tribuna socialista

quarta-feira, setembro 28, 2005

MANUEL ALEGRE:

UMA CANDIDATURA TRANSVERSAL DAS ESQUERDAS PARA A REAFIRMAÇÃO E APROFUNDAMENTO DA DEMOCRACIA !



Por si só, uma candidatura é mais uma candidatura! Até já existem 6 e todos, formalmente, com origem nas esquerdas.

As candidaturas já existentes são candidaturas fechadas e que se afirmam contra (o previsível candidato da direita que ainda não o é!) representando somente os partidos de que são originárias! Há entre elas, uma espécie de competição do tipo “legislativas à esquerda”…

As candidaturas de esquerda que já existem comprometem qualquer tentativa de reafirmação de uma cultura unitária de esquerda que consiga também capacidade de afirmação política alternativa ao liberalismo dominante.

Uma cultura unitária de esquerda com capacidade de afirmação política é a melhor alternativa à direita e às políticas neo-liberais. É também a melhor forma para se conquistar para um projecto alternativo ao liberalismo, todas e todos os que ensaiam críticas às consequências do liberalismo no seu dia-a-dia.

Uma cultura unitária de esquerda é também o melhor caminho para a reafirmação do socialismo – expurgado de todas as suas caricaturas totalitárias e liberais – como a alternativa global ao liberalismo globalizado!

As eleições presidenciais, enquanto eleições que deveriam ter origem no direito e na afirmação de cidadania, são um acontecimento privilegiado para um debate lançado por uma candidatura que saiba afirmar a sua transversalidade política indo para além do(s) espaço(s) partidário(s).

MANUEL ALEGRE como homem de esquerda, como homem de e da cultura, como militante socialista, tem todas as condições políticas para confirmar a transversalidade de esquerda da sua candidatura, conquistando todas e todos os que querem mais e melhor democracia e buscam um projecto de justiça social contra os desmandos e as prepotências do liberalismo e das suas políticas.

TRIBUNA SOCIALISTA está e estará com uma candidatura deste tipo!

segunda-feira, setembro 26, 2005

A URGÊNCIA DE UMA ALTERNATIVA SOCIALISTA!

A URGÊNCIA DE UMA ALTERNATIVA SOCIALISTA!


As democracias europeias estão ingovernáveis!

Este é o comentário mais ouvido e lido, pronunciado da direita à esquerda. As recentes eleições alemãs vieram acentuar o que os referendos francês e holandês sobre a chamada Constituição europeia já tinham mostrado: as soluções governativas no quadro do liberalismo e dos seus mecanismos de democracia parlamentarista formal são cada vez mais precárias e instáveis. Pura e simplesmente, não são soluções para nada!

Mas, da direita às esquerdas, todos constatam o referido facto, mas todos, também da direita às esquerdas, parecem persistir em soluções baseadas no mesmo quadro de formalismo democrático parlamentar.

O liberalismo, i.e., a democracia servida segundo os ditames da chamada economia de mercado, tende a criar, entre crescentes sectores populares, sentimentos contra a própria democracia, quase sempre, associada aos jogos parlamentaristas de políticos profissionalizados e desligados da realidade social e/ou a partidos que só conseguem sobreviver alimentando jogadas parlamentares.

O liberalismo, como temos repetido, é hoje um sistema muito próximo de um novo totalitarismo, ávido de ocupar a falência do parlamentarismo que foi alimentando, com soluções securitárias, totalmente desligadas da participação social e cidadã, mas ligado a “elites” ou a providenciais iluminados com pretensões a caudilhos.

Dentro do quando democrático do liberalismo vão coexistindo a própria direita (que sustenta o sistema) e as diversas esquerdas. Entre as esquerdas, não só os partidos da chamada “Internacional Socialista” (IS), mas também o que resta dos partidos comunistas e mesmo novos sectores da esquerda, como o Bloco de Esquerda em Portugal.

De um modo geral, as esquerdas têm-se parlamentarizado. Vai faltando, cada vez mais, uma cultura unitária de esquerda. Um deficit que é da responsabilidade quase exclusiva das diversas direcções partidárias das esquerdas. É confrangedor a obsessão que parece existir entre as direcções do PCP e do Bloco de Esquerda para aproveitarem todos os actos parlamentares para verificarem quem tem mais votos que o outro.

No plano das lutas laborais e sociais esse despique – entre PCP e BE – é constantemente alimentado pelos respectivos dirigentes, evitando, muitas vezes, unidades que já se tinham estabelecido de forma espontânea. Já ninguém reivindica o ser “vanguarda revolucionária” (apesar de ainda haver muitos dirigentes desses partidos com esses tiques sectários…), mas, em vez disso, os dirigentes comunistas e bloquistas rapidamente aprenderam e absorveram as disputas cultivadas pelo parlamentarismo.

À esquerda faz muito falta uma cultura unitária de esquerda que respeite e até cultive o pluralismo, mas que saiba, nos momentos decisivos, unir de forma afirmativa todos aqueles que criticam o liberalismo, enquanto sistema global e dominante. Mas é importante que essa unidade na diversidade se faça afirmando também uma alternativa global socialista.
As esquerdas, em geral, têm vindo a perder capacidade de definirem uma alternativa ao mesmo tempo que contestam o sistema dominante. Isso é também um sintoma da referida falta de cultura unitária de esquerda. Por exemplo, a critica ao capitalismo/liberalismo é reduzida sempre às receitas de cada partido ou grupo. Será impossível as esquerdas tentarem uma resposta comum ao capitalismo que se critica?

