tribuna socialista

sábado, dezembro 29, 2007

PS e PSD DIVIDEM O ESTADO ... COMO QUEREM!


Parece que é, mas não é: o PS não é "a" alternativa ao PSD, nem o PSD e "a" alternativa ao PS ... é certo que se não está um no governo, está o outro, e, assim sucessivamente! ...

Querem fazer crer que aquilo a que chamam "regime" tem de passar por acordos, claros ou não, entre o PS e o PSD ... costumam apelidar esses "acordos" de ... medidas "com grande sentido de Estado" ...

É assim que "com grande sentido de Estado", acabam por dividir entre si, o aparelho de Estado ... dividem o controlo do poder judicial, discutem os bancos que ficam para um e para outro, a imprensa, escrita, falada ou televisionada, também não escapa ...

O Estado que vamos tendo, é algo que nunca foi reformado/revolucionado desde o 25 de Abril de 1974, é algo que vai sendo dominado pelo poder económico-financeiro, é algo que escapa completamente a qualquer controlo democrático por parte dos cidadãos.

Agora, os que dominam políticamente o aparelho de Estado, aliados aos que o dominam económica e financeiramente, preparam-se para consolidarem o seu poder, restringindo, ainda mais, o exercício da democracia: pretendem que os partidos políticos, para o serem, têm de provar que possuem 5.000 militantes!

Trata-se de uma medida de cariz totalitário e policial, que vem demonstrar que os simpatizantes do neo-liberalismo são incapazes de respeitar o pluralismo político e social e nunca perdem a oportunidade para aumentar os controlos securitários sobre a sociedade.

PS e PSD parece quererem demonstrar que a "democracia" são eles e ... mais nada!

PS e PSD são duas faces de uma mesma moeda ... é mesmo urgente uma alternativa de democracia, de iniciativa popular, de profunda mudança económica, de sentido socialista na abordagem da reforma do aparelho de Estado, ou seja, aumentar o controlo democrático do Estado, desburocratizando-o, passando o poder de burocratas para o poder das cidadãs e dos cidadãos.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

EM LOUSADA: MAIS UMA EMPRESA QUE FECHA!

A fábrica de confecções "Irskens Portuguesa" fechou. 90 trabalhadoras tiveram o desemprego, como prenda de Natal, dada por um patrão alemão que resolveu deslocalizar, sem aviso prévio!

As operárias reclamam direitos. Fazem piquetes para evitarem que o patrão retire a maquinaria da empresa ...

Da parte do governo, pouco se espera ... anda muito ocupado com os espectáculos mediáticos de elogio de uma Europa onde parece que só há Estados, governos e eurocratas!

O exemplo da "Irskens Portuguesa" é mais um exemplo que demonstra que os trabalhadores devem criar, para além dos sindicatos, as suas próprias organizações que assegurem, em cada empresa, uma activa vigilância sobre a gestão dessas empresas. Organizações que comuniquem entre si, criando redes activas na prevenção das deslocalizações, na defesa dos direitos laborais e do património produtivo de cada empresa!

domingo, dezembro 16, 2007

O REFERENDO É NECESSÁRIO! MAS FUNDAMENTAL É A ELEIÇÃO DEMOCRÁTICA DE UMA CONSTITUINTE EUROPEIA!

O referendo ao chamado Tratado de Lisboa é uma exigência democrática!

Não se trata de defender qualquer ideia de "soberania nacional", como pretendem a direcção do PCP e algumas correntes de direita, mas antes, de colocar todas e todas os europeus como sujeitos activos da construção de uma Europa democrática e social.

Até este momento, inclusivé tudo o que culminou com a assinatura do dito Tratado de Lisboa, temos assistido a um processo no qual a participação democrática e directa dos povos europeus tem sido substituida por espectáculos mediáticos organizados por Estados, por governos e por eurocratas.

José Sócrates deveria ter vergonha do que tem dito e desdito em matéria de convocação de um referendo nacional sobre o Tratado europeu. José Sócrates deveria lembrar-se que a Constituição Portuguesa não foi obra de comissões de técnicos e/ou de políticos, mas a consequência da conquista da democracia que levou à eleição de uma Constituinte. O exemplo português poderia e deveria ser seguido na Europa, num momento em que é liderada por dois portugueses ... só que dois portugueses que não têm memória democrática, nem estão habituados a práticas democráticas quando chegam a poder, nos planos nacional e internacional!

O Tratado de Lisboa é uma espécie de up-grade da anterior versão do chamado Tratado Constitucional elaborado por uma comissão não-eleita dirigida pelo liberal francês Giscard D'Estaing. Num e noutro documento, o que está em causa é a imposição aos povos europeus de um processo não democrático, que os mantém à margem e sem qualquer possibilidade de controlarem ou mostrarem as suas vontades.

A Europa, enquanto espaço único, onde convivem diversas nacionalidades, diversos povos, é necessária e urgente. Mas essa Europa precisa de ser construída no reconhecimento e prática permanentes que os povos são os sujeitos dessa construção e não sómente meros utilizados do que os Estados e os governos resolvem impor!

Para isso, continuará a ser fundamental a eleição universal e democrática de uma Constituinte europeia, onde sejam discutidas todas as propostas para a construção europeia. Entre elas, existe uma que continua a pugnar pelos Estados Unidos Socialistas da Europa!

quinta-feira, dezembro 06, 2007

CIMEIRA UE/AFRICA: AS HIPOCRISIAS DOS JOGOS DIPLOMÁTICOS ...

Depois da cimeira UE/África, o continente africano continuará a ser o que é: um continente dominado por ditadores, por corruptos ... um continente onde a miséria, a fome, a exploração, as epidemias significam que os povos africanos continuarão a (sobre)viver sem possibilidade de iniciativa, sem direito a possuírem vontade própria ...

África está refém dos diversos passados coloniais, está atrofiada por décadas de exploração e saque imperialistas, está prisioneira de regimes autoritários. Dos governos europeus o que é que se pode esperar? Dos mesmos governos que sistemática e hipocritamente usam dois pesos e duas medidas para falar de "direitos humanos" ou até de "democracia" quando as razões comerciais falam mais alto ... veja-se, por exemplo, o que se passa com a China!

Os povos africanos precisariam de ter a capacidade de tomar a iniciativa, de mostrar a sua vontade, de encontrarem novos caminhos para um Continente desfigurado. Da iniciativa dos governos (europeus e africanos) há muito pouco ou nada a esperar!

terça-feira, dezembro 04, 2007

CHAVEZ PERDEU ... PERDEU UMA VISÃO AUTORITÁRIA E ANTI-SOCIALISTA!

A derrota do projecto pessoal de Hugo Chaves para se perpetuar no poder, como uma espécie de bonaparte, perdeu no referendo de Domingo passado na Venezuela. Não perdeu o socialismo! Ganhou a democracia!

Acabaram também por ganhar as manifestações estudantis que sofreram uma violenta repressão policial. Por exemplo, no passado dia 7 de Novembro, Na Universidade Central da Venezuela, os estudantes foram alvo de tiroteio perpetrado por um grupo de 60 pistoleiros favoráveis ao regime chavista que irromperam no campus universitário (citando a última edição jornal "Socialismo Libertario" ).

O direito de manifestação, a independência do movimento sindical face ao Estado, ao governo e aos partidos, o pluralismo político a todos os níveis da sociedade, a possibilidade de destituição do presidente e do governo por imposição da vontade democrática popular livremente expressa ... são inquestionáveis para qualquer socialista que lute consequentemente por uma alternativa socialista ao liberalismo/capitalismo e também às versões totalitárias de um socialismo (!)meramente estatal ...

domingo, dezembro 02, 2007

A CGTP TAMBÉM TEM TRABALHADORES A RECIBOS VERDES ...

A praga dos falsos recibos verdes também invade o próprio movimento sindical que fala "contra a precariedade" ... a edição de ontem do EXPRESSO dava conta disso numa Escola profissional ligada à CGTP.

O movimento FERVE (Fartos/as d'estes Recibos Verdes) cita a notícia do EXPRESSO: "Dez dos doze professores de um estabelecimento de ensino criado em 1990 por protocolo entre o Ministério da Educação e a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses-Intersindical Nacional (CGTP-IN) têm vínculo precário. "Em casa de ferreiro, espeto de pau" - o comentário é de um funcionário da Escola Profissional Bento de Jesus Caraça em Pedome, uma freguesia do concelho de Vila Nova de Famalicão, e ajusta-se bem à situação laboral da maioria dos trabalhadores daquele estabelecimento de ensino criado na sequência da celebração de um contrato-programa entre o Ministério da Educação e a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses-Intersindical Nacional (CGTP-IN) em 1990. Dez dos doze professores, têm os mesmos deveres que os do quadro mas têm vínculo precário e por isso não têm subsídio de Natal e pagam a Segurança Social do seu bolso. Maria Emília Leite, directora-geral da Escola Profissional Bento de Jesus Caraça, admite que o pólo de Pedome, por "ter estado para fechar há dois anos", é aquele que "merece mais atenção". Esclarece, todavia, que o estabelecimento "respeita integralmente as regras do ensino particular e cooperativo", estando ainda subordinado ao Ministério da Educação e ao PRODEP III, que financiam os cursos. "(In Expresso).

