tribuna socialista

domingo, fevereiro 29, 2004

A Convenção do PS sobre a Europa...

O P.S. E AS EUROPEIAS:
QUE RAIO DE ALTERNATIVA É ESTA?...


Colocar Sousa Franco como cabeça-de-lista do Partido Socialista às europeias é uma opção da direcção e não dos militantes socialistas! É uma má opção e que pode comprometer muito seriamente a possibilidade de se conseguir um resultado que represente um cartão amarelo ao governo da direita.

Sousa Franco não é socialista nem tem qualquer tradição de militância junto dos movimentos sociais. Não se lhe conhece também um discurso coerente de esquerda e de critica à globalização liberal-capitalista. A memória recente dos portugueses que costumam votar PS é o registo de um período do governo Guterres caracterizado pela sistemática cedência aos lobbies económico-financeiros. É também a memória da saída desse governo! Não há nenhum registo na memória de qualquer política social ou com preocupação social que tenha sido da responsabilidade de Sousa Franco...

Não é pelo facto de fazer um discurso com algumas criticas às políticas neo-liberais, durante a Convenção do PS sobre a Europa, que colocam Sousa Franco como um socialista ou uma personalidade de esquerda. Desse discurso fica também o registo de não saber como é que haveria de chamar aos socialistas presentes na Convenção, se “amigos”, se “companheiros”, se “camaradas” ... é, no mínimo, culturalmente revelador!!

Todos podem, com preocupação, avaliarem as diferenças entre Sousa Franco e intervenções como Mário Soares, Manuel Alegre ou António Costa . São precisamente as diferenças que podem por em causa a imagem do PS como alternativa à direita nas eleições europeias.

Preocupante é também a não presença de jovens socialistas na lista europeia do PS. Recentemente a JS protagonizou o lado visível da intervenção do PS na luta pela despenalização do aborto. A JS ficou de fora, mas sempre se arranjou o lugar cimeiro da lista para um não-socialista!

É dramático que isto esteja a acontecer pela mão da direcção do PS. E mais uma vez os militantes socialistas foram colocados à margem num processo que deveria, desde o inicio, ter tido o seu contributo, a sua participação e a sua mobilização.

Com a escolha de Sousa Franco, a direcção do PS coloca os militantes do PS perante um facto consumado e, ainda por cima, acrescentando: não se abstenham para apresentarmos um cartão amarelo ao governo de direita!

Isto é irresponsabilidade política total!

Com a escolha de Sousa Franco, com a fabricação de uma lista que não corresponde à vontade democrática dos militantes, a direcção do PS está a comprometer:

• O aproveitamento das eleições europeias para se dar inicio a um processo de definição de uma alternativa de esquerda ao actual governo de direita;
• O aproveitamento das eleições europeias para, com o contributo português, se dar mudar a União Europeia para um novo cenário político onde os socialistas e outras formações de esquerda voltem a ter a maioria para se conseguir uma Europa social.

Pela minha parte, manifesto a minha total discordância com a escolha de Sousa Franco e com o modo como foi criada a lista do PS para as eleições europeias. Os socialistas e todos os que votam no PS buscando mudança, mereciam melhor, muito melhor!

No entanto, apelo a que todos aproveitem as próximas eleições para mostrar ao actual governo de direita que os seus dias começam a ter uma contagem decrescente! Para mostrarmos também que uma Europa diferente da lógica da globalização liberal é possível!

segunda-feira, fevereiro 23, 2004

PS: DOIS EXEMPLOS DE UMA REALIDADE PREOCUPANTE!

No final da semana passada (a que terminou em 20 do corrente), a imprensa deu conta de duas notícias que espelham uma realidade que começa a ser preocupante dentro do Partido Socialista:

• Manuel Alegre, Helena Roseta, João Cravinho e outros militantes e não militantes socialistas apresentaram na Assembleia da Republica a constituição de mais um “Clube”. Desta vez, foi o “Clube Liberdade e Cidadania”.
• A guerra que parece não ter solução no PS de Matosinhos vai ser arbitrada e/ou resolvida pelos órgãos nacionais.

Nestas duas notícias revelam-se dois extraordinários deficits crónicos na realidade interna do PS:

• Inexistência de uma autentica democracia interna que motive a participação dos militantes na vida do Partido;
• As estruturas do PS continuam a não se revelar espaços politicamente interessantes onde os militantes possam debater a diversidade e planear a intervenção no social;

O PS para a sua dinamização e renovação militantes não precisa de “Clubes” criados à margem do movimento social e dos militantes socialistas. É preocupante que militantes socialistas como Manuel Alegre e Helena Roseta, habitualmente ligados a intervenções claramente de esquerda, resolvam aderir à lógica da criação de “Clubes”, ainda por cima, lançando o seu na Assembleia da Republica.

