o que aconteceu não foi uma "romaria", nem algo que se tenha ficado por um golpe de Estado. Alguns bem queriam que tivesse sido assim! ... Mas não foi!
E o que aconteceu foram liberdades e democracia construídas pelas mãos do povo trabalhador e dos jovens que também diziam NÃO À GUERRA colonial.
E até houve "exageros" ... houve, sim senhor! Os exageros de quem quer e tem vontade para construir algo de NOVO, e, não admite que os velhos do passado continuem a "chatear" ...
35 anos depois, o que temos de Abril de 1974?
Aos que nunca viveram os anos do processo revolucionário (agora reduzido à sigla PREC), olham para o 25 de Abril como mais um feriado ... e, ainda por cima, este ano calha a um Sábado!
Até podem começar por ser Sábado. Saibam que há 35 anos o Sábado era um dia normal de trabalho ... como se fosse 2ª Feira! E as coisas estão a regredir tanto que, em muitos locais, o Sábado e até os Domingos voltaram a ser dias de trabalho!
Apesar das leis, apesar do formalismo de muita coisa que não passa do formal ... como a democracia e as liberdades!
E é precisamente a democracia e as liberdades que precisam de ser reconquistadas pelos trabalhadores, pelos jovens e por todas e todos os que estão fartos da crise do capitalismo (porque não é outra crise que temos!) e querem e têm vontade de voltar a dizer que outra sociedade de fraternidade, de justiça social, é possível!

domingo, abril 19, 2009

EUROPEIAS: DEBATE ZERO ... DESINTERESSE TOTAL!

Todos os principais partidos apresentaram já os seus cabeças-de-lista às europeias. E, desde logo, o mais relevante é que o primeiro debate (se é que se pode chamar a isso, debate!) fica centrado em tudo, menos em propostas concretas para por a Europa a ser construída por todas e todos os que aí vivem e trabalham.

Qualquer conversa, qualquer debate, ensaiados entre e por quem tem estado ligado ao actual modelo europeu, parte sempre de frases feitas, de conceitos que só políticos entendem, e, mais negativo é que se fala de Europa como algo que estivesse longe dos espaços nacionais, onde as pessoas pensam que ainda tudo vai acontecendo.

A Europa tem de existir como espaço de cidadania, como espaço de direitos e de deveres, como espaço onde a democracia e as liberdades são o motor da construção e da participação populares.

A dimensão nacional na construção de uma Europa democrática e social, prejudica, afunila, confunde e perpetua um modelo onde o Parlamento, sendo embora um orgão eleito, acaba por ser algo que surje perante os europeus como algo que não aquece nem arrefece!

Daí que seja muito importante que a eleição democrática do Parlamento Europeu pudesse ser sentida pelos europeus como o caminho para a definição democrática uma Constituição europeia, base de uma cidadania assumida e activa, e para a eleição de um governo europeu que acabe com o reinado de uma "Comissão Europeia" que se comporta como um cartel de governos nacionais.

Neste combate, faz muita falta uma candidatura à esquerda que se assuma claramente como democrática, federal e socialista! Democrática porque todas as principais instituições devem ser eleitas por voto universal; federal porque esta é a forma de organização que permite que os Estados não se sobreponham por critérios de nacionalismo, de dimensão económica ou demográfica e a sua importancia fica subordinada à dimensão de uma decisão europeia definida democráticamente; socialista porque é urgente definir uma alternativa política, económica, social e cultural à confusão e desregulação neo-liberal.

quinta-feira, abril 16, 2009

O LOBBY PRÓ-NUCLEAR VOLTA A AVANÇAR ...

Aí está nova investida do lobby pró-nuclear ... a coberto da crise, lançam o nuclear como algo "limpo", "rentável" ... só falta dizer que é também uma "opção ecológica"!

O mais interessante constatar é que, não obstante todos os desastres nucleares, militares e civis, que o planeta já regista, o lobby pró-nuclear NUNCA considerou que essa energia envolvia enormes riscos humanos e para o Planeta. Antes dos desastres acontecerem, os riscos parece que nunca existiam ... até porque os progressos cientificos registados se tinham encarregado de prevenir e evitar novos desastres. Só que novos desastres acabaram por acontecer sempre e sempre ...

