tribuna socialista

domingo, janeiro 31, 2010

MANUEL ALEGRE HOJE NO PORTO: SOUBE A MUITO POUCO!













Parece muito pouco para um discurso de diferenciação relativamente, quanto mais não seja, a Cavaco Silva. Muito mais se pediria a um candidato que assumisse que quer fazer convergir as esquerdas! Qualquer candidato será um "candidato por Portugal" ...

Não obstante pintar o discurso com retórica de esquerda, o certo é que não evitou uma palavra de elogio ao actual Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos.

E este é o eterno problema: bons discursos, boa retórica, mas muita abstração e indefinição quanto a opções concretas, por exemplo, em matéria de quem pretenderá influenciar com a sua prometida "magistratura de influência".

Manuel Alegre não é claro quando nada de concreto diz sobre o OGE e depois afirma que a crise não pode ser vencida à custa do sacrificio dos mais desfavorecidos ... isto, mais uma vez, todos dizem. Mas muito poucos fazem, e, o que conta é que seja feito algo de muito diferente por quem ocupa a Presidência da Republica.

sexta-feira, janeiro 29, 2010

12 de Fevereiro, às 21 horas, Sessão Pública NATO E A GUERRA, no Porto


É no Porto, na Cooperativa Árvore, 12 de Fevereiro, às 21 horas, promovido pelo Bloco de Esquerda.

terça-feira, janeiro 26, 2010

António Arnaut congratula-se com a aprovação do OGE ...

É por causa deste tipo de afirmações que surgem inúmeras criticas à esquerda a Manuel Alegre.

Hoje, na edição do JN, António Arnaut (exactamente o pai do SNS e destacado apoiante de Manuel Alegre) afirma: "A aprovação (nota minha: do OGE) é motivo de congratulação. Demonstra a responsabilidade dos partidos à direita do PS. Lamento que o consenso não seja mais alargado aos partidos à esquerda do Governo. A situação do país é dramática. O doente, Portugal, está em estado grave. Tem cura, mas é preciso que se coloque o interesse nacional acima do interesse dos partidos."

Será que Alegre pensa o mesmo sobre o OGE ? Também achará que os partidos de direita são "responsáveis" ? Que a cura da economia tem o mesmo remédio "em nome do interesse nacional" ?

COMO SE O INTERESSE NACIONAL FOSSE O MESMO PARA O DESEMPREGADO QUE LUTA PELO SUBSIDIO E O BANQUEIRO QUE TEM MILHÕES À SUA DISPOSIÇÃO ?

28 DE JANEIRO: ARCO DA RUA AUGUSTA, LISBOA - PELA RETIRADA DAS TROPAS PORTUGUESAS DO AFEGANISTÃO!


























Protesto contra a participação de Portugal na criminosa guerra do Afeganistão, no dia 28 de Janeiro, pelas 18h00, no Arco da Rua Augusta, em Lisboa


por antinatoportugal


COMUNICADO: Pela retirada das tropas portuguesas do Afeganistão
Lisboa, 25 de Janeiro 2010



A Plataforma Anti-Guerra Anti-Nato (PAGAN), ramo português da Campanha Internacional «No To War, No to NATO», convoca uma concentração de protesto contra a participação de Portugal na criminosa guerra do Afeganistão, no dia 28 de Janeiro, pelas 18h00, no Arco da Rua Augusta, em Lisboa, e apela a todas as pessoas e organizações defensoras da paz a unirem esforços nesta campanha. Neste acto público inaugurar-se-á a recolha de assinaturas para subscrição dum abaixo-assinado, «pela retirada imediata das tropas portuguesas da NATO do Afeganistão». P.A.G.A.N. (Plataforma Anti-Guerra, Anti-NATO)
--
Colectivo Anti-Autoritário e Anti-Capitalista
de Luta de Classes, baseado em Portugal
http://luta-social.blogspot.com

sábado, janeiro 23, 2010

2011 - Por um candidato anti-capitalista!

Entre outras e outros , João Delgado, membro da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda, lançaram uma PETIÇÃO dirigida às direcções do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista Português, apelando a um candidato anti-capitalista.
TRIBUNA SOCIALISTA tem uma opinião diferente sobre o modo como deve surgir uma candidatura unitária das esquerdas. Deve ser anti-capitalista, mas afirmativamente democrática e socialista.
Os autores da petição estão a reagir contra a candidatura de Manuel Alegre que surge por iniciativa dos apoiantes alegristas tem estado num certo processo de imposição às outras esquerdas todas. Manuel Alegre não tem também sido muito claro relativamente a politicas do governo e da direcção do PS, as quais são claramente de direita e pró-capitalistas ...
Esta também é uma iniciativa que propicia o debate à esquerda!


To: Bloco de Esquerda, Partido Comunista Português
Mais de um milhão de portugueses (18\%) votaram no passado mês de Setembro nos partidos de esquerda que se opuseram de forma clara às políticas liberais de José Sócrates.
Em 2011 o povo de esquerda deve ter a oportunidade de votar num candidato que se afirme com um discurso anti-capitalista consequente, livre de oportunismos e tacticismos.
Os signatários, cidadãos e cidadãs de esquerda, dirigem-se às direcções do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista Português, como principais forças partidárias anti-capitalistas, no sentido de que dialoguem, com o objectivo expresso de apoiarem uma candidatura comum às eleições presidenciais do próximo ano, fora da área governamental e do PS.
Esta petição não pretende promover os seus autores, pelo que será iniciada sem assinaturas dos promotores. É uma petição do povo de esquerda, que quer ter direito a votar orgulhosamente, e não por cálculo e aceitando males menores.
Porque só o combate contra Sócrates e o capitalismo nos deixa alegres, não votaremos em quem o apoiou.
Contacto - 2011anticapital@gmail.com

