tribuna socialista

domingo, junho 21, 2009

AS "ELITES" CONTRA OS INVESTIMENTOS PÚBLICOS ...

Ex-ministros, economistas, opinion-makers, consultores económicos, ..., ou seja, as tais "elites" ligadas ao "centrão" que nunca aproveitaram as oportunidades para mostrarem como se combate a(s) crise(s), avançaram agora, na vespera de eleições legislativas, com um Manifesto com o qual apelam ao corte em investimentos públicos, como, por exemplo, o TGV.

Curiosamente, estas "elites" distinguem-se muito pouco doutras "elites" que também já apresentaram manifestos e realizaram encontros com impacto mediático, como o chamado "Compromisso Portugal", e até pouco se distinguem dos apelos da presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite. Aparentemente, os impulsionadores do Manifesto agora divulgado, não desempenham (neste momento!) cargos políticos nem parecem directamente comprometidos com os partidos do dito "centrão" ... mas, foram eles os responsáveis por muitos dos investimentos públicos que agora dizem contestar e, até, já receberam o que tinham a receber pelos referidos estudos! Agora resolvem socorrer-se do seu estatuto mediáticamente atribuído de "elites" para tentarem influenciar a opinião e a vontade das pessoas ... é claro, que isto só demonstra que de "independentes" só têm o nome!

Em tempos de crise económica com consequências sociais, a imprensa está repleta de análises, de profecias, de prognósticos avançados pelos que têm sérias responsabilidades no ínicio e agravamento desta crise ... a capacidade do dinheiro, da finança, continua a ditar/impor influência sobre os resultados de uma democracia crescentemente formal e classista.

Interessante e, às tantas, decisivo, seria que aparacesse um Manifesto contra a crise impulsionado pela experiência dos trabalhadores que continuam a lutar pela preservação dos seus postos de trabalho, que continuam a lutar ou já lutaram contra as deslocalizações, que lutam por apoios sociais ... um Manifesto contra a crise impulsionado pelos que, não tendo capacidade financeira para influenciar a imprensa e a democracia (!), têm, no entanto, uma opinião e uma vontade firmado, reafirmado e consolidada com as suas lutas do dia-a-dia!

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