Se algum dia lançar um “Clube”, seria mais uma TENDÊNCIA SOCIALISTA DE ESQUERDA aberta a todos os militantes do PS que quisessem/que queiram colocar o Partido Socialista à esquerda e comprometido com os movimentos sociais e com a defesa de um programa claramente anti-capitalista e voltado para a transformação democrática e socialista da sociedade. Para o lançamento dessa Tendência escolheria instalações ligadas ao próprio Partido Socialista.

O Partido Socialista tem de demonstrar à sociedade e à sua base social, os trabalhadores, os jovens, os pequenos empresários, os quadros de empresas públicas e privadas, que tem capacidade militante de mobilização, de dinamização e de renovação. Essa demonstração faz-se com os militantes e não à margem deles!

O PS precisa de motivar a participação dos seus militantes a todos os níveis. Uma participação que se tem vindo a afunilar nos últimos anos. Parece que à medida que o envolvimento nos jogos parlamentares vai aumentando, dando a entender que todas as energias são canalizadas para a intervenção no Parlamento, a participação dos militantes é não só menos solicitada como também mais dificultada.

Só assim é que se percebe como é que as coisas chegaram ao estado lastimável em que estão no concelho de Matosinhos. Não se discute acção política ou acção autárquica. Discutem-se pessoas e tudo se faz para que os militantes sejam obrigados a escolher um lado ou outro, não sendo permitida qualquer postura independente.

A posição da comissão política nacional de chamar a si a resolução deste conflito, somente acentua o extremo deficit de participação dos militantes. É uma posição que nem sequer cumpre o que os próprios estatutos consagram, para além de fazer tábua rasa daquela que foi a vontade maioritária e democrática dos militantes socialistas na última eleição para a Concelhia de Matosinhos.

A comissão política nacional do PS deveria apelar à participação dos militantes de Matosinhos para a resolução do actual conflito: convocando uma convenção concelhia de militantes, incentivando-os à apresentação de propostas concretas de renovação da intervenção socialista na Câmara de Matosinhos, ... Mas não! A comissão politica nacional assume uma posição quase bonapartista e profundamente anti-democrática.

Continuo a pensar que o debate e a renovação do PS tem de ser conseguida através das estruturas do Partido, através da sua capacidade de intervenção nas questões sociais concretas e da coragem de lançamento de propostas com uma orientação claramente de esquerda, democrática e socialista.

Sempre com os militantes!


João Pedro Freire
Militante nr.3760

sexta-feira, fevereiro 20, 2004

POR UM P.S. UNIDO NO COMBATE À DIREITA

O momento que atravessamos não se configura de molde a questionarmos, nem colocarmos em dúvidas o que se encontra estatutáriamente plasmado, mas antes de convergência de esforços e do reforço para as lutas que se avizinham. O texto em anexo reflecte a minha posição política face aos últimos acontecimentos que se têem verificado com o nosso Partido! Os trabalhadores, que face à situação desesperada se encontram,por via e por causa da política neoliberal implementada por Durão e Portas, merecem toda a nossa solidariedade e que encontremos panoramas de esquerda alternativos. POR UM P.S. UNIDO NO COMBATE À DIREITA.

O Desemprego no Distrito do Porto:

A Luta do P.S. !


Face à política prosseguida pelo executivo de Durão e Portas, a qual qualifico de autêntica calamidade pública, em que se configura um quadro de desemprego incontrolável , de falências sequênciais com efeito de dominó, pela falta de criação de condições ao investimento, que de facto assola este e que neste momento cerca de meio milhão de trabalhadores são afectados, situação verdadeiramente dramática, da degeneração do sistema social de saúde, do agravamento fiscal e contributivo, pelo desatino no programa da educação, deve o P.S., como partido, verdadeiramente Democrático, atento às necessidades sentidas pela população, posicionar-se solidário para com eles, na luta contra este flagelo.



Louvo o empenho pessoal do camarada Assise da Federação na solidariedade manifestada para com aqueles que neste momento sofrem com a política assaz Neoliberal implementada por este governo, materializada, infelizmente, pelo encerramento diário de empresas têxteis, de calçado, e de outros sectores que serão afectados, nomeadamente o dos transportes e em especial o dos internacionais uma vez que o encerramento das empresas atrás referenciadas, todas elas exportavam, e que afecta todo o País e o nosso distrito em especial.
É imperativo mobilizarmos todos os esforços, juntamente com trabalhadores, no sentido de invertermos este quadro e para tal, também os sindicatos desempenham um papel aglutinador!



