tribuna socialista

sábado, julho 21, 2007

E AGORA, HELENA?

O título desta posta é de um artigo de opinião de São José Almeida, na edição de hoje do Público. É um contributo muito interessante para uma reflexão URGENTE sobre o actual sistema partidária e o modo de fazer política.

É uma reflexão que faz falta a um debate que tem estado dominado, ocupado (!), pelos omnipresentes partidos parlamentares e o seu modo de funcionamento. Um sistema (partidos + o modo como funcionam e fazem funcionar (!)) que se tem vindo a caracterizar pela capacidade de afastar a participação cidadã e de a obstaculizar quando ela tenta surgir ...

As eleições lisboetas para a respectiva Câmara foram e devem continuar a representar uma boa oportunidade para se debater, sem tabus e sem preconceitos, uma crise que existe objectivamente no sistema partidário, na democracia representativa e no modo como se faz política nestes dias depois de 30 anos desde o 25 de Abril de 1974.

Deixamos algumas passagens desse artigo de São José Almeida:

"O desgaste do sistema político e partidário refém do aparelhismo mais tosco e manobrista viu-se de forma transparente nas eleições para a câmara da capital, mas já se viu também ao nível nacional, na candidatura de Manuel Alegre. E se há desgaste partidário fruto do aparelhismo, há também desgaste partidário fruto da falência de projectos. Não é por acaso que o CDS e o PSD se esboroam, o que é facto é que o programa político em curso pela acção governativa do PS de José Sócrates ocupou o espaço ideológico e as propostas de inspiração neoliberal, que tinham ficado fechadas sob a direcção Durão Barroso - Paulo Portas."

"Há um eleitorado de esquerda que não se revê no sistema que oscila entre os dez e os vinte por cento e que está disponível e quer tomar posição e ter em quem votar, mas que não quer dar o seu mandato a partidos emq ue não só não se revê, mas cujo modus operandi abomina. (...)
É a esse eleitorado que Helena Roseta tem a obrigação moral e histórica de dar resposta. É público que a vereadora agora eleita já disse que vai manter o movimento Cidadãos por Lisboa até às autarquicas de 2009. Mas porquê não lançar novos movimentos de Cidadão por...? Porque não apostar nas autarquias? E porque não apostar a nível temático e nacional? (...)
E porque não reunir, federar, todos esses movimentos cívicos e políticos autonomos sob o chapéu -de-chuva de um movimento nacional, que se assuma legalmente como um partido e seja activado parfa concorrer a eleições? (...)
Porque não pode a democracia participativa ser complementar da democracia representativa? Até que ponto assumir uma política de cidadania e de causas não será o passo necessário parfa ultrapassar a crise de descrédito das formações partidárias existentes e da própria democracia representativa e assegurar a proximidade dos eleitores? (...)"

Pode não se estar de acordo com a generalidade do texto de São José, mas que é um BOM contributo para um debate e uma reflexão que faltam, lá isso é!"

João Pedro Freire

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