Agora o pró-nuclear, avança de mansinho, como se costuma dizer, com a encenação de debates, onde habitualmente só debatem os pró e os quase pró!

As questões energéticas precisam de ser debatidas universal e democráticamente e a gestão das energias precisa de ser socializada, isto é, o que é de todos precisa de ser controlado por todos!

quarta-feira, abril 15, 2009

778 MIL RAZÕES PLANETÁRIAS PARA ACABAR COM A CRISE!




PERGUNTEM A CADA UM DESTES TRABALHADORES DESPEDIDOS QUAL A SUA SOLUÇÃO PARA A CRISE PARA QUE FORAM ATIRADOS!
PERGUNTEM E DÊEM-LHES INICIATIVA ....

terça-feira, abril 14, 2009

EUROPA DE CORAGEM: UM BOM CARTAZ DO BLOCO DE ESQUERDA!


Bem conseguido este cartaz do Bloco de Esquerda!
Sócrates e Durão Barroso personificam aquilo que a Europa é - um espaço de confusão administrativa neo-liberal onde só os governos (e principalmente os maiores) mandam - e aquilo que impedem que a Europa possa vir a ser - um espaço construído democráticamente por todas e todos os que aí vivem e trabalham .
Só formalmente são diferentes, porque, por exemplo, em questões concretas, como as relacionadas com a Europa, até parecem gémeos ... e no plano nacional, é ver Durão Barroso a unir PS e PSD !!!
A Europa de coragem de que fala o Bloco de Esquerda, no seu cartaz, tem de ser a Europa das instituições eleitas democráticamente, a começar pelo Parlamento Europeu, que deveria ter poderes constituintes e de eleição de um governo europeu!
A Europa de coragem deveria também ser a Europa onde os trabalhadores podem exercer os seus direitos, nomeadamente de intervenção na gestão das empresas, por exemplo, com dimensão europeia, como é o caso da Quimonda.
A Europa de coragem é aquela que ataca a crise pelo lado da defesa dos trabalhadores e de uma cidadania europeia, criando, por exemplo, um salário mínino europeu.
A Europa de coragem é também a europa que, sabendo tirar lições das guerras que a destruiram, rejeita que voltem a prevalecer as lógicas dos blocos político-militares. Não só a NATO deve acabar, como a guerra no Iraque não deve ser transferida para o Afeganistão. A Europa democrática e social tem de saber definir o seu conceito de defesa pelo lado da paz, da democracia e da solidariedade internacional!
Uma Europa de coragem precisa TAMBÉM de definir um modelo de socialismo contra a actual destruição neo-liberal, contra qualquer forma de nacionalismo e de totalitarismo!

PETIÇÃO PARA A UNIDADE DAS ESQUERDAS LISBOETAS ... UMA BOA INICIATIVA!

Até é possível que a petição de cidadãos para a unidade das esquerdas à Câmara de Lisboa, não seja inocente!... Esta democracia que só tem olhos para os partidos e desconfia de iniciativas populares, cidadãs, por muito genuínas que sejam, tem imposto muitas análises aprioristas e preconceituosas. Porque, até parece, tudo tem de passar por partidos, acordos entre partidos e formação de novos partidos ...

Este conceito de democracia, que tem vigorado, é um autêntico funil. É a justificação do parlamentarismo que atrofia e restringe a participação directa dos cidadãos, como trabalhadores, como consumidores, como contribuintes. A democracia deveria dar o PODER ao povo, às pessoas, e, não só ou quase, aos representantes eleitos em Parlamentos!

Uma candidatura forte a uma Câmara Municipal, a uma Junta de Freguesia e até ao Parlamento, deveria ter a oportunidade de passar pela auto-iniciativa popular ... e os partidos? se não aceitassem, então que continuassem a organizar as candidaturas que passam a vida a organizar!

A iniciativa de cidadãos lisboetas das esquerdas partidárias e apartidárias, lançando uma Petição pró-unidade das esquerdas à Câmara de Lisboa é um BOM EXEMPLO. Bom exemplo para se poderem vencer os mil e um entraves que continuam a impedir que, neste País, uma unidade desse tipo possa surgir como alternativa aos mais diversos níveis e como esperança para que as auto-iniciativas ganhem peso, força e capacidade de decisão e de influência!

sábado, abril 11, 2009

O SECTOR FINANCEIRO SÓ SERVE OS SEUS ACCIONISTAS ...

