tribuna socialista

segunda-feira, novembro 28, 2005

A REPUBLICA É LAICA!

A retirada dos crucifixos das salas de aula das escolas públicas, é uma medida que se saúda. Mas é, tão-só, uma medida de respeito da lei!

Portugal não tem nenhuma religião oficial. Respeita todos os credos religiosos. A Escola Pública tem de respeitar todos os credos religiosos!

A reacção da Igreja Católica e da direita é anti-democrática e profundamente reacionária! É também exagerada. Tão exagerada como parece ser eterna a estupidez da direita e da hierarquia da Igreja Católica.

Parece que querem comprar uma guerra !?!

terça-feira, novembro 22, 2005

ESPECTACULO LASTIMÁVEL: CAMPANHA CONTRA OS PRÓPRIOS!!

Manuel Alegre vs Mário Soares OU Mário Soares vs Manuel Alegre ... não mais que uma triste guerrazinha pessoal entre duas personalidades!

Um espectáculo que exibe o estado a que o PS de Sócrates chegou: não há debate democrático, as grandes decisões são tomadas por uma direcção que se comporta como uma espécie de "conselho de administração" sem qualquer intervenção dos militantes, directa ou indirecta!

No caso concreto da escolha do candidato presidencial do PS, não houve qualquer debate entre os militantes socialistas. Houve, tão-sómente, uma decisão da direcção de Sócrates que resolveu ficar-se pela audição das direcções distritais, como se isso equivalesse a ouvir a vontade dos militantes!

Manuel Alegre, o candidato "traído" pela direcção do PS, e, Mário Soares, o candidato da direcção Sócrates e do governo, dão agora um muito triste espectáculo que só serve de campanha contra eles mesmos e marca pontos a favor de Cavaco Silva!

No final de contas, parece que tudo se conjuga para que Sócrates possa governar tendo por Presidente o seu candidato preferido, Cavaco Silva, e, no PS, não tenha a oposição de socialistas que apresentará como "derrotados", Mário Soares e Manuel Alegre!

Como seria se as esquerdas tivessem tido capacidade e vontade políticas para a escolha de um candidato de unidade e de projecto de esquerda?

segunda-feira, novembro 14, 2005

CAVACO SILVA: uma pequena amostra!

Hoje na TVI, Cavaco Silva mostrou que tipo de Presidente pretenderia ser: um bonaparte, acima dos partidos, e, sem opinião que possa ser partilhada pelos portugueses!

Cavaco Silva revelou falta de cultura democrática e, ainda por cima, não se esqueceu de lembrar que os seus governos foram "os melhores"!

Cavaco Silva mostrou porque razão é tão importante a sua derrota eleitoral em Janeiro!

sexta-feira, novembro 11, 2005

MANUEL ALEGRE E O ORÇAMENTO DO ESTADO 2006

Manuel Alegre não esteve presente na votação que hoje decorreu na Assembleia da Republica sobre o Orçamento do Estado para 2006. Não esteve, mas declarou que votaria a favor. Falou em "solidariedade" com o grupo parlamentar (do PS) a que pertence.

Na entrevista à TVI, na 2ª Feira passada, não quis dizer o que faria. Agora faltou, mas declarou que votaria a favor.

Este comportamento de Manuel Alegre - que gosta sempre de se refugiar em "questões de consciência", quando parece não ter mais argumentos políticos ... - levanta-nos muitas dúvidas. Porque também manifestámos o nosso apoio a uma candidatura que definimos como potenciadora de transversalidades à esquerda, de pontes para a uma unidade das esquerdas!

Dúvidas quanto à independência de Manuel Alegre face ao governo Sócrates e às suas políticas. Porque, mesmo no plano das políticas financeiras, não existem políticas abstractas. Como se existisse sempre o mesmo "remédio" para se equilibrar as finanças públicas, seja a "receita" avançada pela esquerda, seja a "receita" avançada pela direita.