Será que este exemplo é só exclusivo da CGTP ? O que se passará com a UGT ? Ou com o o chamado movimento dos sindicatos "independentes"? E o que se passará no interior dos partidos políticos, quaisquer que eles sejam e onde quer que se situem?

Em causa parece estar um modelo de organização de defesa dos trabalhadores ... com capacidade para organizar manifestações, com capacidade para intervir junto de trabalhadores do sector público, com capacidade para chegar até aos governos ... mas com uma muito reduzida capacidade para intervir junto dos trabalhadores do sector privado e com uma total falta de sensibilidade para chegar até ao crescente número de trabalhadores aprisionados na teia dos falsos recibos verdes.

O que faz o movimento sindical - todo ele! - para organizar e defender os trabalhadores sujeitos aos falsos recibos verdes? O que fazem os partidos representados na Assembleia da Republica? O que faz o Presidente da Republica, o governo e o primeiro-ministro? Será que consideram os recibos verdes, falsos ou não, como uma inevitabilidade dos sacrificios que pedem aos portugueses e/ou uma forma de iludirem estatísticas sobre o desemprego e a criação de postos de trabalho?

Há também o lado do chamado empresariado que se diz "atento" à chamada "inserção social" ... como contratam os trabalhadores nas suas empresas: com contratos e com direitos ou com falsos recibos verdes e totalmente descartáveis?

Este é, sem dúvida, uma das consequências da dita "economia de mercado" em ambiente de globalização liberal, em que os deveres são citados porque favorecem as mais-valias, mas os direitos (de quem trabalha) são considerados um impecilho ao ... progresso neo-liberal!

Para quando a capacidade do movimento sindical organizar uma acção contra a proliferação dos falsos recibos verdes? Ou será que essa capacidade terá de pertencer exclusivamente aos mil-e-um movimentos e grupos que já existem contra essa monstruosidade violenta?

sexta-feira, novembro 30, 2007

GREVE GERAL DA FUNÇÃO PÚBLICA!

A prepotência do Governo Sócrates, só por si, justifica que a Função Pública diga BASTA!

José Sócrates afirma-se de "esquerda moderna" (ou lá o que isso é ...) sempre que organiza reuniões com os militantes do seu partido. Mas, no dia-a-dia da governação, esses militantes são esquecidos e o movimento sindical é tratado como um qualquer governo de direita e/ou neo-liberal trataria: com desprezo, com arrogância e como se não existisse!

Os interlocutores do "moderno" Sócrates são, sistemáticamente, alguns empresários, um exército de chamados "especialistas" ou "técnicos" ou "elites", no plano nacional, e, Durão Barroso e qualquer governo, no plano internacional.

Sócrates, como primeiro-ministro, ficará conhecido como o "campeão" do desemprego e da precariedade, como secretário-geral de um partido que ainda (!) ostenta o "S" de "socialismo" ficará para a História como um dos piores coveiros dos principios e das práticas socialistas.

domingo, novembro 25, 2007

25 DE NOVEMBRO DE 1975: A DEMOCRACIA LIBERAL NÃO É ALTERNATIVA AO ESQUERDISMO E AO SECTARISMO!

Em 1975, o 25 de Novembro representou o triunfo da democracia liberal e parlamentarista sobre o impasse revolucionário a que conduziu o esquerdismo e o sectarismo.

Trinta e dois anos depois, as assimetrias sociais em crescendo, o liberalismo económico e financeiro que repôs o poder de meia dúzia de grandes grupos , a quase inexistência de direitos por parte de quem trabalha num quase onde domina a precariedade nas suas diversas facetas (contratos a prazo, falsos recibos verdes, sub-emprego ...), os ataques ao Serviço Nacional de Saúde mesmo que tendencialmente gratuito, ... , tudo isto são consequências do triunfo da democracia liberal e parlamentarista.

O 25 de Novembro de 1975 veio também provar que não é possível manter um processo revolucionário numa espécie de meio-termo, de impasse, no qual se vão degladiando correntes sectárias e esquerdistas, com acções que ignoram crescentemente o sentir e a vontade populares, dando-as, de mão-beijada, às correntes contra-revolucionárias que procuram sempre a reposição de velhas ordens.

Em 25 de Novembro de 1975 não havia o perigo de uma contra-revolução fascista, como queriam fazer crer as correntes esquerdistas dominantes. Mas o triunfo do parlamentarismo burguês rápidamente criou condições para a reposição de uma sociedade onde o poder económico e financeiro condiciona o poder político e, na onda do securitarismo norte-americano, passa também a condicionar o exercício das liberdades democrática e dos direitos sociais.

O Partido Socialista representou toda a contradição desse período e reeditou o papel contra-revolucionário que a social-democracia já havia representado noutros processos revolucionários. O PS reuniu efectivamente uma forte vontade popular para uma mudança socialista, mas essa vontade sempre foi desfigurada pelas sucessivas direcções "socialistas" que, uma vez no governo, foram abrindo todas as portas ao domínio do poder económico e financeiro reconstruído com uma onda sem precedentes de privatizações.

Em Novembro de 1975, como aliás desde o 25 de Abril de 1974, sempre faltou ao e no processo revolucionário português uma alternativa socialista que não reeditasse velhos desvios esquerdistas, sectários e até totalitários. Esquerdistas (uma incrível amalgama de grupos e microscópicos partidos) , estalinistas (o PCP) e social-democratas (mal designados de PS e/ou de "socialistas") foram reproduzindo receitas, modelos e teorias, nas quais, as massas populares, foram meros joguetes ... A sede de controlo burocrático do movimento sindical, das comissões de trabalhadores e de moradores, ... , rápidamente colocou o processo revolucionário num impasse com a contra-revolução neo-liberal à espreita ...

As revoluções não precisam de iluminados, nem precisam de "vanguardas" ... precisam, isso sim, de deixar crescer livremente a iniciativa social, sendo esta a que tem de buscar e criar novas formas de organização que consolidem e orientem o processo revolucionário!

Tal não aconteceu com a revolução portuguesa e o resultado foi o triunfo da democracia liberal, significando esse triunfo a reposição de um modelo de sociedade onde a democracia é formal, o parlamentarismo é uma rolha sobre a iniciativa popular e o poder político é refém de uma realidade que configura uma autentica ditadura económica e financeira!

sábado, novembro 17, 2007

FERVE promoção petição à AR


Retirado do blogue OBJECTIVO:SOCIALISMO! da corrente da Esquerda Nova do Bloco de Esquerda:


O FERVE - Fartos/as d'Estes Recibos Verdes promove um abaixo-assinado, para apresentação à Assembleia da República.

Apelamos a todos/as quantos/as se identifiquem com esta causa para que assinem esta petição!

De modo a não inviabilizar assinaturas solicitamos que:

1) façam o download do documento da petição;

2) imprimam o documento, frente e verso, sem efectuar qualquer alteração;

3) assinem a petição apenas uma vez;

4) preencham os campos todos (assinatura, número do Bilhete de Identidade e nome completo legível).

IMPORTANTE:- A petição tem que ser impressa obrigatoriamente numa folha frente e verso, tal como o documento em anexo.

- Não são válidas as assinaturas recolhidas em folhas soltas, folhas só com linhas, etc…

- O texto da petição tem que estar presente em todas as folhas assinadas!

- Os/As assinantes da petição tem que ser maiores de idade.

Tenham 1 ou 100 assinaturas, enviem-nas, por favor, até 3 de Dezembro, para o seguinte endereço:

Petição FERVE
Apartado 7049
E. C. Augusto Luso
4051-909 Porto

domingo, novembro 11, 2007

HUGO CHAVEZ vs JUAN CARLOS / ZAPATERO ...