A forma de organização partidária como instrumento de mobilização anti-capitalista e socialista está condenada. A organização de todos os que buscam uma alternativa à globalização liberal/capitalista precisa de outro desenho para além da organização partidária. Porque as organizações partidárias têm vindo também a minar e a enfraquecer as lutas sociais, laborais e populares. Têm contribuído somente para uma absurda e mortífera parlamentarização da capacidade de resposta popular e socialista.

As próximas eleições presidenciais em Portugal são também um exemplo do que afirmamos. Há já 6 candidaturas à esquerda que se têm apresentado com um único projecto: derrotar um candidato de direita que ainda não se apresentou formalmente! Ou seja, esse candidato da direita poderá ser único para toda a direita, mas isso não impede de à esquerda, já existirem 6 (seis!!) … com o mesmo objectivo!!!

As esquerdas para essas eleições, que só serão em Janeiro de 2006, nunca pararam na sua corrida parlamentarista para pensarem, discutirem, dialogarem para uma candidatura conjunta contra a direita! Cada partido, desde o maior ao mais minúsculo, resolveram apresentar o seu candidato. Até o PS, com as responsabilidades de ser o maior partido e ser governo, arranjou uma solução … contra a direita que, de certeza, faria a mesma política que o PS tem feito no governo!

Todas as candidaturas à esquerda são candidaturas de partido. Todas menos a de Manuel Alegre que pode ter uma dinâmica transversal a todas as esquerda e a todas as estruturas partidárias à esquerda.

A candidatura de Manuel Alegre, se quiser, pode prolongar em Portugal o que se tem vindo a desenvolver na Europa quanto à reorganização do espaço da esquerda socialista em função da critica ao liberalismo e à cedência das direcções dos partidos e governos de partidos da “IS” à direita e a políticas neo-liberais.

A candidatura de Manuel Alegre tem de assumir uma dinâmica transversal à esquerda. Tem de se afirmar como uma candidatura de projecto democrático e socialista. Tem de ter a coragem de lançar debates sobre as políticas do governo PS que atentam contra os direitos democráticos e sociais, e, também, sobre tudo o que interesse a uma cidadania critica, interventiva e exigente. Tem de contribuir para a tal cultura unitária entre a diverdade das esquerdas!








terça-feira, setembro 13, 2005

MAIS UM ANO SOBRE O 11 DE SETEMBRO...

Há um ano atrás quando passou mais um ano sobre o 11 de Setembro, a Administração Bush ainda podia exibir a sua capacidade militar como algo superior perante todo o Planeta ... independentemente dos resultados!!! O que importa para Bush e para os seus aliados é a constante imaginação de uma ameaça para depois se apresentarem como os únicos com capacidade militar de resposta ...

Para os liberais dos dias da globalização, tudo se resume a respostas securitárias ...

Mas ... este ano a imensa capacidade militar norte-americana foi ridicularizada por um acto natural. O furacão Katrina exibiu a todo o Planeta o que são os bastidores da única super-potência mundial com pretensões de gendarme planetário! E perante um acto natural, será que por um instante Bush não terá pensado em associar o furacão que devastou News Orleans a algum terrorista do tipo Bin Laden?!...

Mas muitos neste Planeta terão justamente pensado que as Administrações (no plural!) norte-americanas têm sérias responsabilidades nas alterações climatéricas na Terra ... lembram-se de Quioto?

Sem armas, sem o complexo militar industrial, a Administração Bush fica como que NUA perante os Povos deste Planeta ... E a cada minuto que passa milhares e milhares morrem de fome, enquanto outros morrem às mãos dos terroristas de todas as matizes! É este o Mundo perferido de Bush e dos seus amigos. É este Mundo que milhões e milhões querem e podem mudar!

sábado, setembro 10, 2005

PRIORIDADES ...

Brevemente acontecerão mais dois actos eleitorais neste espaço chamado Portugal: um para as autarquias e outro para as presidenciais ...

Os dois actos eleitorais ainda terão as respectivas campanhas eleitorais, mas, na prática, as pré-campanhas já iniciadas, têm vindo a exibir o grau máximo de parlamentarização e de partidarite a que chegou a democracia portuguesa. À direita e à esquerda, perante um cenário de crescente desacreditação do acto de participar politicamente, os protagonistas parece que se esquecem daqueles de quem querem o voto. Parece, isso sim, que o mais importante é o jogo partidário, qual partida de futebol ...

Os incêncios são esquecidos com as primeiras chuvas, os direitos democráticos (ex.: de manifestação por parte dos militares, por exemplo) são servidos como arma de arremesso à maneira do 24 de Abril, as consequências do furacão Katrina servem só para notícias bombásticas, para as presidenciais cada candidatura acaba por ser o próprio partido que a sustenta, seja ele de grande ou de minusculo dimensão ...

Os protagonistas do jogo parlamentar e partidário estabeleceram como prioridade esse jogo ...

O apelo à participação cidadã, a proposta de debate sobre temas concretos e do dia-a-dia, o direito de participação e organização a todos os níveis da sociedade ... são assuntos entre parentesis, não são prioridades!