MANIFESTO DE UMA CANDIDATURA ANTI-MERCADO E ANTI-CAPITALISTA

O TRIBUNA SOCIALISTA está comprometido com um debate público que contribua para uma candidatura presidencial que proporcione uma convergência o mais ampla possível entre as esquerdas, social e politicamente!
Temos a consciência que, à esquerda, o espaço é plural! Queremos partir dessa pluralidade, que é uma força, para uma convergência que seja mobilização e vitória!
Estamos entre todas e todos que querem MUDAR O PRESIDENTE, E, SOBRETUDO, MUDAR ESTE PAÍS!
Apresentamos o Manifesto de uma candidatura que é de esquerda, de um activista, António Pedro Ribeiro que é aderente do Bloco de Esquerda, define-se como anarquista, mas é também um contributo para discutirmos, à esquerda, ideias que possam ajudar a convergir!


MANIFESTO DA CANDIDATURA DE ANTÓNIO PEDRO RIBEIRO À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Esta é, sobretudo, uma candidatura anti-mercado e anti-capitalista. Esta é, sobretudo, uma candidatura pelo Homem e pela Vida. Esta é uma candidatura que não aceita que o homem se reduza a uma mercadoria, a um objecto de compra e venda, ao macaco do lucro e da mercearia. Esta é uma candidatura que não faz o jogo dos partidos nem dos sindicatos, que nada negoceia porque nada há a negociar com o capitalismo. Esta é a candidatura que não está na Bolsa e que defende a extinção da Bolsa. Esta é a candidatura que se opõe aos banqueiros e ao mercado. Esta é a candidatura que diz que o homem nasce de graça, que o homem nada tem a pagar pela vida, que a Vida deve ser livre e gratuita. Esta é a candidatura que diz que a vida está muito para além da vidinha, da sub-vida do trabalho, da rotina e do quotidiano cinzento e vazio. Esta é a candidatura que fala do homem livre, do homem que cria e ri. Do homem que é afecto e mesa partilhada, do homem que está para lá da democracia burguesa. Do homem que não é da economia nem da finança nem do sacar dinheiro nem do desenrascanço. Do homem que ama, dança, canta e quer. Do homem sem chefes nem hierarquias.
E também:
Dar de comer a quem tem fome.
Dar de beber a quem tem sede.
Dar abrigo a quem não tem abrigo.


Vilar do Pinheiro, 22 de Janeiro de 2010
António Pedro Ribeiro

http://tripnaarcada.blogspot.com
http://partido-surrealista.blogspot.com

quinta-feira, janeiro 21, 2010

CAMARA MUNICIPAL DE BAIÃO APOIA A OCUPAÇÃO?


O “Movimento Solidariedade com a Palestina” é um movimento que pretende promover a disseminação de informação e discussão de assuntos relacionados com o conflito sexagenário entre os Estados de Israel e Palestina e o estado de sítio imposto ao povo Palestino com contínua opressão policial e militar e psicológica. Este é um movimento aberto a todas as pessoas que estejam dispostas a discutir e agir em prol da paz e de uma solução pacífica e justa para o conflito Israelo-Palestino.

O “Movimento Solidariedade com a Palestina” e as organizações que se associam a esta iniciativa passam a demonstrar a sua reprovação pela situação publicada no Jornal de Notícias no dia 8 de Janeiro de 2010 intitulada “Cooperação com Israel mantém-se em segredo”. Neste artigo é denunciada a cooperação entre a Câmara Municipal de Baião e o Estado de Israel, representado, no encontro, pelo Embaixador Ehud Gol. Segundo a notícia, esta cooperação consiste no estabelecimento de parcerias “nos domínios dos recursos hídricos, das energias renováveis; e do sector agro-florestal”.

Desde o começo da ocupação no fim da década de 40, milhares de metros quadrados de terras de cultivo e de sistema de irrigação pertencentes a Palestinos foram confiscadas pelo Estado de Israel. O avanço tecnológico do Estado de Israel reconhecido por todo o Mundo é manchado pela apropriação das propriedades de Palestinos retirando-lhes assim a sua qualidade de vida e sustento. Consequentemente, por obrigação de não esquecer a história e o sofrimento de um povo cercado e tratado sub-humanamente, consideramos moralmente reprovável e inaceitável a confluência entre um orgão público Português e o Estado de Israel que, não respeitando o Direito Internacional ocupa, reprime e continuamente empurra todo um povo para uma situação que se tem vindo a tornar humanitariamente cada vez mais insustentável, tendo já existido ataques militares a ONGs presentes no território.

Liberdade para o Povo Palestiniano.
Os melhores cumprimentos,
Movimento Solidariedade com a Palestina

Subscrevem também este comunicado: SOS Racismo, Comité de Solidariedade com a Palestina, Indymedia
Para qualquer informação adicional pode contactar através de mov.solidariedadepalestina@gmail.com, facebook.com/solidariedadepalestina, Ricardo Sá Ferreira - 964613689 ou Pedro Ferreira - 933579931

SOBRE O AFEGANISTÃO: AS GUERRAS NÃO RESOLVEM CONFLITOS!


ICC Statement on Afghanistan

The debate on the war in Afghanistan and Pakistan has reached a critical point. Public opinion in countries all around the world have become aware of and opposed to the escalation of the war, which has is being sold as a « new strategy » by the governments of the most influential NATO members. Even the mainstream media now reflects this debate and disillusion.

We know that conflicts are never solved by wars.