O incidente ocorrido no decurso da XVII Cimeira Ibero-Americana entre Hugo Chavez e os representantes espanhóis, Jose Zapatero e Juan Carlos, revela aspectos que vão muito para além das tricas diplomáticas entre Estados.
O incidente foi provocado porque Hugo Chavez, insistentemente, apelidou de "fascista", o ex-primeiro-ministro do Estado Espanhol, Jose Aznar. Zapatero, o actual primeiro-ministro espanhol, eleito na sequência da mentira de Aznar a propósito dos atentados de 11 de Março de 2004, ripostou a Hugo Chavez num tom nacionalista e patrioteiro. Pediu "respeito" porque Aznar tinha sido eleito pelo povo ... Mas será que Zapatero também não foi eleito pelo mesmo povo? Será que Aznar, que até pode não ser "fascista", não será um mentiroso da pior espécie, ele que disse o que disse em 11 de Março de 2004 e foi um dos participantes na cimeira dos Açores que marcou o ínicio dessa mentira violenta que tem sido a guerra/invasão do Iraque?
Será que pelo facto de ser português, nós portugueses teríamos de subscrever as posições neo-liberais, pró-guerra no Iraque, ..., de Durão Barroso se porventura viesse a ser criticado por uma qualquer personalidade não portuguesa?
Zapatero, Sócrates, Gordon Brown, ... , pertencem a uma "família" (!!) política internacional que há muito abandonou posições internacionalistas para passarem a alinhar por critérios diplomáticos e de arranjos entre Estados. A reacção de Zapatero de dar uma maõzinha ao monarca espanhol e ao seu ex-rival (?) Aznar, exibe até onde pode ir a "vontade de mudança" dos dirigentes da dita "Internacional Socialista" ... Zapatero fez com Aznar e Juan Carlos o que Sócrates também já fez com Durão Barroso ...
Zapatero, tal como Sócrates, só são socialistas quando estão na oposição ou quando estão em campanha eleitoral nos seus países. Uma vez no poder, reduzem o seu "socialismo" à mera participação em cimeiras onde a retórica se substitui à capacidade de agir pela mudança ou então perdem-se nos meandros dos acordos diplomáticos que tanta mudança (!?!?) tem dado a este planeta ...
Sobre Hugo Chavez e as suas concepções de "socialismo", já por diversas vezes mostrámos o que nos separa dele. Mas Hugo Chávez, desta vez, teve mais razão que Zapatero e Juan Carlos!
Tem razão quando afirma “Será rei, mas não me pode mandar calar” !

terça-feira, outubro 30, 2007

MILLENNIUM BPI ???

Qual o melhor caminho para grandes empresas aumentarem os seus lucros sem terem que despedir ninguém ... directamente, mas antes, dispensar centenas de trabalhadores?

Qual o melhor caminho para arranjos entre grandes accionistas evitando-se a opinião dos pequenos accionistas?

Qual o melhor caminho de se conseguirem mais-valias nesse produtivo (!!) mercado que dá pelo nome de Bolsa ?

O que é que, de facto, tem a ganhar a economia portuguesa com operações de concentração de empresas que já são quase que estratégicamente e indirectamente dominadas por accionistas estrangeiros?

Quantos postos de trabalho já ganhou a economia portuguesa com operações de concentração de grandes empresas?

OS PRÓXIMOS CAPÍTULOS DA OPERAÇÃO DE FUSÃO "BCP x BPI" DARÃO RESPOSTAS A TODAS ESTAS E OUTRAS QUESTÕES!!!.............

BCP: EIS A GESTÃO DE UM MODELO DE SUCESSO DA ECONOMIA DE MERCADO!

Num momento em que a direita vai fazendo propaganda ao "êxito" das escolas privadas no ranking criado por alguma imprensa, é bom que se olhe também para o modelo de gestão de um banco que foi apontado durante anos e anos como um "case study"e como um "modelo de sucesso".

Falar de BCP e/ou de Jardim Gonçalves parecia ser sinónimo de exemplos de sucesso da própria economia de mercado. Era a "gestão privada" apontada sempre como "muito melhor" que a coisa pública igual a Estado!

Pois analise-se agora, à luz dos escandalos mais ou menos grandes, esse modelo de gestão: quanto à transparência, quanto ao respeito pelas leis em vigor, quanto ao dever de informação perante os próprios accionistas grandes e pequenos, quanto às "cunhas" que sempre se aponta como quase endémica da coisa pública ...

O exemplo da crise do BCP exibe até onde vai a seriedade (!) no ambito de uma economia de mercado. O que, no ambito de uma economia de mercado, acaba por não ser exclusivo do privado. O público quando gerido na economia de mercado também sofre dos mesmos problemas ... afinal quem lá manda é quem gostaria de tudo ver privado ou privatizado!

A economia de mercado e o sistema político que sustenta não permitem qualquer ideia de transparência, de controlo democrático, de direito à informação, sem restrições, por parte dos cidadãos. A economia de mercado e o seu sistema político só formalmente é que reconhece a cidadania, porque, na prática, só vê empresas e depois accionistas das empresas ...

terça-feira, outubro 23, 2007

ONDE ESTÃO OS SOCIALISTAS DO P.S. ?


É impressionante o que o actual governo faz e diz sempre que comenta manifestações populares ou greves. O discurso é igualzissimo ao pior discurso de direita, identificando tudo com "jogos políticos da oposição" ou com um PCP que passou a ter uma influência notável, a avaliar por aquilo que cada ministro diz ...
Será que as 200.000 pessoas que se manifestaram, convocadas pela CGTP, são todas elas "comunistas" ?
Será que uma greve com uma adesão de quase 100%, independentemente do sector em que se realiza, pode também ser apelidada de "manobra com fins políticos"? Serão os trabalhadores em greve, todos eles, manipulados ou até estúpidos?
Será que não há militantes do PS presentes nessas manifestações ou aderentes dessas greves? E se há, como é possível que não se indignem e manifestem contra os disparates pronunciados e executados pelos ministros do governo do seu partido? Será que o PS virou partido com funcionamento interno totalitário e policial ?
É caso para perguntar: onde estão os socialistas do PS? será que ainda existem?

A EUROPA DOS GOVERNOS E DOS ESTADOS ... A EUROPA DE SÓCRATES & BARROSO!

Grande alarde - ao ponto de o considerar como "porreiro"... - quis dar José Sócrates, na companhia de Durão Barroso, à assinatura do chamado "Tratado de Lisboa", apresentado como "um grande passo" para a afirmação da Europa.

O "Tratado de Lisboa" mantém, no essencial, a pinta neo-liberal do anterior Tratado "Constitucional" rejeitado, pelo voto, por franceses e holandeses. A assinatura deste up-grade do Tratado "Constitucional" reforça o alheamento dos povos europeus quanto à construção europeia, tornando os governos que o assinaram - todos !!! ... - algo que existe à margem da vontade popular europeia, absolutamente desconhecida e nunca auscultada sobre esta matéria.

José Sócrates, formalmente "socialista", e, Durão Barroso, liberal dos quatro costados, uniram-se, com grande alarde e fervor nacional-luso, para evitarem que os povos europeus tenham o direito de eleger uma Constituinte Europeia que discutisse e aprovasse uma Constituição, tal como os portugueses o fizeram a seguir ao 25 de Abril de 1974, depois de quase 50 anos em que nunca tiveram o direito de se pronunciar ou eleger uma Assembleia Constituinte democrática e representativa.

José Sócrates, como já fez com outras promessas eleitorais (afinal o que é isso para um político moldado nas jogatanas parlamentares?!...), esquece também agora ostensivamente a que fez sobre a realização de um referendo nacional sobre o Tratado europeu. Todos os argumentos lhe parecem bons (!!) para virar as costas aos portugueses ...

Na nossa opinião, a Europa precisa urgentemente de uma refundação democrática baseada na participação dos povos e na construção de instituições que resultem desse participação e da sua vontade directa e democrática. Neste sentido, os referendos nacionais medem a vontade popular europeia, e por isso são urgentes, mas não são o caminho para essa refundação europeia.

A base da refundação europeia começa com a eleição de uma Assembleia Constituinte Europeia eleita directa e universalmente por todas as cidadãs e por todos os cidadãos que residem no espaço europeu. Este pode ser um caminho para a construção de um conceito de cidadania europeia que se afirme na diversidade cultural e nacional, reforçando caminhos de paz onde neste momento ela não existe.

A Europa precisa de um amplo debate sobre a organização que os europeus pretendem. É tempo de acabar, da esquerda à direita, com a hipocrisia que invade qualquer timido debate que surge: rejeita-se "federalismo" sem se saber o que se entende por federalismo, o apelo a uma "Europa Social" é feito da esquerda à direita sem se especificar o que é isso de "social", ...

José Sócrates & Durão Barroso , assumem-se como uma espécie da ponta do icebergue que são os governos e os Estados europeus que impedem qualquer avanço da Europa de encontro à vontade dos europeus.

terça-feira, outubro 16, 2007

CONGRESSO DO PC CHINÊS: O TOTALITARISMO NUM SÓ PAÍS!

A realização de mais um Congresso do chamado "Partido Comunista Chinês" é só mais uma oportunidade para olhar para um país que nunca foi socialista apesar de se afirmar como tal ... nem no tempo de Mao, nem no tempo de Deng, nem hoje!

