tribuna socialista

quarta-feira, julho 25, 2007

MANUEL ALEGRE: CONSTATA FACTOS E ... DEPOIS NÃO AGE!




Manuel Alegre dá a conhecer a sua opinião sobre o MEDO que tem invadido a sociedade portuguesa, na edição de hoje do Público. Manuel Alegre manifesta-se contra o medo, pela liberdade. É claro que subscrevemos!

Mas a leitura do texto, volta a mostrar que Manuel Alegre é bom a constatar factos, mas deixa muito a desejar quando se trata de fomentar a organização das pessoas contra os factos e as situações que denuncia.

Ao longo do texto, lá vai afirmando que até concorda, até ao momento("Até agora, concordo com a acção do Governo"), com o governo Sócrates. Fica-se com a sensação que Manuel Alegre sente que há medo na sociedade portuguesa, mas tem uma certa obsessão por não culpabilizar o governo do seu partido.

É aliás sintomático da confusão de Manuel Alegre este parágrafo inicial:

"Não vivemos em ditadura, nem sequer é legítimo falar de deriva autoritária. As instituições democráticas funcionam. Então porquê a sensação de que nem sempre convém dizer o que se pensa? Porquê o medo? De quem e de quê? Talvez os fantasmas estejam na própria sociedade e sejam fruto da inexistência de uma cultura de liberdade individual."


É um facto que Alegre coloca o dedo na ferida, mas também é um facto, e perturbador, que não aponte caminhos para se lutar contra o medo. Inclusivamente sobre o seu partido (não o esqueçamos: o mesmo de Sócrates!) escreve: "Sei, por experiência própria, que não é fácil mudar um partido por dentro." É claro que Manuel Alegre tem razão quando diz que "não é fácil" mudar o seu partido. Mas muitos dos seus apoiantes (ex?) no PS e fora dele, interrogam-se:



  • o que fez e faz Manuel Alegre para organizar internamente, no PS, os que o apoiaram?

  • o que faz Manuel Alegre para organizar o milhão de portugueses que o apoiaram nas eleições presidenciais?

O texto de Manuel Alegre é um acto de coragem. Reconhecemo-lo! Mas é um acto que se fica por aí.


Manuel Alegre tem uma enorme responsabilidade. A responsabilidade de sugerir caminhos, apontar soluções, propor a organização de todas e todos os que querem lutar contra o medo.


João Pedro Freire







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