Contudo, é para mim evidente, que não será com protagonismos mediáticos e atitudes menos moderadas, ponderadase direi mesmo fraccionárias ( e refiro-me claramente ao que se verifica com o litígio que é notório entre os camaradas Narciso Miranda e Manuel Seabra, sendo que o primeiro, embora lhe reconheça o mérito de 30 anos de executivo e obra feita em nome do partido, e como militante socialista da Srª da Hora subscrevi a moção de apoio e de repúdio pela campanha baixa de que o nosso partido está a ser alvo por parte dos nossos adversários políticos, e apenas por tal, ( contudo chamo atenção que Narciso não é o P.S., aliás campanha essa que talvez não seja culpa dele próprio, questiono-me ! ) mas à contrário, há que existir lugar para a convergência ( embora sejamos um partido aonde existe lugar para as tendências, o que nos difere dos demais que primam pelos unanismos e dos “ YES, Sr. Ministro “ ) em todas as questões de primordial importância, pelo que importa desde já conquistarmos, no plano material, as próximas europeias, o que, a não acontecer, e esta é mais uma opinião pessoal, sofreremos um rude golpe para as lutas que se posteriormente se nos vão colocar!



Desde já quero manifestar o meu total empenho na política por si incrementada e que também será a luta de todos os militantes Socialistas.


Análogamente, quero vivamente saudar a iniciativa que o camarada Manuel Seabra leva a efeito, creio que na próxima 6ª feira, com um evento da maior relevância, que interfere na esfera jurídica de todos os trabalhadores deste País e nomeadamente daqueles que em Matosinhos se vêem na situação confrangedora de desempregados.
Cumpre ao P.S. ser solidário, apresentar alternativas, lutar pelo princípio da igualdade jurídica, daqueles que são discriminados socialmente ou de qualquer outra forma de exclusão!
É positivo o contributo do camarada Manuel Seabra, e desde já quero manifestar o meu apoio incondicional para com a sua política de renovação ( há que expurgar vícios do poder ou de outros..) colocando-me ao seu inteiro dispôr na prossecução dos ideais Socialistas em benefício da população Matosinhense e em especial a Senhorense, e como não podería deixar de o ser, estar de uma forma cívica, frontalmente contra, quer formal como materialmente, aqueles que ao arrepio dos Estatutos do Partido e das mais elementares regras da Democracia não querem ou não sabem aceitar as derrotas eleitorais e delas não retiram as devidas ilações.


Saudações Socialistas.

Rui Mota

Militante 73461
Srª da Hora

quinta-feira, fevereiro 19, 2004

ACÁCIO BARREIROS: UMA HOMENAGEM!

Acácio Barreiros morreu. O Partido Socialista perde um militante sincero!

Para mim, apesar do esquerdismo que critiquei e da social-democratização que também critiquei, deixo a minha homenagem a um militante que nunca desistiu de lutar por aquilo que acreditava.

A SECÇÃO DA SRA.HORA DO PS ALIMENTA A GUERRA CIVIL NO PS MATOSINHOS...

O jornal MATOSINHOS HOJE noticia na sua edição de 18 do corrente que a Assembleia de Militantes da Secção do PS da Senhora da Hora manifestou "a mais profunda preocupação e um enorme sentimento de repulsa pela campanha caluniosa altamente difamatória, de que tem sido alvo ultimamente o PS/Matosinhos na pessoa do camarada Narciso Miranda e do Executivo Socialista a que preside no munícipio, tendo aprovado, por unanimidade, um voto de repúdio por tão baixa e inqualificável atitude por parte dos adversários do PS".

Não sei quantos militantes socialistas estiveram na Assembleia da Secção da Senhora da Hora ... mas, mesmo assim, é preciso respeitar a unanimidade dos presentes! O texto que retiramos da notícia do MH tem, no entanto, algumas incorrecções que são graves porque deturpam a verdade legitimada democráticamente pelos militantes do PS no Concelho. E é essa deturpação que tenho tentado denunciar a partir deste blog.

O PS no Concelho de Matosinhos não é representado pelo camarada Narciso Miranda, mas pela Concelhia democráticamente eleita e presidida pelo camarada Manuel Seabra. É sintomático que a Assembleia da Senhora da Hora não refira uma única vez a solidariedade com o orgão democráticamente eleito no Concelho pelos militantes socialistas!

O PS em Matosinhos não é a Câmara de Matosinhos. O PS em Matosinhos é a sua Concelhia. É claro que a maioria socialista na Camara de Matosinhos tem uma obra que deve ser defendida e permanentemente lembrada por todos os matosinhenses e militantes socialistas do concelho. Mas os camaradas do Executivo camarário, enquanto tal, não têm legitimidade estatutária nem democrática para se substituirem aos orgãos concelhios partidários previstos estatutáriamente e democráticamente legitimados.