The 192 member-countries of the United Nations have been invited to participate in an International Conference about Afghanistan in London on the 28th of January 2010. This conference was called by Gordon Brown after Nicolas Sarkozy and Angela Merkel announced it a few months ago. Probably the only government-representatives who will participate will be those of western countries and their clients. We can expect little more than a renewed public campaign to garner support for their NATO-oriented « new strategy » to the war.

Peace Movements, NGOs for Human Rights, political parties, trade unions and individuals from all over the world who struggle for peace, justice and freedom will meet at this occasion. We have called for organisations and activists from all over the world to join us and to become involved in finding a common and peaceful international response to the dead end in Afghanistan.

An end to the war requires that NATO troops be withdrawn from Afghanistan. Globally we need, and therefore are working for the disolution and dismantling of NATO in order to contribute to international security. NATO only brings more war. Itt has never been (and will never be) an organization for protection and security. After almost 9 years of NATO’s presence in Afghanistan, the current situation reflects what NATO truly is: a military alliance designed to impose the will of Western elites.

Political and civilian responses to the crisis in Afghanistan and Pakistan are needed. They must respect the Afghan people's decisions and require a regional solution involving all neighbouring countries. These responses should include a non-military program led by the United Nations to replace the military ISAF-mandate in Afghanistan.

Afghanistan now needs a real process of reconstruction, materially, politically and socially, and this cannot be achieved with bullets, bombs and drones.


Berlin, Boston, London, Paris

BLOCO DE ESQUERDA: excelentes cartazes!




segunda-feira, janeiro 18, 2010

PRESIDENCIAIS EM DEBATE ...

No Facebook tem estado a decorrer, desde meados de Dezembro último, um debate sobre as eleições Presidenciais "PRESIDENCIAIS: COMO UNIR AS ESQUERDAS? ALEGRE A MELHOR OPÇÃO?". (o acesso ao Facebook pressupõe registo de quem quer ter acesso. É fácil e gratuito!)

Não é um debate promovido por opinion-makers, personalidades mediáticamente conhecidas ou à espera de um qualquer lugar. Quem o promoveu e quem nele intervém são activistas com várias opiniões. Todos consideram que é importante debater para se tentar chegar a uma conclusão, a uma convergência. Não se está a discutir a "salvação do Mundo", mas busca-se uma oportunidade política que seria histórica, importante e, em muitos aspectos, decisiva para se desbravarem outros caminhos.

Convidam-se todas e todos a visitarem e participarem nesse fórum! Seja qual for a opinião à esquerda ...

Fica, para conhecimento, as duas últimas intervenções no referido debate, no caso, entre o editor deste blogue, João Pedro Freire, e o Prof. Elisio Estanque.

Elisio Estanque escreveu

Quatro breves notas: 1- se o pessoal deste forum é (realmente) de esquerda, quero ver em quem irão votar numa luta a dois (mais que provável), entre Alegre e Cavaco...
2 - até concordo que Carvaho da Silva podera vir a ser um bom presidente no futuro (mas nao tinha, agora, condições para entrar na corrida);
3 - nao consigo entender que gente tão bem informada nao compreenda que "unir as esquerdas" implica aceitar a diferença, ser democrata (antes do mais) e perceber que não há nenhum candidato "perfeito";
4 - se querem um candidato "puro", não para ganhar, mas sim alguem "anti-sistema" só para reconstruir uma imaginária "esquerda", que reconstrua a vanguarda popular (para quê?... de novo a Cuba da Europa?.. um Chavez?)... então ao menos deixem de dizer que pretendem a unidade....
sinceramente, na minha humilde opiniao, tudo isto são delirios, e em alguns casos de ex-apoiantes de Alegre ressaibiados por ele não ter entreado na loucura que pretendiam....

João Pedro Freire respondeu:

Prof. Elisio Estanque,
Se bem notar, este fórum foi criado com o intuito de se discutirem caminhos, politicas e programas que pudessem constituir espaço para uma candidatura unitária de todas as esquerdas. O "culpado" disto foi o meu camarada Francisco Louçã quando, em meados de Dezembro, resolveu declarar a uma televisão que o "melhor candidato" à esquerda seria Manuel Alegre.
À partida e à esquerda, todos os nomes são "bons" ... é preciso é saber o que é que defendem e com o que defendem que convergências podem ou não criar.
No entanto, o que está a acontecer - na imprensa e nalguns sectores do PS e do BE - é, desde muito cedo, apresentar um cenário, apresentado como inevitável, de confronto (novamente!) entre Cavaco e Alegre. Mesmo muito antes de se saber se um e outro seriam candidatos. Ora isto não representa nenhum contributo sério para um debate que se pretenderia viesse a concluir numa candidatura de unidade de todas as esquerdas.
Mesmo o prof. Estanque, agora com roupagens alegristas muito mais nitidas, também já usa o possível (re)embate "Cavaco vs Alegre" como "argumento".
Manuel Alegre acaba por declarar a sua disponibilidade, não como consequência de qualquer vaga social de esquerda, mas após a pressão dos seus próprios apoiantes, MIC e Ops!, a que se juntaram alguns dirigentes do meu partido, o BE.
Gostaria de saber as razões que o levam a escrever que Carvalho da Silva "nao tinha, agora, condições para entrar na corrida". Agora ? que condições ?
Ora e mais uma vez, este tipo de afirmações não contribui para nenhum debate político. É, isso sim, o "argumento" tipo dos que se ficam pela discussão das eleições como a escolha entre nomes que constam de uma espécie de catálogo.
Num debate político à esquerda aceito e respeito todos os argumentos, seja aqui, seja na blogosfera, seja em qualquer fórum. Nunca coloquei qualquer nome como condição para participar num debate!
Tenho uma referência que não a escondo: Salvador Allende. Um socialista que cometeu erros, mas que soube criar uma convergência histórica à esquerda - a Unidade Popular - e com essa convergência quis mudar, em liberdade, o seu País, num sentido democrático e socialista. O que na altura se dizia no Chile, é pena, que não se repita hoje em Portugal, a propósito das Presidenciais: não se trata de mudar um Presidente, trata-se de mudar um País!
E é por causa dessa mudança NESTE País que seria muito importante saber o que é que as esquerdas pensam da actual governação do PS. E agora o que é que Manuel Alegre pensa. A última entrevista de Manuel Alegre ao Expresso foi tudo menos esclarecedora relativamente a este ponto!
José Sócrates, na sua governação, ora com o apoio do PSD ora com o apoio do CDS, é um elemento de divisão à esquerda. Por isto: não pode unir a esquerda, actos, políticas e atitudes que são claramente de direita!
Não, não estou mesmo nada disposto a fazer campanha ao lado de quem produz e conserva o actual Código Laboral, ao lado de quem está no governo há tanto tempo a só ter tempo para ser de "esquerda" nos períodos de campanha eleitoral! Em que é que José Sócrates se diferencia, nas políticas , de Cavaco Silva? A única diferença (!) é só no modo como um e outro gerem as suas guerrinhas institucionais ...
Há argumentos que não esperava de si ... "vanguarda popular", "Cuba", "Chavez"! Caro Prof., não sou leninista, sou socialista e a minha acção é norteada por por este objectivo "nem liberdade sem socialismo, nem socialismo sem liberdade"! E é por isto que gostaria de ver num debate, os candidatos a candidatos darem a sua opinião sobre o capitalismo sob a forma de "economia social de mercado", sobre a NATO, sobre uma democracia que não se ficasse pelo funil do parlamentarismo liberal, sobre um governo que produz politicas de direita e procura aí apoios,quando tem um Parlamento com um maioria de partidos das esquerdas ...
Para concluir: ao lê-lo fico com a sensação de que a recandidatura de Manuel Alegre tem muito mais a ver com medição de forças de sensibilidades dentro do PS e de quem quer gravitar nesse universo, do que com a busca de uma convergência plural à esquerda. Gostei muito mais do que se passou na primeira candidatura de Alegre ... e votei nele!
Nunca votei à direita e assim me manterei no futuro!

domingo, janeiro 17, 2010

"Venceremos", o hino de Allende: a memória de um exemplo inspirador!

Este exemplo, o de Salvador Allende, com todos os seus erros e utopias, continua a ser inspirador! Principalmente neste momento em que se fala muito em candidatura presidencial das esquerdas. Mas como se dizia no Chile de Allende, não se trata só de mudar um presidente, mas de construir um País diferente!

sábado, janeiro 16, 2010

SOBRE A RE-CANDIDATURA DE MANUEL ALEGRE

Não tenho nada, absolutamente nada, contra uma candidatura de Manuel Alegre que representasse um passo unitário das esquerdas nas presidenciais. Até já votei Manuel Alegre. E , quando estive no PS, ajudei na sua campanha para secretário geral.

Mas o percurso de Manuel Alegre, desde as últimas presidenciais e até depois da candidatura a secretário geral do PS, levanta muitas dúvidas. É um facto que fez muitas declarações contra aspectos políticos da governação de Sócrates. Mas também votou sempre, nos momentos politicos mais substanciais, a favor do governo PS. E, nas últimas eleições legislativas, até fez campanha ao lado de José Sócrates. Ora José Sócrates é um factor de divisão à esquerda, porque é responsável por políticas nada de esquerda e muito menos socialistas. José Sócrates tem essa monstruosidade do Código do Trabalho que não é nada que não se note e que não doa. Mesmo depois das últimas eleições legislativas, e, com uma maioria confortável à esquerda no Parlamento, José Sócrates e a direcção do PS têm preferido localizar a governação nos braços de um "bloco central", PS/PSD, nunca sufragado!

Por isto, Manuel Alegre deve algumas explicações ao povo de esquerda sobre os compromissos que assumiu ou que assumirá com a direcção do PS. Porque uma candidatura comum das esquerdas não é propriedade de nenhum partido e tem de ser clara e transparente! E o povo de esquerda espera que, finalmente, uma candidatura desse tipo inverta o sentido das políticas dos últimos anos. Espera-se que uma candidatura vitoriosa das esquerdas abra um novo período de políticas e de vontades a favor dos trabalhadores e de todas e de todos os que passaram a vida a apanhar com as consequências de políticas neo-liberais, mesmo quando executadas por políticos ditos socialistas.

Manuel Alegre é candidato. É um facto ! Mas convém frisar que a sua candidatura é o resultado, não de um movimento social que o exigisse à esquerda, mas da pressão dos seus próprios apoiantes do MIC e da corrente do PS "Ops!".

É por isso que é muito importante, fundamental, que essa candidatura abra as portas ao debate à esquerda, a todas as esquerdas. Para que seja uma candidatura que emane do social e não do cozinhado de qualquer estrutura partidária.

Um processo desse tipo, mobilizará !

Sem esse processo, e, só com declarações de quase veneração ao candidato, sem se saber qual o seu programa, os seus apoios e os seus objectivos, não haverá unidade das esquerdas e, no plano social, os resultados serão muito pouco mobilizadores!