As políticas económicas e financeiras de Sócrates têm tido um denominador comum: a obsessão pelo deficite a dominar toda a estratégia! Esta obsessão não é melhor que aquela a que assistimos com Durão & Santana & Ferreira Leite & Bagão, só porque agora vem de Sócrates.

Os atingidos pelas consequências sociais dessas políticas e dessa obsessão, são os mesmos. Os mesmos que se manifestam novamente, como já tinham feito num passado recente!

Perante isto, não pode haver "meias-tintas" ou o culto pelas ditas soluções "inevitáveis"!

Manuel Alegre parece não compreender, com a sua declaração de apoio ao OE 2006, que deu hoje um sinal de dependência face ao governo Sócrates. Uma dependência política que, se já fosse Presidente, comprometeria a sua aposta numa Presidência voltada para o social e para o aprofundamento da democracia.

São pertinentes as seguintes questões a Manuel Alegre:
  • Afinal em que se distingue políticamente da candidatura de Mário Soares? Existirá sómente um diferendo pessoal?
  • Como é possível um deputado candidato a Presidente empenhado nas questões sociais, faltar a um momento tão importante como a votação parlamentar de um documento que condicionará todas as políticas económicas e financeiras em 2006 e consequentemente todo o panorama social?
  • O que será que pensa Manuel Alegre do sentido dos apoios que tem recebido das cidadãs e dos cidadãos provenientes dos mais variados sectores das esquerdas?

Os apoios cidadãos a Manuel Alegre candidato não surgem pelas suas declarações ambíguas ou dependentes políticamente da linha oficial do PS e Governo de Sócrates. A simpatia que suscita, advém da sua capacidade de crítica e de independência, enquanto socialista, a políticas que esquecem o social, o aprofundamento da democracia ou que não se libertam da acção dos grupos de interesses instalados e/ou dos lobbies.

Manuel Alegre para continuar a ser uma candidatura de esperança, não pode esquecer a dinâmica política e social que a sua candidatura deve permanente e sem equívocos implementar!

terça-feira, novembro 08, 2005

MANUEL ALEGRE E AS ESQUERDAS PRESIDENCIAIS

Ontem na TVI, Manuel Alegre não foi muito esclarecedor sobre os objectivos políticos da sua candidatura. Deixou-se levar pelas perguntas de cochicho da entrevistadora. A certa altura, mais parecia uma entrevista sobre as relações entre Manuel Alegre e Mário Soares ou sobre as guerras internas no PS.

Manuel Alegre não disse claramente o que o distingue das outras candidaturas. Nem quanto às candidaturas ds esquerdas nem quanto à candidatura da direita.

Quanto às candidaturas das esquerdas, Manuel Alegre repetiu o que os outros quatro das esquerdas também dizem: não há problema nenhum quanto à divisão das esquerdas, depois na 2ª volta a esquerda ganhará!

Que a esquerda tem ganho presidenciais graças à unidade do chamado Povo de esquerda, é um facto! Mas também é um facto que essa unidade popular faz-se suplantando sempre as hesitações e os "ses" das diversas direcções das esquerdas. Nas eleições presidenciais de 2006, o que é visível e notório é que, mais uma vez em 30 anos, as esquerdas não foram capazes de discutirem uma alternativa de unidade. Esta é que é a realidade!

Se as esquerdas tivessem tido essa capacidade de convergência, certamente que não estaríamos, neste momento, a fazer contas e mais contas para se passar à 2ªvolta.

As presidenciais de 2006 exibem também o grau de parlamentarização a que chegaram as esquerdas: pensam mais em votos do que em acção social!

Mário Soares (o candidato do governo), Manuel Alegre (um candidato com potencialidades de transversalidade à esquerda), Jerónimo de Sousa (o candidato do PCP) e Francisco Louçã (o candidato do BE), têm TODOS responsabilidades no estado a que chegaram as relações entre as esquerdas. Têm responsabilidades também no nível ZERO do debate político e sobre as perspectivas para este País!

segunda-feira, novembro 07, 2005

E FRANÇA?...