Por isto, a posição dos camaradas da Secção da Senhora que estiveram na Assembleia de Militantes é uma posição que não contribui para um debate fraterno, sereno e conclusivo. Alimenta, isso sim e ainda mais, o clima de autentica guerra civil que tem dominado e enfraquecido o PS em Matosinhos.

A situação do PS em Matosinhos precisa de ser resolvida com a intervenção directa e democrática dos militantes do Concelho. Convoque-se uma Convenção Concelhia com um regulamento claro que assegure plena liberdade e democraticidade à intervenção de todos os militantes!

Haja iniciativa política e coragem para se por um travão ao que tem corroído o PS em Matosinhos! Cada dia que passa a situação agrava-se ainda mais...

Na mesma edição do MH e com chamada à primeira página, o director deste periódico matosinhense, lamenta que o Executivo camarário liderado por Narciso Miranda tenha afastado do MATOSINHOS HOJE das actividades da Câmara. Seja quais forem as razões que possam assistir a Narciso Miranda é lamentável, condenável e sintomático (também aqui!) que se enverede pelo caminho de um ataque à liberdade de informar, um ataque ao livre direito de critica , um ataque a um dos pilares de qualquer democracia. Esta atitude do Executivo da Câmara de Matosinhos não tem nada a ver nem víncula do PS de Matosinhos. Quem a comete são militantes socialistas isoladamente e não orgãos democráticos do Partido. Também aqui é preciso sublinhar as diferenças!!

terça-feira, fevereiro 17, 2004

Carta Aberta aos meu camaradas do Secretariado da Secção de Leça do Balio

Caros Camaradas,

Justifica-se uma carta aberta! Porque o secretariado da Secção de Leça do Balio reúne um conjunto de militantes socialistas com vontade política de mudança e com ideias suficientes para dinamizar uma secção que estava adormecida. São militantes que merecem consideração e respeito, mas que no turbilhão da fulanização que ocupou o Partido Socialista em Matosinhos, correm o risco de serem engolidos sem que nada de nada consigam fazer!

As ideias e os projectos que nos animaram para dinamizar a Secção de Leça do Balio não podem nem devem ser confundidos com o apoio a um lado ou outro dos que se continuam a guerrear no PS do concelho de Matosinhos. E, infelizmente, as coisas estão a caminhar nesse sentido...

O trabalho de dinamização das Secções do PS é uma das tarefas políticas estratégicas para a dinamização e renovação militantes de todo o Partido. Esse trabalho passa pela criação de condições para o debate aberto e fraterno entre camaradas do mesmo Partido e pela intervenção nos problemas locais de cada concelho e freguesia. Não passa, de certeza, pelo pântano das eternas lutas entre fulanos que têm martirizado e enfraquecido o Partido Socialista.

Nos tempos que correm, tenho-me apercebido que é muito difícil, senão impossível, qualquer secção ou militante assumir uma posição independente face à guerra Narciso Miranda vs Manuel Seabra que tem sido a delícia para as oposições no nosso concelho.

Pela parte que me toca, tenho assumido uma posição de total respeito pela vontade dos militantes que escolheram democraticamente Manuel Seabra para Presidente da Concelhia. Respeito e referencio o Presidente democraticamente escolhido e critico Narciso Miranda e os camaradas do executivo camarário que fazem da câmara uma espécie de plataforma de dualidade de poder no PS do Concelho de Matosinhos. Sugeri inclusivamente que, face à continuada demonstração de falta de solidariedade de Narciso para com os órgãos concelhios democraticamente eleitos, a Concelhia só tinha/tem um caminho a seguir: retirar a confiança política a quem não a merece na Câmara. Por respeito ao Povo de Matosinhos e por respeito, num plano partidário, aos militantes socialistas matosinhenses!

O que disse, mantenho-o!

No entanto, mantenho a minha total independência política face aos dois camaradas que se confrontam. O Partido Socialista que quero e porque milito desde 1975, não é, de certeza, o PS das lutas fulanizadas, dos jogos de aparelho, das ambiguidades políticas e ideológicas. O Partido Socialista que quero é um partido situado à esquerda, comprometido com a transformação democrática e socialista da sociedade, é um partido onde a democracia interna se exprima plenamente pela validade política das ideias e das propostas e não pelo mediatismo dos que falam mais alto!

Por isto, devo demitir-me do secretariado da Secção do Partido Socialista de Leça do Balio. Para continuar a militar pelas minhas ideias e pelo Partido Socialista, com total independência face a qualquer projecto fulanizado.

Saudações fraternas,

João Pedro Freire

sábado, fevereiro 14, 2004

PS – PORTO DENUNCIA CAOS DA SAÚDE NO DISTRITO

UM EXEMPLO DE UMA ACÇÃO QUE DEVERIA SER ESTENDIDA A OUTRAS ÁREAS.