Na minha opinião, é muito redutor que os apoiantes que se perfilam em torno de Manuel Alegre, reduzam o seu programa e objectivos a uma derrota de Cavaco Silva. É preciso muito mais! É preciso derrotar Cavaco Silva (se ele se recandidatar!), é preciso derrotar qualquer unidade da direita, mas também é preciso derrotar as políticas de direita de um governo dito de esquerda.

Um candidato a Presidente pelas esquerdas não pode ficar pelo que todos os presidentes fazem: jurar a Constituição! Já vimos e sentimos que, na prática, isso nada significa !

Será que um Presidente com vontade de esquerda não apelaria à cooperação entre os partidos da maioria de esquerda no Parlamento, para vencer a crise? ou ficaria também, como fez Cavaco Silva, por um apelo abstracto "entre todos", dando, a partir daí, ânimo à formação do actual "bloco central" da governação ?

Um candidato das esquerdas a Presidente tem de ser firme, convicto e mobilizador num sentido democrático e socialista. É um Presidente de todos os portugueses! Mas, neste momento, para atingir esse objectivo, precisa de ter coragem e tomar o partido da maioria social que busca à anos e anos uma nova geração de políticas e por uma cidadania onde a participação democrática e social passe a ser exercida sem restrições.

Para já, pergunto: será que Manuel Alegre está disponível para este combate ?

João Pedro Freire

SALVADOR ALLENDE: recordar um Presidente socialista eleito com a convergência das esquerdas chilenas!

Salvador Allende para além da convergência das esquerdas chilenas, conseguiu forte mobilização popular na base de um programa politico e social exigente quanto a reformas ...
Num momento em que, por cá, se fala numa candidatura presidencial das esquerdas, seria bom que se relembrasse a experiência de Salvador Allende e da Unidade Popular no Chile.
Não chega a unidade das esquerdas, é preciso um programa claro e de corte com o neo-liberalismo que consiga originar um forte movimento popular de apoio.

sexta-feira, janeiro 15, 2010

Liberais & Libertários : são tudo diferenças!






Aparentemente até parece que se fala da mesma corrente e de objectivos semelhantes .. mas é só isso: aparentemente!

Os liberais dos nossos dias não aplaudem a inicitiva social, a auto-iniciativa. Aplaudem essa iniciativa quando ela se confunde com a iniciativa empresarial. A liberdade que defendem é a liberdade das empresas e a liberdade dos chamados empresários criarem empresas à sua imagem e semelhança. Essa liberdade passa sempre pela liberdade de aumentar ou reduzir a empresa que criaram, a seu belo gosto e prazer! Os liberais são selectivos nas liberdades que escolhem ...

Os libertários querem iniciativa social, querem auto-iniciativa. Querem que a liberdade individual seja ponto de partida para o reforço das liberdades colectivas e societárias. Da iniciativa social pretendem que se crie redes sociais, comunitárias, cooperativas, mundializações solidárias num sentido de partilha social e colectiva do bem comum. A base de uma sociedade não é a empresa, mas o individuo como ser social, activo, critico e participativo.

Os liberais não gostam do Estado, só se esse Estado não os apoiar como eles querem. Defendem o tal Estado mínimo, mas nunca o seu fim! E em Portugal, os liberais acabam por ser uma espécie parasitária do próprio Estado. Os liberais não gostam do Estado, mas vivem atolados de regras, conceitos, preconceitos que acabam sempre por desaguar num Estado minimo quanto ao social, mas máximo quanto às tendências securitárias, policiais.

Os libertários não gostam do Estado, até porque o Estado, em plena era da globalização capitalista, é uma entidade burocrática e monstruosa que sobrevive à margem da vontade das pessoas e das próprias classes sociais. Para o Estado reservam meios de garantir igualdade de acessos, igualdade social, igualdade económica, igualdade cívica ... mas que deaapareça rápidamente. Outra organização criada pelas pessoas, pelas comunidades, pelas redes é possível!

Ou seja, liberais e libertários ... são TUDO diferenças!

quarta-feira, janeiro 13, 2010

MEMÓRIAS QUE VALEM COMO ARGUMENTOS ...


Desde há bastantes anos que as direcções dos partidos da dita "Internacional Socialista" deixaram de pronunciar o "S" que ostentam na sigla ... porque não são socialistas no modo como organizam os seus partidos, não são socialistas nas propostas que fazem e não são socialistas quando são governo ... substituiram o "socialismo" por uma quadratura do circulo chamada "economia social de mercado". Até porque, para os dirigentes PS, parece que não há capitalismo mas só neo-liberalismo ...
O PS português cresceu durante a revolução portuguesa. Cresceu com o contributo de muitos trabalhadores, de muitos jovens, de muitas mulheres que queriam verdadeiramente o socialismo democrático. O próprio programa do PS criticava o capitalismo e propunha o socialismo e o poder democrático dos trabalhadores. Os militantes socialistas chegaram a gritar nas ruas "Partido Socialista, partido marxista" ...
Os que hoje dirigem o PS, os mesmos que governam com as políticas que todos sentimos, o que é que têm a ver com a memória colectiva e individual de cada militante socialista que ajudou a construir um partido que queria que fosse socialista ... nas palavras, nos actos, nas políticas e nas governações ?

sábado, janeiro 09, 2010

REVELAÇÕES DA ENTREVISTA DE ALEGRE

A entrevista do Alegre vem confirmar o que se disse em “Esquerda, PS e Alegre – Confusões e premeditações” , texto publicado uma semana atrás.

O poeta não passa de um cacique sem ideias para além da sua disponibilidade para se sentar em Belém e que é obrigação da esquerda - no seu conceito é uma coisa vaga e abrangente e portanto, sem conteúdo - apoiá-lo. Não se define em coisa alguma a não ser naquilo que já se sabia, que quer e precisa do apoio do PS para acampar em Belém.