Para os governos europeus - os mesmos que foram derrotados na concepção de Europa que queriam impor através de uma "Constituição" liberal e anti-democrática - o que se passa em França parece resumir-se a uma questão de "ordem" que estará a ser perturbada por uma série de "gangs".

Os governos europeus solidarizam-se entre si para a "manutenção da ordem". Como fez o "socialista" governo de Sócrates em relação ao liberal governo de Sarkozy & Villepin. Todos entretidos na manutenção da ordem liberal, não conseguem ver que a revolta juvenil em França tem origem em anos e anos de marginalização, de desrespeito pelos direitos de comunidades emigradas, de inexistência de soluções para o desemprego, de atentados e mais atentados aos direitos sociais que são agora postos em causa pelas soluções que os governos liberais europeus (Sócrates incluido) impõem para a crise do seu próprio sistema!

A revolta que alastra a várias cidades francesas, não é resoluvel com mais músculo e com a perpetuação de remédios que já provaram que só agravam a doença!

Este é o momento para se repensar uma democracia que se tem vindo a afunilar e a adquirir um caracter crescentemente classista. É uma democracia que só pode ser exercida pelos que têm poder económico, financeiro ou de controlo de lobbies. Esta democracia é o espelho de um sistema liberal que está a rebentar pelas costuras...

Há anos atrás, a Argentina, considerada um modelo para as receitas do FMI e do Banco Mundial, explodiu! Agora é a França! ... Porque esperam as esquerdas para olhar para o Socialismo como a alternativa ao liberalismo, ao capitalismo e a todas as formas de totalitarismo?

Alguém considerava nos anos das guerras mundiais que a crise a Humanidade é a crise da direcção revolucionária! Uma constatação que é actual. Menos paleio, mais acção, mais clareza, mais determinação na definição de uma alternativa!

sexta-feira, novembro 04, 2005

MANUEL ALEGRE: CONFIRMAÇÃO DE UMA CANDIDATURA DE CIDADANIA E TRANSVERSAL À ESQUERDA!

Manuel Alegre apresentou hoje o seu Manifesto e a sua candidatura às eleições presidenciais. Foi a confirmação de um projecto baseado no reforço da democracia, na necessidade de afirmação de novos espaços de intervenção social e, sobretudo, uma afirmação dum projecto para a Presidência da Republica que não abdica de muitas das ideias e programas que definem a esquerda.

Manuel Alegre, dirigente do PS, militante socialista de longa data, apresenta-se à margem das estruturas do Partido Socialista, mas apoiado por inumeros militantes socialistas, por um número crescente de militantes comunistas, por militantes bloquistas e por inúmeras cidadãs e cidadãos sem partido que procuram novas respostas e novos desafios para o aprofundamento da democracia. Esta é uma das forças da candidatura de Manuel Alegre, tal como é a reafirmação de valores claramente de esquerda e socialistas!

Manuel Alegre assume-se crescentemente como um candidato transversal às esquerdas. Um candidato originário do Partido Socialista, mas que tem vindo a corporizar e corporizará, ainda mais no futuro, um movimento social de oposição às políticas neo-liberais de todos os governos e do governo Sócrates, que têm vindo a aprisionar a democracia e a capacidade de afirmação e de intervenção cidadã.

TRIBUNA SOCIALISTA - Democracia & Socialismo reafirma o seu apoio à candidatura de Manuel Alegre. No nosso apoio a Manuel Alegre e à sua transversalidade à esquerda, reafirmamos também o nosso empenhamento político na afirmação de espaços e projectos que contribuam para a convergência política a pluralidade das esquerdas! A capacidade de afirmação de um projecto unitário das esquerdas baseado em programa e políticas democráticas e socialistas, continua a ser algo nunca realizado no pós-25 de Abril com todas as consequências conhecidas nos planos político, social e económico!