Repressão quanto baste, selvajaria capitalista confundida com "sucesso" e "desenvolvimento económico", partido único mais parecido a uma espécie de seita, abandalhamento ambiental, ... , tudo o mais se poderia acrescentar para caraterizar um regime que não tem definição possível ...

Descendente das teorias do "socialismo num só país", a China é, no século XXI, a imagem de um verdadeiro totalitarismo num só pais, identificado por muitos liberais, capitalistas e magnates como um paraíso para enriquecerem, ainda mais, à custa da mão-de-obra escrava das chinesas e dos chineses.

Por cá, gostaríamos de ver os dirigentes do PCP pronunciarem-se sobre a aberração que é o regime chinês. Até podia ser depois de regressarem da China a convite do PCC ... será?

domingo, outubro 14, 2007

PSD : à direita nada de novo ... tudo na mesma!

Com um governo como o de Sócrates é dificil falar do PSD ... assemelham-se cada vez mais! ...

Diferenças só nos interpretes da execução das políticas, quer as que são executadas pelo governo, quer as que são prometidas pelo PSD !!!

Tudo muito igual: nas questões europeias, na flexibilidade das leis laborais, nas privatizações a torto e a direito. O PSD de Menezes agora também quer outra Constituição. Quer uma Constituição mesmo, mesmo, mesmo modelo liberal!

Menezes é diferente de Marques Mendes ... lá isso é! É mais alto e mais para o populista. Uma espécie de Santana Lopes em "up-grade" ... mas com Santana Lopes pronto a ajudá-los, como fez com Durão Barroso, i.e. à espreita de ser novamente primeiro-ministro sem esforço eleitoral!

No jogo da alternancia parlamentar, também temos o mesmo de sempre: na oposição o PSD é sempre mais "social" que o PS no governo. O contrário também é verdade ...

Tudo muito igual na área do "centrão" ...

terça-feira, outubro 09, 2007

PARA ONDE VAI ESTA DEMOCRACIA ... À SOCRATES!?!...

A Polícia já (re)começou uma prática usual há mais de 30 anos ... vasculhar sedes sindicais! E, por coincidência, antes do 1ºministro iniciar mais uma visita, por essa zona, a promover o sucesso (!!) que esta governação está a ser e, concerteza (!!), será ...

Mas parece que a iniciativa policial pertence a algum comandante local mais zeloso ... o Ministro da Administração Interna até já ordenou mais um inquérito!...

Vendo bem, a situação é estranha e perigosa: fica o País a saber que há, por aí, esquadras de Polícia que agem por sua iniciativa sem qualquer controlo do respectivo Ministério governamental!

José Sócrates lá vai continuando a barafustar contra tudo e contra todos os que o criticam e opõe, porque, de lingua sempre afiada, a culpa de tudo, volta a ser do PCP. Que força não terá este partido?!?!....

A democracia e as liberdades democráticas, essas, terão de esperar um pouco enquanto o nosso primeiro lá vai anunciando sucessos atrás de sucessos ... mesmo com o aumento do desemprego, uma "inevitabilidade" de qualquer socratico e/ou neo-liberal!

domingo, outubro 07, 2007

SÓCRATES REEDITA DISCURSO SALAZARENTO ...

José Sócrates reeeditou em Montemor um velho discurso salazarento e de alguma direita mais bafienta, quando identificou oposição a este governo com o PCP.

Deu uma ajuda ao PCP, dando-lhe uma implantação e uma capacidade de mobilização que não tem. Mas revelou sobretudo a actual posição autista de um governo que parece ouvir sómente os que lhe dizem "amen", ignorando até as vozes discordantes que surgem no seu partido apoiante.

Entretanto as estatísticas vão mostrando um País em 2ºlugar no ranking do desemprego europeu, com níveis altissimos no chamado desemprego duradouro, i.e. aquele que tem mais de um ano.

De inauguração em inauguração, José Sócrates ignora o que as pessoas sentem, ignora as carências reais do País e torna-se um primeiro-ministro novo na idade mas muito velho e anti-socialista nas apreciações que teima em fazer ...

domingo, setembro 30, 2007

300.000 manifestantes contra la Junta Militar birmana

Um exemplo nos nossos dias da DIFICIL luta pelas mais elementares liberdades e direitos democráticos e humanos!

quarta-feira, setembro 19, 2007

AQUILINO RIBEIRO, COM OU SEM PANTEÃO, O SEU NOME É SINÓNIMO DE GRANDE LITERATURA E DE VERTICALIDADE (*)

Com a devida vénia, publica-se um bom texto de (*) MANUEL BAPTISTA, de Luta Social, sobre Aquilino Ribeiro:


"A homenagem realizada pelos altos dignatários deste país ao grande romancista e resistente anti-fascista Aquilino Ribeiro, está sendo manchada por uma propaganda reles, suja e cobarde, de quem quer mostrar-se <>.


Neste caso, querendo fazer com que se repudie o homem e o escritor, indissociáveis, ainda mais neste grande vulto da literatura portuguesa do século XX, pelo facto de ter pertencido na sua juventude ao ramo anarquista da carbonária, ao qual se atribui a autoria do regicídio que matou o rei D. Carlos I e seu filho, herdeiro do trono.Porém, a estupidez dessas aves de mau agoiro é dupla: ele - Aquilino - pode ter ou não pactuado /concordado com o regicídio.


Porém, quer isso seja verdade ou não, não fará sentido a conotação de <> que lhe querem atribuir. Mas fazem-no, pois através dele, pretendem atingir um sector da sociedade dessa época - e por tabela - os seus herdeiros espirituais, o republicanismo radical e o anarquismo.


Que foi um crime, sem dúvida o foi, mas que se deve compreender no contexto de uma situação bem particular. Quem não estudou de perto a história conturbada dessa época, não pode compreender e portanto valorar o que esteve na origem do regicídio.


É que a maior parte das pessoas que clamam contra Aquilino, passam sob silêncio que o rei, pouco antes de ser assassinado, decretou e permitiu que o seu primeiro ministro, João Franco, instaurasse um regime de arbítrio, de ditadura, com nenhuma hipótese de evolução para uma transição pacífica para a república. Nessa época, uma vasta maioria da opinião pública repudiava o regime caduco da monarquia bragantina, os republicanos eram maioritários no pais, mas impedidos de aceder ao poder.


Alguns anarquistas, ingenuamente, acreditavam que a república seria uma etapa indispensável para atingir mais tarde a anarquia,o socialismo libertário. Entre estes, estava o jovem Aquilino. Por isso, essa corrente anarquista (apenas um sector que tinha muitas e diverdsas correntes, na época, não a totalidade) aliou-se aos republicanos em várias ocasiões, tendo participado numa organização secreta chamada Carbonária, a qual preparava o derrube da monarquia por meios armados.


Não se deve esquecer que era uma monarquia corrupta, decadente e, nos últimos tempos, governando pelos métodos autoritários que vieram ensombrar a história de Portugal no século XX.


Quanto a ele ser anarquista, na 1ª metade do século XX, um conjunto impressionante de vultos da cultura portuguesa o foram, alguns tendo permanecido fiéis à ideia acrata até à morte, outros sendo atraídos para outras ideologias ou teorias políticas... basta citar alguns, sem pretenção de fazer inventário:


- Na literatura: Ferreira de Castro, Vitorino Nemésio e Miguel Torga.

- Na poesia: José Gomes Ferreira

- No desenho: Stuart Carvalhais

- Na ciência: Aurélio Quintanilha




É neste contexto, nesta atmosfera intelectual, não apenas receptiva, mas participante de uma ou outra expressão revolucionária, anti-capitalista e anti-estatal, que se desenvolveu o pensamento e se firmaram os dotes de escrita desta figura maior da nossa literatura que foi Aquilino.


Omitir isso, tal como o fez o presidente da república, torna a homenagem envergonhada, mostra que os actuais dirigentes políticos, nem sequer têm a visão ampla dos homens da república de 1910, pois "esquivam" nos seus discursos as importantíssimas facetas de Aquilino Ribeiro, nomeadamente as de militante libertário e anti-fascista."


(*) Manuel Baptista

domingo, agosto 19, 2007

TRANSGENICOS NÃO!

É claro que dizemos NÃO aos transgénicos!
Porque destroem, porque minam, porque servem os interesses dos que dominam a sociedade do lucro mantendo o planeta no caminho do suícidio.

A luta contra a transgenia é uma luta que tem de ser colectiva e abrangendo de uma forma crescente toda a sociedade. Não é uma luta de uns quantos com actos desesperados a lembrar cenas de "terrorismo" individualizado.

É dificil lutar por outra sociedade radicalmente diferente da liberal/capitalista. É dificil, mas qualquer revolucionário se olhar para o património de luta secular pelo socialismo, afirma-se como um optimista: é possível furar o cerco, destruir muros, conquistar uma maioria social para tornar possível a esperança!