Uma delegação da Federação Distrital do Porto do Partido Socialista visitou diversos centros de saúde do Porto criticando no final os efeitos catastróficos das medidas do Governo na área da Saúde e na Administração Pública.

Segundo Manuel Pizarro, da FDP do PS, “os cuidados de saúde primários estão num verdadeiro caos. Um em cada cinco utentes não tem médico de família”. A Federação do Porto vai continuar nas próximas semanas a visitar os centros de saúde do distrito como forma de fazer o ponto de situação sobre os resultados da política do governo na deterioração do Serviço Nacional de Saúde e como forma do PS poder propor medidas alternativas.

Esta acção da Federação do Porto, deveria ser copiada ao nível daquilo que deveria ser também a acção de cada Secção em cada local ou área. A política do governo de direita tem de ser criticada no concreto como forma de se conseguir a mobilização dos cidadãos para uma alternativa de esquerda com programa e políticas de esquerda.

Por exemplo, o fecho de empresas deveria mobilizar as secções locais do PS. Os militantes do PS na área com uma empresa encerrada deveriam contactar os trabalhadores despedidos questionando-os sobre como é que o PS os poderia ajudar, quais as razões que motivaram o fecho da empresa e de que forma os mecanismos existentes apoiam ou não um trabalhador e respectiva família atingidos pelo desemprego. O resultado dessa acção deveria depois ser comunicado à direcção nacional do PS e ao Grupo Parlamentar. Esta seria, na minha opinião, uma forma do PS intervir directamente na realidade do País, demonstrando, no concreto, que toda a sua estrutura militante está empenhada na definição de uma alternativa para a resolução dos problemas do País.

Acções deste tipo provocariam também um efeito dinamizador nas secções e, de certeza, que contribuiriam também para a renovação militante do PS.

Fica a sugestão e o aplauso à Federação do Porto!

quinta-feira, fevereiro 12, 2004

É ASSIM QUE SE DISCUTE A LIDERANÇA DO PS?

Cada dia que passa, surge na imprensa mais um nome de um dirigente do PS que gostaria de ser líder do Partido mas que ainda não pode.
Todos são candidatos sem o ser, mas todos se dizem solidários com o actual líder Ferro Rodrigues.

Em todos os passos que estes dirigentes dão, é visível e preocupante a mesma falta de respeito pela vontade dos militantes. É que estes dirigentes sabem que só podem ser eleitos pelos militantes do seu Partido, mas, embriagados como estão dos joguinhos parlamentares e do mediatismo das revistas cor-de-rosa, sempre deram muito mais importância ao diz-se/diz-se da imprensa escrita, falada e televisionada!

Também no que diz respeito à discussão das suas propostas políticas para a dinamização do PS, nada se diz, talvez porque ... nada de nada têm a apresentar para além do retrato!

É, de facto, lamentável, preocupante e revoltante o que estes dirigentes fazem de um Partido que deveria ser dos militantes!!

domingo, fevereiro 08, 2004

SOUSA FRANCO: CABEÇA DE LISTA DO PS ÀS EUROPEIAS?...POR FAVOR, NÃO!!

Não é oficial, mas o Público de hoje garante que Sousa Franco será mesmo o cabeça de lista do PS nas próximas eleições para o Parlamento Europeu. Esta notícia passará a ser oficial, ao que parece, no decurso da anunciada Convenção Europeia do PS, prevista para 28 deste mês.

Em si mesmo, um nome não é diferente de outro qualquer. Simplesmente Sousa Franco não é um nome qualquer. Nem sequer é militante socialista. Nunca foi!

Sousa Franco, em relação ao Partido Socialista, é um ex-ministro de um governo de António Guterres, do qual se demitiu. Da passagem pelo governo, fica associado a um período em que uma governação que deveria ser de esquerda, democrática e socialista, ficou associada a uma governação presa a jogos de cedências e equilíbrios com lobbies económico-financeiros que só poderiam por em causa aquela governação, como, de facto, veio a acontecer.

A ser verdade a escolha de Sousa Franco, várias questões se colocam a todos os militantes do Partido Socialista:

• Será esta uma escolha que revela, da parte da direcção do PS, coragem política de se assumir como alternativa à governação de direita? Será que Sousa Franco é alguma referência na luta que se tem travado por outro governo, por outras políticas, alguém com perfil de esquerda e comprometido com uma visão socialista para a União Europeia e para Portugal?
• Será que Sousa Franco é a escolha acertada para substituir um socialista com o prestígio político e de militância à esquerda de Mário Soares?
• Porque razão Sousa Franco será o primeiro da lista do PS e António Costa, líder parlamentar e militante do PS, é o segundo?
• Será que não há no Partido Socialista um militante ou na área do PS uma entidade mais identificada com uma acção democrática, socialista e de esquerda?

