tribuna socialista

terça-feira, maio 29, 2012

Queremos mesmo alinhavar um fato novo!

O chamado "Manifesto para uma Esquerda Livre" não acrescenta nada de novo ao debate entre as esquerdas. 
Questiona-se mesmo se o objectivo é introduzir debate à esquerda ou lançar um debate para reorganizar essa coisa híbrida que dá pelo nome de "centro". Como o centro gosta, ficando equidistante (!!!) entre a porrada da austeridade e as lambidelas de um desenvolvimento com a canga do capitalismo.






É nossa opinião que o grande desafio perante uma crise que dá pelo nome de capitalismo é mesmo discutir (uma discussão que é também a luta nas ruas, nos empregos, nas escolas, ...) para a criação de uma alternativa global que, para nós, dá pelo nome de socialismo. Referi-mo-nos mesmo ao socialismo e não a nenhuma das monstruosidades que se vestem com essa designação, mas que não passam de totalitarismos policiais, de um lado, e de liberalismo, do outro.


O referido Manifesto tem, no entanto, um dado que consideramos muito significativo e importante, que é a quantidade dos apoios já conseguidos e a transversalidade política desses apoios. É isto que dá importância, na nossa opinião, ao Manifesto.


Não temos nenhuma dúvida em afirmar que as esquerdas precisam de ganhar muito mais apoio social para que possam ser olhadas como alternativas.
O importante é que soubessem construir UMA ALTERNATIVA DE GOVERNO! 






Vai sendo tempo ... para muita gente boa e revoltada com as consequências das austeridades (quaisquer que sejam e seja qual for a sua intensidade!), que as esquerdas consigam, FINALMENTE, apresentarem, antes de eleições, uma alternativa para um governo. 


Há quem passe a vida a falar em "governo de esquerda" mas só saiba conduzir a sua bicicleta. Pois é ... depois quem é que acredita que, ao contrário da direita, as esquerdas conseguem unir-se numa alternativa?
Ora, o tal Manifesto reúne uma quantidade e uma transversalidade de apoios que não podem ser ignorados, nem hostilizados, numa perspectiva de construção de uma maioria social de esquerda. Ninguém à esquerda, que saiba olhar mais além que o seu umbigo, pode assobiar para o lado, como se o Manifesto não tivesse já um apoio importante e significativo. 






Defendemos o diálogo com os da "esquerda livre". Iremos a ele. Lembrando sempre que o tal governo das esquerdas que defendemos tem de ter um sentido democrático, socialista e anti-capitalista. Aqui neste país, mas também na Europa. 


Não queremos remendar um fato que já não tem conserto. Queremos mesmo alinhavar um fato novo!


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