Por isto, não concordamos com os métodos do movimento chamado "Verde Eufémia". Somos de opinião que os métodos desse movimento atrasam o esclarecimento social, dificultam a formação de uma maioria social favorável a um projecto alternativo de sociedade!

quinta-feira, agosto 16, 2007

A UNIÃO FAZ A FORÇA ... um exemplo da natureza!

A união faz mesmo a força! ...
Sigam o exmplo dos bufalos ... NOTÁVEL!!

COERÊNCIAS ...

Caro A.Pacheco, (* o comentário está mais abaixo, nesta posta)

Em Fevereiro de 2005 apelei ao voto PS CONTRA um governo de direita. Nunca tive muitas ilusões com o José Sócrates. Mas confesso que tive algumas com o PS e com os seus militantes que sempre quiseram políticas bem diferentes daquelas que agora o actual governo implementa.

Relativamente ao Bloco de Esquerda, do qual sou militante, não me esquivo de manifestar críticas ao que penso estar errado.

Como é o caso do Acordo para a vereação da CML. E estou em desacordo tendo em conta a actual orientação neo-liberal do PS, tendo em conta as políticas governamentais (António Costa era o nr.2 do governo)e, sobretudo, o facto desse acordo NUNCA ter sido discutido internamente no BE e até ter sido recusado no decurso da última Convenção do Bloco.

No entanto, defendo que a tal alternativa socialista (de que passo a vida a falar !...) precisa do Bloco, como precisa dos militantes socialistas do PS, como precisa até de militantes comunistas e de militantes anarco-sindicalistas e pessoas independentes que não querem a sociedade que o liberalismo/capitalismo nos impõe.

Mas o que a alternativa socialista NÃO PODE SER é uma espécie de resultado aritmético das lógicas parlamentares ou o congeminar das direcções partidárias. Na minha opinião, é possível organizar as pessoas, para além dos partidos (sem se ser contra eles!), na base de um programa com políticas discutidas por elas, alternativas ao liberalismo/capitalismo e a qualquer forma de totalitarismo.A minha coerência não é medida por métrica partidária, mas por posicionamento no quadro de uma militância que sempre foi de esquerda socialista. Admitindo que possa estar agora mais atento e sensível a posições libertárias.

Obrigado pelo seu comentário,

João Freire

* o comentário de A.Pacheco:

Em Fevereiro de 2005 o amigo apelava ao voto no PS , e dizia que o Socrates é que era o tal...Agora até o Bloco não lhe dá garantias, por causa de um acordo , para a Camara de Lisboa.Tão grande reviravolta, denota uma grande coerencia, mas enfim....Para alternativa socialista não está nada mal....

A. Pacheco

quinta-feira, agosto 09, 2007

COMO SE CONSTRÓI UMA ALTERNATIVA?


Perguntem aos iluminados dirigentes dos partidos à esquerda, como é que se constrói uma ALTERNATIVA?
Que ALTERNATIVA? ... isso, uma com sentido de ESQUERDA, com capacidade de AFIRMAÇÃO SOCIALISTA, de CORTE/RUPTURA com a pasmaceira que nos domina!
A mesma pasmaceira e a mesma ilusão que leva TANTA gente de esquerda e à esquerda a embebedarem-se com a vitória do PS em Lisboa ... em ambiente reduzido, ice, minoritario ...
Joao Freire

terça-feira, agosto 07, 2007

A DEMOCRACIA DA FINANÇA ...

A assembleia geral do BCP foi uma excelente oportunidade para se ver o que é a "democracia" da grande finança: os votantes/accionistas são representados por escritórios de advogados, a assembleia própriamente dita é só uma representação, já que tudo é decidido ou atropelado nos bastidores, e, se não houver sistema informático, parece que ninguém sabe contar votos ...

Há semanas que a imprensa tem vindo a dar cobertura a um evento que até parece que vai/ia decidir o futuro do País ... ou, às tantas, até decide já que a nossa democracia (!) está cada vez mais dominada pelos lobbies económicos e financeiros!

Mas, ao fim e ao cabo, os que se mobilizam em viaturas de gama alta, vestem fato-e-gravata do bom e do melhor e controlam o sector financeiro (o tal que não para de dar lucros e lucros cada vez amis altos!...) não conseguem comportar-se numa assembleia por eles mesmo organizada e ... tudo acabou com "Accionistas do BCP suspeitam de sabotagem na falha informática" (título do Público na primeira página de hoje)!!!

Triste espectáculo oferecido por aquele que é considerado como o maior banco português!

quinta-feira, agosto 02, 2007

LISBOA: PARA ONDE VAI O BLOCO?




O Bloco de Esquerda é oposição ao governo PS? É ...
O Bloco de Esquerda é aliado do PS na Câmara de Lisboa? É ...

O Bloco de Esquerda pode vir a fazer para o governo da Republica o que acabou de fazer em Lisboa? Pode ...

Mas será que a direcção do Bloco não tem desmentido esse tipo de acordos e tem reafirmado que é oposição ao governo Sócrates? Tem ...

É assim que um partido que se dizia "novo" e "diferente" dos outros ... pode iniciar o percurso de se tornar igual aos outros partidos!

As negociatas, os desmentidos conjunturais logo desditos pelos factos, a cara-de-pau dos dirigentes com várias faces ... tudo isto é o que arrepia, mete nojo, nesta democracia burguesa a que agora a direcção do BE parece ter aderido a ... troco do pelouro dos jardins e das coisas verdes da capital!

A propósito ... lembram-se do que a CDU fez no Porto de ... igual?
João Pedro Freire

quarta-feira, julho 25, 2007

SÓCRATES NA SIC: A REALIDADE E AS FANTASIAS DE SÓCRATES

Hoje, em entrevista à SIC, o primeiro-ministro José Sócrates respondeu, entre outras coisas, ao artigo de opinião de Manuel Alegre, no Público.

Sobre o medo, Sócrates considerou que se tratava de uma "fantasia" de Manuel Alegre. Referiu que essa coisa do medo já tinha sido lançado por Alegre há três anos, nas eleições para secretário-geral do PS, a propósito do medo que exitiria no interior do PS. Para Sócrates, também é fantasia ...

Como fantasia parece ser o que se vive nas empresas, privadas e públicas, na Função Pública, no interior dos próprios partidos políticos quando as oposições (sejam elas quais forem...) podem beliscar o poder das direcções (sejam elas quais forem ...), ... , tudo fantasia ...

Para o primeiro-ministro, a única realidade é a do país das promessas que fez ... mas que já não faz nem cumpre. Nomeadamente quando não quis responder à pergunta dos jornalistas da SIC, sobre se manteria a promessa de realizar um referendo ao tratado constitucional europeu. Lá puxou de uma descomunal lata e respondeu que agora já não há um tratado constitucional mas um tratado ... diferente!

Sócrates deve pensar que o que diz como primeiro-ministro vale e é aceite como "lei" ou como "a verdade" ...

Voltando a Manuel Alegre ... esperamos que tenha ouvido a entrevista do seu secretário-geral partidário e primeiro-ministro! ... e que conclusões tirará, desta vez???

MANUEL ALEGRE: CONSTATA FACTOS E ... DEPOIS NÃO AGE!




Manuel Alegre dá a conhecer a sua opinião sobre o MEDO que tem invadido a sociedade portuguesa, na edição de hoje do Público. Manuel Alegre manifesta-se contra o medo, pela liberdade. É claro que subscrevemos!

Mas a leitura do texto, volta a mostrar que Manuel Alegre é bom a constatar factos, mas deixa muito a desejar quando se trata de fomentar a organização das pessoas contra os factos e as situações que denuncia.

Ao longo do texto, lá vai afirmando que até concorda, até ao momento("Até agora, concordo com a acção do Governo"), com o governo Sócrates. Fica-se com a sensação que Manuel Alegre sente que há medo na sociedade portuguesa, mas tem uma certa obsessão por não culpabilizar o governo do seu partido.

É aliás sintomático da confusão de Manuel Alegre este parágrafo inicial:

"Não vivemos em ditadura, nem sequer é legítimo falar de deriva autoritária. As instituições democráticas funcionam. Então porquê a sensação de que nem sempre convém dizer o que se pensa? Porquê o medo? De quem e de quê? Talvez os fantasmas estejam na própria sociedade e sejam fruto da inexistência de uma cultura de liberdade individual."


É um facto que Alegre coloca o dedo na ferida, mas também é um facto, e perturbador, que não aponte caminhos para se lutar contra o medo. Inclusivamente sobre o seu partido (não o esqueçamos: o mesmo de Sócrates!) escreve: "Sei, por experiência própria, que não é fácil mudar um partido por dentro." É claro que Manuel Alegre tem razão quando diz que "não é fácil" mudar o seu partido. Mas muitos dos seus apoiantes (ex?) no PS e fora dele, interrogam-se:



  • o que fez e faz Manuel Alegre para organizar internamente, no PS, os que o apoiaram?