Os noticiários têm exaltado as sucessivas baixas das chamadas "taxas de referência" dos bancos. As tais "euribor", no caso europeu ... porque, dizem, assim os consumidores passarão a pagar menos, por exemplo, nos serviços dos crédito à habitação.

Neste momento, até se admite, na teoria, que as tais "taxas de referência", de baixa em baixa e de tanto baixar, até podem chegar aos 0% !!!!....

Só que, a realidade dos que pagam as mensalidades dos créditos à habitação e/ou ao consumo, é muito diferente das notícias que rejubilam. Afinal, os bancos e as empresas do sector financeiro, acabam, quase sempre, por dar a volta. O que perderiam na queda das taxas de juro, compensam com o preço que acabam por impor (este é o termo, impor!) a todo o produto e serviço bancário e financeiro.

A gestão dos bancos e das empresas financeiras não se referencia ao serviço perante o seu cliente e/ou perante a revitalização da economia, mas, primeirissimamente (!), perante os interesses e as exigências dos chamados accionistas de cada banco e de cada empresa financeira. A conjuntura pode ser de imensa crise, mas, o ou os accionistas ditos de referência, continuam a impor que os seus lucros ou a chamada rentabilidade dos seus capitais se calculem como se a crise fosse algo que afecta os "outros" que não eles, os accionistas!

É este modelo de gestão, autenticamente de "rapina", que abandalha economias e o comum das pessoas, dos trabalhadores, dos consumidores!

sexta-feira, abril 10, 2009

25 DE ABRIL: AS ESQUERDAS UNIDAS PARA UMA MANIF ... E DEPOIS, TUDO NA MESMA?

Impulsionado pela Associação 25 de Abril (a associação dos militares de Abril), os diversos partidos e personalidades das esquerdas, incluindo a direcção Sócrates do PS (uma esquerda algo formal e responsável por políticas neo-liberais) e os outros PSs mais de esquerda que ainda existem no PS, assinaram um apelo à participação popular na tradicional manifestação de comemoração da Revolução de Abril.

Este APELO subscrito por mais de 600 entidades (colectivas e particulares), representando algo que é sempre paradoxalmente novidade neste País - a unidade das esquerdas - acaba por ser algo que sugere duas reacções contraditórias: por um lado é de saudar a unidade das esquerdas, mesmo que só para uma manifestação; por outro lado, volta a ser criticável que as esquerdas só se unam para actos folclóricos e, para que isso aconteça, tenham de contar com a mão dos militares de Abril.

Mais uma vez, as esquerdas unem-se num certo diagnóstico abstracto da presente crise capitalista, mas continuam a falhar clamorosamente na capacidade para produzirem uma alternativa de democracia e de socialismo que consiga mobilizar trabalhadores, jovens, todas e todos os que querem uma realidade diferente daquela que o neo-liberalismo pruduz nos planos político, social, económico e cultural.

Manifestações atrás de manifestações sem nenhuma consequência no plano da alternativa social e política, podem produzir uma sensação de incapacidade política!

Seria importante que a mobilização popular que um apelo subscrito por todas as esquerdas vai concretizar, conseguisse mudar um pouco o clima de não diálogo e sectarismo que tem dominado as relações entre as esquerdas portuguesas.

quarta-feira, abril 08, 2009

AMANHÃ NO PORTO: UM DEBATE INTERESSANTE!


EUROPEIAS SERVEM PARA CLARIFICAR O PS!

As próximas eleições europeias têm, para já, um grande mérito. Permitem clarificar quantos PSs existem dentro do PS!

Ou seja, a direcção sócratica apoia Durão Barroso para continuar na Presidência da Comissão Europeia. Sócrates e os seus amigos da direcção sócratica e do seu governo, desfazem-se em elogios ao homem que (tal como a foto relembra) acolheu o banco de mentirosos que abriu a guerra no Iraque. Desse bando, só Durão Barroso é que ainda não se foi embora ou mandado embora ... lá vai aguentando-se com apoios de ditos socialistas como Sócrates!