Ficamos a saber que Cavaco é fraquito e tosco; que o PS quer a economia de mercado; que são pornográficos os ganhos dos bancos e dos banqueiros. Isso demonstra que Alegre anda informado mas que não é capaz de enformar uma só opinião própria. Como é que ele pensa estabelecer a linha de fractura entre ele e o Cavaco? Quais as rupturas que está disposto a promover para se afirmar como candidato da esquerda?

Ele é anti-capitalista? Não é, dada a natureza do PS, a sua continuada militância no partido em lugares de proeminência e o alinhamento com a política do partido, salvo uma ou outra coisa. E se não é anti-capitalista só por oportunismo pode sorrir para a esquerda.

Quer que acreditem ser ele um homem providencial, iluminado, com um projecto próprio indecifrável para os comuns mortais e que aceitem a sua liderança como a de um profeta. Nesse aspecto não difere em nada do ignorante Cavaco, sempre titubeante e preferindo o significado dúbio, o nim, ao não ou ao sim, recheados de sorrisos forçados e aparentemente enigmáticos. É a continuidade da tradição caudilhista da política à portuguesa.

Quer o apoio do PS, sem o apoio de Sócrates? Este até pode inventar um argumento idiota qualquer para não aparecer em campanha e deixar essas funções aos seus centuriões e outros labregos, para melhor enganar os eleitores de esquerda; e facilitar o golpe estratégico e palaciano dos caciques da esquerda institucional que poderão argumentar que não estão do lado de Sócrates e que este está fora da carroça presidencial de Alegre.

Em 2005, Alegre ainda poderia reunir algumas simpatias à esquerda, capazes de captar o voto de militantes e simpatizantes pouco atraídos pelas candidaturas partidárias e rituais de Jerónimo e Louçã. E, essas simpatias, resultaram decerto da rebeldia (melhor será chamar-lhe ressaibo) de Alegre contra a direcção do PS e do secretário-geral. Em 2010, como vimos afirmando, não é isso que Alegre deseja ou afasta. Ele quer o apoio viabilizador do PS e portanto de Sócrates.

Em comentário às declarações de Alegre, Sócrates nada acrescentou para além de que ainda é cedo para opções presidenciais; não se comprometeu e portanto, continua o PS sem estar comprometido. Sócrates acha prematura a colheita do milho e deixa os primeiros grãos para os pardais, com um sorriso benévolo e matreiro. E a figura de pardal ajusta-se perfeitamente a Louçã!

Ao que sabemos, as estruturas do BE não andam a discutir e menos ainda a aprovar o apoio a Alegre. Sabe-se do crescimento, no aparelho e nomeadamente, nos grupos parlamentares na AR ou no PE de deputados defensores de coabitações com o PS, que não terão igual representatividade junto da massa dos militantes. Desses elementos, alguns chegaram mesmo a recusar a luta pelo socialismo no último congresso do BE, como que dando sinais de que se querem sentar à mesa do orçamento com Sócrates e garantir uma vida fácil e doce, esquecendo rapidamente que a sua notoriedade resultou da confiança (ingénua) de muitos militantes e eleitores. Qual será o papel de Louçã nesta estratégia da ala direita do BE?

Dado que o BE tem apostado numa conduta de partido de “one man show” notam-se sinais de aplauso às declarações de Louçã, de apoio a Alegre, por parte de militantes e simpatizantes pouco dados a pensar com a própria cabeça e a anuir cegamente às palavras do líder. O que não é prática de uma esquerda a sério, mais inclinada para a democracia directa, para o debate, para a decisão em que todos são ouvidos.


Grazia.tanta@gmail.com
Esquerda_desalinhada.blogs.sapo.pt

MANUEL ALEGRE EM ENTREVISTA AO EXPRESSO: será que não é mesmo refém do PS ?

Manuel Alegre deu uma entrevista ao Expresso, a qual sai na edição de hoje.

É uma entrevista algo estranha e que deveria preocupar quem vê Manuel Alegre como o melhor nome para uma candidatura presidencial de convergência das esquerdas.

Nesta entrevista, Alegre consegue, de certeza, receber o acordo das esquerdas nas críticas a Cavaco Silva. Mas isso é fácil e, hoje em dia, já não aquece nem arrefece. Cavaco já nem a unidade do seu campo politico consegue!

Ao longo da entrevista, é visível que Alegre não consegue libertar-se da sua ligação ao PS, mesmo que, a seguir, repita cem vezes que não está refém do seu partido.

"A minha relação é com o PS. É uma relação familiar" diz Manuel Alegre. É claro que também diz que "o PS devia negociar à esquerda. Tentei quebrar esse tabu". Mas conclui sempre dando a entender que a relação mais forte a até determinante - "Uma candidatura é uma decisão pessoal e um acto de independencia. Mas para vencer, obviamente que o apoio do PS é importante. Se alguém se candidata é para ganhar." - é com o PS. Aliás, na citação que se transcreve da entrevista, Alegre faz uma revelação que não deve ter pesado na sua última candidatura e, a qual, acaba por ser elucidativa da sua dependência face ao PS. Ou seja, se na última eleição presidencial até se candidatou contra a posição oficial do PS, será que já sabia que nunca iria ganhar ou que nunca atingiria o tal um milhão de votos ?