  • o que faz Manuel Alegre para organizar o milhão de portugueses que o apoiaram nas eleições presidenciais?

O texto de Manuel Alegre é um acto de coragem. Reconhecemo-lo! Mas é um acto que se fica por aí.


Manuel Alegre tem uma enorme responsabilidade. A responsabilidade de sugerir caminhos, apontar soluções, propor a organização de todas e todos os que querem lutar contra o medo.


João Pedro Freire







domingo, julho 22, 2007

DEMOCRACIA? MAS QUE DEMOCRACIA ?! (*)

É óbvio que não estaremos no advento de um novo fascismo ... mas que a democracia está crescentemente formal, que o patronato tem a ousadia de propor despedimentos por motivos políticos e ideológicos, que o ambiente nas empresas, em matéria de direitos, tem, cada vez mais a ver com o medo e a rolha, que o próprio governo Sócrates dá o seu contributo para toda esta situação promovendo medidas inequívocamente autoritárias ... tudo isto nos parece um FACTO OBJECTIVO que merece ser denunciado, combatido paciente e sistemáticamente ... antes que o autoritarismo se assuma como a única ideologia do poder e do Estado.

Por isto, concordamos com a posição dos companheiros do LUTA SOCIAL.

João Pedro Freire


_______________________________________________________________________________




[O exacerbar do pendor autoritário dos agentes do Estado está relacionado com a sua necessidade de imposição do modelo neo-liberal à população portuguesa, ainda mal refeita de ter tido um mau sonho ... que se tornou realidade.



O mau sonho era do «socialismo» desabrochar por obra e graça de uma votação no P«S».
O despertar para a realidade foi quando começou a perceber que o P«S» e seu Chefe /Fuehrer entendem «democracia» como o sufragar da sua ditadura.



Cita-se abaixo uma listagem da muito «mainstream» revista VISÃO... os termos não são nossos, mas a substância do que descrevem é factual, pelo que acho digno de transcrever e divulgar.
MBB

]


Nos últimos meses, têm-se sucedido os casos de alegada perseguição política por membros do Governo de José Sócrates



>> A Directora Regional de Educação do Norte, Margarida Moreira, instaurou um processo disciplinar a Fernando Charrua, por este ter dito uma piada sobre José Sócrates. Margarida Moreira, que recebeu a delação por SMS, diz que o professor e ex-deputado do PSD insultou o primeiro-ministro, mas Charrua recusa a acusação. Até Jorge Coelho já disse tratar-se de uma situação «ridícula e inadmissível».



>> Após três pareceres negativos da Comissão Nacional de Protecção de Dados, o Governo aprovou a interconexão de dados da Administração Pública. A Caixa Geral de Aposentações vai poder cruzar informações dos funcionários públicos e respectivas famílias.



>> A coordenadora da Sub-Região de Saúde de Castelo Branco, Ana Maria Correia, avisou os serviços de que a correspondência enviada a «determinados funcionários» seria aberta. A medida causou mal-estar junto dos funcionários e a coordenadora assumiu que a nota interna continha «um erro de linguagem», acrescentando que onde se lê «determinados funcionários» deveria ler-se «funcionários em nome individual».



>> O primeiro-ministro, José sócrates, apresentou uma queixa-crime contra António Balbino Caldeira, responsável pelo blogue Portugal Profundo, no qual se divulgaram informações sobre a licenciatura de José Sócrates.



>> Correia de Campos, ministro da Saúde, exonerou a directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, Maria Celeste Cardoso, por um médico ter afixado, nas instalações, uma fotocópia com comentários jocosos a uma entrevista do ministro de Saúde, na qual este confessava que nunca tinha ido a um Serviço de Atendimento Permanente (SAP). Mário Soares criticou a actuação do Governo e Manuel Alegre achou a reacção «desproporcionada».



>> O novo Estatuto do Jornalista altera o artigo 11.º referente ao sigilo profissional e prevê que a Comissão da Carteira passe a fiscalizar e a sancionar os jornalistas por violações deontológicas. O diploma é contestado pelo Movimento Informação é Liberdade e pelo Sindicato dos Jornalistas que pretendem evitar a promulgação do diploma.



>> A presidente da Associação de Professores de Matemática, Rita Bastos, foi expulsa da Comissão de Acompanhamento do Plano Nacional da Matemática pelo director-geral da Inovação e Desenvolvimento Curricular por ter criticado a Ministra da Educação, maria de lurdes rodrigues.



>> O governador civil de Braga, Fernando Moniz, pediu ao Ministério Público para investigar o que se passou na manifestação de Outubro do ano passado, em Guimarães, por ocasião de uma reunião do Conselho de Ministros. Segundo o Correio da Manhã, o relatório da PSP acusava alguns dos participantes de proferirem «palavras insultuosas» dirigidas ao primeiro-ministro, mas alguns dos arguidos alegam que nem sequer estavam presentes.



http://visao.clix.pt/default.asp?CpContentId=333973





(*) in LUTA SOCIAL, Domingo, Julho 22, 2007

sábado, julho 21, 2007

E AGORA, HELENA?

O título desta posta é de um artigo de opinião de São José Almeida, na edição de hoje do Público. É um contributo muito interessante para uma reflexão URGENTE sobre o actual sistema partidária e o modo de fazer política.

É uma reflexão que faz falta a um debate que tem estado dominado, ocupado (!), pelos omnipresentes partidos parlamentares e o seu modo de funcionamento. Um sistema (partidos + o modo como funcionam e fazem funcionar (!)) que se tem vindo a caracterizar pela capacidade de afastar a participação cidadã e de a obstaculizar quando ela tenta surgir ...

As eleições lisboetas para a respectiva Câmara foram e devem continuar a representar uma boa oportunidade para se debater, sem tabus e sem preconceitos, uma crise que existe objectivamente no sistema partidário, na democracia representativa e no modo como se faz política nestes dias depois de 30 anos desde o 25 de Abril de 1974.

Deixamos algumas passagens desse artigo de São José Almeida:

"O desgaste do sistema político e partidário refém do aparelhismo mais tosco e manobrista viu-se de forma transparente nas eleições para a câmara da capital, mas já se viu também ao nível nacional, na candidatura de Manuel Alegre. E se há desgaste partidário fruto do aparelhismo, há também desgaste partidário fruto da falência de projectos. Não é por acaso que o CDS e o PSD se esboroam, o que é facto é que o programa político em curso pela acção governativa do PS de José Sócrates ocupou o espaço ideológico e as propostas de inspiração neoliberal, que tinham ficado fechadas sob a direcção Durão Barroso - Paulo Portas."

"Há um eleitorado de esquerda que não se revê no sistema que oscila entre os dez e os vinte por cento e que está disponível e quer tomar posição e ter em quem votar, mas que não quer dar o seu mandato a partidos emq ue não só não se revê, mas cujo modus operandi abomina. (...)
É a esse eleitorado que Helena Roseta tem a obrigação moral e histórica de dar resposta. É público que a vereadora agora eleita já disse que vai manter o movimento Cidadãos por Lisboa até às autarquicas de 2009. Mas porquê não lançar novos movimentos de Cidadão por...? Porque não apostar nas autarquias? E porque não apostar a nível temático e nacional? (...)
E porque não reunir, federar, todos esses movimentos cívicos e políticos autonomos sob o chapéu -de-chuva de um movimento nacional, que se assuma legalmente como um partido e seja activado parfa concorrer a eleições? (...)
Porque não pode a democracia participativa ser complementar da democracia representativa? Até que ponto assumir uma política de cidadania e de causas não será o passo necessário parfa ultrapassar a crise de descrédito das formações partidárias existentes e da própria democracia representativa e assegurar a proximidade dos eleitores? (...)"

Pode não se estar de acordo com a generalidade do texto de São José, mas que é um BOM contributo para um debate e uma reflexão que faltam, lá isso é!"

João Pedro Freire

quarta-feira, julho 18, 2007

MANIFESTAÇÕES "ESPONTANEAS" !?! ...

Enquanto os partidos lançavam olhares desconfiados e medrosos sobre as chamadas candidaturas independentes (das estruturas partidárias mas não necessáriamente de posicionamentos socio-politicos-ideológicos), causou perplexidade a reportagem feita por vários canais televisivos, na noite eleitoral lisboeta, junto de cidadãs e cidadãos de Cabeceiras de Basto, Alandroal, ... , que se teriam deslocado à capital para manifestar apoio ao candidato António Costa.

No entanto, a perplexidade surge quando as ditas cidadãs e ditos cidadãos revelavam que não sabiam para o que tinham vindo, até porque ninguém lhes tinha dito!!! ... No dia seguinte à noite eleitoral alguns jornais revelaram o programa oferecido para a realização das tais viagens de "apoio", os quais incluiam repastos capazes de começar por calar os estomagos, para depois serenarem as bocas ...