A direcção do Partido Socialista para tornar o PS uma clara alternativa à governação de direita, tem de demonstrar coragem na análise que faz das governações socialistas, nomeadamente das lideradas por António Guterres, e, em função disso, tem de demonstrar nas escolhas que faz de pessoas para liderar listas eleitorais, a mesma coerência inerente à coragem política que se exige. Neste sentido, sou de opinião que é preciso afirmar que Durão Barroso e Portas não são alternativa a Guterres, mas os governos de Guterres, salvo evidentes excepções, como a criação do Rendimento Mínimo Garantido, não foram exemplo de governos de esquerda com políticas de esquerda. Foram, de certeza, governos bem diferentes do actual de Durão Barroso e Portas, quanto mais não seja pela capacidade de diálogo que souberam demonstrar. Mas mesmo essa capacidade de diálogo foi quase sempre desenvolvida da pior forma e com os piores resultados: foram sinónimo de cedência a lobbies económico-financeiros!

Quem ouve alguns dirigentes do PS falar sobre os tempos dos governos Guterres, parece que falam de uma governação de esquerda que foi injustamente derrotada pela direita. É claro que não foi nada disso, nem se passou nada disso! E este branqueamento que alguns dirigentes do PS fazem dos governos Guterres tem de ser denunciado como forma de podermos evitar que futuros governos do PS repitam os mesmos erros e a mesma orientação liberal que caracterizou os governos Guterres!

Aqueles que sempre votam PS pensando que contribuem para finalmente conseguirem políticas de esquerda de transformação social e de maior protagonismo aos trabalhadores, deverão estar cansados da orientação política que os governos PS acabam por assumir!
A provável escolha de Sousa Franco para a liderança das listas eleitorais do PS ao parlamento europeu, parece indiciar que a actual direcção de Ferro Rodrigues continuará a associar o PS a escolhas políticas caracterizadas pela ambiguidade e pela prática de ser esquerda na oposição e liberal na governação!

Mais uma vez os militantes do PS não têm sido chamados a intervir e a decidir sobre o qual o melhor rumo para o Partido Socialista. Tudo se vai decidindo no segredo dos deuses ou através do equilíbrio entre facções mais mediáticas e a própria direcção partidária.

Porque razão a Convenção Europeia de 28 de Fevereiro não foi organizada de modo a que os militantes pudessem ter dado a sua opinião e decisão sobre a forma do PS intervir nas eleições para o Parlamento Europeu?

João Pedro Freire
Militante nr. 3760

SOUSA FRANCO ... CABEÇA-D

domingo, fevereiro 01, 2004

O P.S. e a CÂMARA DE MATOSINHOS.

Rui Mota, militante socialista em Matosinhos, enviou o seguinte contributo escrito para uma discussão aberta entre os socialistas sobre o que se tem passado na Camara de Matosinhos envolvendo Narciso Miranda e Manuel Seabra.


Por um P.S. de sustentação popular, de esquerda, na resolução das carências da população, atento aos mais necessitados, contra a exclusão social e a discriminação! Pelo emprego, criação de postos de trabalho, pela dignificação humana, pela paz e solidariedade, pelo respeito da igualdade dos homens perante a lei, da protecção aos mais fracos, por um partido de tendências e não de unanismos ou centralismos, contra a política neoliberal globalizante de Durão e seus acólitos!

Contributo para uma discussão socialista.

Será que o P.S. deseja afirmar-se como o Partido de vertente popular na resolução e apresentação de soluções valorativas e eficazes das grandes questões que aos portugueses preocupam?
Ou se pelo contrário nos deixamos envolver por querelas internas menores, de lutas internas que nos alheiam dos nossos verdadeiros propósitos, levados pelas “ tricas “ da “ lameirice/ reles “ discussões que aproveita à direita que paulatinamente vai pactuando com os despedimentos em massa, encerramento de locais de trabalho, do lay-out, pautando a nossa postura pela omissão da nossa imperativa acção?

Será que ao P.S. não aproveitará a união de toda a esquerda, mesmo a de todos os marxistas ( fora do contexto temporal ), politicamente, como o exemplo que foi dado recentemente pelas massas trabalhadoras que forçaram a união das duas grandes centrais sindicais numa jornada de protesto contra as políticas de Durão e seu governo mais reacionário que temos desde o 25 de Abril de 74?