Mas, também no PS, militantes e dirigentes como Manuel Alegre, Paulo Pedroso ou Ana Gomes apelam a que seja retirado o apoio ao neo-liberal bushista Durão Barroso e, pelo menos, os socialistas europeus tenham capacidade para apresentarem um candidato socialista ao lugar ocupado por Durão Barroso.

Nestas questões, o ser português não pode ser argumento para manifestar apoio a quem quer que seja. O critério deve ser político, deve estar baseado no percurso de cada um e, principalmente, deve estar ligado ao que se defende para uma Europa democrática e social!
(na imagem com o seu aliado neo-fascista ... mas afinal quem o é mais??)



O primeiro-ministro italiano insulta as vítimas do sismo da cidade italiana de Aquila !
"O sismo já provocou pelo menos 250 mortos, segundo o mais recente balanço divulgado hoje pela Protecção Civil, citada pela agência Ansa.O número de feridos (cerca de mil) e de sem-abrigo (17.000) mantém-se inalterado desde o mais recente balanço fornecido pelo centro de coordenação de socorro de L'Aquila e pela Protecção Civil." (in Publico.pt)

SISMO EM ITÁLIA: CONSTRUIR A SOLIDARIEDADE PARA ENFRENTAR A TRAGÉDIA (*)

(*) o texto em castelhano é a tradução do italiano, da organização Socialismo Revoluzionario, e foi retirado do portal Socialismo Libertario.




El sismo que ha golpeado a los habitantes del L´Aquila y de su provincia ha tenido consecuencias devastadoras: muchas personas desaparecidas, cien muertos por el momento, pueblos enteros destruidos y al menos 100.000 desplazados. Nos solidarizamos y nos reconocemos en el drama que está viviendo en estas horas una comunidad entera en el Abruzzo.
Esta tragedia ha golpeado una zona particularmente expuesta a riesgos sísmicos, pero ha sido también una tragedia anunciada. La tragedia natural, en efecto, se ha amplificado desproporcionadamente, por gravísimas responsabilidades históricas, en primer lugar de la política, central y local. Edificios recientemente construidos, supuestamente respetando las llamadas normas antisísmicas, han caído; la falta de estructuras mínimas para hacer frente a la emergencia es evidente, la incuria preventiva se muestra en la ausencia de un plan a pesar de los repetidos episodios sísmicos, que no sólo históricamente sino también en los meses y días pasados, han golpeado la zona.
Protección civil ha llegado al punto de incriminar a un técnico que había previsto “una sacudida destructiva”, acusándolo de crear alarma social. Cuando se trata de hacer la guerra la máquina estatal es tremendamente eficiente. Ésta, por el contrario no funciona para nada cuando se trata de ayudar a la gente, como demuestra la lentitud y lo inadecuado de las operaciones de socorro, las carencias estructurales debidas a los recortes en la sanidad, la falta de planes preventivos y de reacción frente a la urgencia de estas horas. Son todos testimonios tremendos de la lógica de la asesinabilidad típica de la política y de los Estados.
Saben destruir, especular, sacrificar vidas humanas. No saben y no pueden curar, salvaguardar, tutelar a las personas, porque ignoran necesidades y exigencias vitales. Esto además, constriñe al personal sanitario a obrar en condiciones cada vez más difíciles. Comprender las responsabilidades históricas y actuales de los gobernantes –de todo tipo y color- que sacrifican normalmente la vida humana en razón de intereses políticos y económicos, cínicas especulaciones urbanísticas y ganancias financieras a cualquier coste, está a la par con la capacidad de no sucumbir a la tragedia y de prevenir ulteriores tragedias anunciadas, en Abruzzo como en otros lugares.
A la impotencia y al cinismo que la política alimenta se puede reaccionar afirmando sobre todo una diversa prioridad humana, para que la vida, el cuidado, la solidaridad y la vivibilidad prevalezcan. Cada día y de frente a cada una de las tragedias que golpean a la humanidad. Las autoridades estatales, las más culpables, se presentan como las únicas autorizadas para socorrer, y en estas horas apelan contra el voluntariado (que han definido como “improvisado”), es decir, literalmente están apelando contra la voluntad de la gente de ir a socorrer a sus semejantes. Ya desde las primeras horas, ha sido, como siempre, la gente común quien ha salvado a la gente común, han sido los amigos y vecinos quienes se han socorrido y sacado de las ruinas.
Mientras exigimos que las autoridades pongan inmediatamente todos los medios a disposición, sabemos que la única garantía para que todo llegue a buen fin es que ocurra según las exigencias y bajo el control de las personas afectadas por el terremoto (incluidos los muchos inmigrantes, también clandestinos, que habitan este territorio). Más aún, los recursos, las competencias, las intenciones solidarias que se reúnen en tantas realidades del voluntariado son decisivas para responder a la emergencia humana y humanitaria en curso. Construir solidaridad y expandirla comienza por recibir las exigencias de los protagonistas, de las personas golpeadas por la tragedia, que más y mejor que nadie pueden saber lo que necesitan, en lo inmediato y en el futuro. Alimentar la solidaridad es una prioridad humana que puede acomunarnos, que puede reforzar el sentido de la común humanidad, que puede afirmar la vida y motivar el empeño por cambiarla y mejorarla.