Muito elucidativo do estado a que os grandes partidos parlamentares chegaram ... e dos "contributos" que continuamente estão a dar para a crescente desqualificação da democracia!

É claro que, perante cenários destes, qual o interesse do apelo ao voto para um cidadão e uma cidadã?

A democracia portuguesa, neste momento uma caricatura do que Abril criou, é um exemplo concreto daquilo a que se chama de democracia burguesa, de democracia formal e até de partidocracia.

Para os cidadãos parece que os caminhos para a sua participação livre, critica e independente estão bloqueados pelos partidos que teimam em chamar a si a gestão dessa participação. Mas os partidos, no seu seio, também bloqueiam, afunilam, reprimem quem é critico das respectivas direcções.

São os partidos tradicionais e parlamentares que, com a sua acção, criam e fortalecem as correntes populistas. O populismo não surge por acaso ou por reacção espontânea!

Não está em causa a democracia representativa. O que está em causa é o bloqueio instituido perante qualquer afirmação de democracia directa e participativa.

Os partidos políticos não estão em causa. Em causa está o impedimento prático e fácil de iniciativas independentes de cidadãs e cidadãos. Ou a criação, afirmação e participação de organizações sociais de intervenção, como comissões de moradores, comissões de trabalhadores, comissões de defesa do consumidor, ...

A democracia não se reduz ao parlamentarismo. Tal como não se reduziria a formas de acção directa.

Ser cidadão não tem de ser militante. Tem, isso sim, de representar possibilidade permanente de mostrar a sua vontade, mostrar a sua critica, mostrar a sua indignação ... sem ter a sensação de que o que faz não serve para nada e, ainda por cima, pode servir para se tramar ...

O neo-liberalismo, o capitalismo do século XXI, só consegue produzir parlamentarismo, como caminho para o bloqueamento da iniciativa e participação cidadãs.

Uma alternativa socialista libertária afirma a urgência da redescoberta de todas as formas de participação e de iniciativa colectivas e cidadãs. Para além dos partidos e do parlamento. Mas com profundo corte com as matrizes actuais que bloqueiam a plena afirmação da vontade popular.

João Pedro Freire

domingo, julho 15, 2007

LISBOA: UM AVISO ÀS AVESTRUZES POLÍTICAS ...


Abstenção recorde, candidaturas independentes que ultrapassam as de partidos parlamentares, inexistência de uma maioria absoluta, desaparecimento do CDS/PP, maioria das esquerdas (60%) ...
As eleições lisboetas são um aviso sério às avestruzes da nossa política!
A democracia precisa da participação cidadã. A democracia não se esgota nos partidos (da esquerda à direita) que acabam, também eles, por ser um reflexo do estado de participação cidadã nula a que a democracia chegou!
O excesso de parlamentarismo, o excesso de representativismo, o excesso de peso dos lobbies de todas as espécies, a institucionalização do medo como forma de se fazer valer a autoridade, ... , tudo tem influenciado o aumento das abstenções ... votar para quê se depois o voto é subvertido?
É urgente que a democracia volte a contar com a vontade organizada dos cidadãos para além das instituições partidárias : auto-organização, auto-iniciativa!
A Câmara de Lisboa já não terá Carmona como Presidente ... mas o novo Presidente ainda não se definiu muito bem: será ele uma correia-de-transmissão do governo? José Sócrates apareceu com vontade de aproveitar a boleia ...
Um sinal de mudança seria a convergência de vontades e de propostas entre todos aqueles que aceitam cortar com as anteriores presidencias camarárias de direita para a (re)construção da cidade com transparência, com participação, com dinamização do interesse público!

quarta-feira, julho 11, 2007

EUROPA: O DEBATE QUE CONTINUA INCOMPLETO...

Sobre a Europa e não obstante a presidência semestral ser portuguesa, o debate continua frouxo e incompleto.

À esquerda e à direita parece que o que distingue (!) é ser-se mais ou menos social. Embora, esquerda e direita, se afirmem, à sua maneira, mais social uma que a outra ...

No entanto, sobre:
  • a organização europeia que motive mais participação popular e cidadã, nada é dito ou debatido: o que é uma europa federal? O que é uma união? O que é um Estado europeu? O que é algo de CONCRETO em vez da ambiguidade e do nem-é-carne-nem-é-peixe actual?
  • políticas que combatam as assimetrias sociais ... como, exemplo de uma medida concreta, a introdução de um SALÁRIO MÍNIMO EUROPEU, nada é sequer pronunciado!
  • Mais poderes para o Parlamento Europeu ... as eleições para este que é o único orgão europeu eleito, deveriam motivar mais participação e interesse!
  • Constituição ou tratado ou .... porque é que qualquer lei europeia que mexe com os actuais estados nacionais não deve ser analisada, discutida e decidida por uma CONSTITUINTE eleita por todas(os) as(os) europeus(eias)?

Só num quadro de discussão aberta, mais participada e vinculando a opinião livremente manifestada por todos os europeus, se pode incorporar uma discussão séria sobre os diversos projectos concretos, à esquerda e à direita, para a construção Europeia.

No nosso caso, mantemo-nos fiéis à tradição da esquerda socialista europeia, desde o final da guerra: bater-nos-emos pelos ESTADOS UNIDOS SOCIALISTAS DA EUROPA, o único caminho para uma Europa democrática, social onde quem manda são os povos e não os maiores governos nacionais ou comissões de eurocratas!

SUGESTÃO: leiam o último número da edição portuguesa do LE MONDE DIPLOMATIQUE.

João Pedro Freire

domingo, julho 08, 2007



Confesso que é uma das maravilhas do Mundo....!!
(Caramba, também não sou perfeito..)


Posted by João Botelho.

terça-feira, julho 03, 2007

The DOORS





Jim Morrison



Paris, 3 de Julho de 1971



ETERNO !


Posted by João Botelho

segunda-feira, julho 02, 2007

E qual é o problema ???!!!


DREN extingue escola premiada

A escola EB 23 Padre Agostinho Caldas Afonso foi extinta pela Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) em Abril passado. Fecha as portas em Agosto.

Na semana passada, o conselho executivo recebeu o aviso de que a escola tinha sido escolhida para receber o "Prémio Iberoamericano de Excelência Educativa 2007" por um organismo internacional não governamental. “A princípio, julgámos que se tratava de uma brincadeira”, confessou João Vilar, responsável do estabelecimento de ensino. Mas não estavam a brincar.

Em Setembro, no Panamá o Conselho Iberoamericano para a Qualidade Educativa, aguarda a presença dos dirigentes da escola para lhe entregar o prémio, em cerimónia oficial. “Não decidimos, ainda, o que vamos fazer”, diz João Vilar. Nessa altura, de facto, já a escola estará fechada e os professores – presidente do conselho executivo incluído- estarão colocados noutro estabelecimento de ensino.
29 JUN 07 Expresso, por Rosa Pedroso Lima

Posted by João Botelho.

Memória, onde andas ?

Câmara de Aveiro desiste do Museu da República já pré-inaugurado e devolve importante acervo

25.06.2007, por São José Almeida
Jornal Público

Um importante acervo de material de propaganda da Primeira República (1910-1926) foi devolvido pela Câmara de Aveiro a António Pedro Vicente, que, depois de se dedicar à sua recolha e aquisição, o doou àquele município para que constituísse o esteio principal de um museu sobre a República.

Esta devolução põe fim a 14 anos de negociações entre a câmara e António Pedro Vicente, que com esta doação pretendia ver reconhecida na terra onde nasceu a figura de democrata e lutador antifascista de seu pai, Arlindo Vicente, possível candidato que desistiu e apoiou Humberto Delgado, nas eleições presidenciais de 1958.

António Pedro Vicente não quis prestar declarações ao PÚBLICO sobre estas longas negociações com três presidências de câmara diversas (começou em 1994, com o autarca Girão Pereira). Agora, já sob a presidência de Élio Maia, o vereador responsável pela Cultura, Miguel Capão Filipe, optou por anular as anteriores decisões e devolver o acervo documental.

Surpreendendo os aveirenses, que tinham já assistido a uma pré-inauguração do Museu da República num edifício adquirido pela autarquia para o efeito, a câmara, presidida por Élio Maia, do PSD, voltou ao notário para desfazer o acordo que fora assinado em 2002. E devolveu a António Pedro Vieira um património que é classificado por especialistas como a maior colecção de documentos sobre a vida política e a propaganda partidária da Primeira República, ombreando, segundo uns, superando segundo outros, a colecção do falecido historiador Oliveira Marques.
O museu tinha já como comissário indicado o historiador Luís Reis Torgal.


A falta de tempo tem impedido que dê o devido destaque a esta notícia do Público, já datada de 25 de Junho.