Outra declaração de Alegre é muito pouco esclarecedora. À pergunta "Em questões económicas, PCP e BE têm visões muito diferentes das do PS", responde assim "O PS aceita a economia de mercado, não está claro que os outros partidos de esquerda a aceitem. Constato que é dificil entenderem-se". Manuel Alegre não revela a sua opinião/posição sobre essa tal "economia de mercado", i.e. o capitalismo. O que seria importante, esclarecedor e motivador de debate à esquerda. Remete-se, isso sim, para um plano algo presidencial sem ainda o ser! O que não o impede de voltar a criticar os privilégios da Banca ... só que, quem é que não os critica, neste momento, numa posição meramente formal? O essencial é, de facto, saber qual a posição perante um sistema que tem possibilitado ciclicamente crises, corrupções e privilégios. E Manuel Alegre fica-se por um posicionamento bonapartista, acima das posições existentes, sem revelar a sua ...

Manuel Alegre parece, neste momento, sobretudo apostado em garantir o apoio, não do PS, mas da sua direcção e do governo - "O governo está lá e não vejo alternativa" - .

Nesta entrevista, Alegre não acrescenta uma única ideia que possa contribuir para uma movimento social à esquerda que se mobilize para uma candidatura presidencial de unidade das esquerdas. Na sua primeira candidatura presidencial, isso não acontecia. Demonstrava iniciativa política e independência nessa iniciativa. Agora, parece deixar isso para as direcções partidárias, a começar pela do PS, da qual, na prática, parece não se conseguir libertar!

João Pedro Freire

sexta-feira, janeiro 08, 2010

CASAMENTO ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO: UM PEQUENO GRANDE PASSO EM FRENTE!

O projecto do PS que passa a permitir, em lei, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, foi aprovado na Assembleia da Republica com os votos do PS, do Bloco de Esquerda, dos Verdes e do PCP.

É um momento histórico na luta contra todas as discriminações e contra todos os preconceitos. É a luta pela liberdade! E esta luta, a da liberdade, é sempre e muito mais, a luta pelos direitos das minorias. É do lado das minorias que se pode aferir qual a liberdade que temos!

Fica por dar o passo seguinte, para que este passo seja mesmo um grande passo em frente: a não existência legal de casamentos de primeira e casamentos de segunda! Os de primeira podem adoptar, os de segunda, os entre pessoas do mesmo sexo, não ...

No entanto, as liberdades precisam muito mais do que o reconhecimento na lei, para existirem e serem vividas e sentidas ... essa é a luta civica que se segue em toda a sociedade!

quinta-feira, janeiro 07, 2010

RETIRADA DAS TROPAS ESTRANGEIRAS DO AFEGANISTÃO!

O apelo da revista DEMOCRATIE & SOCIALISME,
de uma das correntes de esquerda do Partido Socialista Francês: RETIRADA IMEDIATA DE TODAS AS TROPAS ESTRANGEIRAS DO AFEGANISTÃO !
E por cá, o que pensam as esquerdas do PS ?
A propósito ... o que pensa a este respeito Manuel Alegre ?

terça-feira, janeiro 05, 2010

O Natal dos banqueiros

Data: 30-12-2009 20:30:06
Assunto: Fwd: O Natal dos banqueiros

Por: José Niza - In ''O Ribatejo''
1. Depois do que aqui escrevi na semana passada sobre “o dinheiro”, não esperava tão depressa voltar ao assunto: preferia que, em tempo de Natal, a caneta me conduzisse para outras paragens, e me levasse por caminhos que fossem de procura, ou de descoberta, de uma réstia de esperança, de uma festa numa praça de amor, de paz e de canções.
Mas não. O homem põe. E a banca dispõe.
2. Um relatório há poucos dias divulgado pela CMVM – a Bolsa – deu-me um murro no estômago. Não é que eu tenha andado distraído da ganância e dos festins da nossa alta finança. Mas tudo tem que ter limites: os números revelados nesse relatório sobre os salários dos administradores dos bancos e das empresas mais importantes do País, para além de aterradores, são um insulto ao povo português e, em especial, aos mais de 500 mil trabalhadores que estão no desemprego.
3. O salário mínimo em Portugal é de 450 euros por mês. 90 contos por mês. 3 contos por dia. Muito pouco para pagar a renda da casa, a comida, as roupas, os sapatos, a água, a luz, os transportes, talvez o telemóvel…
Há um ano, o governo, as confederações patronais e os sindicatos, assinaram um acordo para, em 2010, aumentar o salário mínimo de 450 para 475 euros. Menos de 1 euro por dia! Mas agora, as tais confederações patronais – que assistem mudas e quedas ao escândalo dos vencimentos dos gestores – vêm ameaçar que se o salário mínimo subir para 475 euros será um desastre nacional. E, em contrapartida, propõem 460 euros! Isto é, uma subida de 33 cêntimos por dia!
4. O relatório da CMVM revela que o salário anual médio dos administradores da banca e empresas cotadas na bolsa foi, em 2008, de 777 mil euros, isto é, de 64.750 euros por mês (cerca de 13 mil contos mensais ou 426 contos/dia).
64.750 euros por mês equivalem a 136 salários mínimos. Isto é, para atingir o valor do ordenado mensal de um desses gestores, um trabalhador que receba o ordenado mínimo terá de trabalhar mais de 11 anos!!!
5. Mas ainda não é tudo. Há mais, bastante mais.
2008 – como todos nós sabemos – foi um ano de crise, de falências, de desemprego galopante, de apertar o cinto. Mas, enquanto a esmagadora maioria dos Portugueses fazia contas à vida, cortava nos gastos, fazia sacrifícios ou – nos casos mais dramáticos – passava fome, os senhores do dinheiro tiveram, em média, aumentos de 13 %.
13% sobre 777 mil euros são cerca de 100 mil euros, qualquer coisa como 20 mil contos por ano e para cada um. Só de aumentos!
2009 – um ano que agora se vai embora sem deixar saudades – foi também um ano de enorme crise na indústria automóvel. Mas nem tudo foram desgraças: no Vale do Ave, território dos têxteis e do mais alto desemprego do País, nunca se venderam tantos Porches. Quanto mais desempregados na rua, mais Porches na estrada!
Como se tudo isto ainda não bastasse, os próprios ex-administradores da banca – como é o caso do BCP – têm regalias e mordomias que ultrapassam todos os limites do imaginável: jactos privados para viajarem, seguranças, automóveis de luxo, motoristas, etc. Foi-me contado um caso em que a excelsa esposa de um banqueiro se deslocava regularmente a Nova Iorque – em Falcon privado pago pelo BCP – para ir ao dentista e fazer compras! E que o seu excelso marido (ex-presidente do BCP e membro da Opus Dei) dispunha de um batalhão de seguranças 24 horas por dia, também pagos pelo banco.
Será que uma pessoa com a consciência tranquila precisa da protecção de 40 seguranças? Nem Sadam Hussein tinha tantos…
6. Mas, afinal de contas, quem paga tudo isto?
Para além dos pequenos accionistas, é óbvio que são os clientes dos bancos, essa espécie sub-humana que a banca submete à escravatura e trata a chicote, essa legião de explorados que ainda olha para os bancos – e sobretudo para os banqueiros – com o temor reverencial de quem vê um santo como Jardim Gonçalves em cima de uma azinheira.
Quando um banco remunera um depósito a prazo com 1% de juros e cobra 33% nos cartões de crédito, é-lhe fácil conseguir dinheiro para cobrir todos os excessos e bacanais financeiros do sistema bancário. Quando um banco paga metade dos impostos de qualquer empresa em situação difícil, o dinheiro jorra, enche os cofres dos bancos e os bolsos dos banqueiros.
É nisto que estamos. Até quando?
Será que a um sistema que assim existe e que assim funciona – encostado ao Poder e protegido pela Lei – se pode chamar Democracia?
PS – E que ninguém, de má consciência, tenha a desvergonha de me vir dizer que isto é demagogia!