Florencia, 6 abril ,17.00 hs.

sábado, abril 04, 2009

NÃO À NATO: TAMBÉM TEM A VER COM A EUROPA QUE SE QUER!


Por estes dias, a propósito de uma cimeira dos países membros da NATO, em Estrasburgo, este bloco politico-militar é discutido nas ruas!
A NATO representa o lado militar da organização neo-liberal que tem dominado na Europa. Daí que a discussão da existência de uma organização como a NATO, é um tema urgente que deveria envolver todas as esquerdas europeias.
O governo Sócrates propõe-se duplicar a representação militar portuguesa no Afeganistão. Ou seja, Sócrates junta-se também a todos os dirigentes governamentais liberais que querem acentuar o caracter de gendarme mundial da NATO, sob o comando da Administração norte-americana.
Uma Europa democrática e social não precisa de uma organização como a NATO, pensada e construída durante a chamada "guerra fria". E precisa ainda menos de uma NATO, já não só circunscrita ao Atlantico Norte, mas transformada em organização de acção mundial.
Os que lutam por uma Europa democrática e social deveriam aproveitar também o tema NATO, para lançarem a discussão em torno da organização política, social e de defesa em que deve assentar essa Europa. É preciso ir mais além do que o lançamento de palavras de ordem. É preciso saber mobilizar as vontades dos europeus!
Uma Europa de Paz também sabe o que deve ser uma política de Defesa numa perspectiva defensiva e de Paz!

sexta-feira, abril 03, 2009

G20: UMA CIMEIRA HISTÓRICA OU MAIS UM BALÃO DE OXIGÉNIO PARA O CAPITALISMO GLOBALIZADO ...

Promessa de injecção de fundos no FMI e no Banco Mundial, apelos à retoma do crédito, criação de sanções para os off-shores que escondam informação (qual informação? quem a exige? qual o critério?) ... estas terão sido as principais decisões da cimeira do chamado "G20", os tais países grandes ou a caminho disso que, no seu histórico já contam com outras cimeiras, já deram para o torto, não obstante os optimismos registados no final de cada uma!

Muita promessa, muitas intenções, ..., no entanto, nenhuma medida ou até promessa para restituir a confiança dos consumidores/contribuintes. As preocupações dos governantes do "G20" continuam a estar focadas na mis-en-scene das bolsas e nada, mesmo nada, na capacidade de opinião, de participação e vontade das pessoas anónimas, de quem faz viver as economias, seja na sua condição de trabalhadores, contribuintes ou consumidores ou em simultâneo.

A reacção do Ministro português das Finanças, Teixeira dos Santos, quanto à decisão do "G20" sobre os off-shores é elucidativa do formalismo da posição tomada na cimeira. Teixeira dos Santos, que parece ser contra políticas proteccionistas, tomou uma posição proteccionista e pouco a favor do fim dos paraísos fiscais, quando pediu que os off-shores, como a Madeira, que fossem colaborantes na prestação de informação (!?), pudessem gozar de alguma tolerância ... É uma posição que ilustra muito bem a pouca profundidade das medidas prometidas pelo "G20"!

