tribuna socialista

segunda-feira, junho 08, 2009

EUROPEIAS: À ESQUERDA, A ESPERANÇA CHAMA-SE BLOCO DE ESQUERDA!


Não obstante as abstenções - que pesam, obstaculizam, indefinem ... - os resultados de ontem para o Parlamento Europeu exibem alguns factos muito positivos:

O governo Sócrates foi, de facto, censurado nas urnas, depois de já o ter sido nas ruas, com os professores e com as mil e uma manifestações contra o desemprego, contra o fecho de fábricas e empresas, contra a precariedade, contra tudo o que tolhe a vida das pessoas ...

Há um voto de AFIRMAÇÃO e não só de protesto que vai ganhando corpo .... no BLOCO DE ESQUERDA, como espaço da esquerda socialista, como espaço de proposta, como espaço de mulheres e de homens, jovens e menos jovens, que têm a coragem de dizer que sabem protestar, organizar o protesto, mas sabem também organizar a afirmação para novas propostas, novos consensos, novas políticas, num sentido de esquerda, de democracia e de socialismo!

As esquerdas - o BE, a CDU e as esquerdas do PS - continuam - continuamos! - a ser a MAIORIA SOCIAL que pode dar conteúdo POLÍTICO a uma alternativa de esquerda ao actual governo e ao PSD que não é alternativa para coisíssima nenhuma!

Vêm aí mais dois combates: as legislativas e as autarquicas! ... A luta num sentido de afirmação de uma alternativa à esquerda prossegue!

Na Europa, a maioria de direita vai prosseguir com a (re)eleição do neo-liberal Durão Barroso ... mas ficará o contributo do Bloco de Esquerda para que a direita ficasse em minoria. Importante será que, no futuro que começa hoje, a esquerda socialista saiba e consiga encontrar uma organização de dimensão europeia que consiga desenvolver uma luta mais objectiva, mais dinâmica e mais internacional/europeia por uma alternativa democrática e socialista!

2 comentários:

Anónimo disse...

Qual é o problema com as abstenções? a abstenção é a negação da representatividade, do jogo eleitoral - sempre pensei que fosse um adepto da democracia directa...

João Pedro Freire disse...

Caro "Anónimo",

Sou adepto da democracia directa. Sou, sim senhor! Mas considero também importante ter uma palavra, uma voz, no quadro da chamada democracia representativa.
Sou de opinião que todos os canais democráticos devem merecer intervenção activa, organizada e afirmativa. Para mim, sempre com uma perspectiva de esquerda socialista.
As abstenções são um sintoma da crise das democracias liberais e da própria democracia representativa. Mas não há, não houve, nenhum movimento que apele consistentemente à abstenção como forma de expressão de alguma coisa ... sendo assim, é, como escrevi, algo que pesa, obstaculiza e indefine! Qual é mais importante: o voto em branco, a abstenção ou o voto numa opção qualquer?