Não posso ficar indiferente ao facto saber que mais uma vez a História foi preterida por um motivo: falta de dinheiro. "Chegámos à conclusão que o museu não seria feito porque o município tem dificuldades financeiras e o museu precisava de tecnologia e de suportes informáticos e virtuais que representavam investimentos impossíveis para a câmara.", disse Capão Félix.

Não posso ficar indiferente ao facto da Memória Histórica da República ter sido tratada não como um grito patriótico, mas como um conjunto de malfeitores para Portugal. O conjunto de ideias que então foi lançada haveria de frutificar e afirmar a cidadania e a legitimidade democrática e popular. A República assistiu aos lamentáveis confrontos entre republicanos divididos (mas também sempre acossados pelos monárquicos e pela Igreja), mas deixou uma herança de importantes raízes que nos importa estudar e compreender, porque ainda hoje nos servem de estímulo e referência.

Ao desistir deste tão importante acervo a Câmara Municipal de Aveiro prestou um mau serviço à cidade, à sua identidade cultural republicana e livre e a uma visão de um Portugal virado para a modernidade, com confiança no futuro e que se reconhece nos ideias generosos, libertadores, fraternos e justos do 5 de Outubro.

Quem, como eu, vibrou com a pré-inauguração e o projecto do Museu da República fica atónito perante esta desistência. Terá sido falta de ambição ? Foram contactados parceiros para o projecto ? Não haveria programas nacionais ou comunitários que apoiassem o projecto ? Alguém se lembrou de saber como Caen conseguiu construir esse fantástico Memorial da Paz e da Memória ?

Como disse Camus : “ Não há vida válida sem projectos para o futuro.”
E Aveiro passou ao lado da Memória Colectiva. Lamentavelmente !

Posted by João Botelho.

domingo, julho 01, 2007

PRESIDENCIA PORTUGUESA NA EUROPA: TEMPOS MAIS EXIGENTES PARA A LUTA POR OUTRAS POLÍTICAS E OUTRA EUROPA!



Começa hoje a presidência portuguesa da União Europeia. Ao que parece estará na "ordem do dia" dos neo-liberais (tonalidades de direita assumida ou de "esquerda" moderna ...) a reabilitação de um Tratado Constitucional simplificado em relação ao que foi chumbado por franceses e holandeses, mas que manterá tudo o que é "caro" à perspectiva que tem mantido a construção europeia à margem da vontade dos europeus.

Na Casa da Música, no Porto, alguns portuenses lembraram a Sócrates a realidade que ele tem vindo a impor em Portugal: lei da rolha, regresso das políticas do medo, destruição do Serviço Nacional de Saúde, continua desvalorização do Trabalho na distribuição da riqueza, ... Lembraram também que, relativamente à Europa, Sócrates prepara-se para deixar cair mais uma promessa eleitoral: a realização de um referendo sobre o "Tratado constitucional" europeu, simplificado ou não!

A Europa precisa da participação directa e democrática de todos os europeus. Qualquer "Constituição" ou "Tratado Constitucional" precisa da eleição de uma Constituinte Europeia e não mais de comissões não eleitas constituídas por eurocratas.

O modelo sustentado por Durão Barroso, por Sócrates, por Zapatero, por Sarkozy, por Merkl, ... , é o mesmo modelo que tem mantido os europeus à margem da construção Europeia, é o mesmo modelo que menospreza a coesão social e valoriza a vertente securitária, monetarista e liberal.

Como Durão Barroso, Sócrates é português, mas isso não é uma boa notícia para os portugueses que não se esquecem do que um e outro fizeram e fazem por cá!

Durão Barroso e Sócrates pertencem ao sector neo-liberal dos que têm medo da democracia como motor da construção europeia e fazem do social uma mera retórica para discursos de ocasião.

Para qualquer portuguesa ou português, a presidência portuguesa da União Europeia terá de representar uma oportunidade para se reforçar a luta por outras políticas e por uma alternativa socialista em Portugal e na Europa!

quarta-feira, junho 27, 2007

Dizem-se socialistas...



TRABALHO

A Comissão do Livro Branco que está a estudar as alterações à legislação laboral defende o fim do limite de horas por dia de trabalho e o fim do bónus de assiduidade relativa a férias.

Num relatório preliminar, esta comissão fala ainda na redução do subsídio de férias.
( 08:42 / 27 de Junho 07 ) TSF

A questão não deveria ser :
COMO exterminar os trabalhadores ?

Posted by João Botelho.

sexta-feira, junho 22, 2007

Que PS ?





Deputados dizem que há "pouco PS no Governo"
Público 22 Jun. 07

Esta frase é uma verdadeira tirado dos Gato Fedorento, Contra Informação ou até tipo Telmo Correia (“António Costa saiu do governo, mas o governo ainda não saiu de António Costa”).

Mais uma vez (pela enésima) os senhores deputados andam distraídos, muito distraídos.
Mas qual Partido Socialista ? Ainda existe ?!
Ou será que um conjunto de senhores , jovens senhores, formados nas escolas das jotas a que se juntaram muitos ex-qualquer coisa , gerem um governo apoiado pelo símbolo do PS ?

Cada dia que passa assistimos a mais um passo na transmutação doutrinária e ideológica que o PS está sofrer. O PS resignou-se e refugiou-se numa falsa unanimidade em torno do chefe que lhe garantiu a maioria absoluta. Sócrates tem muita dificuldade em gerir a mínima opinião contrária e encara sempre mal esses supostos desafios ao seu novo estilo de primeiro ministro técnico e com autoridade e não de um político profissional.

Afirmar o seu desacordo e protesto contra esta governação que está a enterrar o ideário socialista em troca de um ideário neoliberal, a que chamam “esquerda moderna”, custa o ostracismo. O consenso acéfalo dos nossos dias, reforçado com a eleição de Cavaco, levou à construção de um estado de espírito, estilo “União Nacional”, em que quem “não entender e aceitar a missão deste governo”, é logo rotulado de estatista, retrógrado, nostálgico ou bota-abaixo. Qualquer crítica, qualquer voz dissonante é ousadia excessiva.


- Saúde, Segurança Social.....reduzidos a pó e entregues aos privados.

- Demissão pura e simples de promover e garantir o cumprimento das funções nucleares do Estado Democrático.

- Escola Pública e Professores, enxovalhados e sujeitos a todas as arbitrariedades

- Destruição da Função Pública transformando os seus funcionários, perante a opinião pública, num bando de parasitas e incompetentes.

- Desemprego a aumentar diariamente.

- Famílias cada vez mais endividadas e os lucros da Banca a crescerem semestre a semestre

- Numero de pobres e indigentes a aumentar dia a dia.

- Interior a ver crescer a desertificação dia a dia.

- Abandono puro e simples das comunidades portuguesas espalhadas pelo Mundo.

- Promoção de metodologias e organização politica, administrativa e judicial de cariz duvidosamente democrático.

- Ataque ao movimento sindical, como nunca nenhum governo ousou, no pós 25 Abril.

Ao colocar uma fotografia do Dr. Fernando Valle, a ilustrar este texto, quisemos prestar homenagem aos Socialistas que «Pela sua acção na política, pela elevação e pelo rigor ético, pelo desinteresse pessoal, pela humildade democrática, se tornaram um símbolo de honradez republicana para sucessivas gerações».

Afinal que PS temos?
Que PS teremos no pós- Sócrates ?


Este debate torna-se ainda mais pertinente, em face do fracasso anunciado de um governo, que esqueceu uma agenda política de esquerda e se entregou à total subordinação dos poderes económicos.

Posted by João Botelho e Jorge Silva.












Música



Ontem, dia 21 de Junho, foi Dia Europeu da Música.

Não me esqueci ! Simplesmente não tive tempo de o registar no blogue.
A ideia foi concebida pelo músico francês Maurice Fleuret e pelo ministro da Cultura Jack Lang, em 1981, e posta em prática pela primeira vez em 1982.

Quem não gosta de música para ouvir, dançar, assobiar e cantar ?
A música é vida !
Defendo uma atitude de abertura a tudo o que possa dignificar e valorizar a música sem quadradismos mentais.
“Desde a música clássica ao heavy metal, desde a erudita à comercial pura, todas, quer queiramos quer não, são sempre compostas pelas mesmas notas que existem no grafismo musical". Vá lá, não seja bota de elástico….

A música e a cultura em geral deveriam ocupar um lugar privilegiado nas opções políticas dos nossos governantes.
Acredito que a cultura, o ensino e a cidadania, são os vectores mais importantes da mudança de mentalidades e de uma evolução segura e consistente.


Como alguém disse: “Não se pode ser poeta só por se juntar metricamente palavras que rimam”.
Não sou poeta e muito menos músico, mas a minha vida seria um vazio sem AMBAS !

Posted by João Botelho.