PUBLICADO POR GRAZIA.TANTA@GMAIL.COM

Lhasa - Rising

... ficou a VOZ ...

Lhasa De Sela - La Marée Haute - A MEMÓRIA !

Mulher, cantora, comprometida com outros também comprometidos com a luta por outra vida, Lhasa de Sela criou e deixou memória!
Fica também o seu exemplo na luta contra o cancro da mama!

segunda-feira, janeiro 04, 2010

PRESIDENCIAIS: UM DEBATE QUE SUPERA AS FRONTEIRAS PARTIDÁRIAS ...


Debater é muito dificil! Dificil porque quem nele participa não se consegue libertar do partido, da corrente, do grupo a que pertence. Mesmo quando esse reduto organizativo proclama aos quatro ventos que quer o debate. Só que não quer ... Quer é que do debate todos passem a seguir o "seu" ponto de vista!
Participar num debate seria, desde logo, admitir que é possível criar espaços de convergência, pontes de cooperação. Mas, infelizmente, não! Em Portugal, cinquenta anos de ditadura fascista e anos de revolução incompleta, interrompida e, muitas vezes, sem qualquer sentido político definido, criaram, à direita e à esquerda, muitos sentidos proibidos, muitos becos sem saída, para qualquer ensaio de debate transversal.
Aqui interessa-nos, sobretudo, o debate à esquerda. Nas esquerdas! Para ver se se consegue criar um espaço, um ambiente, uma motivação, uma cultura para uma convergência das esquerdas para uma série de alternativas sociais e políticas que precisam dessa convergência para se provocarem mudanças que se vejam e se sintam na sociedade portuguesa.
Todos, à esquerda, sabemos uma evidência social: nas greves, nas lutas laborais, em muitos movimentos sociais, quando resolvemos passar do verbo à acção, as convergências até acontecem à esquerda. Lado a lado, nesses momentos de luta, ninguém pergunta se o companheiro(a) do lado é do partido/grupo A ou B ou C. Ninguém pergunta, mas toda a gente discute o que tem a discutir ...
No entanto, nos periódicos circos eleitorais que as democracias liberais produzem, mesmo à esquerda, o grupo, o partido, sobrepõem-se, quase sempre, à discussão serena (o que não quer dizer que não seja viva!) que possibilitaria convergências vitais para as mudanças também vitais e urgentes!
Dessas eleições todas, as presidenciais acabam por possibilitar alguns efeitos parecidos como aqueles que se produzem nas lutas e movimentos sociais: superam-se fronteiras partidárias, e, por exemplo, à esquerda, as esquerdas falam e tentam convergências dessas esquerdas ... infelizmente, sem grandes resultados práticos até ao momento!!!
Mas o que já se conseguiu com candidaturas como as de Otelo Saraiva de Carvalho, de Maria de Lurdes Pintasilgo e de Manuel Alegre, dá que pensar ... e pensar é tentar, desde já, criar debate, diálogos, convergências que permitam superar as fronteiras partidárias (quaisquer que elas sejam e onde quer que estejam!) para que mais, muito mais aconteça, em matéria de capacidade social e política para se mudar mesmo!
É por isto que propomos DEBATE sobre as presidenciais! É por isto que abrimos o TRIBUNA SOCIALISTA e vamos até ao Facebook ... é claro que sabemos que não somos figuras de primeira página de jornais ou de prime-time das televisões ou até opinion-makers! Limitamo-nos a ser ACTIVISTAS DE ESQUERDAS QUE QUEREM ALTERNATIVAS QUE MUDEM!