Indubitavelmente são as bases do nosso Partido que desempenham materialmente uma função norteadora da sua política, como não podería deixar de o ser, aliás facto que se encontra plasmado nos estatutos, salvo melhor interpretação!
Os seus eleitos, dirigentes em geral, têm para com as bases esse vínculo a que se encontram adstritos. Essa obrigação!
Toda a política que se verifique ao arrepio deste princípio mais não configura uma ambição desmesurada pelo poder, ou de pactos comprometedores que serão desastrosos num futuro imediato e que no passado têm conduzido a resultados menos bons, aliás contendendo com as orientações gerais do Partido.


QUE CENÁRIO SE NOS APRESENTA HOJE EM MATOSINHOS ?

FACTOS-1º Constatamos Narciso Miranda, militante do P.S. , indigitado pela Concelhia ( há anos ) para Presidente da Câmara de Matosinhos renovando o seu cargo por mais um mandato que finalizará “ daqui a dois anos ,mais ou menos”.
Entretanto, ao tempo do camarada Guterres , Narciso suspendeu o seu cargo da presidência da Câmara de Matosinhos, por aprovação do Partido, e foi para Lisboa desempenhar funções na governação socialista ,
tendo ao que se consta comemorado com um jantar esta nova etapa na sua carreira política, salientando contudo, que não abdicaría do seu cargo de Presidente da C.M.M., delegando funções no seu Vice-Presidente, camarada Manuel Seabra, o qual deu continuidade ao trabalho elaborado, e bem !
Narciso, inquestionavelmente, não gerou expectativas futuras quanto ao seu Vice em relação ao cargo da Presidência da Câmara. Tal ficou expresso e foi pacífico, ao tempo!
Legitimamente, Manuel Seabra foi eleito para a Comissão Política da Concelhia, derrotando Narciso,
(que já tinha sido derrotado para a Distrital contra Assis ), por vitória escassa mas democrática expressão dos seus militantes ( apenas por 4 ou 5 votos de decalage ) do P.S de Matosinhos, facto revelador de uma divisão no seio do Partido, que, na minha interpretação é saudavel já que revela um partido vivo para os combates que se avizinham!
De facto, presumivelmente necessária renovação do Partido a nível local.


FACTO 2º- Quanto ao Poder Local, Câmara, foram estabelecidas cumplicidades entre os dois camaradas, que os próprios não se podem exprimir publicamente, encontram-se impedidos de divulgar factos, de se digladiarem frontalmente, porque infelizmente se configuram situações menos transparentes, dúbias, que desconhecemos de todo.Pelo que, por via indirecta e reflexamente, esta campanha de ataques pessoais ultrapassam o fôro interno do Partido, sede própria aonde se deveriam discutir as divergências e conflitos ( e porque não as ambições próprias de cada um?) de se dar rumo ao P.S./Concelho, e carrear para a Câmara estratégias pessoais inquinando e sublevando a própria Câmara gerando uma disfunção ao nível dos serviços que é por demais evidente. Produzem-se afirmações vexatórias e nada dignificantes para o Partido, que se encontram expressas na imprensa local, regional e nacional, bem assim na rádio local e nacional.No mínimo lamentável e que reflecte o desvio dos verdadeiros objectivos, da luta que o P.S. se encontra empenhado !
A defesa dos interesses dos Matosinhenses merece o respeito do Partido.Isto tem que ser imperioso!

Será que as notícias publicadas pelo Jornal de Notícias no Domingo passado foram passadas por camaradas ?As ambições pessoais terão chegado a este ponto, de provocar fractura e aproveitar à coligação de Arnaldo Madureira?


FACTO 3º-Se Manuel Seabra, Presidente da Concelhia tem legitimidade de se candaditar à Câmara nas próximas autárquicas, também por seu lado Narciso o tem, por inerência.
Deve a Comissão Política da Concelhia de Matosinhos retirar o apoio político a Narciso?
Sería uma questão que gostaría de Ter feed-back!
Pondere-se.
E qual o papel que ao Presidente da Distrital cabe?
Que garantias dá Seabra e Narciso para manter mais uma Câmara do Distrito do Porto e da Área Metropolitana do Porto?
Se a C.M.M. quanto à sua presidência carece de renovação ( parece-me óbvio ), e é facto inquestionável, mas será que Manuel Seabra também não se encontra há algum tempo com Narciso?
E que dizer dos camaradas presidentes das juntas de freguesia que se encontram à frente destas, e bem, há quatro ou cinco mandatos? Não será necessário eles próprios cederem o lugar a outros camaradas?
Qual o papel dos camaradas dirigentes nacionais nesta matéria, e mais própriamente a Comissão Política Nacional? Será que arriscarão perder mais Câmaras para a coligação de direita?

Na minha modesta opinião, relembro Manuel Alegre, questionar é preciso! Interrogar-nos é necessário para o discernimento cabal.