Um número significativo de caras que estiveram nesta cimeira do "G20" já vieram de outras cimeiras com finais "optimistas" e essas mesmas caras já são conhecidas nos seus países de origem pela implementação de medidas que, parecendo ser formalmente contra a crise, não se traduzem em nenhuns resultados concretos!

Esta crise não precisa de "messias" ou de "eleitos em estado de graça" como Barack Obama. Esta crise, para ser vencida, precisaria das pessoas, dos trabalhadores, dos consumidores, com capacidade de intervenção, de decisão, de mudança! Está visto que, para isso, estes dirigentes não estão nada interessados ...

O que é que se pode esperar de um FMI e de um Banco Mundial, mesmo com mais dinheiro? será que isso mudaria o seu modo de funcionamento e de acção, desde sempre, contestadíssimos socialmente em inúmeros países e com resultados práticos e concretos muito duvidosos?

Será que maior e mais fiscalização dos off-shores significa FIM dos paraísos fiscais em TODO o Planeta?

Será que a retoma do crédito se faz com apelos OU antes com a alteração radical dos principios reinantes da gestão dos Bancos em todo o Mundo?

quarta-feira, abril 01, 2009
















Obama e Hu Jintao falarão de direitos humanos "logo que possível"
Dá para ver qual continua a ser a prioridade para a defesa dos direitos humanos ! ... primeiro as questões económicas, depois os interesses comerciais, depois ... , e então, por último, os direitos humanos ...

01 DE ABRIL: É CONSIDERADO O DIA DAS MENTIRAS ...


O dia de hoje é considerado o "dia das mentiras" ...
Hoje já não se brinca muito com as "mentiras", até porque existem muitas que já foram instituidas como "verdades" !
O dia-a-dia deste modelo de sociedade passa com muita mentira tornada verdade e, às vezes, levada ao pedestal das instituições existentes ...
Os "mentirosos", que existem aos montes, têm habitualmente tratamentos diferentes ... habitualmente a mentira é considerada mais mentira à medida que se caminha para níveis sociais considerados mais baixos e, menos mentira, quando se faz o percurso inverso! Num caso, a mentira pode ser punida, nos outros casos, a punição é mais dificil ...
O que vale é que vivemos em democracia, com liberdades, onde todos têm igualdade de acesso à educação, à saúde e a uma vida condigna ... será isto uma verdade ou uma mentira?

CORRUPÇÃO: VICIOS PRIVADOS, PÚBLICAS VIRTUDES ...

Quando se fala em corrupção, toda a gente parece ser contra. No entanto, quando se entra no concreto da definição da luta contra a corrupção, então parece que o que vigora é uma espécie de "vicios privados, públicas virtudes" ...

Como bem chamou à atenção o "exilado" socialista João Cravinho, é muito estranho que só o Bloco de Esquerda tenha protestado pela nomeação para Presidente de uma empresa inter-municipal, na Câmara de Braga (dirigida pelo PS), do recentemente condenado de corrupção (com uma multa simbólica ...) Domingos Névoa ...

A corrupção acaba por ser uma doença que parece endémica de sociedades baseadas na opacidade e na excessiva hierarquização do público e do privado. Aliás, nestas sociedades, o público e o privado acabam por ter poucas diferenças, já que os dirigentes de um lado e do outro, são, quase sempre, ferverosos adeptos deste modelo de sociedade ...

A luta contra a corrupção é esclarecedora de quem, de facto, está interessado e desenvolve estratégias, e, de quem só fala e acaba por ter duas caras ...

Entre o actual governo e a oposição simpatizante da chamada "economia de mercado", as diferenças em matéria de luta contra a corrupção são muito ténues e quase impercetiveis.

Porque a luta contra a corrupção passa também pelo desenvolvimento e aprofundamento de formas de democracia directa, por medidas que desenvolvam a transparência do público e também do privado (vejam os casos BPN e BPP), pelo questionar do modelo económico que condiciona o modelo de sociedade e o político ...

BLOCO DE ESQUERDA LANÇOU PETIÇÃO PARA A DESTITUIÇÃO DE DOMINGOS NÉVOA DA PRESIDENCIA DA BRAVAL