O partido deverá estar acima de todas estas quezílias, independentemente de quem através do P.S. acumulou um capital político inesgotável, e que agora é necessário colocá-lo ao serviço dele.

FACTO 4º-Por fim, no passado Sábado, Narciso Miranda apresentou na C.M.M. as suas linhas norteadoras do plano de actividades para 2004 perante um espaço repleto , à sociedade civil, associações recreativas, culturais, desportivas, entidades cooperativas, instituições de solidariedade social , representantes do tecido empresarial e dirigentes nacionais do Partido (José Lelo, Fernando Gomes ) , evento que, na minha opinião, ultrapassou a mera apresentação do plano de actividades da Câmara, mas constituiu porém uma afirmação inequívoca de que seguramente poderão contar com ele para mais um mandato! Será que foi equívoco? A mensagem política que passou foi indubitavelmente esta.

O mais irónico deste evento foi , o ver até que ponto Manuel Seabra e alguns Presidentes de juntas de Freguesias, a custo se levantaram e o aplaudiram!

Para mim tenho, que face a esta situação política nacional que o governo de direita tem implementado, será necessário encontrarmos alternativas válidas, sérias , de coesão e combate pelos nossos militante socialista no concelho de Matosinhos, enviou o seguinte contributo para uma discussão aberta entre socialistas.ideais e princípios, que nos andam alheados.
Para tal desígnio não é tempo de relevarmos interesses e ambições fulanizadas!

Seguramente, esta situação política em Matosinhos e analogamente em Lisboa, não interessa ao P.S. E INFELIZMENTE SERÁ UMA MAIS VALIA PARA A COLIGAÇÃO DE DURÃO/PORTAS.AINDA A QUESTÃO DA CÂMARA MUNICIPAL DE MATOSINHOS. TRANSCREVO A POSIÇÃO DE UM MILITANTE DO PS SOBRE O ASSUNTO


MATOSINHOS, 31/01/04.
MILITANTE Nº73461
RUI MOTA

CONSENSOS À DIREITA E COM A DIREITA? NÃO!!

"ENTÃO, HÁ UM GOVERNO QUE É MAIORITÁRIO E VAI PEDIR CONSENSOS? NA DEMOCRACIA, HÁ DEBATE, HÁ CONTRADITÓRIO. SE TEM MAIORIA QUE GOVERNE E DEPOIS SE RESPONSABILIZE. O CONSENSO É A PARALISIA"

As palavras são de Mário Soares durante um seminário sobre a Europa que teve lugar, no sábado, em Braga.
Mário Soares também reafirmou as declarações que proferiu durante a abertura do X Congresso da CGTP, considerando o Governo de Durão Barroso e Portas como o mais reacionário desde o 25 de Abril.
Um governo que parece controlado pela sua ala de extrema-direita, a qual vai controlando a agenda política governamental impodo-se de chantagem em chantagem.
A acção de Mário Soares deveria ser seguida atentamente por todos os socialistas. Na sua actividade política, Mário Soares conseguiu, neste fim-de-semana, estar presente numa iniciativa marcante para todo o movimento sindical e dos trabalhadores, o Congresso da CGTP, e, de seguida, participar num seminário promovido por socialistas com vista às eleições para o parlamento europeu.
A acção do PS deveria ser semelhante. O Partido Socialista tem de estar presente de uma forma activa em todos os movimentos sociais, sindicais e laborais e deve demonstrar capacidade para liderar, de forma democrática, não sectária e sufientemente abrangente, uma ALTERNATIVA DE ESQUERDA ao actual governo de direita neo-liberal.
Segundo o Jornal de Notícias, de hoje, para Mário Soares existem duas opções para os portugueses: Ou enfrentam mais dois anos de crise económica ou apostam na viragem que só o PS saberá protagonizar. Mário Soares aconselhou o PS a falar no futuro e a lembrar aos cidadãos que "já sentem nos bolsos" os efeitos da política da coligação de direita.

Criticando a política neo-liberal e reacionária do actual governo - "Já venderam tanta coisa, qualquer dia ainda vendem os Jerónimos!" -, Mário Soares apelou à mobilização para as eleições europeias, considerando que o PS deveria possuir uma lista boa, homogenea e coesa, com os seus candidatos a falarem todos no mesmo sentido.

Na minha opinião e na linha da intervenção de Mário Soares, o esforço de mobilização dos socialistas para êxito na luta contra o governo, deverá começar já para o dia 11 de Março, com uma participação activa na jornada nacional da CGTP contra a redução dos direitos sociais, contra o pacote laboral, contra o aumento do custo de vida e contra a redução dos salários reais. Deste modo, estaremos também a contribuir para uma alternativa de esquerda ao actual governo!